PALAVROSSAVRVS REX: Pente Três*

23-05-2009
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O inimigo existe e alojou-se entre nós.O inimigo reza várias vezes por dia e não pronuncia um palavrão.O inimigo educa no ódio, na repressão religiosa, no cruel policiamento moral, na vigilância caninado teu blogue e no castigo corporal,e pretende exportá-los para o amolecido e tranquilo Ocidenteacavernizando a nossa paz de espírito com a bem-aventurança do Terror.O inimigo conspira dentro do Ocidente, num fermento malígno de atentados no metro, no comboio.O inimigo sonha derrubar a podridão moral ocidental para instalar a podridão da hipócrita irrepreensibilidade moral,por isso, nas arábias, o inimigo corta pescoços em público em grandes espectáculos sanguinários e moralmente exemplares, lâmina alta rebrilhando ao sol duro e ao terceiro golpe carrasco é que as cabeças se separam só para dar o benefício da dor às multidões ululantes de impaciência.O inimigo orquestra espectaculares atentados suicidários sobre o oceano,urde novas acções tenebrosas nas escuras caves europeias,onde vive,onde estuda e aperfeiçoa Química e Físicanuma criatividade maligna,enquanto aparenta civilidade e bonomia,saudando-nos sorridente e pacato pelas nossas ruas.O inimigo cresce-nos dentro, imigrando para cá em massa,construindo mesquitas aos milhares em França e exigindo regimes de excepçãoaos seus lenços-mulher numa pureza exterior toda textil e por isso mesmo eficientena dissuasão cobiçadora dos olhos.O inimigo lapida, degola, persegue e tortura quem, nas arábias, não subscreve as suas teses teológicase não obedece à tirania unívoca do Corãoe a mulher,o judeuo cristão,o infielsão somente máscaras do demónio que se vai em procissão calcar e apedrejar.O inimigo decapitaria, se pudesse, as lideranças democráticas ocidentais,só com esse poder de colocar em causa a confiança que os cidadãos nelas depositamde os defenderem.O inimigo existe e conspira por dentro.(Remordem-se lábios e rangem dentes por trás das barbas,por trás dos blogues).O inimigo!...Depois há as reacções democratizantes napoleónicas na ponta dos fuzis ocidentais.Depois há as invasões libertárias no Iraquee a alegria estúpida das bombas,a estúpida festa da metralha,da cavalaria aérea em helicopteriana poeira,da eficácia bélica como espiral de ineficiência inútil sobre uma resiliência vietnamita.Depois há o medo ocidental que impele ao uso fraco da força e os negócios ocidentais que restringema exigência da Justiça dos Direitos Humanos também nas Chinas.Depois há o negócio das armas de ponta e o argumento por que se esperapara usá-las e vendê-las.Mas dão-me licença que considere execráveltoda a espécie de morticínio como resolução de problemas e ridículatoda a veleidade de alguma vez pulverizar o inimigo?Permitem-me que considere inúteis quaisquer tácticas violentadoras da vida humana,os danos colaterais infantis, a esventração bombista das mulheres e das casassem que passe eu por isso, e só por isso, a ser considerado um poeta mau ou o pior poeta blogoesferiano em que o infalível Máquina-a-Soro, o papa da prescrição bombística e da solução musculada, tropeçou ultimamente?Deixam-me ou não ser anti-religião-unitária, anti-pensamento unitário, pró-pluralismo, mas desarmadamente?Será que poderei acreditar no fim da impunidade local e planetária, mas por um caminho policial e não militar?Posso discordar da bala e da bomba por princípio sem significar com isso a avestrucização da minha consciência, a fuga da questão ou a falta de atitude?É por ser preciso quebrar o circuito.Não ruíu a seu tempo o rígido, proselitista e ameaçador muro de dogmatismo marxista castrador da pessoa?Por que não há-de ruir também a seu tempo este muro de fanatismo,destes detentores e administradores exclusivos da ira divina, destes cultores da morte,assassinadores do próprio Deus nas vítimas que assassinam?E por que não haveremos de fazer com que esse muro caia mediante trocas comerciais,parcerias, o diálogo, o conhecimento cultural recíproco mediado pelas pessoas concretase pelo poder da amizade?Os publicamente enforcados, as adulterinas lapidadas, os torturados de Teerão,os silenciandos compulsivamente nas arábias e mais alémesperam de nós muito mais que a resposta da bomba,esperam de nós muito mais que este silêncio petrolíferoque nos mantém reféns do Terror por tempo indefinido.Joaquim Santos*Em homenagem ao blogue Maquina Zero, que não diz palavrões e é muito pudico e exemplar enquanto faz a apologia do sangue em nome da defesa das nossas liberdades.


