ABRIL DE NOVO: PREC: Cronologia do Ano de 1975

05-10-2009
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21 de Setembro de 1975 – Vigília nocturna em Belém da Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas, que marca o início da sua jornada de luta pela promulgação do diploma regulador do seu estatuto, concessão da pensão militar e outras regalias.21 de Setembro de 1975 – Um furriel e um cabo que distribuíam manifestos do SUV na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, são detidos.21 de Setembro de 1975 – General graduado Otelo Saraiva de Carvalho, vice-almirante António Rosa Coutinho e capitão António Marques Júnior, membros do Conselho da Revolução, iniciam uma visita à Suécia, a convite do primeiro-ministro Olof Palme.21 de Setembro de 1975 – António Lopes Cardoso, ministro da Agricultura, participa numa sessão de esclarecimento em Beja, onde afirma que «os latifundiários que julgam que o VI Governo Provisório não vai prosseguir a reforma agrária, enganam-se», acrescentado que serão «revistos os casos onde se verificou que as ocupações foram efectuadas por oportunistas».21 de Setembro de 1975 – Atentados bombistas no Porto e Leiria, de cariz anticomunista.21 de Setembro de 1975 – Um grupo da FLAMA, comandados pelo empreiteiro madeirense José Cardoso, atacou e feriu o presidente do Sindicato Livre dos Operários da Construção Civil do Funchal.22 de Setembro de 1975 – Manifestação no Funchal de operários da construção civil de protesto contra a agressão que fora vitima o presidente do sindicato, para exigir medidas e prisão dos agressores, sendo recebidos no Governo Militar da Madeira pelo brigadeiro Carlos Azeredo, major Faria Leal e major Oliveira.22 de Setembro de 1975 – Jornada da Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas, a fim de chamar a atenção para a necessidade de serem atendidas as suas reivindicações. Erguem barricadas junto do Palácio de Belém, bloqueiam a Marginal, ocupam estações de rádio e interrompem a circulação da linha do Estoril, para lerem comunicados à população.22 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas é recebida durante mais de duas horas pelo major José do Canto e Castro, major José da Costa Neves e capitão Rodrigo de Sousa e Castro, do Conselho da Revolução, não havendo qualquer acordo de entendimento.22 de Setembro de 1975 – Agitação intensa na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, com os soldados a exigirem “libertação imediata dos camaradas Pinto e Figueiredo” e “reaccionários fora dos quartéis”, com tentativa de assalto à prisão da unidade, que foram transferidos para uma prisão militar.22 de Setembro de 1975 – Conferência de imprensa do SUV – Nacional para divulgação do seu manifesto.22 de Setembro de 1975 – Reunião da Comissão Organizadora do Congresso de Reconstrução do Partido Comunista, com a presença do CMLP, OCMLP e ORPC (m-l).22 de Setembro de 1975 – Uma lista afecta ao PS e ao MRPP vence as eleições no Sindicato do Comércio de Lisboa. Com este desfecho, os sindicatos do sector de serviços (seguros, bancários, escritórios e comércio) passam a ser controlados pelo PS e MRPP.22 de Setembro de 1975 – Reunião de António Lopes Cardoso, ministro da Agricultura, com os representantes dos sindicatos dos trabalhadores agrícolas e das ligas de pequenos agricultores para apreciar as questões do sector, a reforma agrária e as linhas de crédito agrícola de emergência.22 de Setembro de 1975 – A Comissão Coordenadora de Trabalhadores da Rádio Renascença transmite um apelo «à população em geral para se manter alerta», devido aos rumores sobre uma «negociata» para entrega da estação à Igreja.22 de Setembro de 1975 – Atentado bombista contra sede do PCP na Marinha Grande.22 de Setembro de 1975 – A TVE retira de Lisboa o seu corresponde para protestar contra a «atitude inadmissível e hostil assumida pela televisão portuguesa contra a Espanha».23 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas ocupa a portagem da ponte sobre o Tejo, garantindo a passagem gratuita a todo o trânsito.23 de Setembro de 1975 – Comunicado da Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas, lido através das instalações sonoras da Linha de Cascais, denunciando os milhões que o Estado paga a 19 «generais fascistas aposentados» e perguntado: «não há crise económica para oficiais que foram pedras basilares da estrutura repressiva e fascista durante 48 anos? Só existe crise económica para os deficientes das Forças Armadas e para todos os outros explorados e oprimidos?».23 de Setembro de 1975 – O jornal REPÚBLICA lança a suspeita da existência dum acordo do VI Governo para devolver a Rádio Renascença ao Patriarcado.23 de Setembro de 1975 – Comunicado do Secretariado Político do PRP acerca dos «comentários caluniosos» sobre o desaparecimento de armas, a repudiar as atoardas de A LUTA, LUTA POPULAR e JORNAL DE NOTÍCIAS, onde também «saúda com admiração o gesto revolucionário do capitão Fernandes».23 de Setembro de 1975 – Capitão Álvaro Fernandes, em entrevista ao Rádio Clube Português, confirma a autoria do desvio das mil armas automáticas G-3 e informa que passou à clandestinidade, dizendo que «as armas foram entregues a trabalhadores revolucionários».23 de Setembro de 1975 – José Mestre Soeiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas do Distrito de Beja, afirma que os assalariados rurais alentejanos têm sérias dúvidas sobre «se o VI Governo servirá efectivamente os interesses das classes trabalhadoras».23 de Setembro de 1975 – Américo Duarte, deputado da UDP, apresenta vários requerimento, solicitando informações relativamente a acontecimentos ocorridos no Porto, à manutenção do Regulamento de Disciplina Militar e à sindicalização dos trabalhadores das fábricas militares, e apresenta uma proposta de alteração do artigo 9.º, do Direito à greve.23 de Setembro de 1975 – Octávio Pato volta a intervir, em nome do PCP, no período de antes da ordem do dia, depois de muito tempo de ausência, dizendo que o silêncio e ausência do PCP estavam a ser aproveitados para ataques contra o seu partido. O MDP/CDE mantêm a recusa em participar no período de antes da ordem do dia, argumentando que os deputados foram eleitos para fazer a Constituição.23 de Setembro de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de José Carreira Marques, deputado do PCP, que tece algumas considerações sobre a reforma agrária.23 de Setembro de 1975 – Georgette de Oliveira Ferreira, deputada do PCP pelo círculo de Lisboa, pede para renunciar ao mandato de deputada «por exigências do seu trabalho político», sendo depois substituída por Herculano Cordeiro de Carvalho, empregado de escritório.23 de Setembro de 1975 – Vasco da Gama Fernandes, deputado do PS, refere-se aos portugueses prisioneiros em poder da União Democrática de Timor (UDT) sobre os quais pesa uma ameaça de morte, solicitando que diligencie junto das entidades oficiais sobre o assunto.23 de Setembro de 1075 – José Luís Nunes, deputado do PS, faz um protesto relativamente a referências feitas num requerimento apresentado por Américo Duarte (UDP) a Mário Cal Brandão, governador civil do Porto e deputado do PS. Refere-se à decisão do Grupo de Deputados do PCP em assistir aos trabalhos parlamentares no período de antes da ordem do dia, aos assaltos às sedes dos partidos políticos, ao VI Governo Provisório e à Reforma Agrária e intervém na discussão do artigo 9.º do parecer em debate (Direito à Greve).23 de Setembro de 1975 – António Aires Rodrigues, deputado do PS, intervém na discussão do artigo 9.º do parecer da Comissão dos Direitos e Deveres Fundamentais, sobre o Direito à Greve.23 de Setembro de 1975 – Francisco Marcelo Curto, deputado do PS, intervém na discussão do artigo 9.º do Direito à Greve.23 de Setembro de 1975 – Basílio Horta da França, deputado do CDS, intervém na discussão do artigo 9.º (Direito à Greve).23 de Setembro de 1975 – Os representantes da imprensa decidem por maioria, com duas abstenções, não fazer a cobertura da visita do general Costa Gomes à Polónia e União Soviética, devido à restrições ao número de enviados especiais. Na comitiva oficial só seriam autorizados 18 órgãos de comunicação dos 25 inscritos, que englobava os jornais, rádio, televisão, agência noticiosa e o instituto de cinema.23 de Setembro de 1975 – General António de Spínola define o MDLP como «uma frente unitária de resistência e combate à ditadura marxista instalada no» país.23 de Setembro de 1975 – Andrei Andreyevich Gromyko, ministro soviético dos Negócios Estrangeiros, afirma na ONU que «ninguém pode ser autorizado a espezinhar o direito inalienável do povo português de decidir do seu destino».24 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas ocupa (de madrugada) a portagem da auto-estrada do Norte, em Santarém.24 de Setembro de 1975 – Os operários da FAMEL, empresa metalúrgica em Mourisca do Vouga, Águeda, entram em greve.24 de Setembro de 1975 – A ORPC (m-l) alerta que «a burguesia está a preparar a ocupação da Rádio Renascença».24 de Setembro de 1975 – Assembleia de Unidade do Regimento de Polícia Militar solidariza-se com os militares presos em Mafra por terem panfletos dos SUV em seu poder.24 de Setembro de 1975 – Reunião em Évora entre as ligas de pequenos agricultores, os sindicatos de