ABRIL DE NOVO: PREC: Cronologia do Ano de 1975

05-10-2009
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15 de Junho de 1975 – Tentativa de ocupação do emissor da Lousã da Rádio Renascença por elementos afectos à Gerência e à Igreja, liderados por Fernando Magalhães Crespo, e confrontos com os trabalhadores que transmitiam o sinal dos trabalhadores de Lisboa. Uma força militar ocupou o emissor e evacuou as instalações, o que na prática cortou a emissão da capital.15 de Junho de 1975 – Foram roubadas armas de guerra no quartel de Santa Margarida, um destacamento do Regimento de Cavalaria 4. Uma viatura entrou na Unidade, dirigiu-se à arrecadação de material de guerra e levou 21 espingardas automáticas G-3, 6 pistolas-metralhadoras FBP e 2 metralhadoras MG.16 de Junho de 1975 – A UDP, ORPC (m-l), MES, Associação de Ex-Presos Políticos Antifascistas (AEPPA), Secretariado Regional do Movimento Cristãos pelo Socialismo e o Sindicato dos Profissionais de Telecomunicações e Radiodifusão convocam uma manifestação de apoio à luta dos trabalhadores da Rádio Renascença, para o dia 18 de Junho, ao fim da tarde. A convocatória foi difundida pela Emissora Nacional, Rádio Clube Português e Rádio Renascença.16 de Junho de 1975 – Comunicado dos trabalhadores da Rádio Renascença dando conta que vários «elementos reaccionários», em colaboração com a «entidade patronal» e sob a «protecção das forças políticas mais reaccionárias», assaltaram o emissor da Lousã, que transmitia a programação de Lisboa.16 de Junho de 1975 – Major Tonelo, do Quartel-General da Região Militar do Centro, manda encerrar o edifício e selar o emissor da Lousã, que transmitia o sinal dos trabalhadores de Lisboa. Sendo assim, a emissão de Lisboa da Rádio Renascença passa a ser captada somente na zona da capital e no Sul.16 de Junho de 1975 – Realiza-se o 2.º Congresso Regional do Conselho Revolucionário de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros (CRTSM) da Marinha Grande.16 de Junho de 1975 – Formado o Conselho Revolucionário de Trabalhadores da Lisnave, afecto ao PRP-BR.16 de Junho de 1975 – Assaltada e vandalizada a sede do MDP/CDE em Aver-o-Mar, na Póvoa de Varzim.16 de Junho de 1975 – Decreto-Lei n.º 292/75 completando questões da contratação colectiva de trabalho, fixa o salário mínimo e o salário máximo nacional, estipula os instrumentos de regulação colectiva e regula dos despedimentos. O salário mínimo nacional foi fixado em 4.000 escudos.16 de Junho de 1975 – Aprovado na generalidade o projecto de Regimento da Assembleia Constituinte, elaborado pela respectiva Comissão. Nova polémica sobre o período de antes da ordem do dia com duração e temas ilimitados, aprovado com votos contra do PCP e o MDP/CDE, que defendiam que a Assembleia não deveria «distrair-se» da missão de elaborar a Constituição. No decurso da sessão ocorreram mais acesas discussões entre os deputados Coelhos dos Santos (PPD) e Lopes de Almeida (PCP), e entre João Miller Guerra (PS) e Octávio Pato (PCP).16 de Junho de 1975 – Américo Duarte apresenta o projecto de Regimento da UDP para funcionamento da Assembleia Constituinte e propõe alterações ao articulado da Comissão de Imunidades dos Deputados.16 de Junho de 1975 – Octávio Pato, deputado do PCP, subscreve uma proposta, relativa à designação de uma nova Comissão de Verificação de Poderes, intervém na apreciação, na generalidade, do projecto de Regimento e faz algumas considerações sobre a intervenção do deputado Miller Guerra (PS) quanto ao seu discurso de renúncia ao mandato em 1973.16 de Junho de 1975 – José Lopes de Almeida, deputado do PCP, apresenta uma proposta de emenda ao artigo 10.º do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte.16 de Junho de 1975 – José Manuel Tengarrinha, deputado do MDP/CDE, intervém na Assembleia Constituinte para fazer a apreciação, na generalidade, do projecto de Regimento.16 de Junho de 1975 – Luís Alves Catarino, deputado do MDP/CDE, intervém na Assembleia Constituinte para participar na discussão, na especialidade, do projecto de Regimento apresentado pela Comissão, subscrevendo uma proposta de alteração ao artigo 1.º (Estrutura e função), e apresentar uma proposta de alteração ao artigo 3.º do mesmo projecto (Plano de elaboração da Constituição).16 de Junho de 1975 – Emídio Guerreiro, deputado do PPD, pronuncia-se sobre a fidelidade dos partidos ao pacto celebrado com o MFA, advogando a inclusão no Regimento de um artigo referente ao período de antes da ordem do dia. Durante a sua intervenção parlamentar o secretário-geral social-democrata reafirma que o PPD está «verdadeiramente de acordo com esta grande revolução que se iniciou no dia 25 de Abril e que deseja transformar esta velha sociedade capitalista portuguesa numa sociedade socialista e humanista».16 de Junho de 1975 – Carlos da Mota Pinto, deputado do PPD, faz uma declaração de voto relativamente ao projecto de Regimento da Assembleia Constituinte, apresentado pela UDP.16 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Leonardo Ribeiro de Almeida, deputado do PPD, participando na discussão na especialidade do artigo 9.º do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte, sobre as Imunidades dos Deputados.16 de Junho de 1975 – Jorge de Miranda, deputado do PPD, apresenta um requerimento no sentido da obtenção de elementos de carácter legislativo e administrativo sobre o serviço cívico estudantil, intervém na apreciação do projecto de lei apresentado pelo deputado Américo Duarte (UDP), na discussão do artigo 3.º do projecto de Regimento (Plano de elaboração da Constituição, no artigo 7.º (Incompatibilidade com o exercício de funções públicas) e 10.º (Regalias e direitos).16 de Junho de 1975 – Marcelo Rebelo de Sousa, deputado do PPD, apresenta na Assembleia Constituinte um requerimento respeitante à nova legislação sobre radiodifusão e ao novo estatuto da RTP. No mesmo dia pronuncia-se sobre a questão levantada quanto à votação ou não do projecto de Regimento apresentado pelo deputado Américo Duarte (UDP), manifesta o seu acordo com o método proposto pelo deputado Sousa Pereira (MDP/CDE) relativamente à apreciação dos projectos de Regimento e intervém na discussão, na especialidade, do artigo 7.º do referido projecto, sobre Incompatibilidade com o Exercício de Funções Públicas.16 de Junho de 1975 – Miguel Veiga, deputado do PPD, pronuncia-se sobre a questão levantada quanto à votação do projecto de Regimento apresentado pelo deputado Américo Duarte (UDP), e intervém na discussão dos artigos 9.º (Imunidades dos Deputados) e 10.º (Regalias e Direitos) do projecto de Regimento apresentado pela Comissão.16 de Junho de 1975 – Manuel da Costa Andrade, deputado do PPD, intervém na apreciação na generalidade do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte e na discussão na especialidade do artigo 10.º, sobre Regalias e Direitos.16 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de José Furtado Fernandes, deputado do PPD, intervindo na discussão, na especialidade, do artigo 10.º do projecto de Regimento (Regalias e Direitos).16 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Olívio da Silva França, deputado do PPD, intervindo na apreciação, na generalidade, do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte.16 de Junho de 1975 – Joaquim Coelho dos Santos, deputado do PPD, pronuncia-se sobre o projecto de Regimento apresentado pelo deputado Américo Duarte (UDP), e faz uma declaração de voto relativa ao artigo 10.º do projecto de Regimento, sobre Regalias e Direitos.16 de Junho de 1975 – Adelino Amaro da Costa, deputado do CDS, intervém na discussão do artigo 7.º, sobre incompatibilidade com o exercício de funções públicas do projecto do Regimento da Assembleia Constituinte.16 de Junho de 1975 – Basílio Horta, deputado do CDS, intervém na Assembleia da República, falando sobre a proposta de alteração apresentada pelo Grupo Parlamentar do MDP/CDE relativa ao artigo 1.º do projecto de Regimento apresentado pela Comissão (Estrutura e função).16 de Junho de 1975 – Fernando Blanqui Teixeira, deputado do PCP pelo círculo de Coimbra, renuncia ao mandato de deputado por motivos de saúde, sendo substituído por Vital Martins Moreira.16 de Junho de 1975 – Silvério Martins da Silva, deputado do CDS pelo círculo de Aveiro, renuncia ao mandato, sendo substituído por Domingos Barreto Cerqueira.17 de Junho de 1975 – O Plenário dos Trabalhadores das Companhias Reunidas de Gás e Electricidade recusa cortar o fornecimento de energia eléctrica aos estúdios de Lisboa e ao emissor da Buraca da Rádio Renascença.17 de Junho de 1975 – Manifestação convocada pela Associação de Ex-Presos Políticos Antifascistas (AEPPA), com apoio da UDP, ORPC (m-l), FEC (m-l), OCMLP e CMLP, entre o Terreiro do Paço e o Campo de Santa Clara, sob o lema “fascistas para o Campo Pequeno, já”.17 de Junho de 1975 – Realiza-se em Lisboa (21h30), a “manifestação proletária pela conquista do poder”, organizada pelo Secretariado Nacional Provisório Pró-Conselhos Revolucionários de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros (CRTSM), com comício final junto da Assembleia da República onde tomaram a palavra Fernando de Almeida (Lisnave), capitão João de Oliveira, capitão Pinto, capitão António Calvinho (Associação de Deficientes das Forças Armadas) e tenente Matos Pereira (GNR). É reclamada a formação dum Governo Revolucionário e a dissolução da Assembleia Constituinte.17 de Junho de 1975 – O Sindicato das Telecomunicações acusa o Conselho de Gerência da Rádio Renascença de tentar dividir os trabalhadores «acenando-lhes com aumentos de ordenados», ao mesmo tempo que «corta-lhes o funcionamento, as fontes de informação telegráficas e telefónicas, a antena de frequência modulada».17 de Junho de 1975 – Comunicado da UDP crítica o Patriarcado e considera que «a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença é justa. É uma luta contra os reaccionários que foram o braço direito dos fascistas».17 de Junho de 1975 – Depois de tomar conhecimento da convocatória da manifestação de apoio à ocupação, o Patriarcado pediu aos padres durante a «reunião habitual com o clero da cidade de Lisboa» para nas missas convocarem os fiéis para «uma afirmação de solidariedade», apelando para a participação dos católicos numa manifestação «por uma Rádio Renascença ao serviço da Igreja», na mesma hora e local da convocada pela extrema-esquerda revolucionária, «quarta-feira, dia 18, às 18 horas».17 de Junho de 1975 – Realiza-se a chamada “manifestação patriótica” em Ponta Delgada que repudia a ideia da independência.17 de Junho de 1975 – Os jornalista que fazem a cobertura dos trabalhos da Assembleia Constituinte abandonam a sala das sessões em protesto contra as afirmações de José Medeiros Ferreira. O deputado socialista denunciara a «demagogia infernal» e a «incompetência grosseira» com que os órgãos de comunicação social estão a tratar a Assembleia. Os correspondentes parlamentares de 16 órgãos de comunicação fazem um comunicado no qual se declaram insultados pelas acusações do deputado.17 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de António Dias Lourenço, deputado do PCP, que intervém na discussão, na especialidade, do projecto de Regimento relativamente ao artigo 12.º , sobre a perda do mandato.17 de Junho de 1975 – Carlos de Brito, deputado do PCP, intervém na discussão na especialidade do projecto de Regimento, apresentando uma proposta de alteração ao artigo 12.º (Perda do mandato).17 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Álvaro Ribeiro Monteiro, deputado do MDP/CDE, intervindo na apreciação na especialidade do projecto de Regimento relativamente ao artigo 12.º, da perda do mandato.17 de Junho de 1975 – Teófilo Carvalho dos Santos, advogado, deputado do PS pelo círculo de Lisboa, renuncia ao mandato de deputado por motivos de saúde, sendo depois substituído por José Rosa Courinha, professor primário.17 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de José Augusto Seabra, deputado do PPD, intervindo na apreciação, na especialidade, do projecto de Regimento, relativamente ao artigo 11.