Nova democracia para Leiria: Relato da apresentação da candidatura do PND

18-07-2005
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No jornal "Diário de Leiria" de hoje, pela pena do jornalista Dr. Mário Pinto, pode ler-se o seguinte relato da conferência de imprensa de apresentação da candidatura do PND ao círculo de Leiria, ocorrida anteontem em Alcobação, com a presidência de Manuel Monteiro:O candidato do Partido da Nova Democracia (PND) pelo Círculo de Leiria, José Adelino Maltez, defende a construção do aeroporto internacional na OTA e afirma-se defensor da regionalização, embora estas duas questões não sejam consensuais dentro do partido liderado por Manuel MonteiroNo entender de José Adelino Maltez, um dos fundadores do Partido da Nova Democracia (PND), as «procissões e carneiradas» dos deputados do Parlamento «têm evitado o debate político» e fomentado políticas de «pensamento único» definidas pelos directórios do partido.«Nós somos o único partido que pode dizer determinadas coisas, não somos mais do mesmo, somos a voz daqueles que a não têm e somos contra a direita que chegou e a esquerda que aí vem», referiu o cabeça de lista na conferência de imprensa de quarta-feira, em Alcobaça.Durante a campanha eleitoral, José Adelino Maltez vai privilegiar o contacto com a população como forma de evitar a abstenção nas eleições legislativas, com uma lista que considera de «qualidade» e constituída por «gente jovem» e dinâmica.«É a primeira vez que o PND concorre no distrito de Leiria, o partido tem pouco mais de um ano, e vamos com certeza eleger deputados, não sabemos é quando. Não vamos é dizer mal das outras candidaturas», enfatizou, recorrendo à célebre frase do secretário de Estado, Feliciano Barreiras Duarte, de que o distrito de Leiria é um «gigante económico e um anão político», para explicar que é necessário acabar com o conceito de «círculo». «Leiria precisa de um novo conceito de desenvolvimento sustentado», acrescentou.O líder do PND e cabeça de lista pelo Círculo do Porto, Manuel Monteiro, reivindicou a participação em debates televisivos na campanha para as próximas eleições legislativas, e acusa os restantes partidos de impedirem a sua participação.«Se for aos debates televisivos, ganhamos, e essa é a razão para não me quererem lá», afirmou o líder do PND na conferência de imprensa de apresentação da lista de deputados pelo Círculo de Leiria, encabeçada pelo professor catedrático, José Adelino Maltez, natural de Sernache, Coimbra, e residente na Ericeira, Sintra.Manuel Monteiro desafia o PS, PSD e CDS a assumirem, durante a campanha eleitoral, quais as suas posições sobre «questões fracturantes», desigadamente o casamento de homossexuais e a adopção de filhos por casais do mesmo sexo.Outra questão que no entender do líder do PND deve ser esclarecida antes da campanha é a eventualidade de algum candidato estar a ser investigado pelas autoridades.«Os portugueses devem saber se há ou não candidatos que estejam sob escuta ou vigilância policial», afirmou, salientando que a direcção do PND já enviou cartas à Procuradoria-Geral da República, à Provedoria de Justiça e para o Presidente da República, Jorge Sampaio, sensibilizando-os para esta questão. Manuel Monteiro quer evitar que depois dos deputados serem eleitos, surjam notícias de que um determinado parlamentar está sob investigação por um ou outro motivo, e criticou a falta de solidariedade e de «responsabilidade política» do Governo.«Este é um Governo do doutor Santana Lopes e do doutor Paulo Portas, não é apenas o Governo do doutor Paulo Portas quando lhe agrada ou do doutor Santana Lopes quando lhe convém», acusou.Confrontado com algumas questões mais actuais como o referendo ao aborto, Manuel Monteiro recusou-se a pormenorizar quais as propostas, salientando que a posição oficial do partido em muitas destas matérias só será conhecida depois de uma aprovação, pelos candidatos a deputados, na reunião magna agendada para o dia 5 de Fevereiro.De facto, a nível regional, há sempre outra perspectiva de hierarquização dos problemas apresentados que, às vezes, é quase inversamente proporcional ao filtro do critério jornalístico correctamente utilizado pelas lentes do grandes órgãos nacionais de leitura dos factos. Por isso é que para se resolver o conflito entre o global e o local, é necessário o critério da complexidade, isto é o "glocalismo", o atingir o universal a partir da diferença, para não sermos todos obrigados a usar o "pronto-a-vestir" do unidimensionalismo que é o exacto contrário da unidade pela diversidade.Uma pequena correcção: o cabeça de lista do distrito disse estar "contra a direita a que chegámos e contra a esquerda que aí vem". Não disse "contra a direita que chegou". Aliás a expressão é uma glosa ao célebre dito do capitão Salgueiro Maia no Largo do Carmo em Lisboa, quando, na primeira declaração pública do 25 de Abril, disse que o movimento foi feito "contra o Estado a que chegámos". Orgulhamo-nos em repetir a lição do capitão escalabitano, porque, trinta anos depois, continua a ser necessária a revolta contra aquilo a que chegámos, em muitos segmentos. Nomeadamente, contra a direita que nos governa. Não somos de equívocos.


