currupto: Divagações várias

20-05-2009
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Depois de duas semanas verdadeiramente alucinantes. Primeiro faleceu o meu avô (que descanse em paz, onde quer que isso seja, porque os 80 anos de árduo trabalho e de honestidade que deu ao país lhe conferem tal direito – em matéria de ética, moral, lisura e transparência, tinha muito a ensinar, incluindo aos ilustres cavalheiros da Comissão Parlamentar de Ética), depois foi operado o meu irmão mais novo. Por fim, nas melhores lusas tradições, recebi a notificação da defesa da minha tese de mestrado com menos de 72 horas de antecedência (já sou mestre, não obstante a carnavalesca arguição), e recebi, em escassos dois dias 4 propostas de trabalho. É obra! Foram duas semanas de emoções ao rubro, tristezas e alegrias euforias e disforias, de negativo e positivo. A vida é isto. Ora profundamente madrasta, ora equilibrando o saldo…E, por falar em saldo, retomo o meu hobbie de cascador de vão de escada criticando ferozmente o projecto de reabilitação da Avenida Sá da Bandeira em Santarém, recentemente anunciado pelo autarca Moita Flores. Não obstante a ideologia partidária de Moita Flores não coincidir com a minha, na qualidade de scalabitano intermitente, até vinha avaliando positivamente o trabalho por si desenvolvido. Porém, tal como todos os outros, também Moita Flores já cedeu ao impulso dos autarcas de deixar na cidade, independentemente dos custos e impactos futuros financeiros de tal iniciativa, uma marca que faça perdurar nos tempos da memória futura a sua passagem pela liderança do executivo camarário. É de facto de uma miopia atroz (e atenção, não estou a defender a manutenção do secular marasmo reinante na cidade e nas elites de Santarém, antes sim, há que garantir que em nome de objectivos egocêntricos se não hipoteque o futuro, lato sensu), que perante um passivo aproximado de 80 milhões de euros (é este o número que vem sendo avançado) se avance para uma obra de fachada, que pouco contribuirá para a melhoria das condições de vida dos santarenos e respectivos visitantes, para mais quando a mesma está orçada (e todos sabemos que dos orçamentos aos custos reais por norma os valores acabam invariavelmente duplicados) em 12 milhões de euros. Para mais, vistas as maquetas, não se vislumbram espaços de estacionamento. Ou seja, em três obras de fachada realizadas naquela zona (o “ovo” como é conhecida a rotunda do largo Cândido dos Reis, o arranjo da área envolvente do monumento erigido ao Capitão Salgueiro Maia, e agora o so called Passeio da Liberdade), a cidade perde na ordem de um milhar de lugares de estacionamento. Onde pensam estes “iluminados” criar espaços para parqueamento, sendo que os problemas de estacionamento na cidade são gravíssimos, a tendência será para aumentar o número de veículos que diariamente aflui a Santarém, e estes senhores pensam em acabar com estacionamento, atendendo a que até o largo da feira foi diminuído a metade?Quando os senhores autarcas vêm atacar o Secretário de Estado, Eduardo Cabrita e o Ministro António Costa por causa das restrições de endividamento presentes na nova lei das finanças locais, independentemente, e já aqui o escrevi muitas vezes de muitas das medidas do governo não merecerem a minha concordância, a verdade é que, atendendo a este exemplo e há-os amiúde por aí, os homens estão carregados de razão. Os recursos do Estado são finitos e há que colocar travão a estes senhores. Eu também gostava de me passear num BMW ou num Mercedes de 15 mil contos, como o fazem a maioria dos autarcas da região. Mas não tendo dinheiro, não tenho vícios. Estes indivíduos, por seu turno, parecem não ter quaisquer pudores em terem dívidas milionárias, em serem (ir)responsáveis por organismos recorrentemente caloteiros. Pudera, quando um dia o problema tiver mesmo de ser resolvido, ninguém, à boa maneira da lusa desresponsabilização, lhes pedirá contas.E, por falar também em contas, parece, segundo me informaram, (agradeço ao apóstolo) que também eu estou a contas com um certo e determinado edil que tem apreciado pouco as críticas que neste espaço lhe têm sido dirigidas. Parece até que, ao seu bom estilo, estilo esse muito característico e que a generalidade dos colaboradores e da população lhe conhece, terá feito um filme digno do Mercado do Bulhão, dirigindo-me