Le Couchon Latin: Censura e bom senso

13-10-2009
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No tempo do Salazar, (esperem, não me comecem a bater já) havia censura, ou melhor censuras, a politica (má) e a comportamental (que eu acho boa).A censura comportamental (se calhar até tem outro nome que me escapa) impedia que o tablóidismo existisse, mortes, assaltos e desgraças não tinham espaço nos jornais. Também havia violadores, já se levava no rabo no parque Eduardo 7º, também havia (ó se havia…) violência doméstica e a maior parte das coisas que hoje entopem os telejornais. Mas também havia um sentimento nacional de protecção aos mais fracos e impressionáveis, os idosos e os pobres de espírito. Esta censura, a que eu chamo bom senso era talvez a maior razão para o sentimento (talvez falso) de segurança que os portugueses sentiam. Contam-me os mais antigos que havia muitos suicídios no viaduto Duarte Pacheco mas que não eram noticiados, contaram-me também que a seguir à revolução passaram a ser noticiados e aumentaram exponencialmente, um gajo atirava-se lá de cima e se saia no jornal, no dia seguinte lá estavam mais um ou dois que tinham achado uma boa ideia morrerem ali.Tenho uma avó velhota que vive aterrorizada com a insegurança. Qual insegurança pergunto-lhe eu e ela que lê os correios da manhã e os 24 horas logo me mostra. Ela é uma pessoa muito simples que não sabe que um crime em Beja e um assalto em Viana do Castelo não fazem uma vaga de crimes. Até aqui nos açores que é um dos sítios mais pacholas de Portugal existe esse sentimento de insegurança (inteiramente injustificado)Pergunto-me se nestes casos não se deveria por um termo a esta imprensa tablóide em nome da segurança e do bem-estar dos mais impressionáveis e devolver o sentimento de segurança ao povo? Sendo os portugueses por natureza dados ao fatalismo, não seria melhor censurar os jornais? Afinal fazemos censura (e bem) aos nossos filhos, aos nossos alunos, na nossa vida profissional e até a nós próprios, porque não a fazer em nome do país (ia escrever pátria mas ainda me chamavam faxista)Qual é a linha que separa a censura do bom senso?

No tempo do Salazar, (esperem, não me comecem a bater já) havia censura, ou melhor censuras, a politica (má) e a comportamental (que eu acho boa).A censura comportamental (se calhar até tem outro nome que me escapa) impedia que o tablóidismo existisse, mortes, assaltos e desgraças não tinham espaço nos jornais. Também havia violadores, já se levava no rabo no parque Eduardo 7º, também havia (ó se havia…) violência doméstica e a maior parte das coisas que hoje entopem os telejornais. Mas também havia um sentimento nacional de protecção aos mais fracos e impressionáveis, os idosos e os pobres de espírito. Esta censura, a que eu chamo bom senso era talvez a maior razão para o sentimento (talvez falso) de segurança que os portugueses sentiam. Contam-me os mais antigos que havia muitos suicídios no viaduto Duarte Pacheco mas que não eram noticiados, contaram-me também que a seguir à revolução passaram a ser noticiados e aumentaram exponencialmente, um gajo atirava-se lá de cima e se saia no jornal, no dia seguinte lá estavam mais um ou dois que tinham achado uma boa ideia morrerem ali.Tenho uma avó velhota que vive aterrorizada com a insegurança. Qual insegurança pergunto-lhe eu e ela que lê os correios da manhã e os 24 horas logo me mostra. Ela é uma pessoa muito simples que não sabe que um crime em Beja e um assalto em Viana do Castelo não fazem uma vaga de crimes. Até aqui nos açores que é um dos sítios mais pacholas de Portugal existe esse sentimento de insegurança (inteiramente injustificado)Pergunto-me se nestes casos não se deveria por um termo a esta imprensa tablóide em nome da segurança e do bem-estar dos mais impressionáveis e devolver o sentimento de segurança ao povo? Sendo os portugueses por natureza dados ao fatalismo, não seria melhor censurar os jornais? Afinal fazemos censura (e bem) aos nossos filhos, aos nossos alunos, na nossa vida profissional e até a nós próprios, porque não a fazer em nome do país (ia escrever pátria mas ainda me chamavam faxista)Qual é a linha que separa a censura do bom senso?

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