º, sobre os Deveres dos Deputados.17 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros de 20 de Maio de 1975, que determina a intervenção do Estado na empresa António Xavier de Lima, por a mesma estar inactiva e nomeia uma Comissão Administrativa.17 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 30 de Maio de 1975, que determina a intervenção do Estado na Sociedade Marítima de Transportes, que opera entre Lisboa e a Margem Sul, devido a sonegação de fundos, desinvestimento e sabotagem, e como a empresa foi ocupada pelos trabalhadores, nomeia uma Comissão Administrativa constituída pelo capitão Rui da Cruz Ventura, Carlos Pires da Silva e Joaquim Caetano de Carvalho.17 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 3 de Junho de 1975, que determina a intervenção do Estado nas explorações agrícolas dos “Padrões” e dos “Padrões Novos”, no concelho de Grândola, propriedades de Abel Beja Corte Real e D. Maria Nunes Infante de Lacerda Corte Real, com objectivo de assegurar o emprego e designa Medina de Matos, regente agrícola, e Joaquim Casaca, representante dos trabalhadores, como gestores da exploração.18 de Junho de 1975 – Inicia-se a greve dos trabalhadores dos TLP, que durará 16 dias.18 de Junho de 1975 – Segunda tentativa para desselagem das instalações do REPÚBLICA, na presença do major Dias Ferreira. A administração e direcção não compareceram à hora marcada (de manhã) devido a «desencontros». O COPCON e a Comissão Coordenadora dos Trabalhadores reabram o edifício, apesar de não ter havido acordo relativo ao pagamento dos salários dos dias em que o jornal esteve encerrado, à manutenção de Álvaro Belo Marques na equipa e à participação de todos os trabalhadores na orientação política do jornal.18 de Junho de 1975 – Tentativa gorada de negociações (à tarde) entre a Comissão Coordenadora dos Trabalhadores do REPÚBLICA e Gustavo Soromenho (administrador), Raul Rego (director), João Gomes (chefe de redacção) e Rui Camacho (subchefe). 18 de Junho de 1975 – Comunicado do COPCON sobre o caso REPÚBLICA, apoiando os trabalhadores, acusando a administração de dar o dito por não dito e culpando a direcção e os redactores de manobraram a opinião pública, «servindo-lhe como jornal independente um órgão de imprensa descaradamente partidário».18 de Junho de 1975 – A UDP convoca para amanhã uma manifestação no Porto de apoio aos trabalhadores da Rádio Renascença, dizendo que «enganam-se os fascistas que no Norte detêm a Rádio Renascença, ao pensarem que esta parcela do território é um feudo seu», apelando à «ira popular» às «mãos do povo».18 de Junho de 1975 – Comunicado da UDP sobre a «justa luta dos trabalhadores da Rádio Renascença», onde defende o «direito ao trabalho e por uma informação ao serviços dos explorados e oprimidos», uma «luta contra o patronato reaccionário, que se esconde por detrás do Patriarcado», que «foram o braço direito dos fascistas Salazar e Caetano».18 de Junho de 1975 – Comunicado da Associação de Ex-Presos Políticos Antifascistas (AEPPA) solidarizando-se com a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença, apelando a todos os «antifascistas e democratas, às organizações populares e a todo o povo» para se integrarem na manifestação de logo, uma «jornada de luta contra a reacção fascista pelo direito ao trabalho e por uma informação livre e ao serviço das massas trabalhadoras».18 de Junho de 1975 – Comunicado do Secretariado do Comité Regional de Lisboa da Organização para a Reconstrução do Partido Comunista (marxista-leninista) – ORPC (m-l), defendendo a «luta dos trabalhadores da Rádio Renascença pelo direito ao trabalho e por uma informação ao serviço dos explorados», para «criar um amplo movimento de simpatia e solidariedade entre os trabalhadores explorados», no momento em que o «Patriarcado dá um passo em frente na sua escalada reaccionária».18 de Junho de 1975 – Comunicado do Secretariado da Organização Regional de Lisboa do MES que saúda a «luta dos trabalhadores da Rádio Renascença contra o Patriarcado reaccionário pelo direito ao trabalho e a uma informação ao serviço dos explorados e oprimidos», apelando à participação na manifestação.18 de Junho de 1975 – Comunicado do PPD (emitido de manhã) que desmente ter mobilizado os seus militantes para uma contramanifestação de apoio ao Patriarcado que se realizaria ao fim da tarde, que é uma manobra tendente a «falsear a sua imagem de partido verdadeiramente democrático».18 de Junho de 1975 – Manifestação (ao fim da tarde) em Lisboa, frente ao Patriarcado, com vista a apoiar a ocupação da Rádio Renascença pela Comissão de Trabalhadores, tendo havido ataques verbais, arremesso de pedras e recontros com uma contramanifestação de católicos de apoio ao cardeal-patriarca, que originou a intervenção de forças militares. A Polícia Militar e a PSP disparam tiros para o ar. Os manifestantes pró-Igreja, que se tinham refugiado no interior do Patriarcado, foram evacuados a partir da madrugada em camiões militares do Regimento de Infantaria de Queluz.18 de Junho de 1975 – Américo Duarte, deputado da UDP, tenta apresentar uma proposta de repúdio pela manifestação de apoio ao Patriarcado a propósito do caso da Rádio Renascença.18 de Junho de 1975 – Devido a alguns incidentes, o presidente da Mesa da Assembleia Constituinte manda evacuar as galerias do público e interrompe a sessão de trabalho.18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Francisco Miguel, deputado do PCP, que intervém na discussão na especialidade do projecto de Regimento relativamente ao artigo 14.º, sobre o Preenchimento das vagas.18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Vital Moreira, deputado do PCP, que pronuncia-se sobre a inclusão no Diário da Assembleia Constituinte das manifestações das galerias por parte do público, e intervém na discussão na especialidade do projecto de Regimento relativamente ao artigo 19.º (Autoridade e honras do Presidente).18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Jerónimo de Sousa, deputado do PCP, que intervém na discussão, na especialidade, do projecto de Regimento relativamente ao artigo 19.º, sobre a Autoridade e Honras do Presidente, apresentando uma proposta de emenda em nome do Grupo Parlamentar do PCP.18 de Junho de 1975 – Octávio Pato, deputado do PCP, pronuncia-se sobre a vinculação ou não dos requerimentos lidos pelos deputados por parte da Assembleia, e intervém na discussão do artigo 20.º (Competência do Presidente) e 30.º (Actas das Comissões) do projecto de Regimento.18 de Junho de 1975 – Carlos de Brito, deputado do PCP, pronuncia-se sobre os acontecimentos da sessão anterior que originaram a evacuação das galerias e a interrupção dos trabalhos, faz ainda uma declaração de voto, em nome do Grupo de Deputados do PCP, relativamente à proposta apresentada pelo deputado Américo Duarte (UDP) referente a uma contra-manifestação respeitante à Rádio Renascença, intervém na continuação da discussão do referido artigo 11.º do projecto de Regimento, na apreciação do artigo 14.º (Preenchimento das vagas), apresentando uma proposta de eliminação, do artigo 16.º (Eleição), apresentando uma proposta de emenda e do artigo 20.º (Competência do Presidente).18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de António Barbosa de Melo, deputado do PPD, fazendo uma declaração de voto, em nome do Grupo Parlamentar do PPD, relativamente à proposta apresentada pelo deputado Américo Duarte (UDP) referente a uma contramanifestação respeitante à Rádio Renascença.18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Amândio Anes de Azevedo, deputado do PPD, que intervém na discussão na especialidade do projecto de Regimento relativamente ao artigo 25.º, sobre a Participação dos Deputados nas Comissões, apresentando uma proposta de aditamento.18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Pedro Roseta, deputado do PPD, para fazer uma declaração de voto sobre a proposta apresentada pelo Grupo Parlamentar do MDP/CDE relativamente ao artigo 20.º do projecto de Regimento, sobre a Competência do Presidente. 18 de Junho de 1975 – Comunicado do PS sobre os “Incidentes com Jornalistas e Público na Assembleia Constituinte”.18 de Junho de 1975 – Mário Sottomayor Cardia, porta-voz do PS, a propósito do caso da Rádio Renascença, apoia o «direito de a Igreja utilizar os meios de comunicação social» e que a «demagogia irresponsável e anticlerical» apenas «pode favorecer a contra-revolução».18 de Junho de 1975 – Criação do Comité de Defesa da Revolução da Sorefame, com 207 membros.18 de Junho de 1975 – Despacho do Ministério da Agricultura que formaliza a intervenção do Estado na Herdade dos Machados, propriedade da Casa Agrícola Santo Jorge, em Moura, nomeando uma comissão administrativa.18 de Junho de 1975 – Despacho da Presidência do Conselho de Ministros que cria uma comissão de investigação ao caso do navio “Angoche” constituída pelo primeiro-tenente Luís Paiva de Andrade (em nome da Armada), comandante Manuel Forbes Beça (representante da Marinha Mercante), Francisco Grainha do Vale (representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros) e Jorge Gomes Rodrigues (representante de familiares dos tripulantes).18 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 30 de Maio de 1975, que determina a intervenção do Estado nas empresas do grupo da Sociedade Central de Cervejas.18 de Junho de 1975 – Termina em Lisboa a sessão especial do Comité dos 24, da Comissão de Descolonização da ONU, que esteve reunido para analisar a descolonização portuguesa.19 de Junho de 1975 – A evacuação dos contramanifestantes que se tinham refugiado nas instalações do Patriarcado decorreu desde a madrugada e até cerca das 14 horas. O número foi calculando entre 800 e 1.000.19 de Junho de 1975 – Manifestação em Lisboa de apoio aos trabalhadores da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Manifestação no Porto (à tarde) convocada pela UDP de solidariedade com a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença, reclamando que o norte não «é um feudo» onde a direita e os fascistas «tudo podem contra o povo».19 de Junho de 1975 – Comunicado do COPCON justificando a sua actua­ção na manifestação no Patriarcado, no qual afirma que alguns contramanifestantes afectos à Igreja estavam armados de correntes de ferro, barras, bastões e soqueiras. Crítica os párocos de Lisboa que «em algumas igrejas foram feiras pelos respectivos padres, durante as homilias, apelos aos católicos para que ocorressem» ao Paço Episcopal, «explorando assim os sentimentos religiosos».19 de Junho de 1975 – Comunicado da UDP de apoio à luta dos trabalhadores da Rádio Renascença, dizendo que não se trata dum conflito religioso.19 de Junho de 1975 – Comunicado da LCI de apoio à luta dos trabalhadores da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Comunicado do Comité Marxista-Leninista Português (CMLP) de apoio à luta dos trabalhadores da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Comunicado do MES de apoio à luta dos trabalhadores da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Comunicado do PCP a desaprovar a manifestação de apoio aos trabalhadores da Rádio Renascença, reafirmando defender a liberdade religiosa, condenando «todos os actos e atitudes que representem uma ofensa aos sentimentos religiosos» e que «os que orientam tais manifestações e contramanifestações estão motivando tensões que servem objectivamente o interesse da reacção».19 de Junho de 1975 – Comunicado do PPD no qual lamenta «a longa paralisia dos poderes constituídos na resolução do caso da Rádio Renascença» e reconhece à Igreja «o direito de difundir livremente a sua doutrina».19 de Junho de 1975 – Comunicado do PPM sobre o conflito da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Comunicado do CDS considera que «o conflito da Rádio Renascença não tem a natureza de conflito laboral», sendo um conflito «político e ideológico» sobre «uma concepção pluralista e livre da Informação».19 de Junho de 1975 – Comunicado do secretário-geral adjunto do PDC que lamenta e condena a «prática de actos violentos e incivilizados» e manifesta solidariedade à Igreja, um «promontório sagrado», no conflito da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Comunicado do Secretariado do Patriarcado e do Con­selho Permanente do Episcopado sobre a Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – O Patriarcado de Lisboa faz uma tentativa de suspensão da emissão da Rádio Renascença, mandando destruir o gerador de electricidade.19 de Junho de 1975 – O Conselho da Revolução manifesta preocupação pela proliferação de manifestações de organizações que «lançam o alarme» ao mesmo tempo que apelam «para o avanço na via da ditadura do proletariado», via que o «MFA repudia por não se enquadrar no caminho pluralista» da «Revolução Portuguesa».19 de Junho de 1975 – Emídio Guerreiro, secretário-geral do PPD, foi recebido em audiência pelo Presidente da República, general Costa Gomes.19 de Junho de 1975 – Foi criada a pró-Comissão para a Defesa da Revolução no JORNAL DE NOTÍCIAS, com o objectivo de «defender as instalações de possíveis ataques» e de «sabotagens da reacção» e colaborar «activa e estreitamente» com o MFA na defesa do «processo revolucionário português».19 de Junho de 1975 – Américo Duarte, deputado da UDP, protesta da Assembleia Constituinte contra a ordem do Presidente da Mesa no sentido da evacuação das galerias, apresenta uma proposta de repúdio pela manifestação de apoio ao Patriarcado, a propósito do caso Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Carlos de Brito faz uma declaração de voto, em nome do Grupo de Deputados do PCP, relativamente à proposta apresentada pelo deputado Américo Duarte (UDP) referente a uma contramanifestação respeitante à Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – José Lopes de Almeida, deputado do PCP, intervém na discussão do artigo 42.