trabalhadores rurais e o ministro da Agricultura do VI Governo Provisório, António Lopes Cardoso, acerca da Reforma Agrária e do crédito agrícola de emergência. Marca o princípio da ruptura entre o ministério e os trabalhadores, sindicatos e ligas agrícolas.24 de Setembro de 1975 – António de Almeida Santos, ministro da Comunicação Social, afirma que os casos REPÚBLICA e Rádio Renascença serão decididos brevemente pelo Conselho da Revolução ou pelo Governo, que na sua opinião deverão ser entregues aos proprietários.24 de Setembro de 1975 – Francisco de Sá Carneiro anuncia em conferência de imprensa, em Lisboa, que vai retomar funções partidárias. Criticou as afirmações do primeiro-ministro Pinheiro de Azevedo, na tomada de posse, sobre a social-democracia e o rumo socialista.24 de Setembro de 1975 – Vera Lagoa e o dr. Francisco de Sousa Tavares, seu advogado, apresentam-se no COPCON por causa do artigo onde tece virulentas críticas ao presidente Costa Gomes. Foi mandada em liberdade e o seu caso transferido para a esfera civil, ao abrigo da Lei de Imprensa.24 de Setembro de 1975 – Acesa discussão na Assembleia Constituinte entre José Carreira Marques, deputado do PCP, e José Luís Nunes, deputado do PS, por este ter referido às «delapidações e roubos» cometidos no Alentejo, a propósito da Reforma Agrária. O deputado socialista reafirmou que «a Reforma Agrária é uma contra--revolução agrária», conduzida através de «acções anarquizantes e desordeiras».24 de Setembro de 1975 – Mário Cal Brandão, deputado do PS e Governador Civil do Distrito do Porto, refere-se a acontecimentos ocorridos acerca do Conselho Municipal do Porto, repudiando afirmações do deputado Américo Duarte (UDP), que pusera em causa a acção daquele como governador civil.24 de Setembro de 1975 – Francisco Marcelo Curto, deputado do PS, intervém na discussão do artigo do artigo 10.º, da Proibição do lock-out, e no artigo 11.º, da Liberdade Sindical.24 de Setembro de 1975 – Álvaro Monteiro, do PS, e José Francisco Lopes, do PPD, deputados do círculo de Viseu, subscrevem um requerimento solicitando informações sobre o transporte de mercadorias no ramal do Dão.24 de Setembro de 1975 – Registam-se incidentes entre a Polícia Militar e retornados de Angola, no Rossio, que gritam vivas ao ELP.24 de Setembro de 1975 – Portaria n.º 578/75, do Ministério da Agricultura e Pescas, que expropria 25 prédios rústicos nos concelhos de Alcácer do Sal e Grândola, por decisão de 5 de Setembro.24 de Setembro de 1975 – Portaria n.º 579/75, do Ministério da Agricultura e Pescas, que manda expropriar 154 prédios rústicos nos concelhos de Montemor-o-Novo, Viana do Alentejo, Portel, Évora, Alandroal, Montemor, Arraiolos, Estremoz, Vila Viçosa, Vendas Novas, Redondo, Borba e Reguengos de Monsaraz.24 de Setembro de 1975 – Atentado à bomba contra sede do PCP em Vieira do Minho.24 de Setembro de 1975 – Atentado bombista contra o posto da Emissora Nacional em Bragança, reivindicado pela extrema-direita.24 de Setembro de 1975 – O Governo de Madrid entrega uma nota de protesto formal contra a «ingerência» portuguesa nos assuntos internos da Espanha, devido à cobertura noticiosa da RTP a propósito da condenação à morte de militantes da ETA e da FRAP.25 de Setembro de 1975 – Manifestantes mobilizados pela Associação dos Deficientes das Forças Armadas ocupam (de madrugada) a Emissora Nacional de Radiodifusão para darem a conhecer a sua luta, através da leitura de comunicados e moções de apoio.25 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas decidiu retirar as barricadas da Marginal e acabar com a paragens de comboios na Linha de Cascais.25 de Setembro de 1975 – Manifestação dos SUV (Soldados Unidos Vencerão!) em Lisboa, sob o lema “soldados sempre, sempre ao lado do Povo”, apoiada pela LCI, MES e UDP, com participação de cerca de 100 000 manifestantes, representantes das comissões de trabalhadores e de moradores, centenas de soldados fardados vindos de 15 unidades, uma delegação da Armada, uma delegação de Pára-Quedistas e elementos da extinta 5.ª Divisão. O comício final realizou-se no Parque Eduardo VII.25 de Setembro de 1975 – No final da manifestação dos SUV foram desviados dezenas de autocarros da Carris a fim de transportar os manifestantes para protestarem em frente do presídio da Trafaria (durante a noite e madrugada), onde libertaram os militares da EPI de Mafra, presos por pertencerem aos SUV.25 de Setembro de 1975 – Francisco de Sá Carneiro afirma que a «indisciplina dentro das Forças Armadas […] representa um gravíssimo risco».25 de Setembro de 1975 – Américo Duarte, deputado da UDP, apresenta um requerimento relativo a incidentes ocorridos com dois militares, detidos em Mafra, e outro referente à satisfação das reivindicações dos deficientes das forças armadas, e intervém na discussão do artigo 11.º (Liberdade Sindical), apresentando diversas propostas de alteração. 25 de Setembro de 1975 – Joaquim Velez, deputado do PCP, manifesta-se «como alentejano» e «como operário agrícola» contras as palavras de José Luís Nunes (PS), deputado que «tem atrás de si grande vontade de impedir a realização da Reforma Agrária», pois «calca a seus pés as lutas que os operários agrícolas» têm travado «contra o desemprego; contra jornas de miséria; contra a falta de férias; contra as terras incultas e a sabotagem económica».25 de Setembro de 1975 – António Lopes Cardoso, deputado do PS pelo círculo de Beja, por incompatibilidade com o exercício de cargos governamentais, foi substituído por Joaquim da Costa Pinto, comerciante.25 de Setembro de 1975 – Vítor Freire Boga, deputado do PPD por Viseu, apresenta na Assembleia Constituinte um requerimento relativo à questão do fornecimento de ramas de petróleo pela URSS.25 de Setembro de 1975 – Vítor de Sá Machado, deputado do CDS, faz uma declaração de voto relativamente ao artigo 11.º do parecer da Comissão dos Direitos e Deveres Fundamentais relativo à Liberdade Sindical.25 de Setembro de 1975 – Morte de três elementos do ELP quando preparavam um atentado com engenho explosivo com o fim de destruir os emissores da RTP em Monsanto, Lisboa.25 de Setembro de 1975 – Lei n.º 12/75, do Conselho da Revolução, que revoga a Lei n.º 11/75, a chamada “Lei da Censura Militar”. Nunca chegou a ser aplicada.25 de Setembro de 1975 – Decreto-Lei n.º 532/75, do Ministério da Indústria e Tecnologia, que nacionaliza a CUF – Companhia União Fabril, com eficácia a contar de 12 de Agosto.25 de Setembro de 1975 – General graduado Otelo Saraiva de Carvalho, ao regressar de uma viagem à Suécia, declara que as armas desviadas de Beirolas «estão em boas mãos», embora considere que o desvio foi um erro.25 de Setembro de 1975 – O NEW YORK TIME escreve que, segundo fontes oficiais de Washington, estavam a ser enviados fundos americanos canalizados pela CIA através de partidos da Internacional Socialista e sindicatos da Europa Ocidental, para apoiar o PS.26 de Setembro de 1975 – General graduado Otelo Saraiva de Carvalho ordena (de madrugada) a libertação do cabo Pinto e furriel Figueiredo que estavam detidos na Casa de Reclusão da Trafaria por distribuírem panfletos dos SUV.26 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas mantêm piquetes de ocupação da Emissora Nacional, das portagens de Sacavém, Vila Franca Xira e da ponte sobre o Tejo.26 de Setembro de 1975 – Realiza-se na EPAM a I Reunião Plenária das Comissões de Trabalhadores, Comissões de Moradores e outras organizações populares da zona de Lumiar, Charneca, Ameixoeira, Alvalade, Campo Grande e São João de Brito, para constituição da Assembleia Popular.26 de Setembro de 1975 – Sai o primeiro número do DIÁRIO DO ALENTEJO, de Beja, sob responsabilidade da Comissão de Trabalhadores.26 de Setembro de 1975 – Comunicado da União do Povo da Madeira (UPM) denunciando «uma moção subscrita por onze fascistas e exploradores do povo de Machico» a pedir o afastamento e expulsão para o continente do padre José Martins, de Milton Morais Sarmento, dirigente da FEC (m-l), encerramento da Cooperativa Povo Unido e desmantelamento do Centro de Informação Popular de Machico, onde se fazia também ameaças que se o Comando da Madeira (COPMAD) não desse cumprimento a tudo «a guerra civil em Portugal começaria em Machico».26 de Setembro de 1975 – Jaime Serra, deputado do PCP, pede esclarecimentos ao deputado Marcelo Rebelo de Sousa (PPD) sobre uma intervenção relativa a um problema suscitado por declarações do deputado Carlos de Brito (PCP) relativamente à actuação política do PPD, e faz algumas considerações sobre uma manifestação de protesto pela prisão de dois militares realizada pelos SUV (Soldados Unidos Vencerão!).26 de Setembro de 1975 – Festa Popular no Palácio de Cristal, Porto, com a presença de José Ary dos Santos, José Viana e Adriano Correia de Oliveira, e comício com discurso Álvaro Cunhal, sob o lema “com o PCP, em defesa da revolução”.26 de Setembro de 1975 – Decreto n.º 536-A/75, da Presidência da República, que nomeia o capitão-de-fragata Vítor Trigueiros Crespo para o cargo de Ministro da Cooperação.26 de Setembro de 1975 – Decreto n.º 536-B/75, da Presidência da República, que nomeia os Secretários de Estado do VI Governo Provisório: eng.º Manuel Ferreira de Lima, dr. Rui Barradas do Amaral, dr. Armando Pereira Bacelar, dr. Vítor Constâncio; dr. Artur dos Santos Silva, eng.