PALAVROSSAVRVS REX: MANUELA E O SARCASMO DA IRONIA

30-09-2009
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A ironia desencantada com um gancho cirúrgico no ânus do enunciado polémico de MFL pode ter colado e sossegado alguns espíritos mais virginalmente ultrajados. O que me parece de tudo istoé que contra ela não se desencadeia nenhuma moção contestatária estávelde oposição interna, por justificável e urgente que seja. Cheira, aliás, ela mais depressa a uma vice futura de Sócrates, a uma admiradora secreta das suas políticas falhadasporque aplicadas com a marreta absolutista dos grandes presumidos,que alguma vez à mobilizadora e crítica do governo daquele. Para mim, a ideia peregrina de uma ditadura provisória e reformista foi de uma sinceridade inócua infantil e teve todos os laivos da leviandade mais imatura nestas lides. Tudo, porém, se esquece e perdoa à tia. É a tia e é tudo.lkjAcantonada entre as elites lisboetas, perorando sempre para elas,avessa e longínqua ao Portugal Profundo, longe do Portugal empobrecido, com mau hálito, com as carnes amarelentas das fomes disfarçadas em muitos polícias jovens em crise,longe dos deprimidos e padecidos laborais, longe dos desempregados sistemáticos,longe dos docentes escarrados e torturados pela Opa Hostil à sua dignidade por este governo hostil e por contextos tirânicos e tiranias sistémicas hostilizantes, longe das feiras, longe dos matadouros, longe das fábricas, longe das traineiras,não há, não pode haver muito país dentro de Manuela e, nela, o País também não se faz ouvir. Longe dos desesperançados e desmobilizados, certo? E no entanto com um discurso miserável cheio de investimentos interditos e de riscos impossíveis.ljlhjManuela, a tia Manuela, metida no seu traje-tailleur-Thatcher, Manuela e a sua malinha, de salão de hotel em salão de hotel, diga o que disser, erre como errar, cabriole como cabriole na sua retórica-acidente, está provado que contra ela nunca se desencadeará o rumor prolongado e insidioso, a langue de pute destrutiva e desleal e é por isso, só por isso, que Menezes, há muito queimado precisamente pela avalancha de langue de pute e de rumor, queimado pelo rumor e pela destruição logo sôfrega dos seus enunciados sempre erráticos, contraditórios e desdizentes, está só, na voz que levanta apocalíptica contra ela.lkjNasce e cresce uma ironia da ironia supostamente existente no discurso de Manuela: o PSD de Manuela tudo faz por merecer o meu sarcasmo. Tem um efeito sintomática e indirectamente sarcástico-etimológico, queima-me a carne, que o Pais real, sofredor e profundo, de todo esteja ausente dos périplos da Manuela, a Interina, e dos seus ouvidos sem Cristo dentro.Fossilizou no seu estrato social e nada existe fora do seu sítio social. Nada de misturas.lkj Fugacho de Truman Capote, penso muitas vezes no primeiro namorado da Manuela, pessoa que conheci e com quem convivi ocasionalmente por oito anos, pai de uma namorada que transportei da pós-adolescência urgente em se desvirginarpara uma adultícia sonsa e enjoada, homem mordaz, divertido e sagaz, marcado e revoltado órfão-prematuro-de-pai-tuberculoso também. Desnível social. Não casaram. «Faltou pouco», contava ele. Mas imagino que, casando um com o outro, talvez ela o livrasse do jogo compulsivo que o danou,e ele a salvasse talvez de esse feudo hermético e aversivo à gente comum que, começa a ser cada vez mais claro!, tanto se suja e tanto se fodepor causa do que estas elites do ordenado mínimo têm preparado para si.


A ironia desencantada com um gancho cirúrgico no ânus do enunciado polémico de MFL pode ter colado e sossegado alguns espíritos mais virginalmente ultrajados. O que me parece de tudo istoé que contra ela não se desencadeia nenhuma moção contestatária estávelde oposição interna, por justificável e urgente que seja. Cheira, aliás, ela mais depressa a uma vice futura de Sócrates, a uma admiradora secreta das suas políticas falhadasporque aplicadas com a marreta absolutista dos grandes presumidos,que alguma vez à mobilizadora e crítica do governo daquele. Para mim, a ideia peregrina de uma ditadura provisória e reformista foi de uma sinceridade inócua infantil e teve todos os laivos da leviandade mais imatura nestas lides. Tudo, porém, se esquece e perdoa à tia. É a tia e é tudo.lkjAcantonada entre as elites lisboetas, perorando sempre para elas,avessa e longínqua ao Portugal Profundo, longe do Portugal empobrecido, com mau hálito, com as carnes amarelentas das fomes disfarçadas em muitos polícias jovens em crise,longe dos deprimidos e padecidos laborais, longe dos desempregados sistemáticos,longe dos docentes escarrados e torturados pela Opa Hostil à sua dignidade por este governo hostil e por contextos tirânicos e tiranias sistémicas hostilizantes, longe das feiras, longe dos matadouros, longe das fábricas, longe das traineiras,não há, não pode haver muito país dentro de Manuela e, nela, o País também não se faz ouvir. Longe dos desesperançados e desmobilizados, certo? E no entanto com um discurso miserável cheio de investimentos interditos e de riscos impossíveis.ljlhjManuela, a tia Manuela, metida no seu traje-tailleur-Thatcher, Manuela e a sua malinha, de salão de hotel em salão de hotel, diga o que disser, erre como errar, cabriole como cabriole na sua retórica-acidente, está provado que contra ela nunca se desencadeará o rumor prolongado e insidioso, a langue de pute destrutiva e desleal e é por isso, só por isso, que Menezes, há muito queimado precisamente pela avalancha de langue de pute e de rumor, queimado pelo rumor e pela destruição logo sôfrega dos seus enunciados sempre erráticos, contraditórios e desdizentes, está só, na voz que levanta apocalíptica contra ela.lkjNasce e cresce uma ironia da ironia supostamente existente no discurso de Manuela: o PSD de Manuela tudo faz por merecer o meu sarcasmo. Tem um efeito sintomática e indirectamente sarcástico-etimológico, queima-me a carne, que o Pais real, sofredor e profundo, de todo esteja ausente dos périplos da Manuela, a Interina, e dos seus ouvidos sem Cristo dentro.Fossilizou no seu estrato social e nada existe fora do seu sítio social. Nada de misturas.lkj Fugacho de Truman Capote, penso muitas vezes no primeiro namorado da Manuela, pessoa que conheci e com quem convivi ocasionalmente por oito anos, pai de uma namorada que transportei da pós-adolescência urgente em se desvirginarpara uma adultícia sonsa e enjoada, homem mordaz, divertido e sagaz, marcado e revoltado órfão-prematuro-de-pai-tuberculoso também. Desnível social. Não casaram. «Faltou pouco», contava ele. Mas imagino que, casando um com o outro, talvez ela o livrasse do jogo compulsivo que o danou,e ele a salvasse talvez de esse feudo hermético e aversivo à gente comum que, começa a ser cada vez mais claro!, tanto se suja e tanto se fodepor causa do que estas elites do ordenado mínimo têm preparado para si.

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