Nesta hora: Pavarotti visto por Marcos Santos

29-09-2009
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"Luciano Pavarotti foi, sem dúvida, um dos maiores tenores e vozes do século, dotado de um timbre seguro, único, com uma emissão clara em todos os seus registos. De salientar o registo agudo, sendo considerado o Rei dos Agudos, especialmente dos famosos Dós de Peito – nome designado para cantar o DÓ, mas em voz segura e não em falsetto, como os tenores do séc. XVIII o faziam, pois a técnica vocal ainda não estava desenvolvida a esse ponto.Tive o prazer de o ouvir ao vivo em Nova Iorque várias vezes, de que saliento uma audição da Tosca em 1999, no Metropolitan Opera House. Estava eu tão curioso por saber como seria ouvi-lo ao vivo… Como seria a sua voz? Seria pequena? Mais feia do que nos cds? (hoje, nos estúdios de gravação, fazem-se tantas alterações às vozes!...) Mas, quando entra a personagem Cavaradossi em palco e canta as primeiras palavras, eu não podia acreditar!!! A voz era cem vezes mais bela ao vivo!!! Era impossível sair aquele som prodigioso de uma garganta dita normal! Fiquei todo arrepiado! Lembro-me de que foi uma das noites gloriosas que tive na ópera ao longo da minha vida de cantor. A sua voz tinha uma projecção fantástica, uma cor única e um brilho natural e impressionante. E era Bellissima a voz!Pavarotti, de facto, não se mexia muito em palco nem era um grande actor, mas, com a sua voz, transmitia tudo – paixão, raiva, ciúme, alegria, nostalgia. Todos estes sentimentos, associados a uma técnica prodigiosa e a uma voz única, fizeram dele uma voz Gloriosa.O seu timbre de voz era único. Para além de ter uma dicção clara, era daqueles cantores que, assim que ouvíamos duas notas, sabíamos imediatamente de quem se tratava – era Pavarotti que estava a cantar.De facto, quando ouvimos a famosa canção “O sole mio”, só nos podemos lembrar de Pavarotti, pois na sua voz podemos visualizar um sol cheio e brilhante e cheio de força.Bem haja, Maestro Pavarotti!"Marcos Santos (tenor setubalense, 33 anos)Pavarotti no desempenho de Cavaradossi (em Tosca, de Puccini), contracenando com Raina Kabaivanska [foto de www.abmusica.com]


"Luciano Pavarotti foi, sem dúvida, um dos maiores tenores e vozes do século, dotado de um timbre seguro, único, com uma emissão clara em todos os seus registos. De salientar o registo agudo, sendo considerado o Rei dos Agudos, especialmente dos famosos Dós de Peito – nome designado para cantar o DÓ, mas em voz segura e não em falsetto, como os tenores do séc. XVIII o faziam, pois a técnica vocal ainda não estava desenvolvida a esse ponto.Tive o prazer de o ouvir ao vivo em Nova Iorque várias vezes, de que saliento uma audição da Tosca em 1999, no Metropolitan Opera House. Estava eu tão curioso por saber como seria ouvi-lo ao vivo… Como seria a sua voz? Seria pequena? Mais feia do que nos cds? (hoje, nos estúdios de gravação, fazem-se tantas alterações às vozes!...) Mas, quando entra a personagem Cavaradossi em palco e canta as primeiras palavras, eu não podia acreditar!!! A voz era cem vezes mais bela ao vivo!!! Era impossível sair aquele som prodigioso de uma garganta dita normal! Fiquei todo arrepiado! Lembro-me de que foi uma das noites gloriosas que tive na ópera ao longo da minha vida de cantor. A sua voz tinha uma projecção fantástica, uma cor única e um brilho natural e impressionante. E era Bellissima a voz!Pavarotti, de facto, não se mexia muito em palco nem era um grande actor, mas, com a sua voz, transmitia tudo – paixão, raiva, ciúme, alegria, nostalgia. Todos estes sentimentos, associados a uma técnica prodigiosa e a uma voz única, fizeram dele uma voz Gloriosa.O seu timbre de voz era único. Para além de ter uma dicção clara, era daqueles cantores que, assim que ouvíamos duas notas, sabíamos imediatamente de quem se tratava – era Pavarotti que estava a cantar.De facto, quando ouvimos a famosa canção “O sole mio”, só nos podemos lembrar de Pavarotti, pois na sua voz podemos visualizar um sol cheio e brilhante e cheio de força.Bem haja, Maestro Pavarotti!"Marcos Santos (tenor setubalense, 33 anos)Pavarotti no desempenho de Cavaradossi (em Tosca, de Puccini), contracenando com Raina Kabaivanska [foto de www.abmusica.com]

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