Emprego: Economista diz que salário médio aumentará apenas 1,6% entre 2005 e 2007

08-09-2007
marcar artigo

Lisboa, 05 Set (Lusa) - O salário médio aumentará apenas 1,6 por cento entre 2005 e 2007 devido à substituição de trabalhadores mais qualificados por trabalhadores menos qualificados, logo com salários mais baixos, segundo um estudo do economista Eugénio Rosa, hoje divulgado.

O economista chega a esta conclusão com base nos dados do Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE), tendo em conta os salários por profissões estimados para 2007 (salários de 2006 actualizados em percentagens iguais aos aumentos verificados de 2 por cento).

De acordo com as contas de Eugénio Rosa, o salário médio dos empregados passa de 734 euros, em 2005, para 746 euros, em 2007.

"Está-se a verificar em Portugal uma recomposição do emprego, em que os trabalhadores mais qualificados, a tempo completo e permanentes estão a ser substituídos por trabalhadores menos qualificados, a tempo parcial e com contratos precários", sublinhou o ex-deputado do PCP.

O ligeiro crescimento do salário médio é explicado, segundo o economista, por uma redução, entre 2005 e 2007, de 115,9 mil empregos no grupo de trabalhadores com qualificação e escolaridade elevada, portanto com salários mais elevados, e um aumento de 59,7 mil empregos no grupo de qualificação e escolaridade média e de 72,1 mil empregos no grupo de qualificação e escolaridade mais baixa.

Também a variação da massa salarial será de apenas 1,9 por cento entre 2005 e 2007, justificada, em grande parte, pela redução da massa salarial do grupo qualificação e escolaridade elevada (menos 6,8 por cento).

A substituição de trabalhadores a tempo completo por trabalhadores a tempo parcial, a substituição de trabalhadores com contrato permanente por trabalhadores com contrato precário são os outros meios usados pelas empresas para reduzir o salário médio e as despesas com pessoal, adianta o economista que já integrou o gabinete de estudos da CGTP.

Entre 2005 e 2007 o emprego a tempo completo diminuiu em 17,2 mil, enquanto que o emprego a tempo parcial aumentou em 27,7 mil.

Por contratos, o emprego com contrato sem termo diminuiu em 40 mil e o emprego com contrato a termo aumentou em 91,9 mil, os outros contratos cresceram em 30 mil.

"Foram precisamente os trabalhadores com salários mais elevados (a tempo completo e com contratos sem termo) que diminuíram, enquanto que o emprego dos trabalhadores com salários mais baixos (a tempo parcial, contratados a prazo e com outros contratos) aumentou", concluiu Eugénio Rosa.

TSM.

Lusa/fim

Lisboa, 05 Set (Lusa) - O salário médio aumentará apenas 1,6 por cento entre 2005 e 2007 devido à substituição de trabalhadores mais qualificados por trabalhadores menos qualificados, logo com salários mais baixos, segundo um estudo do economista Eugénio Rosa, hoje divulgado.

O economista chega a esta conclusão com base nos dados do Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE), tendo em conta os salários por profissões estimados para 2007 (salários de 2006 actualizados em percentagens iguais aos aumentos verificados de 2 por cento).

De acordo com as contas de Eugénio Rosa, o salário médio dos empregados passa de 734 euros, em 2005, para 746 euros, em 2007.

"Está-se a verificar em Portugal uma recomposição do emprego, em que os trabalhadores mais qualificados, a tempo completo e permanentes estão a ser substituídos por trabalhadores menos qualificados, a tempo parcial e com contratos precários", sublinhou o ex-deputado do PCP.

O ligeiro crescimento do salário médio é explicado, segundo o economista, por uma redução, entre 2005 e 2007, de 115,9 mil empregos no grupo de trabalhadores com qualificação e escolaridade elevada, portanto com salários mais elevados, e um aumento de 59,7 mil empregos no grupo de qualificação e escolaridade média e de 72,1 mil empregos no grupo de qualificação e escolaridade mais baixa.

Também a variação da massa salarial será de apenas 1,9 por cento entre 2005 e 2007, justificada, em grande parte, pela redução da massa salarial do grupo qualificação e escolaridade elevada (menos 6,8 por cento).

A substituição de trabalhadores a tempo completo por trabalhadores a tempo parcial, a substituição de trabalhadores com contrato permanente por trabalhadores com contrato precário são os outros meios usados pelas empresas para reduzir o salário médio e as despesas com pessoal, adianta o economista que já integrou o gabinete de estudos da CGTP.

Entre 2005 e 2007 o emprego a tempo completo diminuiu em 17,2 mil, enquanto que o emprego a tempo parcial aumentou em 27,7 mil.

Por contratos, o emprego com contrato sem termo diminuiu em 40 mil e o emprego com contrato a termo aumentou em 91,9 mil, os outros contratos cresceram em 30 mil.

"Foram precisamente os trabalhadores com salários mais elevados (a tempo completo e com contratos sem termo) que diminuíram, enquanto que o emprego dos trabalhadores com salários mais baixos (a tempo parcial, contratados a prazo e com outros contratos) aumentou", concluiu Eugénio Rosa.

TSM.

Lusa/fim

marcar artigo