até algumas ameaças. Pois que as faça e as concretize. Cá o espero para as consequências se, pelas razões que invocou, cumprir, (ao menos que cumpra essa, já que as eleitorais, há muito se lhe elisaram da memória), a promessa. No que a mim me toca, prometo, e cumpri-lo-ei, continuar a usar os meus constitucionais e inalienáveis direitos de crítica e liberdade de expressão. Mais, exorto e daqui lanço um apelo a quem quiser contribuir para ajudar a denunciar situações de transparências foscas e/ou marteladas… Entretanto, pondero a publicação integral, neste espaço, de duas missivas que dirigi ao dito autarca.A última semana foi também marcada por um ensaio nuclear da Coreia do Norte. Antes do mais, fica cabalmente esclarecida a dúvida que apoquentava a comunidade internacional: o regime de Kim Il Sung é uma potência nuclear. Ainda que possamos ser sensíveis aos argumentos de que qualquer Estado é soberano no que concerne à sua política de defesa, e quanto a tudo quanto decorre no seio do seu território (e, é bom não esquecê-lo que uma nação de direito é constituída pelo povo, pelo território e pela soberania sobre esse mesmo território), o que legitima portanto a pretensão de Pyongyang a possuir programas nucleares para fins bélicos, a verdade é que tratando-se este, de mais um entre tantos outros, regime fundamentalista, tirano, opressor, etc., deve existir uma reacção de veemente condenação por parte das Nações Unidas bem como a tomada de sanções efectivas, como um embargo total e colectivo, leia-se global, que forcem a Coreia do Norte a abandonar as suas pretensões belicistas.É óbvio que se poderá sempre questionar a moral e a legitimidade dos Estados Unidos, sempre ciosos de um estrito e rigoroso controlo dos armamentos nucleares dos potenciais inimigos, quando na verdade, o único país a usar a bomba, e por duas vezes, num conflito militar, foi justamente a América (ainda que, e também se deve reconhecer que, provavelmente, mais do que as centenas de milhar de vidas que ceifou naquele momento e nos anos seguintes por força dos efeitos da radiação, o lançamento das duas bombas sobre Hiroxima e Nagasaki possa ter salvo muitos milhões, ajudando também a terminar um conflito que se poderia ter arrastado indefinidamente). Há que não esquecer que os Estados Unidos não obstante pretenderem impedir o programa, por exemplo do Irão e terem feito gorar os projectos de Saddam Hussein, e até da Líbia de Khadafi, forneceram um conjunto de ogivas a Israel. Por mais evidentes que sejam as contradições bem como a hipocrisia americanas, não se pode ficar indiferente quanto aos discursos belicistas de Irão e Coreia do Norte, sendo por isso, (e que grande sapo agora engulo) fundamental impedir que estes dois países se possam armar e desafiar os valores de liberdade, tolerância, pacifismo vigentes no ocidente. Neste contexto a acção dos Estados Unidos, mesmo que hipócrita e baseada em técnicas de desinformação e propaganda, como o caso do Iraque veio recentemente confirmar, será determinante para garantir a segurança do mundo desenvolvido ocidental, uma vez que, conforme se previa, China e Rússia, desempenham neste, como em outros processos idênticos, a habitual tarefa de força de bloqueio. Se é certo que não me agrada em absoluto a ideia de os americanos terem 6.000 ogivas nucleares, e recusarem o direito aos outros Estados soberanos a possuírem igual armamento, a verdade é que, numa perspectiva de puro bom senso, mesmo tendo já os americanos feito uso do armamento atómico, sinto-me mais seguro sabendo que eles tudo fazem para que outros Estados, nomeadamente, alguns de cariz, cultura e organização medieval, jamais possam alcançar tal tecnologia.Ainda que se torne por demais evidente uma flagrante ingerência das Nações Unidas, leia-se dos americanos, em territórios soberanos, a realidade é que o ensaio norte coreano deverá constituir um sério motivo de preocupação e apreensão para todos quantos habitamos o mundo livre (por mais que alguns agentes que representam essa liberdade e a deveriam garantir tenham mais interesse em limitar nos outros o seu exercício) e desenvolvido, urge, apesar de tudo, uma concertação/consenso alargados visando reprimir e duramente punir (através do estrangulamento económico – e não por meio militar) tais veleidades. Quanto mais não seja como mensagem indirecta para outros interessados…


