soucontraacorrente: A teoria da Cabala

03-10-2009
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Cavaco Silva, enquanto Primeiro Ministro (PM), na primeira metade da década de 90, falava de forças de bloqueio, que não o deixavam governar: «deixem-nos trabalhar», dizia ele frequentemente. O vértice das forças de bloqueia era o próprio Presidente Soares. E, de facto, este muito fez para prejudicar politicamente o governo de Cavaco.Agora, o actual PM, Pinto de Sousa, não sente o bloqueio do Presidente, o mesmo Cavaco, mas fala de cabala. Chega mesmo a sugerir que o caso Freeport foi «ressuscitado» para o prejudicar, em ano de eleições. Não seriam só os partidos da oposição a construir a cabala. Também a justiça, a PJ, o MP estariam aliados. Foi necessário que o representante do sindicado dos juízes se insurgisse, pedindo explicações, para que o PM se encolhesse.Dá a impressão de que o PS gosta muito deste conceito. Segundo eles, já com Ferro Rodrigues terá havido uma cabala contra o PS no caso Casa Pia (Pedroso, número dois do PS de então e o próprio Ferro Rodrigues, Secretário Geral).Se calhar, o patriarca Soares, que se mantém, como sempre, muito flexível para os meandros da política, ainda vai também ser acusado de participar na cabala. Então não é que o senhor ex-Presidente, sempre solícito no apoio, vem agora sugerir que o Secretário-Geral do seu partido, ao propor como grande medida do seu programa o casamento dos homossexuais, está a querer armar-se em radical de esquerda?Honra seja feita ao Ministro da Presidência, Silva Pereira, o qual, encantinhado por Mário Crespo na entrevista de hoje (26 de Janeiro) à Sic, prefere falar de «campanha negra». Afinal, sempre é mais criativo.O curioso de tudo isto é que o importante, no caso Freeport, o que acentuam quer o governo quer os media, não é a procura da verdade, mas o momento das averiguações. Parece que a substância não interessa, importante é o timing .Na verdade, o horizonte está negro. Muito negro. Foi enegrecido por quem se queixa de «campanha negra». Marcos Tavares


Cavaco Silva, enquanto Primeiro Ministro (PM), na primeira metade da década de 90, falava de forças de bloqueio, que não o deixavam governar: «deixem-nos trabalhar», dizia ele frequentemente. O vértice das forças de bloqueia era o próprio Presidente Soares. E, de facto, este muito fez para prejudicar politicamente o governo de Cavaco.Agora, o actual PM, Pinto de Sousa, não sente o bloqueio do Presidente, o mesmo Cavaco, mas fala de cabala. Chega mesmo a sugerir que o caso Freeport foi «ressuscitado» para o prejudicar, em ano de eleições. Não seriam só os partidos da oposição a construir a cabala. Também a justiça, a PJ, o MP estariam aliados. Foi necessário que o representante do sindicado dos juízes se insurgisse, pedindo explicações, para que o PM se encolhesse.Dá a impressão de que o PS gosta muito deste conceito. Segundo eles, já com Ferro Rodrigues terá havido uma cabala contra o PS no caso Casa Pia (Pedroso, número dois do PS de então e o próprio Ferro Rodrigues, Secretário Geral).Se calhar, o patriarca Soares, que se mantém, como sempre, muito flexível para os meandros da política, ainda vai também ser acusado de participar na cabala. Então não é que o senhor ex-Presidente, sempre solícito no apoio, vem agora sugerir que o Secretário-Geral do seu partido, ao propor como grande medida do seu programa o casamento dos homossexuais, está a querer armar-se em radical de esquerda?Honra seja feita ao Ministro da Presidência, Silva Pereira, o qual, encantinhado por Mário Crespo na entrevista de hoje (26 de Janeiro) à Sic, prefere falar de «campanha negra». Afinal, sempre é mais criativo.O curioso de tudo isto é que o importante, no caso Freeport, o que acentuam quer o governo quer os media, não é a procura da verdade, mas o momento das averiguações. Parece que a substância não interessa, importante é o timing .Na verdade, o horizonte está negro. Muito negro. Foi enegrecido por quem se queixa de «campanha negra». Marcos Tavares

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