PALAVROSSAVRVS REX: Vala Incomum

23-05-2009
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De pá na mão,obliquando para cima as pupilas desta cova mandibular,abre-se ainda, rectangular, um Céu para onde eu olhe, por um pouco.Branco, fechado.O tempo é breve, multicolor, alado em alas anjo.Mas por que se me faz tanta paz agorae nenhum frio e nem ranger os dentes ranjo?No topo ou bordos dela, da tumba vala, pirâmides terrosas com terrões em despique rolando.Ao meu lado, os homens do meu povo, são já um só corpo comigo e, entre o suor, o bafo entrecortado,e o tremor de mãos,pelo esforço coveiro e vítima havido,é corpo cabisbaixo como eu e como eu mudo.Por trás, a obediência férrea ao crime,vozes de comando, pressa voraz.Voltar-me-ei antes do multíplice dedo engatilhado.Assim.E que se danem,que se revejam no meu rosto morituromesmo antes da rajada, saturado espelho e suturadonos fios da memória esbanjada.Quando vier esse som que é gume,vá este sangue manando, alastrando quente, como um degelo rubro na nevevaporosa, sem queixume.. Joaquim Santos


De pá na mão,obliquando para cima as pupilas desta cova mandibular,abre-se ainda, rectangular, um Céu para onde eu olhe, por um pouco.Branco, fechado.O tempo é breve, multicolor, alado em alas anjo.Mas por que se me faz tanta paz agorae nenhum frio e nem ranger os dentes ranjo?No topo ou bordos dela, da tumba vala, pirâmides terrosas com terrões em despique rolando.Ao meu lado, os homens do meu povo, são já um só corpo comigo e, entre o suor, o bafo entrecortado,e o tremor de mãos,pelo esforço coveiro e vítima havido,é corpo cabisbaixo como eu e como eu mudo.Por trás, a obediência férrea ao crime,vozes de comando, pressa voraz.Voltar-me-ei antes do multíplice dedo engatilhado.Assim.E que se danem,que se revejam no meu rosto morituromesmo antes da rajada, saturado espelho e suturadonos fios da memória esbanjada.Quando vier esse som que é gume,vá este sangue manando, alastrando quente, como um degelo rubro na nevevaporosa, sem queixume.. Joaquim Santos

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