º António de Sousa Gomes, dr. António Barreto, dr. José Medeiros Ferreira, dr. Rui Chancerelle de Machete, coronel eng.º Amadeu Garcia dos Santos, capitão-de-fragata Mário José de Aguiar, dr. António Costa Brotas, dr. António Silva Graça, dr. António Pereira Bica, eng.º Joaquim da Silva Lourenço, eng.º Pedro dos Santos Coelho, eng.º Fernando Marques Videira, eng.º Mário Cardoso dos Santos, eng.º António Machado Rodrigues, dr. Francisco Marcelo Curto, eng.º Manuel Tito de Morais, dr. Carlos Chaves Macedo e tenente-coronel José Ferreira da Cunha.26 de Setembro de 1975 – O “Grupo dos Nove” encarrega o tenente-coronel António Ramalho Eanes de elaborar um plano de acções militares, com levantamento das forças que podem apoiar ou contrariar uma tomada de poder.26 de Setembro de 1975 – O Conselho da Revolução cria o AMI – Agrupamento Militar de Intervenção, organismo militar de repressão do movimento popular, destinada a intervir em casos de ordem pública e para retirar poder ao COPCON, constituído por forças operacionais dos três Ramos das Forças Armadas, na dependência directa do Presidente da República e do CEMGFA.26 de Setembro de 1975 – Os comandantes das unidades da Região Militar de Lisboa, reunidos à noite, deliberaram que o AMI «tendo finalidades repressivas e visando assegurar a ditadura do capital, é contrário aos interesses da Revolução», manifestando apoio ao COPCON.27 de Setembro de 1975 – Comunicado da UDP, distribuído de madrugada e lido aos microfones do Rádio Clube Português, apelando à concentração popular de protesto contra a execução de cinco antifascistas espanhóis, para «que o fascista Franco pague bem caro pelos seus crimes».27 de Setembro de 1975 – Assalto ao consulado e embaixada de Espanha em Lisboa. O consulado na Rua do Salitre é destruído e a embaixada na Praça de Espanha é incendiada, sendo içada uma bandeira da FRAP no mastro da embaixada, numa acção que durou cinco horas.27 de Setembro de 1975 – Manifestação de protesto junto ao consulado de Espanha no Porto, convocada pela UDP e OCMLP, que foi reprimida a tiro e com gás lacrimogéneo por forças da PSP e do Exército.27 de Setembro de 1975 – Manifestação antifranquistas em Évora de protesto contra a execução de cinco antifascistas espanhóis, militantes da ETA e da FRAP.27 de Setembro de 1975 – O jornal A CAPITAL considera que a atitude dos manifestantes contra a embaixada e consulado de Espanha foi «um bocadinho demais», mas «o Franco merece isso».27 de Setembro de 1975 – O VI Governo, reunido em sessão extraordinária, condena o vandalismo contra a representações diplomáticas de Espanha, que considera uma «campanha provocatória e contra-revolucionária», ordena um inquérito e dispõe-se a indemnizar o Estado espanhol.27 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas cerca o Conselho de Ministros e bloqueia as saídas do Palácio de São Bento durante várias horas, para defesa das suas reivindicações, sendo depois reprimidos e desalojados pelo Regimento de Comandos da Amadora.27 de Setembro de 1975 – Rui Gomes, estudante liceal, foi preso durante a manifestação dos deficientes, permanecendo encarcerado durante vários meses sem culpa formada.27 de Setembro de 1975 – Fundação da UCRP (m-l) – União Comunista para a Reconstituição do Partido (marxista-leninista), sob o lema “unir os comunistas, reconstituir o partido”, pela fusão da União Comunista Marxista-Leninista (UCML), União Comunista para a Reconstrução do Partido (UCRP) e o remanescente do Núcleos José de Sousa.27 de Setembro de 1975 – Sessão de esclarecimento da FUR em Viana do Castelo, com a presença de 150 pessoas.27 de Setembro de 1975 – Sessão de esclarecimento da FUR em Estremoz.27 de Setembro de 1975 – Forças militares da Escola Prática de Cavalaria realizam uma busca à sede distrital do MES em Santarém.27 de Setembro de 1975 – Principia na Covilhã o I Congresso Nacional das Comissões de Trabalhadores, organizado pelo Secretariado Nacional (Provisório) das Comissões de Trabalhadores e apoiado pelo MRPP, sob o lema de “vivam os órgãos da vontade popular”.27 de Setembro de 1975 – Reunião no Porto do Conselho Nacional do PPD para decidir sobre a recondução de Sá Carneiro nas funções de secretário-geral.27 de Setembro de 1975 – General Francisco da Costa Gomes inicia uma visita de Estado à Polónia, donde seguirá para a União Soviética. A viagem esteve para não se realizar devido aos incidentes com a representação diplomática espanhola.27 de Setembro de 1975 – O comandante interino da Escola Prática de Infantaria, de Mafra, decidiu abandonar a unidade e apresentar-se na direcção da Arma de Infantaria, em Lisboa, por causa da questão da prisão e posterior libertação dos militares acusados de distribuírem panfletos dos SUV.27 de Setembro de 1975 – Brigadeiro Nuno Melo Egídio tomou posse como comandante do Agrupamento Militar de Intervenção (AMI), formado com tropas pára-quedistas, fuzileiros e comandos.27 de Setembro de 1975 – O Governo de Espanha chama de urgência a Madrid o embaixador espanhol em Lisboa, que retira na companhia da família e funcionários diplomáticos.28 de Setembro de 1975 – Manifestantes da Associação dos Deficientes das Forças Armadas deixam as suas dramáticas próteses e cadeiras de rodas à porta do Regimento de Comandos da Amadora, em protesto contra a repressão que tinham sido alvo.28 de Setembro de 1975 – Realizam-se as eleições para o Sindicato da Panificação de Lisboa com a lista A, afecta ao PCP, e lista B, afecta à UDP/OPRPC (m-l).28 de Setembro de 1975 – Eleição para os corpos gerentes do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas do Distrito de Beja, sendo eleitos José Mestre Soeiro, João Ramalho Carrasco, Lino José Fezes, José Godinho Tagarroso, Luzia Carrasco Veredas, José Maria Guerreiro, Manuel Ramalho Rodrigues e José Francisco Chaveiro para a Direcção e António Carapinha Fernandes, Francisco Vieira e Mário Brás Pinto para a Mesa da Assembleia Geral.28 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR em Lisboa, para «unir os revolucionários […], derrotar a social-democracia, esmagar o fascismo e fazer a Revolução». Afonso de Barros fez a intervenção política de fundo.28 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR em Viana do Castelo.28 de Setembro de 1975 – Comício da FUR em Vila Real.28 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR em Aveiro, com intervenção política a cargo de Celso Cruzeiro.28 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR em Évora, que terminou em frente do Regimento de Infantaria de Évora.28 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR em Beja, contra o fascismo e a social-democracia.28 de Setembro de 1975 – Manifestação em Faro, convocada pelas comissões de trabalhadores e comissões de moradores e apoiada pela FUR, PCP e UDP, para exigir o Poder Popular e repudiar o avanço da social-democracia e da direita.28 de Setembro de 1975 – Sessão pública de encerramento do I Congresso Nacional das Comissões de Trabalhadores, na Covilhã, organizado pelo Secretariado Nacional (Provisório) das Comissões de Trabalhadores afectas ao MRPP.28 de Setembro de 1975 – Comunicado do Secretariado da Comissão Política Nacional do MES, fazendo «um esclarecimento necessário» sobre a busca à sede distrital de Santarém, repudiando «qualquer tentativa de exploração», já que houve por parte das autoridades uma «clara intenção de explorar uma situação não esclarecida para atacar uma organização da esquerda revolucionária».28 de Setembro de 1975 – Francisco de Sá Carneiro reassume as funções de secretário-geral do PPD, por decisão do Conselho Nacional, sendo reeleito (às 7 horas da manhã) com 111 votos a favor e 18 contra. Carlos Macedo, Artur Santos Silva (pai), Vasco Graça Moura, Miguel Veiga, Paulo Guedes de Campos, Jorge Sá Borges e Emídio Guerreiro, em graus variados, estavam contra o regresso de Sá Carneiro.28 de Setembro de 1975 – Reunião em Cascais dos altos dirigentes militares, sob presidência do vice-almirante José Pinheiro de Azevedo, que acumula a chefia do Governo e a Presidência da República, decide a ocupação militar das estações das rádios e da televisão e o controlo dos noticiários.29 de Setembro de 1975 – As emissoras de rádio (Emissora Nacional, Rádio Renascença e Rádio Clube Português) e televisão são ocupadas militarmente (às 8 horas) por ordem do primeiro-ministro e Presidente da República interino Pinheiro de Azevedo, para «restabelecer a ordem e a paz».29 de Setembro de 1975 – Comunicado dos SUV – Soldados Unidos Vencerão!, condenando a ocupação militar das estações de rádio e televisão.29 de Setembro de 1975 – Comunicado da Comissão Central da UDP apelando a uma jornada de luta contra a ocupação militar das rádios e convocando uma manifestação para o princípio da tarde no Rossio.29 de Setembro de 1975 – Comunicado do Secretariado Nacional Provisório da FUR, apelando à imediata paralisação do trabalho e a uma «mobilização de combate à contra-revolução».29 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR e da UDP, em Lisboa, (ao princípio da tarde) a exigir a desocupação das estações de rádio.29 de Setembro de 1975 – Reunião no Palácio Foz entre o general Otelo Saraiva de Carvalho, o ministro da Comunicação