º (Período de antes da ardem do dia), subscrevendo propostas de alteração, e do artigo 43.º (Duração do período de antes da ordem do dia).19 de Junho de 1975 – Vital Moreira, deputado do PCP, pronuncia-se sobre as normas do Regimento provisório respeitantes ao quórum necessário para as deliberações da Assembleia Constituinte e intervém na discussão do artigo 42.º daquele projecto (Período de antes da ordem do dia).19 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de António Malaquias Abalada, deputado do PCP, para intervir na discussão do artigo 47.º do projecto de Regimento, acerca do carácter público das reuniões plenárias).19 de Junho de 1975 – António Barbosa de Melo, deputado do PPD, pronuncia-se sobre as normas do Regimento provisório respeitante ao quórum necessário para as deliberações da Assembleia Constituinte, e justifica a apresentação de propostas por parte do Grupo Parlamentar do PPD relativamente ao artigo 43.º, que trata da duração do período de antes da ordem do dia.19 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Fernando Amaral, deputado do PPD, que intervém na discussão do artigo 42.º do projecto de Regimento, sobre o período de antes da ordem do dia.19 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de José Ferreira Júnior, deputado do PPD, que manifesta «todo o nosso apoio ao comunicado do Conselho da Revolução» por este reafirmar que «o caminho para a revolução portuguesa só pode ser a do pluralismo, rejeitando claramente os apelos para a via da ditadura do proletariado», considerando que «só pela via democrática e pluralista se poder chegar ao verdadeiro socialismo».19 de Junho de 1975 – Maria Helena Roseta, deputada do PPD, apresenta um requerimento solicitando informações sobre política habitacional.19 de Junho de 1975 – José Gonçalves Sapinho, deputado do PPD, apresenta um requerimento solicitando informações sobre a recondução de professores do ensino secundário e complementar sem as habilitações mínimas legais.19 de Junho de 1975 – É apresentado publicamente as linhas gerais o Plano de Acção Política do MFA (PAP), redigido pelo capitão Vasco Correia Lourenço, vice-almirante António Rosa Coutinho e capitão eng.º Vítor Graça e Cunha. O MFA é apresentado como «movimento de libertação do povo português, suprapartidário», para realizar a «construção de uma sociedade socialista», aponta a via do «pluralismo socialista» e do «pluralismo partidário», alerta para «certas manifestações de esquerdismo pseudo-revolucionário, ainda que por vezes bem intencionado, tendem a criar situações anarquizantes, profundamente perturbadoras de um processo revolucionário», afirma a «determinação de fazer cumprir firmemente todas as leis que se enquadrem» na «revolução portuguesa» e na «via para o socialismo», aponta para a «necessidade de reprimir com a necessária dureza a possível acção de grupos ou organizações clandestinas armadas […] contra-revolucionárias», insiste no «combate ao esquerdismo» que «deverá ser travado essencialmente no campo ideológico», para tentar «recuperar os seus elementos bem intencionados para os objectivos e tarefas da Revolução».19 de Junho de 1975 – Tenente João Bargão dos Santos, director do Departamento de Informação da RTP, lê (às 20h30) um comunicado no qual se dizia que a revolução não era pertença de nenhum partido e que todas as forças políticas se deveriam subordinar a uma orientação revolucionária, terminando com a frase «pluralismo revolucionário, sim; pluralismo contra-revolucionário, não». Consta que o comunicado foi redigido por pressão e influência dos Conselhos Revolucionários de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros – CRSTM.19 de Junho de 1975 – Atentado bombista da extrema-direita na Graça, em Lisboa.20 de Junho de 1975 – A JOC – Juventude Operária Católica, em comunicado, manifesta solidariedade para com os ocupantes da Rádio Renascença, pois as posições assumidas pela hierarquia da Igreja Católica «demonstram claramente não estarem dispostos a abdicar do poder que sempre exerceram no nosso País» em aliança «com forças que não estão interessadas na transformação profunda da sociedade».20 de Junho de 1975 – Os Leigos Progressistas da Graça, em Lisboa, apoiam a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença e criticam «o Episcopado, míope».20 de Junho de 1975 – Despacho que dissolve a Comissão Mista criada pelo governo para administrar a Rádio Renascença.20 de Junho de 1975 – Vital Moreira, deputado do PCP, intervém na discussão do artigo 49.º (Diário da Assembleia Constituinte) e do artigo 55.º (Uso da palavra para participar nos debates), apresentando uma proposta de redacção.20 de Junho de 1975 – Octávio Pato, deputado do PCP, intervém na discussão do artigo 47.º, do artigo 52.º (Colaboração dos meios de comunicação social), do artigo 83.º (Relações com os órgãos de Soberania e com o Movimento das Forças Armadas) e do artigo 84.º (Publicação e entrada em vigor do Regimento).20 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de António Marcos dos Santos, deputado do PCP, que apresenta um requerimento solicitando que lhe seja facultada cópia da Constituição Política Portuguesa que vigorava à data de 25 de Abril de 1974 e todas as actas dos debates relativos à mesma.20 de Junho de 1975 – Luís de Melo Biscaia, deputado do PPD, solicita informações ao Ministério da Comunicação Social sobre as medidas tomadas ou a tomar pelo Governo no sentido de auxiliar a imprensa regional a sobreviver e a garantir o exercício da sua importante missão.20 de Junho de 1975 – António Norton de Matos, deputado do CDS, intervém na discussão do artigo 55.º do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte, sobre o uso da palavra para participar nos debates.20 de Junho de 1975 – Comunicados de vários partidos face aos acontecimentos frente ao Patriarcado em 18 de Junho, entre os quais documentos do PS, PCP, PPD e UDP.20 de Junho de 1975 – Marcelo Rebelo de Sousa anuncia que vai abandonar o cargo de secretário-geral adjunto do PPD para dedicar mais tempo á actividade de subdirector do semanário EXPRESSO.21 de Junho de 1975 – Comício em Setúbal de solidariedade com o MPLA, de “apoio total ao povo angolano” e “contra o imperialismo e neo-colonialismo”, organizado pela FSP, MES, LCI, LUAR, PCP e PRP-BR.21 de Junho de 1975 – Conselho da Revolução aprova, durante a madrugada, o Plano de Acção Política do MFA (PAP), elaborado pelo vice-almirante Rosa Coutinho e capitão Vasco Lourenço, entre outros.22 de Junho de 1975 – O PCP afirma o seu apoio ao Plano de Acção Política do MFA.22 de Junho de 1975 – O MDP/CDE manifesta o seu apoio ao Plano de Acção Política do MFA (PAP).22 de Junho de 1975 – O PS declara o seu apoio ao Plano de Acção Política do MFA e convoca uma manifestação para amanhã.22 de Junho de 1975 – O PPD manifesta apoio ao Plano de Acção Política (PAP) e afirma que «está inteiramente de acordo com o pensamento do MFA no que diz respeito à orientação pluralista para uma sociedade socialista».22 de Junho de 1975 – O CDS manifesta, com «a maior honestidade e lealdade», alguma reserva ao Plano de Acção Política (PAP), embora realce a «séria preocupação de garantir» a «liberdade pluralista».23 de Junho de 1975 – Os trabalhadores da SAPEC, em Setúbal, empresa de capital belga, ocupam a fábrica para exigir o saneamento financeiro e a intervenção do Estado.23 de Junho de 1975 – O Plenário dos Trabalhadores da CUF do Barreiro decidiu aprovar a nacionalização da empresa para retirar o controlo financeiro das mãos do grupo Mello e exigir o saneamentos de alguns administradores.23 de Junho de 1975 – Os trabalhadores da Salmar, Lavradio, ocupam a fábrica e formam a cooperativa Coopsal.23 de Junho de 1975 – Reunião das Comissões de Moradores e Trabalhadores da Zona da Pontinha, sendo eleito o Secretariado Provisório encarregue de organizar a Primeira Assembleia Popular da Pontinha.23 de Junho de 1975 – A Comissão Coordenadora de Greve dos Trabalhadores dos TLP reúne-se com o COPCON, sendo recebida pelo major Pena, para resolução do conflito laboral na empresa. No mesmo dia o Ministério dos Transportes e Comunicações recusou receber a Comissão.23 de Junho de 1975 – Comunicados do Movimento Cristãos pelo Socialismo de apoio aos trabalhadores da Rádio Renascença e condenando a hierarquia eclesiástica, pois a «Rádio Renascença será tanto mais uma emissora católica quanto mais for fiel ao povo, ao serviço de quem se deve manter».23 de Junho de 1975 – Comunicado do Secretaria do Nacional do PS sobre “A Rádio Renascença e a Liberdade Religiosa”, que embora reconhecendo que «o conflito teve a sua origem num acto administrativo da gerência», mas passou depois a ser um «pretexto para mais uma tentativa de manipulação da rádio, ao serviço da ideologia», condenando simultaneamente a não admissão dos estagiários demitidos e a ocupação da emissora.23 de Junho de 1975 – O PS, com adesão do PPD, PPM e PCP (m-l), promove uma manifestação em Belém de saudação ao presidente Costa Gomes e apoio ao Plano de Acção Política do MFA, saudando a opção pela via democrática da revolução portuguesa.23 de Junho de 1975 – Manifestação do PS na Praça da Liberdade, Porto, de apoio ao Plano de Acção Política do MFA, pela garantia de «uma via pluralista para o socialismo».23 de Junho de 1975 – José Magro, deputado do PCP, assume interinamente a presidência da Mesa da Assembleia Constituinte.23 de Junho de 1975 – Carlos de Brito, deputado do PCP, faz uma declaração de voto relativa ao artigo 83.º (Relações com os órgãos de Soberania e com o Movimento das Forças Armadas).23 de Junho de 1975 – Vital Moreira, deputado do PCP, intervém na discussão do artigo 79.º (Termo do debate), do artigo 83.º (Relações com os órgãos de soberania e com o Movimento das Forças Armadas), apresentando uma proposta de aditamento, e do artigo 84.º (Publicação e entrada em vigor do Regimento).23 de Junho de 1975 – José Manuel Tengarrinha, deputado do MDP/CDE, intervém na Assembleia Constituinte para fazer uma declaração, em nome do Grupo de Deputados do MDP/CDE, acerca de um comunicado do Conselho da Revolução que se refere ao funcionamento da Assembleia Constituinte.23 de Junho de 1975 – Ângelo Veloso, deputado do PCP, intervém na discussão do artigo 79.º do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte, apresentando uma proposta de alteração.23 de Junho de 1975 – Promulgado o decreto que cria a ANOP em substituição da ANI.24 de Junho de 1975 – Reunião da Comissão de Trabalhadores da Fábrica de Material Braço de Prata, que aprova a moção para a criar uma futura Assembleia Popular de Marvila, como órgão de poder popular.24 de Junho de 1975 – Dando cumprimento às decisões do plenário, a Comissão Coordenadora de Greve dos Trabalhadores dos TLP ocupou as instalações da empresa por piquetes de greves.24 de Junho de 1975 – Reunião de concertação entre a Comissão Sindical da TAP e a Comissão Administrativa para negociar o Acordo Colectivo de Trabalho.24 de Junho de 1975 – Um grupo de alunos lançou fogo a uma dependência do Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, acusa o sargento Viegas, membro do Conselho de Gestão nomeado pelo ministério.24 de Junho de 1975 – A UDP crítica o Plano de Acção Política do MFA (PAP).24 de Junho de 1975 – Manifestação do PS contra a ocupação do jornal REPÚBLICA pelos trabalhadores.24 de Junho de 1975 – Arnaldo de Matos, secretário-geral do MRPP, preso em Caxias, inicia uma greve de fome.24 de Junho de 1975 – General Otelo Saraiva de Carvalho, que era comandante-adjunto, passa a comandante do COPCON, embora na dependência directa da Presidência da República.24 de Junho de 1975 – Primeiro-tenente médico Ramiro Correia substitui interinamente o coronel Rosa Andrade na chefia da 5.