Papéis de Alexandria*: Richard Avedon

16-07-2009
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Fonte: Wikipedia(texto não revisto) Sandra Bennett, 12 anos, Colorado, 1980Richard Avedon (1923-2004).Filho do fotógrafo russo Jacob Israel Avedon, estudou na universidade de Columbia, em Nova Iorque, e tornou-se em 1941 Co-editor da revista “The Magpie”. Cumpriu o serviço militar entre 1942 e 44, após o que, foi estudar com Alexey Brodovitch no laboratório de design da New School for Social Research, em Nova Iorque.Em 1945 tornou-se fotógrafo da Harper's Bazaar, e até ao fim da década fotografou também para a Theatre Arts e para a revista Vogue.Em 1957 trabalhou na fotografia e foi consultor visual do filme “Funny Face” de Stanley Donen, nomeado para 4 Oscar’s da Academia de Hollwood, e com Audrey Hepburn e Fred Astaire nos principais. Esta colaboração não foi casual, pois o filme é baseado na carreira de Avedon e a personagem de Fred Astaire e inspirada directamente no fotógrafo nova-iorquino.Apesar de já merecer um filme, a sua carreira não se encontrava nem a metade, e assim, após ser reconhecido pela Popular Photography em 1958 como um dos 10 melhores fotógrafos do mundo, Richard Avedon publicou a meias com o famoso escritor Truman Capote livro “Observations”, e mais tarde “Nothing Personal”, com texto de James Baldwin.O seu trabalho esteve exposto no instituto Smithsonian em Washington no ínicio da década de 60, e após fotografar o movimento sulista dos direitos civis em 1963, tornou-se fotógrafo da revista Vogue, à qual se manteve fiel durante mais 34 anos.Depois de fotografar o movimento anti-guerra na América do final dos anos ’60, Avedon regressa às exposições quase uma década depois, desta feita no Minneapolis Institute of Arts, no estado do Minnesota, e 4 anos depois, em 1974 organiza no Museum Of Modern Art (MoMA) em Nova Iorque uma exposião com fotos do seu pai, intitulada naturalmente, “Jacob Israel Avedon”.Durante a década de 70, fotográfa no Vietnam, e após regressar é alvo de mais uma série de exposições e de convites para ilustrar livros com as suas imagens, bem como duas publicações nos Estados Unidos com retrospectives do seu trabalho.Em 1982 passa a fazer parte da “Hall of Fame” do Art Director's Club em Nova Iorque, e em 1985 publica mais um livro, desta feita intitulado “In The American West”. Ainda no mesmo ano, começa a trabalhar em colaboração com a revista francesa Egoïst, e recebe uma série de prémios por realizar um anúncio para televisão, entre eles o prémio de excelência atribuido pela empresa do inventor do rolo fléxivel e responsável pela massificação da fotografia, a Eastman Kodak.Em 1989 recebeu um Certificado de Reconhecimento atrbuido pela Universidade de Harvard, e durante a decada de ’90, continuou a trabalhar, e a expor em diversos sítios recebendo inúmeros prémios de carreira e de mérito. Em ’93 publicou uma autobiografia, e no ano seguinte o livro “Evidence”, vencedor do prémio de melhor livro de fotografia do ano, atribuído pela Biblioteque Nationale. Neste mesmo ano, recebe também um Doutoramento Honorário da Parsons School of Design em Nova Iorque.No final da década publica o livro “Avedon: The Sixties”, que conta com os melhores retratos feitos na década de ’60, uma verdadeira viagem visual ao interior de quase todas as personagens que marcaram aquela que culturalmente, foi um das décadas mais ricas do século.No novo milenio, Avedon continua a receber prémios em todo o mundo com uma regularidade impressionante. Publica em 2001 o livro “Richard Avedon: Made in France” e continua a ser alvo de inúmeras exposições baseadas no seu trabalho recente e nos seus trabalhos mais antigos.No ano antes de morrer, em 2003, Richard Avedon representa o papel de Mr.Apology na peça de Alec Wilkinson “Mr. Apology”, de novo na cidade onde nasceu, em Nova Iorque. Recebe o prémio do 150º aniversário da Royal Photographic Society e mais dois prémios de carreira