Kant_O_XimPi: REABERTO

28-06-2009
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Bertold Brecht Há homens que lutam um dia, e são bons;Há outros que lutam um ano, e são melhores;Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;Porém há os que lutam toda a vidaEstes são os imprescindíveisDo rio que tudo arrasta sediz que é violentoMas ninguém diz violentas asmargens que o comprimemO Vosso tanque General, é um carro forteDerruba uma floresta esmaga cemHomens,Mas tem um defeito- Precisa de um motoristaO vosso bombardeiro, generalÉ poderoso:Voa mais depressa que a tempestadeE transporta mais carga que um elefanteMas tem um defeito- Precisa de um piloto.O homem, meu general, é muito útil:Sabe voar, e sabe matarMas tem um defeito- Sabe pensarPerguntas de um Operário LetradoQuem construiu Tebas, a das sete portas?Nos livros vem o nome dos reis,Mas foram os reis que transportaram as pedras?Babilónia, tantas vezes destruida,Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casasDa Lima Dourada moravam seus obreiros?No dia em que ficou pronta a Muralha da China para ondeForam os seus pedreiros? A grande RomaEstá cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quemTriunfaram os Césares? A tão cantada BizâncioSò tinha paláciosPara os seus habitantes? Até a legendária AtlântidaNa noite em que o mar a engoliuViu afogados gritar por seus escravos.O jovem Alexandre conquistou as IndiasSózinho?César venceu os gauleses.Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?Quando a sua armada se afundou Filipe de EspanhaChorou. E ninguém mais?Frederico II ganhou a guerra dos sete anosQuem mais a ganhou?Em cada página uma vitòria.Quem cozinhava os festins?Em cada década um grande homem.Quem pagava as despesas?Tantas históriasQuantas perguntasElogio da DialécticaA injustiça avança hoje a passo firmeOs tiranos fazem planos para dez mil anosO poder apregoa: as coisas continuarão a ser como sãoNenhuma voz além da dos que mandamE em todos os mercados proclama a exploração;isto é apenas o meu começoMas entre os oprimidos muitos há que agora dizemAquilo que nòs queremos nunca mais o alcançaremosQuem ainda está vivo não diga: nuncaO que é seguro não é seguroAs coisas não continuarão a ser como sãoDepois de falarem os dominantesFalarão os dominadosQuem pois ousa dizer: nuncaDe quem depende que a opressão prossiga? De nòsDe quem depende que ela acabe? Também de nòsO que é esmagado que se levante!O que está perdido, lute!O que sabe ao que se chegou, que há aì que o retenhaE nunca será: ainda hojePorque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhãDificuldade de governar1Todos os dias os ministros dizem ao povoComo é difícil governar. Sem os ministrosO trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.Nem um pedaço de carvão sairia das minasSe o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da PropagandaMais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da GuerraNunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o solSem a autorização do Führer?Não é nada provável e se o fosseEle nasceria por certo fora do lugar.2E também difícil, ao que nos é dito,Dirigir uma fábrica. Sem o patrãoAs paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.Se algures fizessem um aradoEle nunca chegaria ao campo semAs palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E queSeria da propriedade rural sem o proprietário rural?Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.3Se governar fosse fácilNão havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.Se o operário soubesse usar a sua máquinaE se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortasNão haveria necessidade de patrões nem de proprietários.E só porque toda a gente é tão estúpidaQue há necessidade de alguns tão inteligentes.4Ou será queGovernar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentiraSão coisas que custam a aprender?Nada é impossível de mudarDesconfiai do mais trivial, na aparência singelo.E examinai, sobretudo, o que parece habitual.Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.


Bertold Brecht Há homens que lutam um dia, e são bons;Há outros que lutam um ano, e são melhores;Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;Porém há os que lutam toda a vidaEstes são os imprescindíveisDo rio que tudo arrasta sediz que é violentoMas ninguém diz violentas asmargens que o comprimemO Vosso tanque General, é um carro forteDerruba uma floresta esmaga cemHomens,Mas tem um defeito- Precisa de um motoristaO vosso bombardeiro, generalÉ poderoso:Voa mais depressa que a tempestadeE transporta mais carga que um elefanteMas tem um defeito- Precisa de um piloto.O homem, meu general, é muito útil:Sabe voar, e sabe matarMas tem um defeito- Sabe pensarPerguntas de um Operário LetradoQuem construiu Tebas, a das sete portas?Nos livros vem o nome dos reis,Mas foram os reis que transportaram as pedras?Babilónia, tantas vezes destruida,Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casasDa Lima Dourada moravam seus obreiros?No dia em que ficou pronta a Muralha da China para ondeForam os seus pedreiros? A grande RomaEstá cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quemTriunfaram os Césares? A tão cantada BizâncioSò tinha paláciosPara os seus habitantes? Até a legendária AtlântidaNa noite em que o mar a engoliuViu afogados gritar por seus escravos.O jovem Alexandre conquistou as IndiasSózinho?César venceu os gauleses.Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?Quando a sua armada se afundou Filipe de EspanhaChorou. E ninguém mais?Frederico II ganhou a guerra dos sete anosQuem mais a ganhou?Em cada página uma vitòria.Quem cozinhava os festins?Em cada década um grande homem.Quem pagava as despesas?Tantas históriasQuantas perguntasElogio da DialécticaA injustiça avança hoje a passo firmeOs tiranos fazem planos para dez mil anosO poder apregoa: as coisas continuarão a ser como sãoNenhuma voz além da dos que mandamE em todos os mercados proclama a exploração;isto é apenas o meu começoMas entre os oprimidos muitos há que agora dizemAquilo que nòs queremos nunca mais o alcançaremosQuem ainda está vivo não diga: nuncaO que é seguro não é seguroAs coisas não continuarão a ser como sãoDepois de falarem os dominantesFalarão os dominadosQuem pois ousa dizer: nuncaDe quem depende que a opressão prossiga? De nòsDe quem depende que ela acabe? Também de nòsO que é esmagado que se levante!O que está perdido, lute!O que sabe ao que se chegou, que há aì que o retenhaE nunca será: ainda hojePorque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhãDificuldade de governar1Todos os dias os ministros dizem ao povoComo é difícil governar. Sem os ministrosO trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.Nem um pedaço de carvão sairia das minasSe o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da PropagandaMais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da GuerraNunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o solSem a autorização do Führer?Não é nada provável e se o fosseEle nasceria por certo fora do lugar.2E também difícil, ao que nos é dito,Dirigir uma fábrica. Sem o patrãoAs paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.Se algures fizessem um aradoEle nunca chegaria ao campo semAs palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E queSeria da propriedade rural sem o proprietário rural?Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.3Se governar fosse fácilNão havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.Se o operário soubesse usar a sua máquinaE se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortasNão haveria necessidade de patrões nem de proprietários.E só porque toda a gente é tão estúpidaQue há necessidade de alguns tão inteligentes.4Ou será queGovernar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentiraSão coisas que custam a aprender?Nada é impossível de mudarDesconfiai do mais trivial, na aparência singelo.E examinai, sobretudo, o que parece habitual.Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

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