ª Divisão do EMGFA.24 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 12 de Junho de 1975, que determina a intervenção do Estado na empresa “Martins & Rebelo” e suas associadas, devido a desvio de fundos, e para «salvaguardar o interesse nacional» nomeia uma Comissão Administrativa.25 de Junho de 1975 – Reunião das delegações regionais da FSP, LCI, LUAR, MDP/CDE, MES e PCP de Setúbal para analisar a situação política e discutir uma proposta de acção para a luta das massas trabalhadoras no sentido de mobilizar os seu militantes para a concretização das tarefas revolucionárias. O PRP-BR não compareceu por não aceitar a Ordem de Trabalhos e a UDP recusou o convite devido à presença do PCP.25 de Junho de 1975 – Principia o I Congresso da Intersindical com a presença de 159 sindicatos.25 de Junho de 1975 – O COPCON intervém para separar manifestantes solidários com a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença e contramanifestantes apoiantes da hierarquia religiosa, junto dos estúdios do Porto, na Rua de Sá da Bandeira.25 de Junho de 1975 – A Comissão de Trabalhadores da Rádio Renascença acusa os simpatizantes do PPD e do CDS de terem distribuído «panfletos anónimos» convocando «a provocatória contramanifestação» do Patriarcado de 18 de Junho.25 de Junho de 1975 – Publicação do boletim JORNAL DA LUTA dos Trabalhadores da Rádio Renascença.25 de Junho de 1975 – Proclamada a independência da República Popular de Moçambique, sob a presidência de Samora Machel. General Vasco Gonçalves chefia a delegação portuguesa, que conta com as presenças de Melo Antunes, Otelo Saraiva de Carvalho, Vítor Crespo, Mário Soares e Álvaro Cunhal.26 de Junho de 1975 – Comunicado do PRP-BR considera que o Plano de Acção Política do MFA «consagra a continuação» duma política e de «um Governo de conciliação de classes», não sendo viável construir um socialismo «com os representantes da burguesia».26 de Junho de 1975 – Manifestação do MRPP no Rossio, Lisboa, para exigir a libertação dos seus militantes presos.26 de Junho de 1975 – Álvaro Veiga de Oliveira, ministro dos Transportes e Comunicações, reúne-se com os dirigentes sindicais e trabalhadores dos TLP, em greve já mais de uma semana, aconselhando-os a aceitarem a proposta governamental de aumento, o que foi linearmente rejeitado, sendo o ministro vaiado.26 de Junho de 1975 – A CP anuncia que irá aumentar os preços de bilhetes em 50%, devido à sua «situação deficitária», a partir de 1 de Julho.26 de Junho de 1976 – Os trabalhadores da empresa de Teatro Laura Alves fundam o GATIL – Grupo de Acção Teatral Independente de Lisboa, do qual fazem parte Fernanda Baptista, Leónia Mendes, Natalina José, Rosita Afonso, Celeste Silva e Vítor Rosado.26 de Junho de 1975 – No 2.º Tribunal Militar Territorial de Angola foram julgados 23 soldados e milicianos do Batalhão de Artilharia 6220, acusados de sanearam 4 oficiais do comando.27 de Junho de 1975 – Terminam num impasse as reuniões de concertação entre a Comissão Sindical da TAP e a Comissão Administrativa, que decorriam desde o dia 24 de Junho para negociar o Acordo Colectivo de Trabalho.27 de Junho de 1975 – O JORNAL DO CASO REPÚBLICA divulga a entrevista de Álvaro Cunhal à jornalista Oriana Fallaci, onde o secretário-geral do PCP declara que «as eleições não têm nada ou têm muito pouco a ver com a dinâmica revolucionária», acrescentado que «Portugal nunca terá uma democracia burguesa».27 de Junho de 1975 – O PCP protesta contra a «tendenciosa deformação» e a «grosseira deturpação» da entrevista concedida por Álvaro Cunhal à jornalista Oriana Fallaci.27 de Junho de 1975 – Foi criado o Comité de Defesa da Revolução (CDR) dos trabalhadores da Caixa de Previdência de Viana do Castelo.27 de Junho de 1975 – Assembleia Geral para discutir o projecto de estatutos do Sindicato dos Médicos e Lisboa e Região Sul, terminou na madrugada do dia 28 com graves divisões e abandono da sala de mais de 100 médicos em protesto e gritos de “abaixo a reacção”.27 de Junho de 1975 – Publicação do despacho do ministro da Agricultura que formaliza a intervenção do Estado na Herdade dos Machados, propriedade da Casa Agrícola Santo Jorge, em Moura, e nomeia uma comissão administrativa formada por João Afonso Pires, João Antunes dos Santos e Alexandre Maurício Faria.27 de Junho de 1975 – O Governo Provisório decidiu assegurar a gestão da Herdade dos Esporões, em Reguengos de Monsaraz.27 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 15 de Maio de 1975, que determina a intervenção do Estado na gestão da empresa Tinturaria Cambournac, que emprega 800 pessoas, devido a abandono de funções da gerência, nomeia uma Comissão Administrativa para saneamento financeiro, reestruturação económica, administrativa e produtiva da empresa.27 de Junho de 1975 – A Comissão Nacional de Eleições apresentou a análise às contas dos partidos na campanha eleitoral, segundo as quais o PS foi o partido que mais gastou, seguido do PPD e do PCP. A UDP recusou apresentar as contas dos gastos.28 de Junho de 1975 – Reunião do Secretariado das Inter-Comissões de Lisboa, que define a sua actuação com características de autonomia e apartidarismo.28 de Junho de 1975 – As Comissões Revolucionárias de Trabalhadores do Clube Radiofónico de Portugal, dos Emissores Associados de Lisboa e da Alfabeta (Rádio Voz de Lisboa) anunciam que passam a fazer rádio de «acordo com a realidade portuguesa» e ao serviço dos «interesses das classes trabalhadoras».28 de Junho de 1975 – Encontro de activistas e militantes do MES para debater e organizar a intervenção política na zona da reforma agrária, a fim de organizar o poder popular nos campos.28 de Junho de 1975 – Comício do PCP em Lisboa, subordinado ao lema “com o PCP para a unidade popular, rumo ao socialismo”. Intervenção de Álvaro Cunhal a pedir «um poder político menos contraditório e mais unido» com o processo revolucionário e a reafirmar que o PCP não teve intervenção na luta dos trabalhadores do REPÚBLICA e que o caso do jornal estaria resolvido «se não fosse a especulação que o PS fez».28 de Junho de 1975 – Vice-almirante António Rosa Coutinho defende a «necessidade de um verdadeiro partido socialista em Portugal», na esperança que «o PS repudiasse a social-democracia como seu programa», visto que «consideramos a social-democracia como socialismo de fachada».28 de Junho de 1975 – Capitão Vasco Lourenço, conselheiro do Conselho da Revolução, defende a «opção pelo socialismo», pois «a social-democracia não serve a Portugal», afirmando que «com a social-democracia não construiremos o socialismo».28 de Junho de 1975 – Primeiro-tenente Ramiro Correia, chefe interino da 5.ª Divisão do EMGFA, concede uma entrevista ao EXPRESSO, na qual declara que em situações limites, os Conselhos de Defesa da Revolução devem estar «preparados para lutar e defender, de armas na mão, os seus locais de trabalho contra acções contra-revolucionárias».28 de Junho de 1975 – Marcelo Rebelo de Sousa, em análise feita no EXPRESSO, afirma que o Plano de Acção Política (PAP) é uma «viragem para o realismo».28 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 12 de Junho de 1975, que determina a intervenção do Estado na gestão da Companhia Portuguesa de Pesca e nomeia uma Comissão Administrativa constituída por Ildefonso dos Santos Nóvoa, José Leite de Araújo e Lino Lopes Simões.28 de Junho de 1975 – Inicia-se o I Encontro de Teatro Popular Infantil de Sintra, no Sabugo (Sintra), uma iniciativa do Grupo de Teatro de Animação O Bando, com adesão de grupos de Algueirão, Magoito, Covas de Ferro, Almoçageme e Agualva.28 de Junho de 1975 – Encontro em Espanha de Franck Carlucci, embaixador americano em Lisboa, com Wernon Walters, subdirector da CIA, para discutir a situação política portuguesa.29 de Junho de 1975 – Realiza-se nas instalações do Grupo Desportivo da Fábrica de Material Braço de Prata o plenário de trabalhadores, moradores e colectividades da freguesia de Marvila, convocado pela Comissão de Trabalhadores da Fábrica de Material Braço de Prata, com a presença duma delegação do RALIS, para fundar a Assembleia Popular de Marvila, que possa funcionar como órgão de poder popular e poder dos trabalhadores. Foi eleita uma comissão provisória e marcada a primeira Assembleia para 13 de Julho.29 de Junho de 1975 – Realiza-se a Primeira Assembleia Popular da Pontinha, sob presidência do capitão Vítor Cabral e Silva, com a presença de 15 comissões de trabalhadores, 24 comissões de moradores e delegados do Regimento de Engenharia 1.29 de Junho de 1975 – Mário Soares dá uma conferência de imprensa no Porto, onde afirma que a via pluralista para a sociedade socialista «não pode concretizar-se se a imprensa estiver manipulada, ao serviço de um partido único».29 de Junho de 1975 – Da cadeia de Alcoentre fogem (à tarde) 89 antigos agentes da PIDE/DGS.30 de Junho de 1975 – A Comissão Coordenadora de Trabalhadores da Rádio Renascença é convocada para um reunião com o primeiro-ministro e o ministro da Comunicação Social, a realizar no dia 1 de Julho.30 de Junho de 1975 – Trabalhadores da Bronzes Cetóbriga, de Setúbal, estão em luta para garantir os postos de trabalho.30 de Junho de 1975 – Assembleia Geral do Sindicato dos Bancários de Lisboa no pavilhão do Estádio da Luz para discutir os novos estatutos, com a presença de 6.000 associados, que se prolongou até às seis horas da madrugada.30 de Junho de 1975 – 17 dos 89 antigos agentes da PIDE/DGS evadidos de Alcoentre foram capturados nas primeiras horas, devido a operações stop e buscas feitas por populares e COPCON.30 de Junho de 1975 – Os empresários agrícolas do Alentejo, em exposição dirigida ao Ministério da Agricultura, ameaçam constituir «um sistema de justiça privada» se «não houver um sistema de justiça organizada que proteja os legítimos direitos» dos agricultores.30 de Junho de 1975 – O Grupo de Leigos Progressistas da Graça, Lisboa, repudia «veementemente» a explosão de uma bomba de fraca potência nas imediações da missa paroquial de domingo, que considera ter sido colocada pela «reacção» com o objectivo de fazer «olhar os opressores como mártires».30 de Junho de 1975 – Despacho do Ministério da Agricultura que determina que a exploração agrícola de D. Maria Matilde de Almodôvar Feio Paiva Raposo de Sousa Lara passe a ser orientada pelo Conselho Regional de Reforma Agrária de Beja.30 de Junho de 1975 – O CDS é admitido na União Europeia das Democracias Cristãs e na União Mundial das Democracias Cristãs.30 de Junho de 1975 – Reunião conspirativa do major Vítor Alves, comandante Alpoim Calvão e cónego Eduardo Melo Peixoto em casa do capitão Valentim Loureiro.Junho de 1975 – Prosseguem as greves e lutas dos trabalhadores da SOFIL (Santo Tirso), Lionesa (Leça do Bailio) e TLP.Junho de 1975 – José Francisco Ribeiro, António Fernandes Ribeiro e Domingos Francisco, em nome da Comissão de Trabalhadores da Sociedade Têxtil SOUSABREU, fábrica de atoalhados de Guimarães, fazem o balanço de oito meses de autogestão.Junho de 1975 – Ocupação de terras da Quinta da Ameixoeira, em Azambuja, propriedade da Casa do Duque de Lafões.Junho de 1975 – Fundação da Cooperativa Produtora Agrícola de Vale do Mouro, em Aveiras de Cima.Junho de 1975 – Realiza-se o plenário do Conselho de Aldeia do Vale do Horto, Azóia, Leiria, que aprova uma moção exigindo melhoria dos caminhos, colocação dum telefone público, transportes, centro de convívio e outros melhoramentos.Junho de 1975 – Os trabalhadores da Quinta da Vargem, em Unhais da Serra, que pertencia à família Almeida Garrett, fazem o balanço da ocupação do latifúndio de 20 mil hectares.Junho de 1975 – Surge no Porto o primeiro número na nova série do mensário O COMUNISTA: Periódico Marxista-Leninista, sob direcção de Afonso Gonçalves da Rocha, mais tarde transformado em órgão da UCRP (M-L) – União Comunista para a Reconstituição do Partido (Marxista-Leninista).Junho de 1975 – Manifestação em Lisboa da ORPC (m-l), CMLP e OCMLP, contra o avanço da reacção.Junho de 1975 – O chamado Pinhal da Marinha, em Queluz, onde se faziam os acampamentos da Mocidade Portuguesa, é ocupado pela população.Junho de 1975 – Assembleia conjunta de militares e civis no GDCI (Monsanto), com operários, elementos dos CRTSM e das Comissões Revolucionárias Autónomas de Moradores Ocupantes de Lisboa e arredores.Junho de 1975 – Manifesto da Associação das Famílias dos Anti-Fascistas Presos, exigindo a “libertação imediata do camarada Arnaldo de Matos, secretário-geral do MRPP, e de todos os anti-fascistas presos”.Junho de 1975 – Mário Soares afirma em Roma que «se os comunistas portugueses fossem como os italianos, não teríamos problemas».Junho de 1975 – Elementos do ELP assaltam uma agência bancária em Vinhais.Junho de 1975 – Parte do pessoal duma Companhia de Infantaria recusa embarcar para cumprir o serviço militar em Angola.


