Educrítica.: A DESIGUALDADE EM PORTUGAL

26-06-2009
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Ontem ao ver aquela representação de Sócrates na RTP, quando se chegou à parte das perguntas sobre a governação, eu, sofri. Pedi insistentemente aos jornalistas que perguntassem ao socialista chefe do governo como explicava o aumento da desigualdade em Portugal, cavada ainda mais no período em que ele governara até ao momento.Pedi. Voltei a pedir. Nada adiantou. Essa pergunta que eu achava fundamental não foi feita.Há perguntas que não se fazem quando não se quer perguntar, quando não se quer saber a resposta ou quando não se sabe sequer que é uma pergunta a ser feita.Eugénio Rosa é um economista com larga obra produzida. Ultimamente tem dedicado muito do seu tempo a produzir estudos sobre questões económicas de actualidade indiscutível. Não é mediático nas televisões e quando o convidam não lhe dão tempo para falar. Os seus estudos são, no entanto, extremamente claros e tantas vezes demolidores para com os economistas do regime.Num resumo dum seu estudo recente ele mostra claramente como a DESIGUALDADE é imensa em Portugal e como tem aumentado nos últimos tempos.Os jornalistas que entrevistaram Sócrates ontem e tantos outros que entrevistam ministros não lêem Eugénio Rosa. (Para bem das suas "carreiras" como jornalistas, diremos nós, que imaginamos como o poder económico e político que nos governa é tão implacável com jornalistas sérios e que não lhes façam fretes. Para mal da informação dos portugueses, dizemos nós também)Repare-se na clareza deste resumo do estudo a que me referi:"O Eurostat acabou de publicar dados sobre a repartição dos rendimentos nos países da União Europeia. Esses dados já abrangem o 1º ano do governo de Sócrates, ou seja, 2005. E eles revelam que as desigualdades na repartição do rendimento nunca foram tão elevadas em Portugal e nunca aumentaram tanto num único ano como sucedeu neste 1º ano de governo PS."Em 2005, em Portugal, os 20% da população com rendimentos mais elevados receberam 8,2 vezes mais rendimentos do que os 20% da população com rendimentos mais baixos, quando a média na União Europeia (25 países) era, nesse ano, de 4,9 vezes, ou seja, em Portugal a desigualdade neste campo era superior à média comunitária em 67,3%. Se se analisar a variação da desigualdade nos últimos dez anos conclui-se que é precisamente em Portugal o país onde ela mais cresceu. Entre 1995 e 2005, este indicador baixou na União Europeia dos 15 países mais antigos, onde Portugal se integra, de 5,1 para 4,8, enquanto em Portugal cresceu de 7,4 para 8,2. Mas é precisamente em 2005, com o governo de Sócrates, que as desigualdades neste campo aumentaram mais. Enquanto a nível da UE25 passou de 4,8 para 4,9, portanto agravou-se em 2%, em Portugal aumentou de 7,2 para 8,2, ou seja, registou um agravamento de 13,8%, isto é, 6,9 vezes mais que a média comunitária E tudo se verifica num País onde a riqueza criada por habitante é bastante inferior à média comunitária. Em 2006,por ex., o PIB por habitante SPA português correspondia apenas a 69,8% da média da UE25. A riqueza produzida é pouca em Portugal mas está cada vez mais mal repartida, o que torna a situação portuguesa ainda mais grave (interessa recordar que dois milhões de portugueses vivem actualmente ainda abaixo do limiar da pobreza)."Se quiserem ler o estudo todo, lêem-no aqui.E se quiserem escolher e ler muitos dos estudos desta pessoa notável, podem a eles aceder aqui, por exemplo.Muito aprendi e aprendo com este economista!

Ontem ao ver aquela representação de Sócrates na RTP, quando se chegou à parte das perguntas sobre a governação, eu, sofri. Pedi insistentemente aos jornalistas que perguntassem ao socialista chefe do governo como explicava o aumento da desigualdade em Portugal, cavada ainda mais no período em que ele governara até ao momento.Pedi. Voltei a pedir. Nada adiantou. Essa pergunta que eu achava fundamental não foi feita.Há perguntas que não se fazem quando não se quer perguntar, quando não se quer saber a resposta ou quando não se sabe sequer que é uma pergunta a ser feita.Eugénio Rosa é um economista com larga obra produzida. Ultimamente tem dedicado muito do seu tempo a produzir estudos sobre questões económicas de actualidade indiscutível. Não é mediático nas televisões e quando o convidam não lhe dão tempo para falar. Os seus estudos são, no entanto, extremamente claros e tantas vezes demolidores para com os economistas do regime.Num resumo dum seu estudo recente ele mostra claramente como a DESIGUALDADE é imensa em Portugal e como tem aumentado nos últimos tempos.Os jornalistas que entrevistaram Sócrates ontem e tantos outros que entrevistam ministros não lêem Eugénio Rosa. (Para bem das suas "carreiras" como jornalistas, diremos nós, que imaginamos como o poder económico e político que nos governa é tão implacável com jornalistas sérios e que não lhes façam fretes. Para mal da informação dos portugueses, dizemos nós também)Repare-se na clareza deste resumo do estudo a que me referi:"O Eurostat acabou de publicar dados sobre a repartição dos rendimentos nos países da União Europeia. Esses dados já abrangem o 1º ano do governo de Sócrates, ou seja, 2005. E eles revelam que as desigualdades na repartição do rendimento nunca foram tão elevadas em Portugal e nunca aumentaram tanto num único ano como sucedeu neste 1º ano de governo PS."Em 2005, em Portugal, os 20% da população com rendimentos mais elevados receberam 8,2 vezes mais rendimentos do que os 20% da população com rendimentos mais baixos, quando a média na União Europeia (25 países) era, nesse ano, de 4,9 vezes, ou seja, em Portugal a desigualdade neste campo era superior à média comunitária em 67,3%. Se se analisar a variação da desigualdade nos últimos dez anos conclui-se que é precisamente em Portugal o país onde ela mais cresceu. Entre 1995 e 2005, este indicador baixou na União Europeia dos 15 países mais antigos, onde Portugal se integra, de 5,1 para 4,8, enquanto em Portugal cresceu de 7,4 para 8,2. Mas é precisamente em 2005, com o governo de Sócrates, que as desigualdades neste campo aumentaram mais. Enquanto a nível da UE25 passou de 4,8 para 4,9, portanto agravou-se em 2%, em Portugal aumentou de 7,2 para 8,2, ou seja, registou um agravamento de 13,8%, isto é, 6,9 vezes mais que a média comunitária E tudo se verifica num País onde a riqueza criada por habitante é bastante inferior à média comunitária. Em 2006,por ex., o PIB por habitante SPA português correspondia apenas a 69,8% da média da UE25. A riqueza produzida é pouca em Portugal mas está cada vez mais mal repartida, o que torna a situação portuguesa ainda mais grave (interessa recordar que dois milhões de portugueses vivem actualmente ainda abaixo do limiar da pobreza)."Se quiserem ler o estudo todo, lêem-no aqui.E se quiserem escolher e ler muitos dos estudos desta pessoa notável, podem a eles aceder aqui, por exemplo.Muito aprendi e aprendo com este economista!

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