até falecer, a 1 de Outubro de 2004, em San Antonio no Texas, longe da sua terra natal, mas irónicamente enquanto trabalhava para a revista “The New Yorker”.No ano seguinte a The Richard Avedon Foundation é criada para garantir que a visão do fotógrafo é salvaguardada. Durante a sua longa carreira fotografou nomes tao distantes no tempo e no espaço social que ocupam, como Marilyn Monroe, Tennessee Williams, Bob Dylan, Henry Kissinger, Michael Moore, Paul Simon & Art Garfunkel, as 3 gerações de Martin Luther King, Andy Warhol e os elementos do seu atelier, a “Factory”, Hilary Clinton, o lendário realizador John Ford, Malcolm X, Truman Capote,John Kerry e a portuguesa Teresa Simões-Ferreira Heinz-Kerry, Janis JoplINo líder dos Mothers Of Invention Frank Zappa, Abbie Hoffman, o presidente das Nações Unidas Kofi Annan, John Galliano, Mae West, Samuel Beckett, o compositor Igor Stravinsky, Charlize Theron, o espanhol Pablo Picasso, o presidente dos Estados Unidos Dwight Eisenhower, Naomi Campbell, Charles Chaplin, Ringo Starr, George Harrison, Paul McCartney e John Lennon.Análise temáticaAnalisando a regra de Richard Avedon, e não a excepção, ou seja, analisando os seus retratos de estúdio, pode-se induzir no erro de pensar à partida que as suas imagens não possuem uma temática. Embora em parte seja verdade, pois esses retratos, por hora, não tratam de nenhum temática específica, existe uma temática geral que os caracteriza e que é comum a todo o seu trabalho retratista.Assim, pode-se dizer que o trabalho de Avedon, de uma forma geral, reflecte a realidade do ser humano destituída de noções espaço-temporais. As pessoas, são o centro de todo o seu trabalho, e quase sempre, não são só o centro, mas são também o único elemento da imagem. Por isso, Avedon concentra-se nelas e tenta retirar delas aquilo que elas transmitem, na sua forma mais pura.Ao analisar a obra completa de Richard Avedon, um dos aspectos mais curiosos com que se depara, é um sentido de atemporalidade incrível. Tendo sido o século XX marcado por uma quase absurda massificação da imagem e dos ícones que se impuseram culturalmente em todo o globo, o espectador ganhou uma curiosa capacidade de relacionar todos esses rostos com um determinado acontecimento, e com uma determinada maneira de ser. Desta forma, Avedon apresenta grande parte desses rostos, desprovido da confortável sensação conferida habitualmente pelas referências espaço-temporais, totalmente nu perante o espectador, que não consegue evitar desenhar atrás deles o cenário que o seu subconsciente construiu acerca dessa pessoa. Da mesma forma, a mesma expressão facial em Henry Kissinger e Andy Warhol, transmite diferentes ideias ao espectador.Richard Avedon não se limita a utilizar pequenas narrativas para contra histórias com o seu trabalho. Em vez disso, prefere testemunhar a História e a cultura do século XX através dos seus principais intérpretes, sem nunca ajuizar os seus sujeitos. Através da omissão dessas referências espaço-temporais, Avedon torna contemporâneas, personagens tão díspares, apresentando-as quase como se tivessem estado todas numa mesma grande festa. Por isso é que, apesar de aparentemente iguais, são tão diferentes as fotos que Avedon produz, quando o sujeito é um estranho, ou quando é uma personalidade que conta algo só pela sua presença. Quando é alguem que já conhecemos através dos media, Avedon trata de nos dar a sensação de que a nossa relação com essa personalidade é algo íntimo e pessoal, como se o conhecessemos, e se as suas memorias fossem as nossas.É devido a esta naturalidade com que Richard Avedon capta os sujeitos, que o fotógrafo Americano consegue criar todo um processo de humanização de ícones pela mão de imagens que nos olham nos olhos e eventualmente, que nos atravessam. Capote, em 1974 Vítima de bombardeamento de napalm, Saigão, Vietname Norberto Lopez, trabalhador daindústria do petróleo, Texas, 1980Russell Laird e Tammy Baker,17 anos, Colorado, 1980