15 de Junho de 1975 – Tentativa de ocupação do emissor da Lousã da Rádio Renascença por elementos afectos à Gerência e à Igreja, liderados por Fernando Magalhães Crespo, e confrontos com os trabalhadores que transmitiam o sinal dos trabalhadores de Lisboa. Uma força militar ocupou o emissor e evacuou as instalações, o que na prática cortou a emissão da capital.15 de Junho de 1975 – Foram roubadas armas de guerra no quartel de Santa Margarida, um destacamento do Regimento de Cavalaria 4. Uma viatura entrou na Unidade, dirigiu-se à arrecadação de material de guerra e levou 21 espingardas automáticas G-3, 6 pistolas-metralhadoras FBP e 2 metralhadoras MG.16 de Junho de 1975 – A UDP, ORPC (m-l), MES, Associação de Ex-Presos Políticos Antifascistas (AEPPA), Secretariado Regional do Movimento Cristãos pelo Socialismo e o Sindicato dos Profissionais de Telecomunicações e Radiodifusão convocam uma manifestação de apoio à luta dos trabalhadores da Rádio Renascença, para o dia 18 de Junho, ao fim da tarde. A convocatória foi difundida pela Emissora Nacional, Rádio Clube Português e Rádio Renascença.16 de Junho de 1975 – Comunicado dos trabalhadores da Rádio Renascença dando conta que vários «elementos reaccionários», em colaboração com a «entidade patronal» e sob a «protecção das forças políticas mais reaccionárias», assaltaram o emissor da Lousã, que transmitia a programação de Lisboa.16 de Junho de 1975 – Major Tonelo, do Quartel-General da Região Militar do Centro, manda encerrar o edifício e selar o emissor da Lousã, que transmitia o sinal dos trabalhadores de Lisboa. Sendo assim, a emissão de Lisboa da Rádio Renascença passa a ser captada somente na zona da capital e no Sul.16 de Junho de 1975 – Realiza-se o 2.º Congresso Regional do Conselho Revolucionário de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros (CRTSM) da Marinha Grande.16 de Junho de 1975 – Formado o Conselho Revolucionário de Trabalhadores da Lisnave, afecto ao PRP-BR.16 de Junho de 1975 – Assaltada e vandalizada a sede do MDP/CDE em Aver-o-Mar, na Póvoa de Varzim.16 de Junho de 1975 – Decreto-Lei n.º 292/75 completando questões da contratação colectiva de trabalho, fixa o salário mínimo e o salário máximo nacional, estipula os instrumentos de regulação colectiva e regula dos despedimentos. O salário mínimo nacional foi fixado em 4.000 escudos.16 de Junho de 1975 – Aprovado na generalidade o projecto de Regimento da Assembleia Constituinte, elaborado pela respectiva Comissão. Nova polémica sobre o período de antes da ordem do dia com duração e temas ilimitados, aprovado com votos contra do PCP e o MDP/CDE, que defendiam que a Assembleia não deveria «distrair-se» da missão de elaborar a Constituição. No decurso da sessão ocorreram mais acesas discussões entre os deputados Coelhos dos Santos (PPD) e Lopes de Almeida (PCP), e entre João Miller Guerra (PS) e Octávio Pato (PCP).16 de Junho de 1975 – Américo Duarte apresenta o projecto de Regimento da UDP para funcionamento da Assembleia Constituinte e propõe alterações ao articulado da Comissão de Imunidades dos Deputados.16 de Junho de 1975 – Octávio Pato, deputado do PCP, subscreve uma proposta, relativa à designação de uma nova Comissão de Verificação de Poderes, intervém na apreciação, na generalidade, do projecto de Regimento e faz algumas considerações sobre a intervenção do deputado Miller Guerra (PS) quanto ao seu discurso de renúncia ao mandato em 1973.16 de Junho de 1975 – José Lopes de Almeida, deputado do PCP, apresenta uma proposta de emenda ao artigo 10.º do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte.16 de Junho de 1975 – José Manuel Tengarrinha, deputado do MDP/CDE, intervém na Assembleia Constituinte para fazer a apreciação, na generalidade, do projecto de Regimento.16 de Junho de 1975 – Luís Alves Catarino, deputado do MDP/CDE, intervém na Assembleia Constituinte para participar na discussão, na especialidade, do projecto de Regimento apresentado pela Comissão, subscrevendo uma proposta de alteração ao artigo 1.º (Estrutura e função), e apresentar uma proposta de alteração ao artigo 3.º do mesmo projecto (Plano de elaboração da Constituição).16 de Junho de 1975 – Emídio Guerreiro, deputado do PPD, pronuncia-se sobre a fidelidade dos partidos ao pacto celebrado com o MFA, advogando a inclusão no Regimento de um artigo referente ao período de antes da ordem do dia. Durante a sua intervenção parlamentar o secretário-geral social-democrata reafirma que o PPD está «verdadeiramente de acordo com esta grande revolução que se iniciou no dia 25 de Abril e que deseja transformar esta velha sociedade capitalista portuguesa numa sociedade socialista e humanista».16 de Junho de 1975 – Carlos da Mota Pinto, deputado do PPD, faz uma declaração de voto relativamente ao projecto de Regimento da Assembleia Constituinte, apresentado pela UDP.16 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Leonardo Ribeiro de Almeida, deputado do PPD, participando na discussão na especialidade do artigo 9.º do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte, sobre as Imunidades dos Deputados.16 de Junho de 1975 – Jorge de Miranda, deputado do PPD, apresenta um requerimento no sentido da obtenção de elementos de carácter legislativo e administrativo sobre o serviço cívico estudantil, intervém na apreciação do projecto de lei apresentado pelo deputado Américo Duarte (UDP), na discussão do artigo 3.º do projecto de Regimento (Plano de elaboração da Constituição, no artigo 7.º (Incompatibilidade com o exercício de funções públicas) e 10.º (Regalias e direitos).16 de Junho de 1975 – Marcelo Rebelo de Sousa, deputado do PPD, apresenta na Assembleia Constituinte um requerimento respeitante à nova legislação sobre radiodifusão e ao novo estatuto da RTP. No mesmo dia pronuncia-se sobre a questão levantada quanto à votação ou não do projecto de Regimento apresentado pelo deputado Américo Duarte (UDP), manifesta o seu acordo com o método proposto pelo deputado Sousa Pereira (MDP/CDE) relativamente à apreciação dos projectos de Regimento e intervém na discussão, na especialidade, do artigo 7.º do referido projecto, sobre Incompatibilidade com o Exercício de Funções Públicas.16 de Junho de 1975 – Miguel Veiga, deputado do PPD, pronuncia-se sobre a questão levantada quanto à votação do projecto de Regimento apresentado pelo deputado Américo Duarte (UDP), e intervém na discussão dos artigos 9.º (Imunidades dos Deputados) e 10.º (Regalias e Direitos) do projecto de Regimento apresentado pela Comissão.16 de Junho de 1975 – Manuel da Costa Andrade, deputado do PPD, intervém na apreciação na generalidade do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte e na discussão na especialidade do artigo 10.º, sobre Regalias e Direitos.16 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de José Furtado Fernandes, deputado do PPD, intervindo na discussão, na especialidade, do artigo 10.º do projecto de Regimento (Regalias e Direitos).16 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Olívio da Silva França, deputado do PPD, intervindo na apreciação, na generalidade, do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte.16 de Junho de 1975 – Joaquim Coelho dos Santos, deputado do PPD, pronuncia-se sobre o projecto de Regimento apresentado pelo deputado Américo Duarte (UDP), e faz uma declaração de voto relativa ao artigo 10.º do projecto de Regimento, sobre Regalias e Direitos.16 de Junho de 1975 – Adelino Amaro da Costa, deputado do CDS, intervém na discussão do artigo 7.º, sobre incompatibilidade com o exercício de funções públicas do projecto do Regimento da Assembleia Constituinte.16 de Junho de 1975 – Basílio Horta, deputado do CDS, intervém na Assembleia da República, falando sobre a proposta de alteração apresentada pelo Grupo Parlamentar do MDP/CDE relativa ao artigo 1.º do projecto de Regimento apresentado pela Comissão (Estrutura e função).16 de Junho de 1975 – Fernando Blanqui Teixeira, deputado do PCP pelo círculo de Coimbra, renuncia ao mandato de deputado por motivos de saúde, sendo substituído por Vital Martins Moreira.16 de Junho de 1975 – Silvério Martins da Silva, deputado do CDS pelo círculo de Aveiro, renuncia ao mandato, sendo substituído por Domingos Barreto Cerqueira.17 de Junho de 1975 – O Plenário dos Trabalhadores das Companhias Reunidas de Gás e Electricidade recusa cortar o fornecimento de energia eléctrica aos estúdios de Lisboa e ao emissor da Buraca da Rádio Renascença.17 de Junho de 1975 – Manifestação convocada pela Associação de Ex-Presos Políticos Antifascistas (AEPPA), com apoio da UDP, ORPC (m-l), FEC (m-l), OCMLP e CMLP, entre o Terreiro do Paço e o Campo de Santa Clara, sob o lema “fascistas para o Campo Pequeno, já”.17 de Junho de 1975 – Realiza-se em Lisboa (21h30), a “manifestação proletária pela conquista do poder”, organizada pelo Secretariado Nacional Provisório Pró-Conselhos Revolucionários de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros (CRTSM), com comício final junto da Assembleia da República onde tomaram a palavra Fernando de Almeida (Lisnave), capitão João de Oliveira, capitão Pinto, capitão António Calvinho (Associação de Deficientes das Forças Armadas) e tenente Matos Pereira (GNR). É reclamada a formação dum Governo Revolucionário e a dissolução da Assembleia Constituinte.17 de Junho de 1975 – O Sindicato das Telecomunicações acusa o Conselho de Gerência da Rádio Renascença de tentar dividir os trabalhadores «acenando-lhes com aumentos de ordenados», ao mesmo tempo que «corta-lhes o funcionamento, as fontes de informação telegráficas e telefónicas, a antena de frequência modulada».17 de Junho de 1975 – Comunicado da UDP crítica o Patriarcado e considera que «a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença é justa. É uma luta contra os reaccionários que foram o braço direito dos fascistas».17 de Junho de 1975 – Depois de tomar conhecimento da convocatória da manifestação de apoio à ocupação, o Patriarcado pediu aos padres durante a «reunião habitual com o clero da cidade de Lisboa» para nas missas convocarem os fiéis para «uma afirmação de solidariedade», apelando para a participação dos católicos numa manifestação «por uma Rádio Renascença ao serviço da Igreja», na mesma hora e local da convocada pela extrema-esquerda revolucionária, «quarta-feira, dia 18, às 18 horas».17 de Junho de 1975 – Realiza-se a chamada “manifestação patriótica” em Ponta Delgada que repudia a ideia da independência.17 de Junho de 1975 – Os jornalista que fazem a cobertura dos trabalhos da Assembleia Constituinte abandonam a sala das sessões em protesto contra as afirmações de José Medeiros Ferreira. O deputado socialista denunciara a «demagogia infernal» e a «incompetência grosseira» com que os órgãos de comunicação social estão a tratar a Assembleia. Os correspondentes parlamentares de 16 órgãos de comunicação fazem um comunicado no qual se declaram insultados pelas acusações do deputado.17 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de António Dias Lourenço, deputado do PCP, que intervém na discussão, na especialidade, do projecto de Regimento relativamente ao artigo 12.º , sobre a perda do mandato.17 de Junho de 1975 – Carlos de Brito, deputado do PCP, intervém na discussão na especialidade do projecto de Regimento, apresentando uma proposta de alteração ao artigo 12.º (Perda do mandato).17 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Álvaro Ribeiro Monteiro, deputado do MDP/CDE, intervindo na apreciação na especialidade do projecto de Regimento relativamente ao artigo 12.º, da perda do mandato.17 de Junho de 1975 – Teófilo Carvalho dos Santos, advogado, deputado do PS pelo círculo de Lisboa, renuncia ao mandato de deputado por motivos de saúde, sendo depois substituído por José Rosa Courinha, professor primário.17 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de José Augusto Seabra, deputado do PPD, intervindo na apreciação, na especialidade, do projecto de Regimento, relativamente ao artigo 11.