O inimigo existe e alojou-se entre nós.O inimigo reza várias vezes por dia e não pronuncia um palavrão.O inimigo educa no ódio, na repressão religiosa, no cruel policiamento moral, na vigilância caninado teu blogue e no castigo corporal,e pretende exportá-los para o amolecido e tranquilo Ocidenteacavernizando a nossa paz de espírito com a bem-aventurança do Terror.O inimigo conspira dentro do Ocidente, num fermento malígno de atentados no metro, no comboio.O inimigo sonha derrubar a podridão moral ocidental para instalar a podridão da hipócrita irrepreensibilidade moral,por isso, nas arábias, o inimigo corta pescoços em público em grandes espectáculos sanguinários e moralmente exemplares, lâmina alta rebrilhando ao sol duro e ao terceiro golpe carrasco é que as cabeças se separam só para dar o benefício da dor às multidões ululantes de impaciência.O inimigo orquestra espectaculares atentados suicidários sobre o oceano,urde novas acções tenebrosas nas escuras caves europeias,onde vive,onde estuda e aperfeiçoa Química e Físicanuma criatividade maligna,enquanto aparenta civilidade e bonomia,saudando-nos sorridente e pacato pelas nossas ruas.O inimigo cresce-nos dentro, imigrando para cá em massa,construindo mesquitas aos milhares em França e exigindo regimes de excepçãoaos seus lenços-mulher numa pureza exterior toda textil e por isso mesmo eficientena dissuasão cobiçadora dos olhos.O inimigo lapida, degola, persegue e tortura quem, nas arábias, não subscreve as suas teses teológicase não obedece à tirania unívoca do Corãoe a mulher,o judeuo cristão,o infielsão somente máscaras do demónio que se vai em procissão calcar e apedrejar.O inimigo decapitaria, se pudesse, as lideranças democráticas ocidentais,só com esse poder de colocar em causa a confiança que os cidadãos nelas depositamde os defenderem.O inimigo existe e conspira por dentro.(Remordem-se lábios e rangem dentes por trás das barbas,por trás dos blogues).O inimigo!...Depois há as reacções democratizantes napoleónicas na ponta dos fuzis ocidentais.Depois há as invasões libertárias no Iraquee a alegria estúpida das bombas,a estúpida festa da metralha,da cavalaria aérea em helicopteriana poeira,da eficácia bélica como espiral de ineficiência inútil sobre uma resiliência vietnamita.Depois há o medo ocidental que impele ao uso fraco da força e os negócios ocidentais que restringema exigência da Justiça dos Direitos Humanos também nas Chinas.Depois há o negócio das armas de ponta e o argumento por que se esperapara usá-las e vendê-las.Mas dão-me licença que considere execráveltoda a espécie de morticínio como resolução de problemas e ridículatoda a veleidade de alguma vez pulverizar o inimigo?Permitem-me que considere inúteis quaisquer tácticas violentadoras da vida humana,os danos colaterais infantis, a esventração bombista das mulheres e das casassem que passe eu por isso, e só por isso, a ser considerado um poeta mau ou o pior poeta blogoesferiano em que o infalível Máquina-a-Soro, o papa da prescrição bombística e da solução musculada, tropeçou ultimamente?Deixam-me ou não ser anti-religião-unitária, anti-pensamento unitário, pró-pluralismo, mas desarmadamente?Será que poderei acreditar no fim da impunidade local e planetária, mas por um caminho policial e não militar?Posso discordar da bala e da bomba por princípio sem significar com isso a avestrucização da minha consciência, a fuga da questão ou a falta de atitude?É por ser preciso quebrar o circuito.Não ruíu a seu tempo o rígido, proselitista e ameaçador muro de dogmatismo marxista castrador da pessoa?Por que não há-de ruir também a seu tempo este muro de fanatismo,destes detentores e administradores exclusivos da ira divina, destes cultores da morte,assassinadores do próprio Deus nas vítimas que assassinam?E por que não haveremos de fazer com que esse muro caia mediante trocas comerciais,parcerias, o diálogo, o conhecimento cultural recíproco mediado pelas pessoas concretase pelo poder da amizade?Os publicamente enforcados, as adulterinas lapidadas, os torturados de Teerão,os silenciandos compulsivamente nas arábias e mais alémesperam de nós muito mais que a resposta da bomba,esperam de nós muito mais que este silêncio petrolíferoque nos mantém reféns do Terror por tempo indefinido.Joaquim Santos*Em homenagem ao blogue Maquina Zero, que não diz palavrões e é muito pudico e exemplar enquanto faz a apologia do sangue em nome da defesa das nossas liberdades.

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