A reforma do sistema político

29-02-2008
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A reforma do sistema político

Feliciano Barreiras Duarte

Autor diz que partidos têm demorado a assimilar a mudança que o país sofreu Alterar tamanho Nos últimos tempos recebemos de forma mais acentuada sinais do estertor do sistema político nacional e em particular do sistema partidário. Vai demorar menos tempo do que alguns pensam para que o geral das coisas na política e nos partidos tenha de mudar obrigatoriamente e profundamente. A necessidade da sua conformidade legislativa e política com a realidade é imparável e fatal como o destino. E, como em tudo na vida, o que traz mudanças para melhor vai fazer vítimas. Vítimas que na sua maioria serão os desadaptados aos novos tempos, pouco conformes com a mudança e umbilicalmente ligados ao que de negativo tinha o passado. Será um processo irreversível. O país mudou nos últimos 30 anos. O Estado saiu da vida das pessoas. A sociedade civil (ainda não totalmente) libertou-se. Os níveis de qualificação dos portugueses alteraram-se para melhor e os «media» livres (TV, imprensa escrita, rádios, net), enquanto instrumentos de intermediação, têm fornecido cada vez mais informação qualificada. O sistema ‘pendular’ entrou em ruptura e a ‘suficientalização’ atraiu o ‘generalismo’. Portugal e os portugueses são hoje cada vez mais exigentes e ao mesmo tempo a complexidade dos seus problemas aumentou. Os partidos políticos têm demorado demasiado tempo a assimilar a mudança que o país sofreu, quer orgânica quer sobretudo funcionalmente. Dentro de alguns anos os partidos ‘concha’ (que por exemplo não saibam adaptar o seu código genético à realidade) estarão condenados ao fracasso. De nada lhes valerá apostarem apenas na sua imagem mediaticamente trabalhada e levantarem a bandeira da sua história se não conseguirem estar sintonizados com o país real das pessoas e das empresas. De pouco lhes servirá exibir sem convicção o exército dos seus notáveis cansados e das suas velhas elites se ao mesmo tempo não forem capazes de captar e de pôr em seu nome ao serviço do país novas elites e novos protagonistas. Muitas destas coisas deviam servir de reflexão aos vários partidos políticos - muito em particular ao PSD e ao PS - no momento em que iniciam uma aproximação para rever - deseja-se para melhor - algumas leis eleitorais. Deseja-se e espera-se uma nova cultura política e ética pública mais consentâneas com o país que temos e que devemos querer melhor no médio e longo prazo. Às vezes os partidos políticos portugueses têm vivido nos últimos anos mais a olhar para trás e para o lado do que preocupando-se em sintonizar as reais expectativas de futuro dos portugueses, nomeadamente dos sectores mais dinâmicos, em particular as áreas urbanas, os jovens e sectores culturais e económicos determinantes para o futuro do nosso país. 2008 bem poderá ser o ano da reforma do sistema político. Para tal acontecer são exigíveis sólidos compromissos que permitam alterações compagináveis com a realidade. Até porque alguns partidos políticos teimam em olhar para a sociedade e para o país com os olhos de há 20 ou mais anos. O alerta está dado. Nos últimos tempos recebemos de forma mais acentuada sinais do estertor do sistema político nacional e em particular do sistema partidário. Vai demorar menos tempo do que alguns pensam para que o geral das coisas na política e nos partidos tenha de mudar obrigatoriamente e profundamente. A necessidade da sua conformidade legislativa e política com a realidade é imparável e fatal como o destino. E, como em tudo na vida, o que traz mudanças para melhor vai fazer vítimas. Vítimas que na sua maioria serão os desadaptados aos novos tempos, pouco conformes com a mudança e umbilicalmente ligados ao que de negativo tinha o passado. Será um processo irreversível. O país mudou nos últimos 30 anos. O Estado saiu da vida das pessoas. A sociedade civil (ainda não totalmente) libertou-se. Os níveis de qualificação dos portugueses alteraram-se para melhor e os «media» livres (TV, imprensa escrita, rádios, net), enquanto instrumentos de intermediação, têm fornecido cada vez mais informação qualificada. O sistema ‘pendular’ entrou em ruptura e a ‘suficientalização’ atraiu o ‘generalismo’. Portugal e os portugueses são hoje cada vez mais exigentes e ao mesmo tempo a complexidade dos seus problemas aumentou. Os partidos políticos têm demorado demasiado tempo a assimilar a mudança que o país sofreu, quer orgânica quer sobretudo funcionalmente. Dentro de alguns anos os partidos ‘concha’ (que por exemplo não saibam adaptar o seu código genético à realidade) estarão condenados ao fracasso. De nada lhes valerá apostarem apenas na sua imagem mediaticamente trabalhada e levantarem a bandeira da sua história se não conseguirem estar sintonizados com o país real das pessoas e das empresas. De pouco lhes servirá exibir sem convicção o exército dos seus notáveis cansados e das suas velhas elites se ao mesmo tempo não forem capazes de captar e de pôr em seu nome ao serviço do país novas elites e novos protagonistas. Muitas destas coisas deviam servir de reflexão aos vários partidos políticos - muito em particular ao PSD e ao PS - no momento em que iniciam uma aproximação para rever - deseja-se para melhor - algumas leis eleitorais. Deseja-se e espera-se uma nova cultura política e ética pública mais consentâneas com o país que temos e que devemos querer melhor no médio e longo prazo. Às vezes os partidos políticos portugueses têm vivido nos últimos anos mais a olhar para trás e para o lado do que preocupando-se em sintonizar as reais expectativas de futuro dos portugueses, nomeadamente dos sectores mais dinâmicos, em particular as áreas urbanas, os jovens e sectores culturais e económicos determinantes para o futuro do nosso país. 2008 bem poderá ser o ano da reforma do sistema político. Para tal acontecer são exigíveis sólidos compromissos que permitam alterações compagináveis com a realidade. Até porque alguns partidos políticos teimam em olhar para a sociedade e para o país com os olhos de há 20 ou mais anos. O alerta está dado. Ex-Secretário de Estado, professor universitário, doutorando em Ciência Política