No jornal "Diário de Leiria" de hoje, pela pena do jornalista Dr. Mário Pinto, pode ler-se o seguinte relato da conferência de imprensa de apresentação da candidatura do PND ao círculo de Leiria, ocorrida anteontem em Alcobação, com a presidência de Manuel Monteiro:O candidato do Partido da Nova Democracia (PND) pelo Círculo de Leiria, José Adelino Maltez, defende a construção do aeroporto internacional na OTA e afirma-se defensor da regionalização, embora estas duas questões não sejam consensuais dentro do partido liderado por Manuel MonteiroNo entender de José Adelino Maltez, um dos fundadores do Partido da Nova Democracia (PND), as «procissões e carneiradas» dos deputados do Parlamento «têm evitado o debate político» e fomentado políticas de «pensamento único» definidas pelos directórios do partido.«Nós somos o único partido que pode dizer determinadas coisas, não somos mais do mesmo, somos a voz daqueles que a não têm e somos contra a direita que chegou e a esquerda que aí vem», referiu o cabeça de lista na conferência de imprensa de quarta-feira, em Alcobaça.Durante a campanha eleitoral, José Adelino Maltez vai privilegiar o contacto com a população como forma de evitar a abstenção nas eleições legislativas, com uma lista que considera de «qualidade» e constituída por «gente jovem» e dinâmica.«É a primeira vez que o PND concorre no distrito de Leiria, o partido tem pouco mais de um ano, e vamos com certeza eleger deputados, não sabemos é quando. Não vamos é dizer mal das outras candidaturas», enfatizou, recorrendo à célebre frase do secretário de Estado, Feliciano Barreiras Duarte, de que o distrito de Leiria é um «gigante económico e um anão político», para explicar que é necessário acabar com o conceito de «círculo». «Leiria precisa de um novo conceito de desenvolvimento sustentado», acrescentou.O líder do PND e cabeça de lista pelo Círculo do Porto, Manuel Monteiro, reivindicou a participação em debates televisivos na campanha para as próximas eleições legislativas, e acusa os restantes partidos de impedirem a sua participação.«Se for aos debates televisivos, ganhamos, e essa é a razão para não me quererem lá», afirmou o líder do PND na conferência de imprensa de apresentação da lista de deputados pelo Círculo de Leiria, encabeçada pelo professor catedrático, José Adelino Maltez, natural de Sernache, Coimbra, e residente na Ericeira, Sintra.Manuel Monteiro desafia o PS, PSD e CDS a assumirem, durante a campanha eleitoral, quais as suas posições sobre «questões fracturantes», desigadamente o casamento de homossexuais e a adopção de filhos por casais do mesmo sexo.Outra questão que no entender do líder do PND deve ser esclarecida antes da campanha é a eventualidade de algum candidato estar a ser investigado pelas autoridades.«Os portugueses devem saber se há ou não candidatos que estejam sob escuta ou vigilância policial», afirmou, salientando que a direcção do PND já enviou cartas à Procuradoria-Geral da República, à Provedoria de Justiça e para o Presidente da República, Jorge Sampaio, sensibilizando-os para esta questão. Manuel Monteiro quer evitar que depois dos deputados serem eleitos, surjam notícias de que um determinado parlamentar está sob investigação por um ou outro motivo, e criticou a falta de solidariedade e de «responsabilidade política» do Governo.«Este é um Governo do doutor Santana Lopes e do doutor Paulo Portas, não é apenas o Governo do doutor Paulo Portas quando lhe agrada ou do doutor Santana Lopes quando lhe convém», acusou.Confrontado com algumas questões mais actuais como o referendo ao aborto, Manuel Monteiro recusou-se a pormenorizar quais as propostas, salientando que a posição oficial do partido em muitas destas matérias só será conhecida depois de uma aprovação, pelos candidatos a deputados, na reunião magna agendada para o dia 5 de Fevereiro.De facto, a nível regional, há sempre outra perspectiva de hierarquização dos problemas apresentados que, às vezes, é quase inversamente proporcional ao filtro do critério jornalístico correctamente utilizado pelas lentes do grandes órgãos nacionais de leitura dos factos. Por isso é que para se resolver o conflito entre o global e o local, é necessário o critério da complexidade, isto é o "glocalismo", o atingir o universal a partir da diferença, para não sermos todos obrigados a usar o "pronto-a-vestir" do unidimensionalismo que é o exacto contrário da unidade pela diversidade.Uma pequena correcção: o cabeça de lista do distrito disse estar "contra a direita a que chegámos e contra a esquerda que aí vem". Não disse "contra a direita que chegou". Aliás a expressão é uma glosa ao célebre dito do capitão Salgueiro Maia no Largo do Carmo em Lisboa, quando, na primeira declaração pública do 25 de Abril, disse que o movimento foi feito "contra o Estado a que chegámos". Orgulhamo-nos em repetir a lição do capitão escalabitano, porque, trinta anos depois, continua a ser necessária a revolta contra aquilo a que chegámos, em muitos segmentos. Nomeadamente, contra a direita que nos governa. Não somos de equívocos.

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