º, sobre os Deveres dos Deputados.17 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros de 20 de Maio de 1975, que determina a intervenção do Estado na empresa António Xavier de Lima, por a mesma estar inactiva e nomeia uma Comissão Administrativa.17 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 30 de Maio de 1975, que determina a intervenção do Estado na Sociedade Marítima de Transportes, que opera entre Lisboa e a Margem Sul, devido a sonegação de fundos, desinvestimento e sabotagem, e como a empresa foi ocupada pelos trabalhadores, nomeia uma Comissão Administrativa constituída pelo capitão Rui da Cruz Ventura, Carlos Pires da Silva e Joaquim Caetano de Carvalho.17 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 3 de Junho de 1975, que determina a intervenção do Estado nas explorações agrícolas dos “Padrões” e dos “Padrões Novos”, no concelho de Grândola, propriedades de Abel Beja Corte Real e D. Maria Nunes Infante de Lacerda Corte Real, com objectivo de assegurar o emprego e designa Medina de Matos, regente agrícola, e Joaquim Casaca, representante dos trabalhadores, como gestores da exploração.18 de Junho de 1975 – Inicia-se a greve dos trabalhadores dos TLP, que durará 16 dias.18 de Junho de 1975 – Segunda tentativa para desselagem das instalações do REPÚBLICA, na presença do major Dias Ferreira. A administração e direcção não compareceram à hora marcada (de manhã) devido a «desencontros». O COPCON e a Comissão Coordenadora dos Trabalhadores reabram o edifício, apesar de não ter havido acordo relativo ao pagamento dos salários dos dias em que o jornal esteve encerrado, à manutenção de Álvaro Belo Marques na equipa e à participação de todos os trabalhadores na orientação política do jornal.18 de Junho de 1975 – Tentativa gorada de negociações (à tarde) entre a Comissão Coordenadora dos Trabalhadores do REPÚBLICA e Gustavo Soromenho (administrador), Raul Rego (director), João Gomes (chefe de redacção) e Rui Camacho (subchefe). 18 de Junho de 1975 – Comunicado do COPCON sobre o caso REPÚBLICA, apoiando os trabalhadores, acusando a administração de dar o dito por não dito e culpando a direcção e os redactores de manobraram a opinião pública, «servindo-lhe como jornal independente um órgão de imprensa descaradamente partidário».18 de Junho de 1975 – A UDP convoca para amanhã uma manifestação no Porto de apoio aos trabalhadores da Rádio Renascença, dizendo que «enganam-se os fascistas que no Norte detêm a Rádio Renascença, ao pensarem que esta parcela do território é um feudo seu», apelando à «ira popular» às «mãos do povo».18 de Junho de 1975 – Comunicado da UDP sobre a «justa luta dos trabalhadores da Rádio Renascença», onde defende o «direito ao trabalho e por uma informação ao serviços dos explorados e oprimidos», uma «luta contra o patronato reaccionário, que se esconde por detrás do Patriarcado», que «foram o braço direito dos fascistas Salazar e Caetano».18 de Junho de 1975 – Comunicado da Associação de Ex-Presos Políticos Antifascistas (AEPPA) solidarizando-se com a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença, apelando a todos os «antifascistas e democratas, às organizações populares e a todo o povo» para se integrarem na manifestação de logo, uma «jornada de luta contra a reacção fascista pelo direito ao trabalho e por uma informação livre e ao serviço das massas trabalhadoras».18 de Junho de 1975 – Comunicado do Secretariado do Comité Regional de Lisboa da Organização para a Reconstrução do Partido Comunista (marxista-leninista) – ORPC (m-l), defendendo a «luta dos trabalhadores da Rádio Renascença pelo direito ao trabalho e por uma informação ao serviço dos explorados», para «criar um amplo movimento de simpatia e solidariedade entre os trabalhadores explorados», no momento em que o «Patriarcado dá um passo em frente na sua escalada reaccionária».18 de Junho de 1975 – Comunicado do Secretariado da Organização Regional de Lisboa do MES que saúda a «luta dos trabalhadores da Rádio Renascença contra o Patriarcado reaccionário pelo direito ao trabalho e a uma informação ao serviço dos explorados e oprimidos», apelando à participação na manifestação.18 de Junho de 1975 – Comunicado do PPD (emitido de manhã) que desmente ter mobilizado os seus militantes para uma contramanifestação de apoio ao Patriarcado que se realizaria ao fim da tarde, que é uma manobra tendente a «falsear a sua imagem de partido verdadeiramente democrático».18 de Junho de 1975 – Manifestação (ao fim da tarde) em Lisboa, frente ao Patriarcado, com vista a apoiar a ocupação da Rádio Renascença pela Comissão de Trabalhadores, tendo havido ataques verbais, arremesso de pedras e recontros com uma contramanifestação de católicos de apoio ao cardeal-patriarca, que originou a intervenção de forças militares. A Polícia Militar e a PSP disparam tiros para o ar. Os manifestantes pró-Igreja, que se tinham refugiado no interior do Patriarcado, foram evacuados a partir da madrugada em camiões militares do Regimento de Infantaria de Queluz.18 de Junho de 1975 – Américo Duarte, deputado da UDP, tenta apresentar uma proposta de repúdio pela manifestação de apoio ao Patriarcado a propósito do caso da Rádio Renascença.18 de Junho de 1975 – Devido a alguns incidentes, o presidente da Mesa da Assembleia Constituinte manda evacuar as galerias do público e interrompe a sessão de trabalho.18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Francisco Miguel, deputado do PCP, que intervém na discussão na especialidade do projecto de Regimento relativamente ao artigo 14.º, sobre o Preenchimento das vagas.18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Vital Moreira, deputado do PCP, que pronuncia-se sobre a inclusão no Diário da Assembleia Constituinte das manifestações das galerias por parte do público, e intervém na discussão na especialidade do projecto de Regimento relativamente ao artigo 19.º (Autoridade e honras do Presidente).18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Jerónimo de Sousa, deputado do PCP, que intervém na discussão, na especialidade, do projecto de Regimento relativamente ao artigo 19.º, sobre a Autoridade e Honras do Presidente, apresentando uma proposta de emenda em nome do Grupo Parlamentar do PCP.18 de Junho de 1975 – Octávio Pato, deputado do PCP, pronuncia-se sobre a vinculação ou não dos requerimentos lidos pelos deputados por parte da Assembleia, e intervém na discussão do artigo 20.º (Competência do Presidente) e 30.º (Actas das Comissões) do projecto de Regimento.18 de Junho de 1975 – Carlos de Brito, deputado do PCP, pronuncia-se sobre os acontecimentos da sessão anterior que originaram a evacuação das galerias e a interrupção dos trabalhos, faz ainda uma declaração de voto, em nome do Grupo de Deputados do PCP, relativamente à proposta apresentada pelo deputado Américo Duarte (UDP) referente a uma contra-manifestação respeitante à Rádio Renascença, intervém na continuação da discussão do referido artigo 11.º do projecto de Regimento, na apreciação do artigo 14.º (Preenchimento das vagas), apresentando uma proposta de eliminação, do artigo 16.º (Eleição), apresentando uma proposta de emenda e do artigo 20.º (Competência do Presidente).18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de António Barbosa de Melo, deputado do PPD, fazendo uma declaração de voto, em nome do Grupo Parlamentar do PPD, relativamente à proposta apresentada pelo deputado Américo Duarte (UDP) referente a uma contramanifestação respeitante à Rádio Renascença.18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Amândio Anes de Azevedo, deputado do PPD, que intervém na discussão na especialidade do projecto de Regimento relativamente ao artigo 25.º, sobre a Participação dos Deputados nas Comissões, apresentando uma proposta de aditamento.18 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Pedro Roseta, deputado do PPD, para fazer uma declaração de voto sobre a proposta apresentada pelo Grupo Parlamentar do MDP/CDE relativamente ao artigo 20.º do projecto de Regimento, sobre a Competência do Presidente. 18 de Junho de 1975 – Comunicado do PS sobre os “Incidentes com Jornalistas e Público na Assembleia Constituinte”.18 de Junho de 1975 – Mário Sottomayor Cardia, porta-voz do PS, a propósito do caso da Rádio Renascença, apoia o «direito de a Igreja utilizar os meios de comunicação social» e que a «demagogia irresponsável e anticlerical» apenas «pode favorecer a contra-revolução».18 de Junho de 1975 – Criação do Comité de Defesa da Revolução da Sorefame, com 207 membros.18 de Junho de 1975 – Despacho do Ministério da Agricultura que formaliza a intervenção do Estado na Herdade dos Machados, propriedade da Casa Agrícola Santo Jorge, em Moura, nomeando uma comissão administrativa.18 de Junho de 1975 – Despacho da Presidência do Conselho de Ministros que cria uma comissão de investigação ao caso do navio “Angoche” constituída pelo primeiro-tenente Luís Paiva de Andrade (em nome da Armada), comandante Manuel Forbes Beça (representante da Marinha Mercante), Francisco Grainha do Vale (representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros) e Jorge Gomes Rodrigues (representante de familiares dos tripulantes).18 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 30 de Maio de 1975, que determina a intervenção do Estado nas empresas do grupo da Sociedade Central de Cervejas.18 de Junho de 1975 – Termina em Lisboa a sessão especial do Comité dos 24, da Comissão de Descolonização da ONU, que esteve reunido para analisar a descolonização portuguesa.19 de Junho de 1975 – A evacuação dos contramanifestantes que se tinham refugiado nas instalações do Patriarcado decorreu desde a madrugada e até cerca das 14 horas. O número foi calculando entre 800 e 1.000.19 de Junho de 1975 – Manifestação em Lisboa de apoio aos trabalhadores da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Manifestação no Porto (à tarde) convocada pela UDP de solidariedade com a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença, reclamando que o norte não «é um feudo» onde a direita e os fascistas «tudo podem contra o povo».19 de Junho de 1975 – Comunicado do COPCON justificando a sua actua­ção na manifestação no Patriarcado, no qual afirma que alguns contramanifestantes afectos à Igreja estavam armados de correntes de ferro, barras, bastões e soqueiras. Crítica os párocos de Lisboa que «em algumas igrejas foram feiras pelos respectivos padres, durante as homilias, apelos aos católicos para que ocorressem» ao Paço Episcopal, «explorando assim os sentimentos religiosos».19 de Junho de 1975 – Comunicado da UDP de apoio à luta dos trabalhadores da Rádio Renascença, dizendo que não se trata dum conflito religioso.19 de Junho de 1975 – Comunicado da LCI de apoio à luta dos trabalhadores da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Comunicado do Comité Marxista-Leninista Português (CMLP) de apoio à luta dos trabalhadores da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Comunicado do MES de apoio à luta dos trabalhadores da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Comunicado do PCP a desaprovar a manifestação de apoio aos trabalhadores da Rádio Renascença, reafirmando defender a liberdade religiosa, condenando «todos os actos e atitudes que representem uma ofensa aos sentimentos religiosos» e que «os que orientam tais manifestações e contramanifestações estão motivando tensões que servem objectivamente o interesse da reacção».19 de Junho de 1975 – Comunicado do PPD no qual lamenta «a longa paralisia dos poderes constituídos na resolução do caso da Rádio Renascença» e reconhece à Igreja «o direito de difundir livremente a sua doutrina».19 de Junho de 1975 – Comunicado do PPM sobre o conflito da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Comunicado do CDS considera que «o conflito da Rádio Renascença não tem a natureza de conflito laboral», sendo um conflito «político e ideológico» sobre «uma concepção pluralista e livre da Informação».19 de Junho de 1975 – Comunicado do secretário-geral adjunto do PDC que lamenta e condena a «prática de actos violentos e incivilizados» e manifesta solidariedade à Igreja, um «promontório sagrado», no conflito da Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Comunicado do Secretariado do Patriarcado e do Con­selho Permanente do Episcopado sobre a Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – O Patriarcado de Lisboa faz uma tentativa de suspensão da emissão da Rádio Renascença, mandando destruir o gerador de electricidade.19 de Junho de 1975 – O Conselho da Revolução manifesta preocupação pela proliferação de manifestações de organizações que «lançam o alarme» ao mesmo tempo que apelam «para o avanço na via da ditadura do proletariado», via que o «MFA repudia por não se enquadrar no caminho pluralista» da «Revolução Portuguesa».19 de Junho de 1975 – Emídio Guerreiro, secretário-geral do PPD, foi recebido em audiência pelo Presidente da República, general Costa Gomes.19 de Junho de 1975 – Foi criada a pró-Comissão para a Defesa da Revolução no JORNAL DE NOTÍCIAS, com o objectivo de «defender as instalações de possíveis ataques» e de «sabotagens da reacção» e colaborar «activa e estreitamente» com o MFA na defesa do «processo revolucionário português».19 de Junho de 1975 – Américo Duarte, deputado da UDP, protesta da Assembleia Constituinte contra a ordem do Presidente da Mesa no sentido da evacuação das galerias, apresenta uma proposta de repúdio pela manifestação de apoio ao Patriarcado, a propósito do caso Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – Carlos de Brito faz uma declaração de voto, em nome do Grupo de Deputados do PCP, relativamente à proposta apresentada pelo deputado Américo Duarte (UDP) referente a uma contramanifestação respeitante à Rádio Renascença.19 de Junho de 1975 – José Lopes de Almeida, deputado do PCP, intervém na discussão do artigo 42.