Social, António de Almeida Santos, o secretário de Estado da Informação, tenente-coronel José Ferreira da Cunha e directores dos órgãos de comunicação.29 de Setembro de 1975 – Reunião (às 16 horas) entre o general Otelo Saraiva de Carvalho e elementos das comissões de trabalhadores das emissoras ocupadas militarmente.29 de Setembro de 1975 – Concentração de trabalhadores, massas populares e militantes da FUR e UDP no Rossio e nos Restauradores, durante a tarde e noite, exigindo a desocupação imediata das emissoras de rádio. Otelo veio à varanda do Palácio Foz e promete tentar desocupar as estações de rádio, mas foi vaiado pelos manifestantes quando alegou que tinha autoridades acima dele e que a decisão competia ao Conselho da Revolução, sendo acusado de pactuar «com o governo a burguesia».29 de Setembro de 1975 – Carlos Antunes e outros dirigentes políticos da extrema-esquerda incitam Otelo Saraiva de Carvalho a tomar o poder, que recusa, por não ambicionar o poder e não ter cultura política, afirmando: «se tivesse conhecimentos livrescos e estrutura política, podia ser um Fidel de Castro da Europa».29 de Setembro de 1975 – General graduado Otelo Saraiva de Carvalho e dirigentes da FUR e da UDP deslocam-se ao Palácio de Belém (pouco antes da meia-noite), onde Pinheiro de Azevedo repudiou a exigência de reabrir as estações de rádio.29 de Setembro de 1975 – Reunião entre militares, civis e organizações políticas afectas à extrema-esquerda, que contou com a presença da Polícia Militar, RALIS, Escola Prática de Administração Militar, Regimento de Engenharia (Pontinha), Forte de Almada, Comissão de Trabalhadores da Rádio Renascença, e dirigentes da FUR e UDP.29 de Setembro de 1975 – São eleitos os corpos gerentes do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações. A lista A, afecta ao PS e PPD vence as eleições, seguida pela lista B, da UDP e ORPC (m-l), lista C (PCP), lista E (MRPP) e lista D (OCMLP).29 de Setembro de 1975 – Comunicado do PCP acerca da ocupação militar da rádio e televisão, acusando a extrema-esquerda, pois diz que «há muito se pronunciou contra actuações e situações anárquicas» e exorta que é preciso «estar extremamente vigilante em relação à demagogia, ao aventureirismo e iniciativas de violência de elementos esquerdistas».29 de Setembro de 1975 – Comunicado da Presidência da República (início da manhã) para justificar a ocupação militar da rádio e televisão «como medida de excepção destinada a evitar a declaração do Estado de emergência».29 de Setembro de 1975 – Vice-almirante José Pinheiro de Azevedo, em comunicação ao Pais (à noite), culpa as lutas dos deficientes e destruição do recheio da embaixada e consulado de Espanha como causadora da ocupação das estações emissoras e assegura que a ocupação militar da rádio e televisão foi um acto de «defesa da Revolução portuguesa» e da «realização do socialismo», contra grupos empenhados em destruir o Governo e em atacar «os alicerces da autoridade, da disciplina e da ordem».29 de Setembro de 1975 – Comunicado do PS intitulado “Apoio do PS à decisão de ocupar a Emissora Nacional e a Rádio Televisão Portuguesa”, que foi levada a cabo para «pôr cobro à manipulação» por «grupos minoritários e para estabelecer a verdade e o pluralismo na informação».29 de Setembro de 1975 – O PPD apoia a ocupação militar das emissoras de rádio e televisão, que considera «uma medida de legítima defesa».29 de Setembro de 1975 – Major João António de Figueiredo é nomeado presidente da direcção da Emissora Nacional.30 de Setembro de 1975 – Começam a circular (início da madrugada) boatos e alarmes de golpe e contragolpes, segundo os quais blindados da Escola Prática de Cavalaria estariam a avançar para Lisboa, e ainda rumores de sublevação de unidades da Região Militar do Centro, do Regimento de Comandos da Amadora ou do Regimento de Infantaria 11 (Setúbal), e de prisões de Jaime Neves por ordem de Otelo, e deste por ordem do presidente Costa Gomes.30 de Setembro de 1975 – Forças do Regimento de Comandos procedem (às 4 horas da madrugada) ao corte das emissões da Rádio Renascença e ocupam as antenas em Monsanto e o Centro Emissor da Buraca, silenciando a Rádio Renascença.30 de Setembro de 1975 – Primeira reunião (à tarde) no RALIS da Assembleia de Delegados de Unidades da Região Militar de Lisboa, com a presença de um delegado do Estado-Maior do Exército.30 de Setembro de 1975 – Reunião (à noite) no RALIS de unidades militares controladas pelo COPCON e órgãos de poder popular, por causa da ocupação das emissoras. Foi decidido entrar em «estado de alerta não actuante».30 de Setembro de 1975 – Reunião preparatória para criação do Comité de Luta de Setúbal, constituído por todas as comissões de moradores, de trabalhadores, de soldados e outras organizações, para se assumir como verdadeiro órgão de poder popular.30 de Setembro de 1975 – No distrito de Beja foram ocupados 76 115 hectares de terra, no total desde o principio das ocupações.30 de Setembro de 1975 – Associação dos Deficientes das Forças Armadas volta a ocupar a Emissora Nacional.30 de Setembro de 1975 – Realiza-se no Teatro da Cornucópia, Lisboa, o Festival de Cinema Revolucionário, organizado pela Universidade Proletária e apoiado pelo PRP, com projecção de filmes do Chile, Estados Unidos, Bélgica e Portugal.30 de Setembro de 1975 – Manifestação e concentração de trabalhadores junto das estações de rádio. Confrontos com uma contramanifestação do PS junto da Emissora Nacional, onde elementos da Polícia Militar atiraram gases lacrimogéneos e tiros para o ar, para defender os trabalhadores.30 de Setembro de 1975 – Manifestação em Lisboa de apoio ao VI Governo Provisório, para defender «a lei e ordem», apoiada pelo PS, PPD e PCP (m-l). Mário Soares chama ao primeiro-ministro «almirante sem medo». Por “razões técnicas”, Sá Carneiro foi impedido de se dirigir à multidão.30 de Setembro de 1975 – Mário Soares disse «apoiar os esforços patrióticos do primeiro-ministro», pois a sua queda «abriria necessariamente a porta à contra-revolução».30 de Setembro de 1975 – Comunicado do PPD acusando os organizadores da manifestação de apoio ao VI Governo de terem marginalizado Francisco de Sá Carneiro, que foi impedido de falar aos manifestantes.30 de Setembro de 1975 – Tenente-coronel António Ramalho Eanes concluiu o anexo de transmissões dos estudos operacionais para organizar um golpe de Estado ou defender o poder.30 de Setembro de 1975 – O “Grupo dos Nove” conclui um plano de operações militares para controlar a situação político-militar e que estaria na génese do 25 de Novembro.30 de Setembro de 1975 – Diogo Freitas do Amaral, deputado do CDS, tece algumas considerações sobre «o VI Governo Provisório, o MFA e a crise de autoridade».30 de Setembro de 1975 – Adelino Amaro da Costa, deputado do CDS, intervém na discussão do artigo 13.º (Iniciativa Privada).30 de Setembro de 1975 – Comício em Paris de apoio à Revolução Portuguesa, organizado pela esquerda revolucionária francesa, com a presença de delegações do MES e PRP-BR e transmissão de uma mensagem gravada do capitão Álvaro Fernandes.Setembro de 1975 – Sai o primeiro número de A VOZ DA BRANDOA: Jornal da Comissão Popular de Moradores.Setembro de 1975 – Sai o primeiro número da LUTA OPERÁRIA, identificado como «jornal de um grupo de moradores e trabalhadores revolucionários».Setembro de 1975 – Os trabalhadores ocupam a UNITAS, fábrica de conservas, em Setúbal, devido a salários em atraso.Setembro de 1975 – Os trabalhadores da GOMAL, em Areias, Santo Tirso, ocupam as instalações devido a salários em atraso e falta de produção.Setembro de 1975 – Os trabalhadores da Mondarel, fábrica têxtil em Coimbra, fazem paralisações parciais de trabalho e manifestações de rua como forma de luta imediata, devido a salários em atraso.Setembro de 1975 – Os trabalhadores da MARMOZ – Mármores de Estremoz pedem a intervenção do Estado para assegurar os salários.Setembro de 1975 – Durante este mês foram ocupadas as herdades de Alpendres, Azinheira, São Domingos da Ordem, Passanha, Misericórdia, Grou, Capitoa, Cabide, Pedras, Casa Alta, Fragoso e anexas, no concelho de Redondo.Setembro de 1975 – Documentos do Quartel-General da Região Militar do Sul denunciam que nas ocupações de terras em Avis destacam-se «Canejo, José Luís Silva, Canha e Joaquim Diogo Velez», em Benavila, «Godinho, Canha e Joaquim Diogo Velez», e nos concelhos de Alter do Chão, Avis e Ponte de Sor, as ocupações de terras são feitas por iniciativa do PCP e do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas, sob a orientação de Joaquim Diogo Velez.Setembro de 1975 – Oficiais do MDLP estabelecem contactos com a Igreja e movimento Maria da Fonte, para estudarem a possibilidade futuras acções conjuntas e um hipotético levantamento no Norte do País.Setembro de 1975 – Encontro em Paris entre José de Almeida, líder da FLA, Carlos Peixoto, independentista da ilha Terceira, Jean Bletiére, militante da organização de extrema-direita francesa OAS, e os «financiadores» Edwards Meadows e Victor Fediay, ligados à Máfia de Nova Iorque, para financiar a compra de material de guerra para os separatistas açorianos.Setembro de 1975 – O VI Governo Provisório e o capitão-tenente Guilherme de Alpoim Calvão, do MDLP, estabelecem contactos informais.