Fonte: Wikipedia(texto não revisto) Sandra Bennett, 12 anos, Colorado, 1980Richard Avedon (1923-2004).Filho do fotógrafo russo Jacob Israel Avedon, estudou na universidade de Columbia, em Nova Iorque, e tornou-se em 1941 Co-editor da revista “The Magpie”. Cumpriu o serviço militar entre 1942 e 44, após o que, foi estudar com Alexey Brodovitch no laboratório de design da New School for Social Research, em Nova Iorque.Em 1945 tornou-se fotógrafo da Harper's Bazaar, e até ao fim da década fotografou também para a Theatre Arts e para a revista Vogue.Em 1957 trabalhou na fotografia e foi consultor visual do filme “Funny Face” de Stanley Donen, nomeado para 4 Oscar’s da Academia de Hollwood, e com Audrey Hepburn e Fred Astaire nos principais. Esta colaboração não foi casual, pois o filme é baseado na carreira de Avedon e a personagem de Fred Astaire e inspirada directamente no fotógrafo nova-iorquino.Apesar de já merecer um filme, a sua carreira não se encontrava nem a metade, e assim, após ser reconhecido pela Popular Photography em 1958 como um dos 10 melhores fotógrafos do mundo, Richard Avedon publicou a meias com o famoso escritor Truman Capote livro “Observations”, e mais tarde “Nothing Personal”, com texto de James Baldwin.O seu trabalho esteve exposto no instituto Smithsonian em Washington no ínicio da década de 60, e após fotografar o movimento sulista dos direitos civis em 1963, tornou-se fotógrafo da revista Vogue, à qual se manteve fiel durante mais 34 anos.Depois de fotografar o movimento anti-guerra na América do final dos anos ’60, Avedon regressa às exposições quase uma década depois, desta feita no Minneapolis Institute of Arts, no estado do Minnesota, e 4 anos depois, em 1974 organiza no Museum Of Modern Art (MoMA) em Nova Iorque uma exposião com fotos do seu pai, intitulada naturalmente, “Jacob Israel Avedon”.Durante a década de 70, fotográfa no Vietnam, e após regressar é alvo de mais uma série de exposições e de convites para ilustrar livros com as suas imagens, bem como duas publicações nos Estados Unidos com retrospectives do seu trabalho.Em 1982 passa a fazer parte da “Hall of Fame” do Art Director's Club em Nova Iorque, e em 1985 publica mais um livro, desta feita intitulado “In The American West”. Ainda no mesmo ano, começa a trabalhar em colaboração com a revista francesa Egoïst, e recebe uma série de prémios por realizar um anúncio para televisão, entre eles o prémio de excelência atribuido pela empresa do inventor do rolo fléxivel e responsável pela massificação da fotografia, a Eastman Kodak.Em 1989 recebeu um Certificado de Reconhecimento atrbuido pela Universidade de Harvard, e durante a decada de ’90, continuou a trabalhar, e a expor em diversos sítios recebendo inúmeros prémios de carreira e de mérito. Em ’93 publicou uma autobiografia, e no ano seguinte o livro “Evidence”, vencedor do prémio de melhor livro de fotografia do ano, atribuído pela Biblioteque Nationale. Neste mesmo ano, recebe também um Doutoramento Honorário da Parsons School of Design em Nova Iorque.No final da década publica o livro “Avedon: The Sixties”, que conta com os melhores retratos feitos na década de ’60, uma verdadeira viagem visual ao interior de quase todas as personagens que marcaram aquela que culturalmente, foi um das décadas mais ricas do século.No novo milenio, Avedon continua a receber prémios em todo o mundo com uma regularidade impressionante. Publica em 2001 o livro “Richard Avedon: Made in France” e continua a ser alvo de inúmeras exposições baseadas no seu trabalho recente e nos seus trabalhos mais antigos.No ano antes de morrer, em 2003, Richard Avedon representa o papel de Mr.Apology na peça de Alec Wilkinson “Mr. Apology”, de novo na cidade onde nasceu, em Nova Iorque. Recebe o prémio do 150º aniversário da Royal Photographic Society e mais dois prémios de carreira até falecer, a 1 de Outubro de 2004, em San Antonio no Texas, longe da sua