Barreto e Júdice na SIC Notícias Fisco envia ‘mails’ Severiano chama embaixador dos EUA Bispo da Guarda contra desertificação Governo pressionou Pinto Monteiro

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A reforma do sistema político

Feliciano Barreiras Duarte

Autor diz que partidos têm demorado a assimilar a mudança que o país sofreu Alterar tamanho Nos últimos tempos recebemos de forma mais acentuada sinais do estertor do sistema político nacional e em particular do sistema partidário. Vai demorar menos tempo do que alguns pensam para que o geral das coisas na política e nos partidos tenha de mudar obrigatoriamente e profundamente. A necessidade da sua conformidade legislativa e política com a realidade é imparável e fatal como o destino. E, como em tudo na vida, o que traz mudanças para melhor vai fazer vítimas. Vítimas que na sua maioria serão os desadaptados aos novos tempos, pouco conformes com a mudança e umbilicalmente ligados ao que de negativo tinha o passado. Será um processo irreversível. O país mudou nos últimos 30 anos. O Estado saiu da vida das pessoas. A sociedade civil (ainda não totalmente) libertou-se. Os níveis de qualificação dos portugueses alteraram-se para melhor e os «media» livres (TV, imprensa escrita, rádios, net), enquanto instrumentos de intermediação, têm fornecido cada vez mais informação qualificada. O sistema ‘pendular’ entrou em ruptura e a ‘suficientalização’ atraiu o ‘generalismo’. Portugal e os portugueses são hoje cada vez mais exigentes e ao mesmo tempo a complexidade dos seus problemas aumentou. Os partidos políticos têm demorado demasiado tempo a assimilar a mudança que o país sofreu, quer orgânica quer sobretudo funcionalmente. Dentro de alguns anos os partidos ‘concha’ (que por exemplo não saibam adaptar o seu código genético à realidade) estarão condenados ao fracasso. De nada lhes valerá apostarem apenas na sua imagem mediaticamente trabalhada e levantarem a bandeira da sua história se não conseguirem estar sintonizados com o país real das pessoas e das empresas. De pouco lhes servirá exibir sem convicção o exército dos seus notáveis cansados e das suas velhas elites se ao mesmo tempo não forem capazes de captar e de pôr em seu nome ao serviço do país novas elites e novos protagonistas. Muitas destas coisas deviam servir de reflexão aos vários partidos políticos - muito em particular ao PSD e ao PS - no momento em que iniciam uma aproximação para rever - deseja-se para melhor - algumas leis eleitorais. Deseja-se e espera-se uma nova cultura política e ética pública mais consentâneas com o país que temos e que devemos querer melhor no médio e longo prazo. Às vezes os partidos políticos portugueses têm vivido nos últimos anos mais a olhar para trás e para o lado do que preocupando-se em sintonizar as reais expectativas de futuro dos portugueses, nomeadamente dos sectores mais dinâmicos, em particular as áreas urbanas, os jovens e sectores culturais e económicos determinantes para o futuro do nosso país. 2008 bem poderá ser o ano da reforma do sistema político. Para tal acontecer são exigíveis sólidos compromissos que permitam alterações compagináveis com a realidade. Até porque alguns partidos