21 de Setembro de 1975 – Vigília nocturna em Belém da Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas, que marca o início da sua jornada de luta pela promulgação do diploma regulador do seu estatuto, concessão da pensão militar e outras regalias.21 de Setembro de 1975 – Um furriel e um cabo que distribuíam manifestos do SUV na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, são detidos.21 de Setembro de 1975 – General graduado Otelo Saraiva de Carvalho, vice-almirante António Rosa Coutinho e capitão António Marques Júnior, membros do Conselho da Revolução, iniciam uma visita à Suécia, a convite do primeiro-ministro Olof Palme.21 de Setembro de 1975 – António Lopes Cardoso, ministro da Agricultura, participa numa sessão de esclarecimento em Beja, onde afirma que «os latifundiários que julgam que o VI Governo Provisório não vai prosseguir a reforma agrária, enganam-se», acrescentado que serão «revistos os casos onde se verificou que as ocupações foram efectuadas por oportunistas».21 de Setembro de 1975 – Atentados bombistas no Porto e Leiria, de cariz anticomunista.21 de Setembro de 1975 – Um grupo da FLAMA, comandados pelo empreiteiro madeirense José Cardoso, atacou e feriu o presidente do Sindicato Livre dos Operários da Construção Civil do Funchal.22 de Setembro de 1975 – Manifestação no Funchal de operários da construção civil de protesto contra a agressão que fora vitima o presidente do sindicato, para exigir medidas e prisão dos agressores, sendo recebidos no Governo Militar da Madeira pelo brigadeiro Carlos Azeredo, major Faria Leal e major Oliveira.22 de Setembro de 1975 – Jornada da Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas, a fim de chamar a atenção para a necessidade de serem atendidas as suas reivindicações. Erguem barricadas junto do Palácio de Belém, bloqueiam a Marginal, ocupam estações de rádio e interrompem a circulação da linha do Estoril, para lerem comunicados à população.22 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas é recebida durante mais de duas horas pelo major José do Canto e Castro, major José da Costa Neves e capitão Rodrigo de Sousa e Castro, do Conselho da Revolução, não havendo qualquer acordo de entendimento.22 de Setembro de 1975 – Agitação intensa na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, com os soldados a exigirem “libertação imediata dos camaradas Pinto e Figueiredo” e “reaccionários fora dos quartéis”, com tentativa de assalto à prisão da unidade, que foram transferidos para uma prisão militar.22 de Setembro de 1975 – Conferência de imprensa do SUV – Nacional para divulgação do seu manifesto.22 de Setembro de 1975 – Reunião da Comissão Organizadora do Congresso de Reconstrução do Partido Comunista, com a presença do CMLP, OCMLP e ORPC (m-l).22 de Setembro de 1975 – Uma lista afecta ao PS e ao MRPP vence as eleições no Sindicato do Comércio de Lisboa. Com este desfecho, os sindicatos do sector de serviços (seguros, bancários, escritórios e comércio) passam a ser controlados pelo PS e MRPP.22 de Setembro de 1975 – Reunião de António Lopes Cardoso, ministro da Agricultura, com os representantes dos sindicatos dos trabalhadores agrícolas e das ligas de pequenos agricultores para apreciar as questões do sector, a reforma agrária e as linhas de crédito agrícola de emergência.22 de Setembro de 1975 – A Comissão Coordenadora de Trabalhadores da Rádio Renascença transmite um apelo «à população em geral para se manter alerta», devido aos rumores sobre uma «negociata» para entrega da estação à Igreja.22 de Setembro de 1975 – Atentado bombista contra sede do PCP na Marinha Grande.22 de Setembro de 1975 – A TVE retira de Lisboa o seu corresponde para protestar contra a «atitude inadmissível e hostil assumida pela televisão portuguesa contra a Espanha».23 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas ocupa a portagem da ponte sobre o Tejo, garantindo a passagem gratuita a todo o trânsito.23 de Setembro de 1975 – Comunicado da Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas, lido através das instalações sonoras da Linha de Cascais, denunciando os milhões que o Estado paga a 19 «generais fascistas aposentados» e perguntado: «não há crise económica para oficiais que foram pedras basilares da estrutura repressiva e fascista durante 48 anos? Só existe crise económica para os deficientes das Forças Armadas e para todos os outros explorados e oprimidos?».23 de Setembro de 1975 – O jornal REPÚBLICA lança a suspeita da existência dum acordo do VI Governo para devolver a Rádio Renascença ao Patriarcado.23 de Setembro de 1975 – Comunicado do Secretariado Político do PRP acerca dos «comentários caluniosos» sobre o desaparecimento de armas, a repudiar as atoardas de A LUTA, LUTA POPULAR e JORNAL DE NOTÍCIAS, onde também «saúda com admiração o gesto revolucionário do capitão Fernandes».23 de Setembro de 1975 – Capitão Álvaro Fernandes, em entrevista ao Rádio Clube Português, confirma a autoria do desvio das mil armas automáticas G-3 e informa que passou à clandestinidade, dizendo que «as armas foram entregues a trabalhadores revolucionários».23 de Setembro de 1975 – José Mestre Soeiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas do Distrito de Beja, afirma que os assalariados rurais alentejanos têm sérias dúvidas sobre «se o VI Governo servirá efectivamente os interesses das classes trabalhadoras».23 de Setembro de 1975 – Américo Duarte, deputado da UDP, apresenta vários requerimento, solicitando informações relativamente a acontecimentos ocorridos no Porto, à manutenção do Regulamento de Disciplina Militar e à sindicalização dos trabalhadores das fábricas militares, e apresenta uma proposta de alteração do artigo 9.º, do Direito à greve.23 de Setembro de 1975 – Octávio Pato volta a intervir, em nome do PCP, no período de antes da ordem do dia, depois de muito tempo de ausência, dizendo que o silêncio e ausência do PCP estavam a ser aproveitados para ataques contra o seu partido. O MDP/CDE mantêm a recusa em participar no período de antes da ordem do dia, argumentando que os deputados foram eleitos para fazer a Constituição.23 de Setembro de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de José Carreira Marques, deputado do PCP, que tece algumas considerações sobre a reforma agrária.23 de Setembro de 1975 – Georgette de Oliveira Ferreira, deputada do PCP pelo círculo de Lisboa, pede para renunciar ao mandato de deputada «por exigências do seu trabalho político», sendo depois substituída por Herculano Cordeiro de Carvalho, empregado de escritório.23 de Setembro de 1975 – Vasco da Gama Fernandes, deputado do PS, refere-se aos portugueses prisioneiros em poder da União Democrática de Timor (UDT) sobre os quais pesa uma ameaça de morte, solicitando que diligencie junto das entidades oficiais sobre o assunto.23 de Setembro de 1075 – José Luís Nunes, deputado do PS, faz um protesto relativamente a referências feitas num requerimento apresentado por Américo Duarte (UDP) a Mário Cal Brandão, governador civil do Porto e deputado do PS. Refere-se à decisão do Grupo de Deputados do PCP em assistir aos trabalhos parlamentares no período de antes da ordem do dia, aos assaltos às sedes dos partidos políticos, ao VI Governo Provisório e à Reforma Agrária e intervém na discussão do artigo 9.º do parecer em debate (Direito à Greve).23 de Setembro de 1975 – António Aires Rodrigues, deputado do PS, intervém na discussão do artigo 9.º do parecer da Comissão dos Direitos e Deveres Fundamentais, sobre o Direito à Greve.23 de Setembro de 1975 – Francisco Marcelo Curto, deputado do PS, intervém na discussão do artigo 9.º do Direito à Greve.23 de Setembro de 1975 – Basílio Horta da França, deputado do CDS, intervém na discussão do artigo 9.º (Direito à Greve).23 de Setembro de 1975 – Os representantes da imprensa decidem por maioria, com duas abstenções, não fazer a cobertura da visita do general Costa Gomes à Polónia e União Soviética, devido à restrições ao número de enviados especiais. Na comitiva oficial só seriam autorizados 18 órgãos de comunicação dos 25 inscritos, que englobava os jornais, rádio, televisão, agência noticiosa e o instituto de cinema.23 de Setembro de 1975 – General António de Spínola define o MDLP como «uma frente unitária de resistência e combate à ditadura marxista instalada no» país.23 de Setembro de 1975 – Andrei Andreyevich Gromyko, ministro soviético dos Negócios Estrangeiros, afirma na ONU que «ninguém pode ser autorizado a espezinhar o direito inalienável do povo português de decidir do seu destino».24 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas ocupa (de madrugada) a portagem da auto-estrada do Norte, em Santarém.24 de Setembro de 1975 – Os operários da FAMEL, empresa metalúrgica em Mourisca do Vouga, Águeda, entram em greve.24 de Setembro de 1975 – A ORPC (m-l) alerta que «a burguesia está a preparar a ocupação da Rádio Renascença».24 de Setembro de 1975 – Assembleia de Unidade do Regimento de Polícia Militar solidariza-se com os militares presos em Mafra por terem panfletos dos SUV em seu poder.24 de Setembro de 1975 – Reunião em Évora entre as ligas de pequenos agricultores, os sindicatos de trabalhadores rurais e o ministro da Agricultura do VI Governo Provisório, António Lopes Cardoso, acerca