Depois de duas semanas verdadeiramente alucinantes. Primeiro faleceu o meu avô (que descanse em paz, onde quer que isso seja, porque os 80 anos de árduo trabalho e de honestidade que deu ao país lhe conferem tal direito – em matéria de ética, moral, lisura e transparência, tinha muito a ensinar, incluindo aos ilustres cavalheiros da Comissão Parlamentar de Ética), depois foi operado o meu irmão mais novo. Por fim, nas melhores lusas tradições, recebi a notificação da defesa da minha tese de mestrado com menos de 72 horas de antecedência (já sou mestre, não obstante a carnavalesca arguição), e recebi, em escassos dois dias 4 propostas de trabalho. É obra! Foram duas semanas de emoções ao rubro, tristezas e alegrias euforias e disforias, de negativo e positivo. A vida é isto. Ora profundamente madrasta, ora equilibrando o saldo…E, por falar em saldo, retomo o meu hobbie de cascador de vão de escada criticando ferozmente o projecto de reabilitação da Avenida Sá da Bandeira em Santarém, recentemente anunciado pelo autarca Moita Flores. Não obstante a ideologia partidária de Moita Flores não coincidir com a minha, na qualidade de scalabitano intermitente, até vinha avaliando positivamente o trabalho por si desenvolvido. Porém, tal como todos os outros, também Moita Flores já cedeu ao impulso dos autarcas de deixar na cidade, independentemente dos custos e impactos futuros financeiros de tal iniciativa, uma marca que faça perdurar nos tempos da memória futura a sua passagem pela liderança do executivo camarário. É de facto de uma miopia atroz (e atenção, não estou a defender a manutenção do secular marasmo reinante na cidade e nas elites de Santarém, antes sim, há que garantir que em nome de objectivos egocêntricos se não hipoteque o futuro, lato sensu), que perante um passivo aproximado de 80 milhões de euros (é este o número que vem sendo avançado) se avance para uma obra de fachada, que pouco contribuirá para a melhoria das condições de vida dos santarenos e respectivos visitantes, para mais quando a mesma está orçada (e todos sabemos que dos orçamentos aos custos reais por norma os valores acabam invariavelmente duplicados) em 12 milhões de euros. Para mais, vistas as maquetas, não se vislumbram espaços de estacionamento. Ou seja, em três obras de fachada realizadas naquela zona (o “ovo” como é conhecida a rotunda do largo Cândido dos Reis, o arranjo da área envolvente do monumento erigido ao Capitão Salgueiro Maia, e agora o so called Passeio da Liberdade), a cidade perde na ordem de um milhar de lugares de estacionamento. Onde pensam estes “iluminados” criar espaços para parqueamento, sendo que os problemas de estacionamento na cidade são gravíssimos, a tendência será para aumentar o número de veículos que diariamente aflui a Santarém, e estes senhores pensam em acabar com estacionamento, atendendo a que até o largo da feira foi diminuído a metade?Quando os senhores autarcas vêm atacar o Secretário de Estado, Eduardo Cabrita e o Ministro António Costa por causa das restrições de endividamento presentes na nova lei das finanças locais, independentemente, e já aqui o escrevi muitas vezes de muitas das medidas do governo não merecerem a minha concordância, a verdade é que, atendendo a este exemplo e há-os amiúde por aí, os homens estão carregados de razão. Os recursos do Estado são finitos e há que colocar travão a estes senhores. Eu também gostava de me passear num BMW ou num Mercedes de 15 mil contos, como o fazem a maioria dos autarcas da região. Mas não tendo dinheiro, não tenho vícios. Estes indivíduos, por seu turno, parecem não ter quaisquer pudores em terem dívidas milionárias, em serem (ir)responsáveis por organismos recorrentemente caloteiros. Pudera, quando um dia o problema tiver mesmo de ser resolvido, ninguém, à boa maneira da lusa desresponsabilização, lhes pedirá contas.E, por falar também em contas, parece, segundo me informaram, (agradeço ao apóstolo) que também eu estou a contas com um certo e determinado edil que tem apreciado pouco as críticas que neste espaço lhe têm sido dirigidas. Parece até que, ao seu bom estilo, estilo esse muito característico e que a generalidade dos colaboradores e da população lhe conhece, terá feito um filme digno do Mercado do Bulhão, dirigindo-me até algumas ameaças. Pois que as faça e as concretize. Cá o espero