PALAVROSSAVRVS REX: SONDAGEM DE RUA

23-05-2009
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E o dono lá da loja da esquina disseque sim, senhor, este Governo estava muito bem,veio acabar com a rebaldaria que estava instalada,tem sido duro e intransigente seja com quem for para moralizar isto e tal.Tive de sorrir amarelinamente enquanto lhe pagava o pacote de bolachas.ljljE a minha mulher lá desabafou, depois de eu lhe desabafar do dono da loja,que se este Governo não tivesse intervindo tanto contra o meu bolso e a minha profissão,eu não andaria tão rebelado e inconsolável.çlkE, à noite, madrugada alta, quando a rusga policial veio espetar no Pub, onde trabalho como porteiro e protossegurança, com uns dez polícias,(dentro das suas fardas, botas e pose-cagança, nádegas insufladas, naquela tensão armada dos filmes com soldados nazis e as suas rusgas ao Gheto,com uma carrinha ainda cheia deles, lá fora, talvez a ouvir música e a conversar animadamente,ali, em missão inspectiva e rotineira, com inquérito, anotações, perguntas à queima-roupa, «Você trabalha aqui? Há quanto tempo? E é o quê? Ah, é o porteiro!» e, no fim, desejos de bom trabalho e apertos de mão aqui 'ao porteiro' com o maior ar de inconsolável judeu, numa resignação tensa pela devassa)fiquei a pensar obrigatoriamente no que me recordou o dono da loja, e me declarou a minha mulher.lkjAbandonei-me, interrogativo, à consideração de tantas das causas que nestes três anos me moveramapaixonadamente, inconformadamente contra a coisa socratina no seu todo,porque vi em Sócrates um movimento implicitamente absolutista e incontestável,fiscalmente asfixiante, mediaticamente coarctivo,porque vi o grande conúbio Governo-Portentos Privados,porque vi grassar maior desemprego e enorme desvalimento em mim e em tantos,porque vi o super-técnico Correia de Campos, nas suas certezas técnicas, com ironias e sarcasmos com óbitos e microtragédias familiares na transição de sistema,em pleno prime-time,porque vi o tom de guerra e a acção trituradora da vida escolar por este ME,porque vi a Vaidade, a coreografia esbracejante e dançante e alheada da realidade nos discursos oficiais,porque vi um rol de coisas que não podem ser esquecidasnesta paz doce e cordata de que se tece agora aparentemente a acção Governativa.lkjO trigo e o joio no consulado socratino cresceram misturados,mas não foi o inimigo que plantou o segundo ou o fez tão dramaticamente crasso e maioritário a meus olhos.


E o dono lá da loja da esquina disseque sim, senhor, este Governo estava muito bem,veio acabar com a rebaldaria que estava instalada,tem sido duro e intransigente seja com quem for para moralizar isto e tal.Tive de sorrir amarelinamente enquanto lhe pagava o pacote de bolachas.ljljE a minha mulher lá desabafou, depois de eu lhe desabafar do dono da loja,que se este Governo não tivesse intervindo tanto contra o meu bolso e a minha profissão,eu não andaria tão rebelado e inconsolável.çlkE, à noite, madrugada alta, quando a rusga policial veio espetar no Pub, onde trabalho como porteiro e protossegurança, com uns dez polícias,(dentro das suas fardas, botas e pose-cagança, nádegas insufladas, naquela tensão armada dos filmes com soldados nazis e as suas rusgas ao Gheto,com uma carrinha ainda cheia deles, lá fora, talvez a ouvir música e a conversar animadamente,ali, em missão inspectiva e rotineira, com inquérito, anotações, perguntas à queima-roupa, «Você trabalha aqui? Há quanto tempo? E é o quê? Ah, é o porteiro!» e, no fim, desejos de bom trabalho e apertos de mão aqui 'ao porteiro' com o maior ar de inconsolável judeu, numa resignação tensa pela devassa)fiquei a pensar obrigatoriamente no que me recordou o dono da loja, e me declarou a minha mulher.lkjAbandonei-me, interrogativo, à consideração de tantas das causas que nestes três anos me moveramapaixonadamente, inconformadamente contra a coisa socratina no seu todo,porque vi em Sócrates um movimento implicitamente absolutista e incontestável,fiscalmente asfixiante, mediaticamente coarctivo,porque vi o grande conúbio Governo-Portentos Privados,porque vi grassar maior desemprego e enorme desvalimento em mim e em tantos,porque vi o super-técnico Correia de Campos, nas suas certezas técnicas, com ironias e sarcasmos com óbitos e microtragédias familiares na transição de sistema,em pleno prime-time,porque vi o tom de guerra e a acção trituradora da vida escolar por este ME,porque vi a Vaidade, a coreografia esbracejante e dançante e alheada da realidade nos discursos oficiais,porque vi um rol de coisas que não podem ser esquecidasnesta paz doce e cordata de que se tece agora aparentemente a acção Governativa.lkjO trigo e o joio no consulado socratino cresceram misturados,mas não foi o inimigo que plantou o segundo ou o fez tão dramaticamente crasso e maioritário a meus olhos.

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