da Reforma Agrária e do crédito agrícola de emergência. Marca o princípio da ruptura entre o ministério e os trabalhadores, sindicatos e ligas agrícolas.24 de Setembro de 1975 – António de Almeida Santos, ministro da Comunicação Social, afirma que os casos REPÚBLICA e Rádio Renascença serão decididos brevemente pelo Conselho da Revolução ou pelo Governo, que na sua opinião deverão ser entregues aos proprietários.24 de Setembro de 1975 – Francisco de Sá Carneiro anuncia em conferência de imprensa, em Lisboa, que vai retomar funções partidárias. Criticou as afirmações do primeiro-ministro Pinheiro de Azevedo, na tomada de posse, sobre a social-democracia e o rumo socialista.24 de Setembro de 1975 – Vera Lagoa e o dr. Francisco de Sousa Tavares, seu advogado, apresentam-se no COPCON por causa do artigo onde tece virulentas críticas ao presidente Costa Gomes. Foi mandada em liberdade e o seu caso transferido para a esfera civil, ao abrigo da Lei de Imprensa.24 de Setembro de 1975 – Acesa discussão na Assembleia Constituinte entre José Carreira Marques, deputado do PCP, e José Luís Nunes, deputado do PS, por este ter referido às «delapidações e roubos» cometidos no Alentejo, a propósito da Reforma Agrária. O deputado socialista reafirmou que «a Reforma Agrária é uma contra--revolução agrária», conduzida através de «acções anarquizantes e desordeiras».24 de Setembro de 1975 – Mário Cal Brandão, deputado do PS e Governador Civil do Distrito do Porto, refere-se a acontecimentos ocorridos acerca do Conselho Municipal do Porto, repudiando afirmações do deputado Américo Duarte (UDP), que pusera em causa a acção daquele como governador civil.24 de Setembro de 1975 – Francisco Marcelo Curto, deputado do PS, intervém na discussão do artigo do artigo 10.º, da Proibição do lock-out, e no artigo 11.º, da Liberdade Sindical.24 de Setembro de 1975 – Álvaro Monteiro, do PS, e José Francisco Lopes, do PPD, deputados do círculo de Viseu, subscrevem um requerimento solicitando informações sobre o transporte de mercadorias no ramal do Dão.24 de Setembro de 1975 – Registam-se incidentes entre a Polícia Militar e retornados de Angola, no Rossio, que gritam vivas ao ELP.24 de Setembro de 1975 – Portaria n.º 578/75, do Ministério da Agricultura e Pescas, que expropria 25 prédios rústicos nos concelhos de Alcácer do Sal e Grândola, por decisão de 5 de Setembro.24 de Setembro de 1975 – Portaria n.º 579/75, do Ministério da Agricultura e Pescas, que manda expropriar 154 prédios rústicos nos concelhos de Montemor-o-Novo, Viana do Alentejo, Portel, Évora, Alandroal, Montemor, Arraiolos, Estremoz, Vila Viçosa, Vendas Novas, Redondo, Borba e Reguengos de Monsaraz.24 de Setembro de 1975 – Atentado à bomba contra sede do PCP em Vieira do Minho.24 de Setembro de 1975 – Atentado bombista contra o posto da Emissora Nacional em Bragança, reivindicado pela extrema-direita.24 de Setembro de 1975 – O Governo de Madrid entrega uma nota de protesto formal contra a «ingerência» portuguesa nos assuntos internos da Espanha, devido à cobertura noticiosa da RTP a propósito da condenação à morte de militantes da ETA e da FRAP.25 de Setembro de 1975 – Manifestantes mobilizados pela Associação dos Deficientes das Forças Armadas ocupam (de madrugada) a Emissora Nacional de Radiodifusão para darem a conhecer a sua luta, através da leitura de comunicados e moções de apoio.25 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas decidiu retirar as barricadas da Marginal e acabar com a paragens de comboios na Linha de Cascais.25 de Setembro de 1975 – Manifestação dos SUV (Soldados Unidos Vencerão!) em Lisboa, sob o lema “soldados sempre, sempre ao lado do Povo”, apoiada pela LCI, MES e UDP, com participação de cerca de 100 000 manifestantes, representantes das comissões de trabalhadores e de moradores, centenas de soldados fardados vindos de 15 unidades, uma delegação da Armada, uma delegação de Pára-Quedistas e elementos da extinta 5.ª Divisão. O comício final realizou-se no Parque Eduardo VII.25 de Setembro de 1975 – No final da manifestação dos SUV foram desviados dezenas de autocarros da Carris a fim de transportar os manifestantes para protestarem em frente do presídio da Trafaria (durante a noite e madrugada), onde libertaram os militares da EPI de Mafra, presos por pertencerem aos SUV.25 de Setembro de 1975 – Francisco de Sá Carneiro afirma que a «indisciplina dentro das Forças Armadas […] representa um gravíssimo risco».25 de Setembro de 1975 – Américo Duarte, deputado da UDP, apresenta um requerimento relativo a incidentes ocorridos com dois militares, detidos em Mafra, e outro referente à satisfação das reivindicações dos deficientes das forças armadas, e intervém na discussão do artigo 11.º (Liberdade Sindical), apresentando diversas propostas de alteração. 25 de Setembro de 1975 – Joaquim Velez, deputado do PCP, manifesta-se «como alentejano» e «como operário agrícola» contras as palavras de José Luís Nunes (PS), deputado que «tem atrás de si grande vontade de impedir a realização da Reforma Agrária», pois «calca a seus pés as lutas que os operários agrícolas» têm travado «contra o desemprego; contra jornas de miséria; contra a falta de férias; contra as terras incultas e a sabotagem económica».25 de Setembro de 1975 – António Lopes Cardoso, deputado do PS pelo círculo de Beja, por incompatibilidade com o exercício de cargos governamentais, foi substituído por Joaquim da Costa Pinto, comerciante.25 de Setembro de 1975 – Vítor Freire Boga, deputado do PPD por Viseu, apresenta na Assembleia Constituinte um requerimento relativo à questão do fornecimento de ramas de petróleo pela URSS.25 de Setembro de 1975 – Vítor de Sá Machado, deputado do CDS, faz uma declaração de voto relativamente ao artigo 11.º do parecer da Comissão dos Direitos e Deveres Fundamentais relativo à Liberdade Sindical.25 de Setembro de 1975 – Morte de três elementos do ELP quando preparavam um atentado com engenho explosivo com o fim de destruir os emissores da RTP em Monsanto, Lisboa.25 de Setembro de 1975 – Lei n.º 12/75, do Conselho da Revolução, que revoga a Lei n.º 11/75, a chamada “Lei da Censura Militar”. Nunca chegou a ser aplicada.25 de Setembro de 1975 – Decreto-Lei n.º 532/75, do Ministério da Indústria e Tecnologia, que nacionaliza a CUF – Companhia União Fabril, com eficácia a contar de 12 de Agosto.25 de Setembro de 1975 – General graduado Otelo Saraiva de Carvalho, ao regressar de uma viagem à Suécia, declara que as armas desviadas de Beirolas «estão em boas mãos», embora considere que o desvio foi um erro.25 de Setembro de 1975 – O NEW YORK TIME escreve que, segundo fontes oficiais de Washington, estavam a ser enviados fundos americanos canalizados pela CIA através de partidos da Internacional Socialista e sindicatos da Europa Ocidental, para apoiar o PS.26 de Setembro de 1975 – General graduado Otelo Saraiva de Carvalho ordena (de madrugada) a libertação do cabo Pinto e furriel Figueiredo que estavam detidos na Casa de Reclusão da Trafaria por distribuírem panfletos dos SUV.26 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas mantêm piquetes de ocupação da Emissora Nacional, das portagens de Sacavém, Vila Franca Xira e da ponte sobre o Tejo.26 de Setembro de 1975 – Realiza-se na EPAM a I Reunião Plenária das Comissões de Trabalhadores, Comissões de Moradores e outras organizações populares da zona de Lumiar, Charneca, Ameixoeira, Alvalade, Campo Grande e São João de Brito, para constituição da Assembleia Popular.26 de Setembro de 1975 – Sai o primeiro número do DIÁRIO DO ALENTEJO, de Beja, sob responsabilidade da Comissão de Trabalhadores.26 de Setembro de 1975 – Comunicado da União do Povo da Madeira (UPM) denunciando «uma moção subscrita por onze fascistas e exploradores do povo de Machico» a pedir o afastamento e expulsão para o continente do padre José Martins, de Milton Morais Sarmento, dirigente da FEC (m-l), encerramento da Cooperativa Povo Unido e desmantelamento do Centro de Informação Popular de Machico, onde se fazia também ameaças que se o Comando da Madeira (COPMAD) não desse cumprimento a tudo «a guerra civil em Portugal começaria em Machico».26 de Setembro de 1975 – Jaime Serra, deputado do PCP, pede esclarecimentos ao deputado Marcelo Rebelo de Sousa (PPD) sobre uma intervenção relativa a um problema suscitado por declarações do deputado Carlos de Brito (PCP) relativamente à actuação política do PPD, e faz algumas considerações sobre uma manifestação de protesto pela prisão de dois militares realizada pelos SUV (Soldados Unidos Vencerão!).26 de Setembro de 1975 – Festa Popular no Palácio de Cristal, Porto, com a presença de José Ary dos Santos, José Viana e Adriano Correia de Oliveira, e comício com discurso Álvaro Cunhal, sob o lema “com o PCP, em defesa da revolução”.26 de Setembro de 1975 – Decreto n.º 536-A/75, da Presidência da República, que nomeia o capitão-de-fragata Vítor Trigueiros Crespo para o cargo de Ministro da Cooperação.26 de Setembro de 1975 – Decreto n.º 536-B/75, da Presidência da República, que nomeia os Secretários de Estado do VI Governo Provisório: eng.º Manuel Ferreira de Lima, dr. Rui Barradas do Amaral, dr. Armando Pereira Bacelar, dr. Vítor Constâncio; dr. Artur dos Santos Silva, eng.