º (Período de antes da ardem do dia), subscrevendo propostas de alteração, e do artigo 43.º (Duração do período de antes da ordem do dia).19 de Junho de 1975 – Vital Moreira, deputado do PCP, pronuncia-se sobre as normas do Regimento provisório respeitantes ao quórum necessário para as deliberações da Assembleia Constituinte e intervém na discussão do artigo 42.º daquele projecto (Período de antes da ordem do dia).19 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de António Malaquias Abalada, deputado do PCP, para intervir na discussão do artigo 47.º do projecto de Regimento, acerca do carácter público das reuniões plenárias).19 de Junho de 1975 – António Barbosa de Melo, deputado do PPD, pronuncia-se sobre as normas do Regimento provisório respeitante ao quórum necessário para as deliberações da Assembleia Constituinte, e justifica a apresentação de propostas por parte do Grupo Parlamentar do PPD relativamente ao artigo 43.º, que trata da duração do período de antes da ordem do dia.19 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Fernando Amaral, deputado do PPD, que intervém na discussão do artigo 42.º do projecto de Regimento, sobre o período de antes da ordem do dia.19 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de José Ferreira Júnior, deputado do PPD, que manifesta «todo o nosso apoio ao comunicado do Conselho da Revolução» por este reafirmar que «o caminho para a revolução portuguesa só pode ser a do pluralismo, rejeitando claramente os apelos para a via da ditadura do proletariado», considerando que «só pela via democrática e pluralista se poder chegar ao verdadeiro socialismo».19 de Junho de 1975 – Maria Helena Roseta, deputada do PPD, apresenta um requerimento solicitando informações sobre política habitacional.19 de Junho de 1975 – José Gonçalves Sapinho, deputado do PPD, apresenta um requerimento solicitando informações sobre a recondução de professores do ensino secundário e complementar sem as habilitações mínimas legais.19 de Junho de 1975 – É apresentado publicamente as linhas gerais o Plano de Acção Política do MFA (PAP), redigido pelo capitão Vasco Correia Lourenço, vice-almirante António Rosa Coutinho e capitão eng.º Vítor Graça e Cunha. O MFA é apresentado como «movimento de libertação do povo português, suprapartidário», para realizar a «construção de uma sociedade socialista», aponta a via do «pluralismo socialista» e do «pluralismo partidário», alerta para «certas manifestações de esquerdismo pseudo-revolucionário, ainda que por vezes bem intencionado, tendem a criar situações anarquizantes, profundamente perturbadoras de um processo revolucionário», afirma a «determinação de fazer cumprir firmemente todas as leis que se enquadrem» na «revolução portuguesa» e na «via para o socialismo», aponta para a «necessidade de reprimir com a necessária dureza a possível acção de grupos ou organizações clandestinas armadas […] contra-revolucionárias», insiste no «combate ao esquerdismo» que «deverá ser travado essencialmente no campo ideológico», para tentar «recuperar os seus elementos bem intencionados para os objectivos e tarefas da Revolução».19 de Junho de 1975 – Tenente João Bargão dos Santos, director do Departamento de Informação da RTP, lê (às 20h30) um comunicado no qual se dizia que a revolução não era pertença de nenhum partido e que todas as forças políticas se deveriam subordinar a uma orientação revolucionária, terminando com a frase «pluralismo revolucionário, sim; pluralismo contra-revolucionário, não». Consta que o comunicado foi redigido por pressão e influência dos Conselhos Revolucionários de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros – CRSTM.19 de Junho de 1975 – Atentado bombista da extrema-direita na Graça, em Lisboa.20 de Junho de 1975 – A JOC – Juventude Operária Católica, em comunicado, manifesta solidariedade para com os ocupantes da Rádio Renascença, pois as posições assumidas pela hierarquia da Igreja Católica «demonstram claramente não estarem dispostos a abdicar do poder que sempre exerceram no nosso País» em aliança «com forças que não estão interessadas na transformação profunda da sociedade».20 de Junho de 1975 – Os Leigos Progressistas da Graça, em Lisboa, apoiam a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença e criticam «o Episcopado, míope».20 de Junho de 1975 – Despacho que dissolve a Comissão Mista criada pelo governo para administrar a Rádio Renascença.20 de Junho de 1975 – Vital Moreira, deputado do PCP, intervém na discussão do artigo 49.º (Diário da Assembleia Constituinte) e do artigo 55.º (Uso da palavra para participar nos debates), apresentando uma proposta de redacção.20 de Junho de 1975 – Octávio Pato, deputado do PCP, intervém na discussão do artigo 47.º, do artigo 52.º (Colaboração dos meios de comunicação social), do artigo 83.º (Relações com os órgãos de Soberania e com o Movimento das Forças Armadas) e do artigo 84.º (Publicação e entrada em vigor do Regimento).20 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de António Marcos dos Santos, deputado do PCP, que apresenta um requerimento solicitando que lhe seja facultada cópia da Constituição Política Portuguesa que vigorava à data de 25 de Abril de 1974 e todas as actas dos debates relativos à mesma.20 de Junho de 1975 – Luís de Melo Biscaia, deputado do PPD, solicita informações ao Ministério da Comunicação Social sobre as medidas tomadas ou a tomar pelo Governo no sentido de auxiliar a imprensa regional a sobreviver e a garantir o exercício da sua importante missão.20 de Junho de 1975 – António Norton de Matos, deputado do CDS, intervém na discussão do artigo 55.º do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte, sobre o uso da palavra para participar nos debates.20 de Junho de 1975 – Comunicados de vários partidos face aos acontecimentos frente ao Patriarcado em 18 de Junho, entre os quais documentos do PS, PCP, PPD e UDP.20 de Junho de 1975 – Marcelo Rebelo de Sousa anuncia que vai abandonar o cargo de secretário-geral adjunto do PPD para dedicar mais tempo á actividade de subdirector do semanário EXPRESSO.21 de Junho de 1975 – Comício em Setúbal de solidariedade com o MPLA, de “apoio total ao povo angolano” e “contra o imperialismo e neo-colonialismo”, organizado pela FSP, MES, LCI, LUAR, PCP e PRP-BR.21 de Junho de 1975 – Conselho da Revolução aprova, durante a madrugada, o Plano de Acção Política do MFA (PAP), elaborado pelo vice-almirante Rosa Coutinho e capitão Vasco Lourenço, entre outros.22 de Junho de 1975 – O PCP afirma o seu apoio ao Plano de Acção Política do MFA.22 de Junho de 1975 – O MDP/CDE manifesta o seu apoio ao Plano de Acção Política do MFA (PAP).22 de Junho de 1975 – O PS declara o seu apoio ao Plano de Acção Política do MFA e convoca uma manifestação para amanhã.22 de Junho de 1975 – O PPD manifesta apoio ao Plano de Acção Política (PAP) e afirma que «está inteiramente de acordo com o pensamento do MFA no que diz respeito à orientação pluralista para uma sociedade socialista».22 de Junho de 1975 – O CDS manifesta, com «a maior honestidade e lealdade», alguma reserva ao Plano de Acção Política (PAP), embora realce a «séria preocupação de garantir» a «liberdade pluralista».23 de Junho de 1975 – Os trabalhadores da SAPEC, em Setúbal, empresa de capital belga, ocupam a fábrica para exigir o saneamento financeiro e a intervenção do Estado.23 de Junho de 1975 – O Plenário dos Trabalhadores da CUF do Barreiro decidiu aprovar a nacionalização da empresa para retirar o controlo financeiro das mãos do grupo Mello e exigir o saneamentos de alguns administradores.23 de Junho de 1975 – Os trabalhadores da Salmar, Lavradio, ocupam a fábrica e formam a cooperativa Coopsal.23 de Junho de 1975 – Reunião das Comissões de Moradores e Trabalhadores da Zona da Pontinha, sendo eleito o Secretariado Provisório encarregue de organizar a Primeira Assembleia Popular da Pontinha.23 de Junho de 1975 – A Comissão Coordenadora de Greve dos Trabalhadores dos TLP reúne-se com o COPCON, sendo recebida pelo major Pena, para resolução do conflito laboral na empresa. No mesmo dia o Ministério dos Transportes e Comunicações recusou receber a Comissão.23 de Junho de 1975 – Comunicados do Movimento Cristãos pelo Socialismo de apoio aos trabalhadores da Rádio Renascença e condenando a hierarquia eclesiástica, pois a «Rádio Renascença será tanto mais uma emissora católica quanto mais for fiel ao povo, ao serviço de quem se deve manter».23 de Junho de 1975 – Comunicado do Secretaria do Nacional do PS sobre “A Rádio Renascença e a Liberdade Religiosa”, que embora reconhecendo que «o conflito teve a sua origem num acto administrativo da gerência», mas passou depois a ser um «pretexto para mais uma tentativa de manipulação da rádio, ao serviço da ideologia», condenando simultaneamente a não admissão dos estagiários demitidos e a ocupação da emissora.23 de Junho de 1975 – O PS, com adesão do PPD, PPM e PCP (m-l), promove uma manifestação em Belém de saudação ao presidente Costa Gomes e apoio ao Plano de Acção Política do MFA, saudando a opção pela via democrática da revolução portuguesa.23 de Junho de 1975 – Manifestação do PS na Praça da Liberdade, Porto, de apoio ao Plano de Acção Política do MFA, pela garantia de «uma via pluralista para o socialismo».23 de Junho de 1975 – José Magro, deputado do PCP, assume interinamente a presidência da Mesa da Assembleia Constituinte.23 de Junho de 1975 – Carlos de Brito, deputado do PCP, faz uma declaração de voto relativa ao artigo 83.º (Relações com os órgãos de Soberania e com o Movimento das Forças Armadas).23 de Junho de 1975 – Vital Moreira, deputado do PCP, intervém na discussão do artigo 79.º (Termo do debate), do artigo 83.º (Relações com os órgãos de soberania e com o Movimento das Forças Armadas), apresentando uma proposta de aditamento, e do artigo 84.º (Publicação e entrada em vigor do Regimento).23 de Junho de 1975 – José Manuel Tengarrinha, deputado do MDP/CDE, intervém na Assembleia Constituinte para fazer uma declaração, em nome do Grupo de Deputados do MDP/CDE, acerca de um comunicado do Conselho da Revolução que se refere ao funcionamento da Assembleia Constituinte.23 de Junho de 1975 – Ângelo Veloso, deputado do PCP, intervém na discussão do artigo 79.º do projecto de Regimento da Assembleia Constituinte, apresentando uma proposta de alteração.23 de Junho de 1975 – Promulgado o decreto que cria a ANOP em substituição da ANI.24 de Junho de 1975 – Reunião da Comissão de Trabalhadores da Fábrica de Material Braço de Prata, que aprova a moção para a criar uma futura Assembleia Popular de Marvila, como órgão de poder popular.24 de Junho de 1975 – Dando cumprimento às decisões do plenário, a Comissão Coordenadora de Greve dos Trabalhadores dos TLP ocupou as instalações da empresa por piquetes de greves.24 de Junho de 1975 – Reunião de concertação entre a Comissão Sindical da TAP e a Comissão Administrativa para negociar o Acordo Colectivo de Trabalho.24 de Junho de 1975 – Um grupo de alunos lançou fogo a uma dependência do Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, acusa o sargento Viegas, membro do Conselho de Gestão nomeado pelo ministério.24 de Junho de 1975 – A UDP crítica o Plano de Acção Política do MFA (PAP).24 de Junho de 1975 – Manifestação do PS contra a ocupação do jornal REPÚBLICA pelos trabalhadores.24 de Junho de 1975 – Arnaldo de Matos, secretário-geral do MRPP, preso em Caxias, inicia uma greve de fome.24 de Junho de 1975 – General Otelo Saraiva de Carvalho, que era comandante-adjunto, passa a comandante do COPCON, embora na dependência directa da Presidência da República.24 de Junho de 1975 – Primeiro-tenente médico Ramiro Correia substitui interinamente o coronel Rosa Andrade na chefia da 5.