Esta Lisboa que eu amo: "Lisboa é esquisita e parece que está vazia"

03-10-2009
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O mais velho dos meus três filhos disse-me o seguinte, nos últimos dias "Pai, Lisboa, em Agosto, é esquisita. Parece que está vazia. Está muito diferente. Não gosto".Não escondo que já há alguns dias que andava (apesar do bulício da minha vida) a sentir diferenças nesta nossa cidade. Estes comentários do meu filho aceleraram a minha reflexão. E é verdade. Eu concordo. Lisboa, em Agosto, é esquisita. Está vazia. Diferente. Quase sem metade do trânsito. Sem o ruído do resto do ano. Sem a alma e o cosmopolitanismo que a faz ser diferente. Sem a sua alma de capitalidade. Não escondo que a Lisboa de que eu gosto tem de ser uma Lisboa do trabalho, da roda-viva, cheia, com cor, cosmopolita, etc., etc.. Para mim, Lisboa, em Agosto, é demasiado calma. Mas eu sei que há quem goste dela assim e que sonhe que ela seja isso tudo, não só em Agosto, mas no ano todo. É aí que acho que faz sentido saber interpretar as diferenças de muitos de nós, que por cá passam algum tempo. É que, para mim, Lisboa é sinonimo de dinâmica, de diferença, de trabalho, de cultura, de confusão (no bom sentido), etc.. Como eu existem muitas pessoas que acham que para termos em Lisboa a vida que podemos ter noutras zonas do país, mais vale estarmos quietos. Agora uma coisa é certa Lisboa, em Agosto, é diferente da Lisboa do resto do ano. Por curiosidade, este mês entrou em funções um novo presidente de Câmara de Lisboa. Vamos aguardar pelo seu trabalho e pelos projectos que existem em cima da mesa. Lisboa, no ano todo, precisa de se assumir como cidade atractiva, limpa, segura, amiga dos cidadãos, cúmplice da juventude, culta e aberta à diferença, cosmopolita e dinâmica. Lisboa é o ponto de encontro do melhor que a lusofonia tem. Lisboa, apesar de banhada pelo Atlântico, tem de saber assumir a sua condição de pilar do espírito do Mediterrâneo. Com tudo o que isso significa. Acima de tudo, como entreposto cultural, económico e social e político também para o Sul da bacia do Mediterrâneo. Para os que gostam de Lisboa, em Agosto, deixo a sugestão para aproveitarem no meio da calma para visitar monumentos, museus e desfrutarem dos espaços públicos junto ao rio Tejo e à Expo 98.Feliciano Barreiras Duarte escreve no JN, semanalmente, à segunda-feira bdcassociados@sapo.pt


O mais velho dos meus três filhos disse-me o seguinte, nos últimos dias "Pai, Lisboa, em Agosto, é esquisita. Parece que está vazia. Está muito diferente. Não gosto".Não escondo que já há alguns dias que andava (apesar do bulício da minha vida) a sentir diferenças nesta nossa cidade. Estes comentários do meu filho aceleraram a minha reflexão. E é verdade. Eu concordo. Lisboa, em Agosto, é esquisita. Está vazia. Diferente. Quase sem metade do trânsito. Sem o ruído do resto do ano. Sem a alma e o cosmopolitanismo que a faz ser diferente. Sem a sua alma de capitalidade. Não escondo que a Lisboa de que eu gosto tem de ser uma Lisboa do trabalho, da roda-viva, cheia, com cor, cosmopolita, etc., etc.. Para mim, Lisboa, em Agosto, é demasiado calma. Mas eu sei que há quem goste dela assim e que sonhe que ela seja isso tudo, não só em Agosto, mas no ano todo. É aí que acho que faz sentido saber interpretar as diferenças de muitos de nós, que por cá passam algum tempo. É que, para mim, Lisboa é sinonimo de dinâmica, de diferença, de trabalho, de cultura, de confusão (no bom sentido), etc.. Como eu existem muitas pessoas que acham que para termos em Lisboa a vida que podemos ter noutras zonas do país, mais vale estarmos quietos. Agora uma coisa é certa Lisboa, em Agosto, é diferente da Lisboa do resto do ano. Por curiosidade, este mês entrou em funções um novo presidente de Câmara de Lisboa. Vamos aguardar pelo seu trabalho e pelos projectos que existem em cima da mesa. Lisboa, no ano todo, precisa de se assumir como cidade atractiva, limpa, segura, amiga dos cidadãos, cúmplice da juventude, culta e aberta à diferença, cosmopolita e dinâmica. Lisboa é o ponto de encontro do melhor que a lusofonia tem. Lisboa, apesar de banhada pelo Atlântico, tem de saber assumir a sua condição de pilar do espírito do Mediterrâneo. Com tudo o que isso significa. Acima de tudo, como entreposto cultural, económico e social e político também para o Sul da bacia do Mediterrâneo. Para os que gostam de Lisboa, em Agosto, deixo a sugestão para aproveitarem no meio da calma para visitar monumentos, museus e desfrutarem dos espaços públicos junto ao rio Tejo e à Expo 98.Feliciano Barreiras Duarte escreve no JN, semanalmente, à segunda-feira bdcassociados@sapo.pt

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