º António de Sousa Gomes, dr. António Barreto, dr. José Medeiros Ferreira, dr. Rui Chancerelle de Machete, coronel eng.º Amadeu Garcia dos Santos, capitão-de-fragata Mário José de Aguiar, dr. António Costa Brotas, dr. António Silva Graça, dr. António Pereira Bica, eng.º Joaquim da Silva Lourenço, eng.º Pedro dos Santos Coelho, eng.º Fernando Marques Videira, eng.º Mário Cardoso dos Santos, eng.º António Machado Rodrigues, dr. Francisco Marcelo Curto, eng.º Manuel Tito de Morais, dr. Carlos Chaves Macedo e tenente-coronel José Ferreira da Cunha.26 de Setembro de 1975 – O “Grupo dos Nove” encarrega o tenente-coronel António Ramalho Eanes de elaborar um plano de acções militares, com levantamento das forças que podem apoiar ou contrariar uma tomada de poder.26 de Setembro de 1975 – O Conselho da Revolução cria o AMI – Agrupamento Militar de Intervenção, organismo militar de repressão do movimento popular, destinada a intervir em casos de ordem pública e para retirar poder ao COPCON, constituído por forças operacionais dos três Ramos das Forças Armadas, na dependência directa do Presidente da República e do CEMGFA.26 de Setembro de 1975 – Os comandantes das unidades da Região Militar de Lisboa, reunidos à noite, deliberaram que o AMI «tendo finalidades repressivas e visando assegurar a ditadura do capital, é contrário aos interesses da Revolução», manifestando apoio ao COPCON.27 de Setembro de 1975 – Comunicado da UDP, distribuído de madrugada e lido aos microfones do Rádio Clube Português, apelando à concentração popular de protesto contra a execução de cinco antifascistas espanhóis, para «que o fascista Franco pague bem caro pelos seus crimes».27 de Setembro de 1975 – Assalto ao consulado e embaixada de Espanha em Lisboa. O consulado na Rua do Salitre é destruído e a embaixada na Praça de Espanha é incendiada, sendo içada uma bandeira da FRAP no mastro da embaixada, numa acção que durou cinco horas.27 de Setembro de 1975 – Manifestação de protesto junto ao consulado de Espanha no Porto, convocada pela UDP e OCMLP, que foi reprimida a tiro e com gás lacrimogéneo por forças da PSP e do Exército.27 de Setembro de 1975 – Manifestação antifranquistas em Évora de protesto contra a execução de cinco antifascistas espanhóis, militantes da ETA e da FRAP.27 de Setembro de 1975 – O jornal A CAPITAL considera que a atitude dos manifestantes contra a embaixada e consulado de Espanha foi «um bocadinho demais», mas «o Franco merece isso».27 de Setembro de 1975 – O VI Governo, reunido em sessão extraordinária, condena o vandalismo contra a representações diplomáticas de Espanha, que considera uma «campanha provocatória e contra-revolucionária», ordena um inquérito e dispõe-se a indemnizar o Estado espanhol.27 de Setembro de 1975 – A Comissão de Luta dos Deficientes das Forças Armadas cerca o Conselho de Ministros e bloqueia as saídas do Palácio de São Bento durante várias horas, para defesa das suas reivindicações, sendo depois reprimidos e desalojados pelo Regimento de Comandos da Amadora.27 de Setembro de 1975 – Rui Gomes, estudante liceal, foi preso durante a manifestação dos deficientes, permanecendo encarcerado durante vários meses sem culpa formada.27 de Setembro de 1975 – Fundação da UCRP (m-l) – União Comunista para a Reconstituição do Partido (marxista-leninista), sob o lema “unir os comunistas, reconstituir o partido”, pela fusão da União Comunista Marxista-Leninista (UCML), União Comunista para a Reconstrução do Partido (UCRP) e o remanescente do Núcleos José de Sousa.27 de Setembro de 1975 – Sessão de esclarecimento da FUR em Viana do Castelo, com a presença de 150 pessoas.27 de Setembro de 1975 – Sessão de esclarecimento da FUR em Estremoz.27 de Setembro de 1975 – Forças militares da Escola Prática de Cavalaria realizam uma busca à sede distrital do MES em Santarém.27 de Setembro de 1975 – Principia na Covilhã o I Congresso Nacional das Comissões de Trabalhadores, organizado pelo Secretariado Nacional (Provisório) das Comissões de Trabalhadores e apoiado pelo MRPP, sob o lema de “vivam os órgãos da vontade popular”.27 de Setembro de 1975 – Reunião no Porto do Conselho Nacional do PPD para decidir sobre a recondução de Sá Carneiro nas funções de secretário-geral.27 de Setembro de 1975 – General Francisco da Costa Gomes inicia uma visita de Estado à Polónia, donde seguirá para a União Soviética. A viagem esteve para não se realizar devido aos incidentes com a representação diplomática espanhola.27 de Setembro de 1975 – O comandante interino da Escola Prática de Infantaria, de Mafra, decidiu abandonar a unidade e apresentar-se na direcção da Arma de Infantaria, em Lisboa, por causa da questão da prisão e posterior libertação dos militares acusados de distribuírem panfletos dos SUV.27 de Setembro de 1975 – Brigadeiro Nuno Melo Egídio tomou posse como comandante do Agrupamento Militar de Intervenção (AMI), formado com tropas pára-quedistas, fuzileiros e comandos.27 de Setembro de 1975 – O Governo de Espanha chama de urgência a Madrid o embaixador espanhol em Lisboa, que retira na companhia da família e funcionários diplomáticos.28 de Setembro de 1975 – Manifestantes da Associação dos Deficientes das Forças Armadas deixam as suas dramáticas próteses e cadeiras de rodas à porta do Regimento de Comandos da Amadora, em protesto contra a repressão que tinham sido alvo.28 de Setembro de 1975 – Realizam-se as eleições para o Sindicato da Panificação de Lisboa com a lista A, afecta ao PCP, e lista B, afecta à UDP/OPRPC (m-l).28 de Setembro de 1975 – Eleição para os corpos gerentes do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas do Distrito de Beja, sendo eleitos José Mestre Soeiro, João Ramalho Carrasco, Lino José Fezes, José Godinho Tagarroso, Luzia Carrasco Veredas, José Maria Guerreiro, Manuel Ramalho Rodrigues e José Francisco Chaveiro para a Direcção e António Carapinha Fernandes, Francisco Vieira e Mário Brás Pinto para a Mesa da Assembleia Geral.28 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR em Lisboa, para «unir os revolucionários […], derrotar a social-democracia, esmagar o fascismo e fazer a Revolução». Afonso de Barros fez a intervenção política de fundo.28 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR em Viana do Castelo.28 de Setembro de 1975 – Comício da FUR em Vila Real.28 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR em Aveiro, com intervenção política a cargo de Celso Cruzeiro.28 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR em Évora, que terminou em frente do Regimento de Infantaria de Évora.28 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR em Beja, contra o fascismo e a social-democracia.28 de Setembro de 1975 – Manifestação em Faro, convocada pelas comissões de trabalhadores e comissões de moradores e apoiada pela FUR, PCP e UDP, para exigir o Poder Popular e repudiar o avanço da social-democracia e da direita.28 de Setembro de 1975 – Sessão pública de encerramento do I Congresso Nacional das Comissões de Trabalhadores, na Covilhã, organizado pelo Secretariado Nacional (Provisório) das Comissões de Trabalhadores afectas ao MRPP.28 de Setembro de 1975 – Comunicado do Secretariado da Comissão Política Nacional do MES, fazendo «um esclarecimento necessário» sobre a busca à sede distrital de Santarém, repudiando «qualquer tentativa de exploração», já que houve por parte das autoridades uma «clara intenção de explorar uma situação não esclarecida para atacar uma organização da esquerda revolucionária».28 de Setembro de 1975 – Francisco de Sá Carneiro reassume as funções de secretário-geral do PPD, por decisão do Conselho Nacional, sendo reeleito (às 7 horas da manhã) com 111 votos a favor e 18 contra. Carlos Macedo, Artur Santos Silva (pai), Vasco Graça Moura, Miguel Veiga, Paulo Guedes de Campos, Jorge Sá Borges e Emídio Guerreiro, em graus variados, estavam contra o regresso de Sá Carneiro.28 de Setembro de 1975 – Reunião em Cascais dos altos dirigentes militares, sob presidência do vice-almirante José Pinheiro de Azevedo, que acumula a chefia do Governo e a Presidência da República, decide a ocupação militar das estações das rádios e da televisão e o controlo dos noticiários.29 de Setembro de 1975 – As emissoras de rádio (Emissora Nacional, Rádio Renascença e Rádio Clube Português) e televisão são ocupadas militarmente (às 8 horas) por ordem do primeiro-ministro e Presidente da República interino Pinheiro de Azevedo, para «restabelecer a ordem e a paz».29 de Setembro de 1975 – Comunicado dos SUV – Soldados Unidos Vencerão!, condenando a ocupação militar das estações de rádio e televisão.29 de Setembro de 1975 – Comunicado da Comissão Central da UDP apelando a uma jornada de luta contra a ocupação militar das rádios e convocando uma manifestação para o princípio da tarde no Rossio.29 de Setembro de 1975 – Comunicado do Secretariado Nacional Provisório da FUR, apelando à imediata paralisação do trabalho e a uma «mobilização de combate à contra-revolução».29 de Setembro de 1975 – Manifestação da FUR e da UDP, em Lisboa, (ao princípio da tarde) a exigir a desocupação das estações de rádio.29 de Setembro de 1975 – Reunião no Palácio Foz entre o general Otelo Saraiva de Carvalho, o ministro da Comunicação Social, António de Almeida Santos, o secretário de Estado da