ª Divisão do EMGFA.24 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 12 de Junho de 1975, que determina a intervenção do Estado na empresa “Martins & Rebelo” e suas associadas, devido a desvio de fundos, e para «salvaguardar o interesse nacional» nomeia uma Comissão Administrativa.25 de Junho de 1975 – Reunião das delegações regionais da FSP, LCI, LUAR, MDP/CDE, MES e PCP de Setúbal para analisar a situação política e discutir uma proposta de acção para a luta das massas trabalhadoras no sentido de mobilizar os seu militantes para a concretização das tarefas revolucionárias. O PRP-BR não compareceu por não aceitar a Ordem de Trabalhos e a UDP recusou o convite devido à presença do PCP.25 de Junho de 1975 – Principia o I Congresso da Intersindical com a presença de 159 sindicatos.25 de Junho de 1975 – O COPCON intervém para separar manifestantes solidários com a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença e contramanifestantes apoiantes da hierarquia religiosa, junto dos estúdios do Porto, na Rua de Sá da Bandeira.25 de Junho de 1975 – A Comissão de Trabalhadores da Rádio Renascença acusa os simpatizantes do PPD e do CDS de terem distribuído «panfletos anónimos» convocando «a provocatória contramanifestação» do Patriarcado de 18 de Junho.25 de Junho de 1975 – Publicação do boletim JORNAL DA LUTA dos Trabalhadores da Rádio Renascença.25 de Junho de 1975 – Proclamada a independência da República Popular de Moçambique, sob a presidência de Samora Machel. General Vasco Gonçalves chefia a delegação portuguesa, que conta com as presenças de Melo Antunes, Otelo Saraiva de Carvalho, Vítor Crespo, Mário Soares e Álvaro Cunhal.26 de Junho de 1975 – Comunicado do PRP-BR considera que o Plano de Acção Política do MFA «consagra a continuação» duma política e de «um Governo de conciliação de classes», não sendo viável construir um socialismo «com os representantes da burguesia».26 de Junho de 1975 – Manifestação do MRPP no Rossio, Lisboa, para exigir a libertação dos seus militantes presos.26 de Junho de 1975 – Álvaro Veiga de Oliveira, ministro dos Transportes e Comunicações, reúne-se com os dirigentes sindicais e trabalhadores dos TLP, em greve já mais de uma semana, aconselhando-os a aceitarem a proposta governamental de aumento, o que foi linearmente rejeitado, sendo o ministro vaiado.26 de Junho de 1975 – A CP anuncia que irá aumentar os preços de bilhetes em 50%, devido à sua «situação deficitária», a partir de 1 de Julho.26 de Junho de 1976 – Os trabalhadores da empresa de Teatro Laura Alves fundam o GATIL – Grupo de Acção Teatral Independente de Lisboa, do qual fazem parte Fernanda Baptista, Leónia Mendes, Natalina José, Rosita Afonso, Celeste Silva e Vítor Rosado.26 de Junho de 1975 – No 2.º Tribunal Militar Territorial de Angola foram julgados 23 soldados e milicianos do Batalhão de Artilharia 6220, acusados de sanearam 4 oficiais do comando.27 de Junho de 1975 – Terminam num impasse as reuniões de concertação entre a Comissão Sindical da TAP e a Comissão Administrativa, que decorriam desde o dia 24 de Junho para negociar o Acordo Colectivo de Trabalho.27 de Junho de 1975 – O JORNAL DO CASO REPÚBLICA divulga a entrevista de Álvaro Cunhal à jornalista Oriana Fallaci, onde o secretário-geral do PCP declara que «as eleições não têm nada ou têm muito pouco a ver com a dinâmica revolucionária», acrescentado que «Portugal nunca terá uma democracia burguesa».27 de Junho de 1975 – O PCP protesta contra a «tendenciosa deformação» e a «grosseira deturpação» da entrevista concedida por Álvaro Cunhal à jornalista Oriana Fallaci.27 de Junho de 1975 – Foi criado o Comité de Defesa da Revolução (CDR) dos trabalhadores da Caixa de Previdência de Viana do Castelo.27 de Junho de 1975 – Assembleia Geral para discutir o projecto de estatutos do Sindicato dos Médicos e Lisboa e Região Sul, terminou na madrugada do dia 28 com graves divisões e abandono da sala de mais de 100 médicos em protesto e gritos de “abaixo a reacção”.27 de Junho de 1975 – Publicação do despacho do ministro da Agricultura que formaliza a intervenção do Estado na Herdade dos Machados, propriedade da Casa Agrícola Santo Jorge, em Moura, e nomeia uma comissão administrativa formada por João Afonso Pires, João Antunes dos Santos e Alexandre Maurício Faria.27 de Junho de 1975 – O Governo Provisório decidiu assegurar a gestão da Herdade dos Esporões, em Reguengos de Monsaraz.27 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 15 de Maio de 1975, que determina a intervenção do Estado na gestão da empresa Tinturaria Cambournac, que emprega 800 pessoas, devido a abandono de funções da gerência, nomeia uma Comissão Administrativa para saneamento financeiro, reestruturação económica, administrativa e produtiva da empresa.27 de Junho de 1975 – A Comissão Nacional de Eleições apresentou a análise às contas dos partidos na campanha eleitoral, segundo as quais o PS foi o partido que mais gastou, seguido do PPD e do PCP. A UDP recusou apresentar as contas dos gastos.28 de Junho de 1975 – Reunião do Secretariado das Inter-Comissões de Lisboa, que define a sua actuação com características de autonomia e apartidarismo.28 de Junho de 1975 – As Comissões Revolucionárias de Trabalhadores do Clube Radiofónico de Portugal, dos Emissores Associados de Lisboa e da Alfabeta (Rádio Voz de Lisboa) anunciam que passam a fazer rádio de «acordo com a realidade portuguesa» e ao serviço dos «interesses das classes trabalhadoras».28 de Junho de 1975 – Encontro de activistas e militantes do MES para debater e organizar a intervenção política na zona da reforma agrária, a fim de organizar o poder popular nos campos.28 de Junho de 1975 – Comício do PCP em Lisboa, subordinado ao lema “com o PCP para a unidade popular, rumo ao socialismo”. Intervenção de Álvaro Cunhal a pedir «um poder político menos contraditório e mais unido» com o processo revolucionário e a reafirmar que o PCP não teve intervenção na luta dos trabalhadores do REPÚBLICA e que o caso do jornal estaria resolvido «se não fosse a especulação que o PS fez».28 de Junho de 1975 – Vice-almirante António Rosa Coutinho defende a «necessidade de um verdadeiro partido socialista em Portugal», na esperança que «o PS repudiasse a social-democracia como seu programa», visto que «consideramos a social-democracia como socialismo de fachada».28 de Junho de 1975 – Capitão Vasco Lourenço, conselheiro do Conselho da Revolução, defende a «opção pelo socialismo», pois «a social-democracia não serve a Portugal», afirmando que «com a social-democracia não construiremos o socialismo».28 de Junho de 1975 – Primeiro-tenente Ramiro Correia, chefe interino da 5.ª Divisão do EMGFA, concede uma entrevista ao EXPRESSO, na qual declara que em situações limites, os Conselhos de Defesa da Revolução devem estar «preparados para lutar e defender, de armas na mão, os seus locais de trabalho contra acções contra-revolucionárias».28 de Junho de 1975 – Marcelo Rebelo de Sousa, em análise feita no EXPRESSO, afirma que o Plano de Acção Política (PAP) é uma «viragem para o realismo».28 de Junho de 1975 – Publicação da Resolução do Conselho de Ministros, de 12 de Junho de 1975, que determina a intervenção do Estado na gestão da Companhia Portuguesa de Pesca e nomeia uma Comissão Administrativa constituída por Ildefonso dos Santos Nóvoa, José Leite de Araújo e Lino Lopes Simões.28 de Junho de 1975 – Inicia-se o I Encontro de Teatro Popular Infantil de Sintra, no Sabugo (Sintra), uma iniciativa do Grupo de Teatro de Animação O Bando, com adesão de grupos de Algueirão, Magoito, Covas de Ferro, Almoçageme e Agualva.28 de Junho de 1975 – Encontro em Espanha de Franck Carlucci, embaixador americano em Lisboa, com Wernon Walters, subdirector da CIA, para discutir a situação política portuguesa.29 de Junho de 1975 – Realiza-se nas instalações do Grupo Desportivo da Fábrica de Material Braço de Prata o plenário de trabalhadores, moradores e colectividades da freguesia de Marvila, convocado pela Comissão de Trabalhadores da Fábrica de Material Braço de Prata, com a presença duma delegação do RALIS, para fundar a Assembleia Popular de Marvila, que possa funcionar como órgão de poder popular e poder dos trabalhadores. Foi eleita uma comissão provisória e marcada a primeira Assembleia para 13 de Julho.29 de Junho de 1975 – Realiza-se a Primeira Assembleia Popular da Pontinha, sob presidência do capitão Vítor Cabral e Silva, com a presença de 15 comissões de trabalhadores, 24 comissões de moradores e delegados do Regimento de Engenharia 1.29 de Junho de 1975 – Mário Soares dá uma conferência de imprensa no Porto, onde afirma que a via pluralista para a sociedade socialista «não pode concretizar-se se a imprensa estiver manipulada, ao serviço de um partido único».29 de Junho de 1975 – Da cadeia de Alcoentre fogem (à tarde) 89 antigos agentes da PIDE/DGS.30 de Junho de 1975 – A Comissão Coordenadora de Trabalhadores da Rádio Renascença é convocada para um reunião com o primeiro-ministro e o ministro da Comunicação Social, a realizar no dia 1 de Julho.30 de Junho de 1975 – Trabalhadores da Bronzes Cetóbriga, de Setúbal, estão em luta para garantir os postos de trabalho.30 de Junho de 1975 – Assembleia Geral do Sindicato dos Bancários de Lisboa no pavilhão do Estádio da Luz para discutir os novos estatutos, com a presença de 6.000 associados, que se prolongou até às seis horas da madrugada.30 de Junho de 1975 – 17 dos 89 antigos agentes da PIDE/DGS evadidos de Alcoentre foram capturados nas primeiras horas, devido a operações stop e buscas feitas por populares e COPCON.30 de Junho de 1975 – Os empresários agrícolas do Alentejo, em exposição dirigida ao Ministério da Agricultura, ameaçam constituir «um sistema de justiça privada» se «não houver um sistema de justiça organizada que proteja os legítimos direitos» dos agricultores.30 de Junho de 1975 – O Grupo de Leigos Progressistas da Graça, Lisboa, repudia «veementemente» a explosão de uma bomba de fraca potência nas imediações da missa paroquial de domingo, que considera ter sido colocada pela «reacção» com o objectivo de fazer «olhar os opressores como mártires».30 de Junho de 1975 – Despacho do Ministério da Agricultura que determina que a exploração agrícola de D. Maria Matilde de Almodôvar Feio Paiva Raposo de Sousa Lara passe a ser orientada pelo Conselho Regional de Reforma Agrária de Beja.30 de Junho de 1975 – O CDS é admitido na União Europeia das Democracias Cristãs e na União Mundial das Democracias Cristãs.30 de Junho de 1975 – Reunião conspirativa do major Vítor Alves, comandante Alpoim Calvão e cónego Eduardo Melo Peixoto em casa do capitão Valentim Loureiro.Junho de 1975 – Prosseguem as greves e lutas dos trabalhadores da SOFIL (Santo Tirso), Lionesa (Leça do Bailio) e TLP.Junho de 1975 – José Francisco Ribeiro, António Fernandes Ribeiro e Domingos Francisco, em nome da Comissão de Trabalhadores da Sociedade Têxtil SOUSABREU, fábrica de atoalhados de Guimarães, fazem o balanço de oito meses de autogestão.Junho de 1975 – Ocupação de terras da Quinta da Ameixoeira, em Azambuja, propriedade da Casa do Duque de Lafões.Junho de 1975 – Fundação da Cooperativa Produtora Agrícola de Vale do Mouro, em Aveiras de Cima.Junho de 1975 – Realiza-se o plenário do Conselho de Aldeia do Vale do Horto, Azóia, Leiria, que aprova uma moção exigindo melhoria dos caminhos, colocação dum telefone público, transportes, centro de convívio e outros melhoramentos.Junho de 1975 – Os trabalhadores da Quinta da Vargem, em Unhais da Serra, que pertencia à família Almeida Garrett, fazem o balanço da ocupação do latifúndio de 20 mil hectares.Junho de 1975 – Surge no Porto o primeiro número na nova série do mensário O COMUNISTA: Periódico Marxista-Leninista, sob direcção de Afonso Gonçalves da Rocha, mais tarde transformado em órgão da UCRP (M-L) – União Comunista para a Reconstituição do Partido (Marxista-Leninista).Junho de 1975 – Manifestação em Lisboa da ORPC (m-l), CMLP e OCMLP, contra o avanço da reacção.Junho de 1975 – O chamado Pinhal da Marinha, em Queluz, onde se faziam os acampamentos da Mocidade Portuguesa, é ocupado pela população.Junho de 1975 – Assembleia conjunta de militares e civis no GDCI (Monsanto), com operários, elementos dos CRTSM e das Comissões Revolucionárias Autónomas de Moradores Ocupantes de Lisboa e arredores.Junho de 1975 – Manifesto da Associação das Famílias dos Anti-Fascistas Presos, exigindo a “libertação imediata do camarada Arnaldo de Matos, secretário-geral do MRPP, e de todos os anti-fascistas presos”.Junho de 1975 – Mário Soares afirma em Roma que «se os comunistas portugueses fossem como os italianos, não teríamos problemas».Junho de 1975 – Elementos do ELP assaltam uma agência bancária em Vinhais.Junho de 1975 – Parte do pessoal duma Companhia de Infantaria recusa embarcar para cumprir o serviço militar em Angola.

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