para as consequências se, pelas razões que invocou, cumprir, (ao menos que cumpra essa, já que as eleitorais, há muito se lhe elisaram da memória), a promessa. No que a mim me toca, prometo, e cumpri-lo-ei, continuar a usar os meus constitucionais e inalienáveis direitos de crítica e liberdade de expressão. Mais, exorto e daqui lanço um apelo a quem quiser contribuir para ajudar a denunciar situações de transparências foscas e/ou marteladas… Entretanto, pondero a publicação integral, neste espaço, de duas missivas que dirigi ao dito autarca.A última semana foi também marcada por um ensaio nuclear da Coreia do Norte. Antes do mais, fica cabalmente esclarecida a dúvida que apoquentava a comunidade internacional: o regime de Kim Il Sung é uma potência nuclear. Ainda que possamos ser sensíveis aos argumentos de que qualquer Estado é soberano no que concerne à sua política de defesa, e quanto a tudo quanto decorre no seio do seu território (e, é bom não esquecê-lo que uma nação de direito é constituída pelo povo, pelo território e pela soberania sobre esse mesmo território), o que legitima portanto a pretensão de Pyongyang a possuir programas nucleares para fins bélicos, a verdade é que tratando-se este, de mais um entre tantos outros, regime fundamentalista, tirano, opressor, etc., deve existir uma reacção de veemente condenação por parte das Nações Unidas bem como a tomada de sanções efectivas, como um embargo total e colectivo, leia-se global, que forcem a Coreia do Norte a abandonar as suas pretensões belicistas.É óbvio que se poderá sempre questionar a moral e a legitimidade dos Estados Unidos, sempre ciosos de um estrito e rigoroso controlo dos armamentos nucleares dos potenciais inimigos, quando na verdade, o único país a usar a bomba, e por duas vezes, num conflito militar, foi justamente a América (ainda que, e também se deve reconhecer que, provavelmente, mais do que as centenas de milhar de vidas que ceifou naquele momento e nos anos seguintes por força dos efeitos da radiação, o lançamento das duas bombas sobre Hiroxima e Nagasaki possa ter salvo muitos milhões, ajudando também a terminar um conflito que se poderia ter arrastado indefinidamente). Há que não esquecer que os Estados Unidos não obstante pretenderem impedir o programa, por exemplo do Irão e terem feito gorar os projectos de Saddam Hussein, e até da Líbia de Khadafi, forneceram um conjunto de ogivas a Israel. Por mais evidentes que sejam as contradições bem como a hipocrisia americanas, não se pode ficar indiferente quanto aos discursos belicistas de Irão e Coreia do Norte, sendo por isso, (e que grande sapo agora engulo) fundamental impedir que estes dois países se possam armar e desafiar os valores de liberdade, tolerância, pacifismo vigentes no ocidente. Neste contexto a acção dos Estados Unidos, mesmo que hipócrita e baseada em técnicas de desinformação e propaganda, como o caso do Iraque veio recentemente confirmar, será determinante para garantir a segurança do mundo desenvolvido ocidental, uma vez que, conforme se previa, China e Rússia, desempenham neste, como em outros processos idênticos, a habitual tarefa de força de bloqueio. Se é certo que não me agrada em absoluto a ideia de os americanos terem 6.000 ogivas nucleares, e recusarem o direito aos outros Estados soberanos a possuírem igual armamento, a verdade é que, numa perspectiva de puro bom senso, mesmo tendo já os americanos feito uso do armamento atómico, sinto-me mais seguro sabendo que eles tudo fazem para que outros Estados, nomeadamente, alguns de cariz, cultura e organização medieval, jamais possam alcançar tal tecnologia.Ainda que se torne por demais evidente uma flagrante ingerência das Nações Unidas, leia-se dos americanos, em territórios soberanos, a realidade é que o ensaio norte coreano deverá constituir um sério motivo de preocupação e apreensão para todos quantos habitamos o mundo livre (por mais que alguns agentes que representam essa liberdade e a deveriam garantir tenham mais interesse em limitar nos outros o seu exercício) e desenvolvido, urge, apesar de tudo, uma concertação/consenso alargados visando reprimir e duramente punir (através do estrangulamento económico – e não por meio militar) tais veleidades. Quanto mais não seja como mensagem indirecta para outros interessados…

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