Blogo Social Português: A FALTA DE QUALIFICAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS II

30-09-2009
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OS NOVOS EMPRESÁRIOS PORTUGUESES TÊM MENOS DE 8 ANOS DE ESCOLARIDADE
Os estudos tiveram como base a análise dos dados dos quadros de pessoal referente ao período compreendido entre 1991 e 2000, portanto abrange um período suficientemente longo para se poderem tirar conclusões válidas, por um lado, e, por outro lado, diz respeito a um período recente portanto essas conclusões continuam a ser válidas no momento actual e a reflectir a realidade empresarial portuguesa.
Assim, de acordo com as conclusões de um desses estudos que tem o titulo “Indicadores de Empreendedorismo e Inovação” em Portugal, os novos patrões portugueses que apareceram no período 1991-2000 “em termos de escolaridade, apresentam uma média de 7,7 anos de escolaridade” (pág. 13), portanto uma escolaridade manifestamente insuficiente para poder responder aos desafios que as empresas enfrentam no mundo actual. Por outro lado, é evidente que se os novos patrões da última década do século XX possuíam em média uma escolaridade tão baixa- menos de 8 anos de escolaridade - então é legitimo concluir que a média de escolaridade dos antigos patrões portugueses, isto é, dos que ascenderam à classe de empresários antes de 1991 é ainda mais baixa, o que não deixa de ser extremamente grave e dá bem uma ideia da dimensão dos problemas existentes neste campo.
Outra característica importante dos novos patrões portugueses também revelada pelo mesmo estudo, que define bem o seu perfil psicológico, é que embora a maioria possuísse baixa escolaridade e baixas qualificações profissionais antes de serem patrões, logo que ascendem à classe de empresários autoclassificam-se como “quadros superiores” aparecendo nos quadros de pessoal das empresas incluídos em tal categoria.
O quadro seguinte construído com dados constantes do mesmo estudo mostra a ascensão rápida em termos formais das qualificações dos empresários portugueses, ou seja, através de um “passe de mágica”, eles passam rapidamente da categoria de “qualificados” ou mesmo de “não qualificados “ e “aprendizes” à categoria de “quadros superiores” embora essa passagem não corresponda, como é evidente, a qualquer aumento efectivo e real de qualificações dos patrões portugueses.
QUADRO I - QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS DOS NOVOS PATRÕES PORTUGUESES QUE APARECERAM NO PERÍODO 1991-2000
QUALIFICAÇÕES DOS NOVOS PATRÕES Antes de serem patrões % do Total Quando passam a patrões % do Total Quadros superiores 21,8% 83,9%
Quadros médios 12,7% 7,2%
Qualificados 47,9% 7,8%
Especializados 8,2% 0,8%
Não qualificados 3,2% 0,3%
Aprendizes 3,9% 0,1%
FONTE: Indicadores de Empreendedorismo e Inovação, págs. 14 e 15
Os dados do quadro I mostram que cerca de 55% dos novos empresários surgidos no período compreendido entre 1991 e 2000, antes de serem empresários possuíam a categoria de “qualificados”, “não qualificados” e mesmo “aprendizes”. No entanto, logo que se tornaram patrões cerca de 80% dos que pertenciam às categorias profissionais anteriores autoclassificaram-se como “quadros superiores”. É evidente que mudança súbita na categoria profissional não corresponde a qualquer aumento real e efectivo de qualificação profissional.
Loures, 28 de Dezembro de 2003
Eugénio Rosa (Economista)


OS NOVOS EMPRESÁRIOS PORTUGUESES TÊM MENOS DE 8 ANOS DE ESCOLARIDADE
Os estudos tiveram como base a análise dos dados dos quadros de pessoal referente ao período compreendido entre 1991 e 2000, portanto abrange um período suficientemente longo para se poderem tirar conclusões válidas, por um lado, e, por outro lado, diz respeito a um período recente portanto essas conclusões continuam a ser válidas no momento actual e a reflectir a realidade empresarial portuguesa.
Assim, de acordo com as conclusões de um desses estudos que tem o titulo “Indicadores de Empreendedorismo e Inovação” em Portugal, os novos patrões portugueses que apareceram no período 1991-2000 “em termos de escolaridade, apresentam uma média de 7,7 anos de escolaridade” (pág. 13), portanto uma escolaridade manifestamente insuficiente para poder responder aos desafios que as empresas enfrentam no mundo actual. Por outro lado, é evidente que se os novos patrões da última década do século XX possuíam em média uma escolaridade tão baixa- menos de 8 anos de escolaridade - então é legitimo concluir que a média de escolaridade dos antigos patrões portugueses, isto é, dos que ascenderam à classe de empresários antes de 1991 é ainda mais baixa, o que não deixa de ser extremamente grave e dá bem uma ideia da dimensão dos problemas existentes neste campo.
Outra característica importante dos novos patrões portugueses também revelada pelo mesmo estudo, que define bem o seu perfil psicológico, é que embora a maioria possuísse baixa escolaridade e baixas qualificações profissionais antes de serem patrões, logo que ascendem à classe de empresários autoclassificam-se como “quadros superiores” aparecendo nos quadros de pessoal das empresas incluídos em tal categoria.
O quadro seguinte construído com dados constantes do mesmo estudo mostra a ascensão rápida em termos formais das qualificações dos empresários portugueses, ou seja, através de um “passe de mágica”, eles passam rapidamente da categoria de “qualificados” ou mesmo de “não qualificados “ e “aprendizes” à categoria de “quadros superiores” embora essa passagem não corresponda, como é evidente, a qualquer aumento efectivo e real de qualificações dos patrões portugueses.
QUADRO I - QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS DOS NOVOS PATRÕES PORTUGUESES QUE APARECERAM NO PERÍODO 1991-2000
QUALIFICAÇÕES DOS NOVOS PATRÕES Antes de serem patrões % do Total Quando passam a patrões % do Total Quadros superiores 21,8% 83,9%
Quadros médios 12,7% 7,2%
Qualificados 47,9% 7,8%
Especializados 8,2% 0,8%
Não qualificados 3,2% 0,3%
Aprendizes 3,9% 0,1%
FONTE: Indicadores de Empreendedorismo e Inovação, págs. 14 e 15
Os dados do quadro I mostram que cerca de 55% dos novos empresários surgidos no período compreendido entre 1991 e 2000, antes de serem empresários possuíam a categoria de “qualificados”, “não qualificados” e mesmo “aprendizes”. No entanto, logo que se tornaram patrões cerca de 80% dos que pertenciam às categorias profissionais anteriores autoclassificaram-se como “quadros superiores”. É evidente que mudança súbita na categoria profissional não corresponde a qualquer aumento real e efectivo de qualificação profissional.
Loures, 28 de Dezembro de 2003
Eugénio Rosa (Economista)

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