terra natal, mas irónicamente enquanto trabalhava para a revista “The New Yorker”.No ano seguinte a The Richard Avedon Foundation é criada para garantir que a visão do fotógrafo é salvaguardada. Durante a sua longa carreira fotografou nomes tao distantes no tempo e no espaço social que ocupam, como Marilyn Monroe, Tennessee Williams, Bob Dylan, Henry Kissinger, Michael Moore, Paul Simon & Art Garfunkel, as 3 gerações de Martin Luther King, Andy Warhol e os elementos do seu atelier, a “Factory”, Hilary Clinton, o lendário realizador John Ford, Malcolm X, Truman Capote,John Kerry e a portuguesa Teresa Simões-Ferreira Heinz-Kerry, Janis JoplINo líder dos Mothers Of Invention Frank Zappa, Abbie Hoffman, o presidente das Nações Unidas Kofi Annan, John Galliano, Mae West, Samuel Beckett, o compositor Igor Stravinsky, Charlize Theron, o espanhol Pablo Picasso, o presidente dos Estados Unidos Dwight Eisenhower, Naomi Campbell, Charles Chaplin, Ringo Starr, George Harrison, Paul McCartney e John Lennon.Análise temáticaAnalisando a regra de Richard Avedon, e não a excepção, ou seja, analisando os seus retratos de estúdio, pode-se induzir no erro de pensar à partida que as suas imagens não possuem uma temática. Embora em parte seja verdade, pois esses retratos, por hora, não tratam de nenhum temática específica, existe uma temática geral que os caracteriza e que é comum a todo o seu trabalho retratista.Assim, pode-se dizer que o trabalho de Avedon, de uma forma geral, reflecte a realidade do ser humano destituída de noções espaço-temporais. As pessoas, são o centro de todo o seu trabalho, e quase sempre, não são só o centro, mas são também o único elemento da imagem. Por isso, Avedon concentra-se nelas e tenta retirar delas aquilo que elas transmitem, na sua forma mais pura.Ao analisar a obra completa de Richard Avedon, um dos aspectos mais curiosos com que se depara, é um sentido de atemporalidade incrível. Tendo sido o século XX marcado por uma quase absurda massificação da imagem e dos ícones que se impuseram culturalmente em todo o globo, o espectador ganhou uma curiosa capacidade de relacionar todos esses rostos com um determinado acontecimento, e com uma determinada maneira de ser. Desta forma, Avedon apresenta grande parte desses rostos, desprovido da confortável sensação conferida habitualmente pelas referências espaço-temporais, totalmente nu perante o espectador, que não consegue evitar desenhar atrás deles o cenário que o seu subconsciente construiu acerca dessa pessoa. Da mesma forma, a mesma expressão facial em Henry Kissinger e Andy Warhol, transmite diferentes ideias ao espectador.Richard Avedon não se limita a utilizar pequenas narrativas para contra histórias com o seu trabalho. Em vez disso, prefere testemunhar a História e a cultura do século XX através dos seus principais intérpretes, sem nunca ajuizar os seus sujeitos. Através da omissão dessas referências espaço-temporais, Avedon torna contemporâneas, personagens tão díspares, apresentando-as quase como se tivessem estado todas numa mesma grande festa. Por isso é que, apesar de aparentemente iguais, são tão diferentes as fotos que Avedon produz, quando o sujeito é um estranho, ou quando é uma personalidade que conta algo só pela sua presença. Quando é alguem que já conhecemos através dos media, Avedon trata de nos dar a sensação de que a nossa relação com essa personalidade é algo íntimo e pessoal, como se o conhecessemos, e se as suas memorias fossem as nossas.É devido a esta naturalidade com que Richard Avedon capta os sujeitos, que o fotógrafo Americano consegue criar todo um processo de humanização de ícones pela mão de imagens que nos olham nos olhos e eventualmente, que nos atravessam. Capote, em 1974 Vítima de bombardeamento de napalm, Saigão, Vietname Norberto Lopez, trabalhador daindústria do petróleo, Texas, 1980Russell Laird e Tammy Baker,17 anos, Colorado, 1980

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