Informação, tenente-coronel José Ferreira da Cunha e directores dos órgãos de comunicação.29 de Setembro de 1975 – Reunião (às 16 horas) entre o general Otelo Saraiva de Carvalho e elementos das comissões de trabalhadores das emissoras ocupadas militarmente.29 de Setembro de 1975 – Concentração de trabalhadores, massas populares e militantes da FUR e UDP no Rossio e nos Restauradores, durante a tarde e noite, exigindo a desocupação imediata das emissoras de rádio. Otelo veio à varanda do Palácio Foz e promete tentar desocupar as estações de rádio, mas foi vaiado pelos manifestantes quando alegou que tinha autoridades acima dele e que a decisão competia ao Conselho da Revolução, sendo acusado de pactuar «com o governo a burguesia».29 de Setembro de 1975 – Carlos Antunes e outros dirigentes políticos da extrema-esquerda incitam Otelo Saraiva de Carvalho a tomar o poder, que recusa, por não ambicionar o poder e não ter cultura política, afirmando: «se tivesse conhecimentos livrescos e estrutura política, podia ser um Fidel de Castro da Europa».29 de Setembro de 1975 – General graduado Otelo Saraiva de Carvalho e dirigentes da FUR e da UDP deslocam-se ao Palácio de Belém (pouco antes da meia-noite), onde Pinheiro de Azevedo repudiou a exigência de reabrir as estações de rádio.29 de Setembro de 1975 – Reunião entre militares, civis e organizações políticas afectas à extrema-esquerda, que contou com a presença da Polícia Militar, RALIS, Escola Prática de Administração Militar, Regimento de Engenharia (Pontinha), Forte de Almada, Comissão de Trabalhadores da Rádio Renascença, e dirigentes da FUR e UDP.29 de Setembro de 1975 – São eleitos os corpos gerentes do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações. A lista A, afecta ao PS e PPD vence as eleições, seguida pela lista B, da UDP e ORPC (m-l), lista C (PCP), lista E (MRPP) e lista D (OCMLP).29 de Setembro de 1975 – Comunicado do PCP acerca da ocupação militar da rádio e televisão, acusando a extrema-esquerda, pois diz que «há muito se pronunciou contra actuações e situações anárquicas» e exorta que é preciso «estar extremamente vigilante em relação à demagogia, ao aventureirismo e iniciativas de violência de elementos esquerdistas».29 de Setembro de 1975 – Comunicado da Presidência da República (início da manhã) para justificar a ocupação militar da rádio e televisão «como medida de excepção destinada a evitar a declaração do Estado de emergência».29 de Setembro de 1975 – Vice-almirante José Pinheiro de Azevedo, em comunicação ao Pais (à noite), culpa as lutas dos deficientes e destruição do recheio da embaixada e consulado de Espanha como causadora da ocupação das estações emissoras e assegura que a ocupação militar da rádio e televisão foi um acto de «defesa da Revolução portuguesa» e da «realização do socialismo», contra grupos empenhados em destruir o Governo e em atacar «os alicerces da autoridade, da disciplina e da ordem».29 de Setembro de 1975 – Comunicado do PS intitulado “Apoio do PS à decisão de ocupar a Emissora Nacional e a Rádio Televisão Portuguesa”, que foi levada a cabo para «pôr cobro à manipulação» por «grupos minoritários e para estabelecer a verdade e o pluralismo na informação».29 de Setembro de 1975 – O PPD apoia a ocupação militar das emissoras de rádio e televisão, que considera «uma medida de legítima defesa».29 de Setembro de 1975 – Major João António de Figueiredo é nomeado presidente da direcção da Emissora Nacional.30 de Setembro de 1975 – Começam a circular (início da madrugada) boatos e alarmes de golpe e contragolpes, segundo os quais blindados da Escola Prática de Cavalaria estariam a avançar para Lisboa, e ainda rumores de sublevação de unidades da Região Militar do Centro, do Regimento de Comandos da Amadora ou do Regimento de Infantaria 11 (Setúbal), e de prisões de Jaime Neves por ordem de Otelo, e deste por ordem do presidente Costa Gomes.30 de Setembro de 1975 – Forças do Regimento de Comandos procedem (às 4 horas da madrugada) ao corte das emissões da Rádio Renascença e ocupam as antenas em Monsanto e o Centro Emissor da Buraca, silenciando a Rádio Renascença.30 de Setembro de 1975 – Primeira reunião (à tarde) no RALIS da Assembleia de Delegados de Unidades da Região Militar de Lisboa, com a presença de um delegado do Estado-Maior do Exército.30 de Setembro de 1975 – Reunião (à noite) no RALIS de unidades militares controladas pelo COPCON e órgãos de poder popular, por causa da ocupação das emissoras. Foi decidido entrar em «estado de alerta não actuante».30 de Setembro de 1975 – Reunião preparatória para criação do Comité de Luta de Setúbal, constituído por todas as comissões de moradores, de trabalhadores, de soldados e outras organizações, para se assumir como verdadeiro órgão de poder popular.30 de Setembro de 1975 – No distrito de Beja foram ocupados 76 115 hectares de terra, no total desde o principio das ocupações.30 de Setembro de 1975 – Associação dos Deficientes das Forças Armadas volta a ocupar a Emissora Nacional.30 de Setembro de 1975 – Realiza-se no Teatro da Cornucópia, Lisboa, o Festival de Cinema Revolucionário, organizado pela Universidade Proletária e apoiado pelo PRP, com projecção de filmes do Chile, Estados Unidos, Bélgica e Portugal.30 de Setembro de 1975 – Manifestação e concentração de trabalhadores junto das estações de rádio. Confrontos com uma contramanifestação do PS junto da Emissora Nacional, onde elementos da Polícia Militar atiraram gases lacrimogéneos e tiros para o ar, para defender os trabalhadores.30 de Setembro de 1975 – Manifestação em Lisboa de apoio ao VI Governo Provisório, para defender «a lei e ordem», apoiada pelo PS, PPD e PCP (m-l). Mário Soares chama ao primeiro-ministro «almirante sem medo». Por “razões técnicas”, Sá Carneiro foi impedido de se dirigir à multidão.30 de Setembro de 1975 – Mário Soares disse «apoiar os esforços patrióticos do primeiro-ministro», pois a sua queda «abriria necessariamente a porta à contra-revolução».30 de Setembro de 1975 – Comunicado do PPD acusando os organizadores da manifestação de apoio ao VI Governo de terem marginalizado Francisco de Sá Carneiro, que foi impedido de falar aos manifestantes.30 de Setembro de 1975 – Tenente-coronel António Ramalho Eanes concluiu o anexo de transmissões dos estudos operacionais para organizar um golpe de Estado ou defender o poder.30 de Setembro de 1975 – O “Grupo dos Nove” conclui um plano de operações militares para controlar a situação político-militar e que estaria na génese do 25 de Novembro.30 de Setembro de 1975 – Diogo Freitas do Amaral, deputado do CDS, tece algumas considerações sobre «o VI Governo Provisório, o MFA e a crise de autoridade».30 de Setembro de 1975 – Adelino Amaro da Costa, deputado do CDS, intervém na discussão do artigo 13.º (Iniciativa Privada).30 de Setembro de 1975 – Comício em Paris de apoio à Revolução Portuguesa, organizado pela esquerda revolucionária francesa, com a presença de delegações do MES e PRP-BR e transmissão de uma mensagem gravada do capitão Álvaro Fernandes.Setembro de 1975 – Sai o primeiro número de A VOZ DA BRANDOA: Jornal da Comissão Popular de Moradores.Setembro de 1975 – Sai o primeiro número da LUTA OPERÁRIA, identificado como «jornal de um grupo de moradores e trabalhadores revolucionários».Setembro de 1975 – Os trabalhadores ocupam a UNITAS, fábrica de conservas, em Setúbal, devido a salários em atraso.Setembro de 1975 – Os trabalhadores da GOMAL, em Areias, Santo Tirso, ocupam as instalações devido a salários em atraso e falta de produção.Setembro de 1975 – Os trabalhadores da Mondarel, fábrica têxtil em Coimbra, fazem paralisações parciais de trabalho e manifestações de rua como forma de luta imediata, devido a salários em atraso.Setembro de 1975 – Os trabalhadores da MARMOZ – Mármores de Estremoz pedem a intervenção do Estado para assegurar os salários.Setembro de 1975 – Durante este mês foram ocupadas as herdades de Alpendres, Azinheira, São Domingos da Ordem, Passanha, Misericórdia, Grou, Capitoa, Cabide, Pedras, Casa Alta, Fragoso e anexas, no concelho de Redondo.Setembro de 1975 – Documentos do Quartel-General da Região Militar do Sul denunciam que nas ocupações de terras em Avis destacam-se «Canejo, José Luís Silva, Canha e Joaquim Diogo Velez», em Benavila, «Godinho, Canha e Joaquim Diogo Velez», e nos concelhos de Alter do Chão, Avis e Ponte de Sor, as ocupações de terras são feitas por iniciativa do PCP e do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas, sob a orientação de Joaquim Diogo Velez.Setembro de 1975 – Oficiais do MDLP estabelecem contactos com a Igreja e movimento Maria da Fonte, para estudarem a possibilidade futuras acções conjuntas e um hipotético levantamento no Norte do País.Setembro de 1975 – Encontro em Paris entre José de Almeida, líder da FLA, Carlos Peixoto, independentista da ilha Terceira, Jean Bletiére, militante da organização de extrema-direita francesa OAS, e os «financiadores» Edwards Meadows e Victor Fediay, ligados à Máfia de Nova Iorque, para financiar a compra de material de guerra para os separatistas açorianos.Setembro de 1975 – O VI Governo Provisório e o capitão-tenente Guilherme de Alpoim Calvão, do MDLP, estabelecem contactos informais.

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