antreus: A crise que nos querem esconder

04-07-2009
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Dir-se-á que há factos marginais da vida política que são suficientemente importantes para serem motivo de grandes destaques notic iosos. Não duvido que a necessidade de vender audiências e jornais tornadas indispensáveis à viabilidade dos media têm papel relevante. Mas é bom que não nos escape que isso está a matar a possibilidade de que, na crise profunda que atravessamos, possa existir uma opinião pública com a endurance suficiente para a conhecer e a enfrentar e a dar campo ao medo, a atentados a direitos fundamentais de quem trabalha e à passividade face a medidas que mobilizem uma vasta base social de apoio à defesa dos portugueses e do país.A economia afunda-se todos os dias e cada vez mais. Muitos milhares de trabalhadores vão para o desemprego todos os meses. Mas em vez disso, gastam-se rios de tinta com o Freeport, BPN e BPP, a revelação e exploração de comportamentos anti-éticos, mais ou menos escabrosos ou banditescos de boa-parte daquilo a que alguns traficantes de neologismos decidiram em tempo chamar de "classe política". Mas a dança de cadeiras entre o poder político e o económico (que de facto o determina) continua. É necessário o apuramento de factos e responsabilidades por parte dos organismos do Estado a quem isso compete. Todas estas trapalhadas indicam-nos a impossibilidade prática de tal gente poder determinar os caminhos da recuperação e de como conjurar os desastres que temos à porta. São questões graves mas também têm que deixar espaço para compreender que problemas de fundo o país enfrenta e as questões essenciais que importa mudarem. E não mudar para tudo ficar na mesma, não deixar passar como paradigmas diferentes os diferentes estados de alma, as diferentes estratégias de gabinetes de imagem, a mudança da fatiota.PS e PSD liquidaram a actividade industrial, agrícola, pesqueira, mineira e de produção de bens de consumo, em nome da modernização que esta integração europeia nos traria.Promoveram e apoiaram a financiarização do sistema económico, entregaram os fluxos financeiros resultantes das poupanças dos cidadãos em alimento de jogos de casino e de operações de alto risco, que enriqueceram ilegitimamente gestores.Com destaque particular para o governo de José Sócrates, os últimos anos assistiram ao consolidar de tais atitudes, de alterações fiscais gravosas para reformados e os consumidores em geral e agora promete um "retirar aos ricos para dar aos pobres" para depois das eleições. Como Jerónimo de Sousa salientou ontem, Sócrates nesse afã robinwwoodesco esquece-se do chumbo da proposta do PCP sobre a tribução das grandes fortunas.Já tudo é campanha eleitoral com Sócrates a vitimizar-se e a sua vida privada a servir de pasto para as revistas de largo consumo popular. À campanha que o próprio designou por "negra" segue-se agora a "cor-de-rosa".As verdadeiras causas da crise, os seus protagonistas e a mudança real de paradigmas esfumar-se-ia entre as mãos do prestidigitador.Mas o número talvez termine mal.


Dir-se-á que há factos marginais da vida política que são suficientemente importantes para serem motivo de grandes destaques notic iosos. Não duvido que a necessidade de vender audiências e jornais tornadas indispensáveis à viabilidade dos media têm papel relevante. Mas é bom que não nos escape que isso está a matar a possibilidade de que, na crise profunda que atravessamos, possa existir uma opinião pública com a endurance suficiente para a conhecer e a enfrentar e a dar campo ao medo, a atentados a direitos fundamentais de quem trabalha e à passividade face a medidas que mobilizem uma vasta base social de apoio à defesa dos portugueses e do país.A economia afunda-se todos os dias e cada vez mais. Muitos milhares de trabalhadores vão para o desemprego todos os meses. Mas em vez disso, gastam-se rios de tinta com o Freeport, BPN e BPP, a revelação e exploração de comportamentos anti-éticos, mais ou menos escabrosos ou banditescos de boa-parte daquilo a que alguns traficantes de neologismos decidiram em tempo chamar de "classe política". Mas a dança de cadeiras entre o poder político e o económico (que de facto o determina) continua. É necessário o apuramento de factos e responsabilidades por parte dos organismos do Estado a quem isso compete. Todas estas trapalhadas indicam-nos a impossibilidade prática de tal gente poder determinar os caminhos da recuperação e de como conjurar os desastres que temos à porta. São questões graves mas também têm que deixar espaço para compreender que problemas de fundo o país enfrenta e as questões essenciais que importa mudarem. E não mudar para tudo ficar na mesma, não deixar passar como paradigmas diferentes os diferentes estados de alma, as diferentes estratégias de gabinetes de imagem, a mudança da fatiota.PS e PSD liquidaram a actividade industrial, agrícola, pesqueira, mineira e de produção de bens de consumo, em nome da modernização que esta integração europeia nos traria.Promoveram e apoiaram a financiarização do sistema económico, entregaram os fluxos financeiros resultantes das poupanças dos cidadãos em alimento de jogos de casino e de operações de alto risco, que enriqueceram ilegitimamente gestores.Com destaque particular para o governo de José Sócrates, os últimos anos assistiram ao consolidar de tais atitudes, de alterações fiscais gravosas para reformados e os consumidores em geral e agora promete um "retirar aos ricos para dar aos pobres" para depois das eleições. Como Jerónimo de Sousa salientou ontem, Sócrates nesse afã robinwwoodesco esquece-se do chumbo da proposta do PCP sobre a tribução das grandes fortunas.Já tudo é campanha eleitoral com Sócrates a vitimizar-se e a sua vida privada a servir de pasto para as revistas de largo consumo popular. À campanha que o próprio designou por "negra" segue-se agora a "cor-de-rosa".As verdadeiras causas da crise, os seus protagonistas e a mudança real de paradigmas esfumar-se-ia entre as mãos do prestidigitador.Mas o número talvez termine mal.

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