políticos teimam em olhar para a sociedade e para o país com os olhos de há 20 ou mais anos. O alerta está dado. Nos últimos tempos recebemos de forma mais acentuada sinais do estertor do sistema político nacional e em particular do sistema partidário. Vai demorar menos tempo do que alguns pensam para que o geral das coisas na política e nos partidos tenha de mudar obrigatoriamente e profundamente. A necessidade da sua conformidade legislativa e política com a realidade é imparável e fatal como o destino. E, como em tudo na vida, o que traz mudanças para melhor vai fazer vítimas. Vítimas que na sua maioria serão os desadaptados aos novos tempos, pouco conformes com a mudança e umbilicalmente ligados ao que de negativo tinha o passado. Será um processo irreversível. O país mudou nos últimos 30 anos. O Estado saiu da vida das pessoas. A sociedade civil (ainda não totalmente) libertou-se. Os níveis de qualificação dos portugueses alteraram-se para melhor e os «media» livres (TV, imprensa escrita, rádios, net), enquanto instrumentos de intermediação, têm fornecido cada vez mais informação qualificada. O sistema ‘pendular’ entrou em ruptura e a ‘suficientalização’ atraiu o ‘generalismo’. Portugal e os portugueses são hoje cada vez mais exigentes e ao mesmo tempo a complexidade dos seus problemas aumentou. Os partidos políticos têm demorado demasiado tempo a assimilar a mudança que o país sofreu, quer orgânica quer sobretudo funcionalmente. Dentro de alguns anos os partidos ‘concha’ (que por exemplo não saibam adaptar o seu código genético à realidade) estarão condenados ao fracasso. De nada lhes valerá apostarem apenas na sua imagem mediaticamente trabalhada e levantarem a bandeira da sua história se não conseguirem estar sintonizados com o país real das pessoas e das empresas. De pouco lhes servirá exibir sem convicção o exército dos seus notáveis cansados e das suas velhas elites se ao mesmo tempo não forem capazes de captar e de pôr em seu nome ao serviço do país novas elites e novos protagonistas. Muitas destas coisas deviam servir de reflexão aos vários partidos políticos - muito em particular ao PSD e ao PS - no momento em que iniciam uma aproximação para rever - deseja-se para melhor - algumas leis eleitorais. Deseja-se e espera-se uma nova cultura política e ética pública mais consentâneas com o país que temos e que devemos querer melhor no médio e longo prazo. Às vezes os partidos políticos portugueses têm vivido nos últimos anos mais a olhar para trás e para o lado do que preocupando-se em sintonizar as reais expectativas de futuro dos portugueses, nomeadamente dos sectores mais dinâmicos, em particular as áreas urbanas, os jovens e sectores culturais e económicos determinantes para o futuro do nosso país. 2008 bem poderá ser o ano da reforma do sistema político. Para tal acontecer são exigíveis sólidos compromissos que permitam alterações compagináveis com a realidade. Até porque alguns partidos políticos teimam em olhar para a sociedade e para o país com os olhos de há 20 ou mais anos. O alerta está dado. Ex-Secretário de Estado, professor universitário, doutorando em Ciência Política

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