PALAVROSSAVRVS REX: SERMO MONTIS

23-05-2009
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Pérola na vida é ter encontrado isto, esta promessa cheia de paradoxal: a felicidade na sua energia absolutacontradizer a evidência, o momento e o aparente.Chorar e sofrer hoje terão em fracção de nada o outro lado: felizes!A perseguição e a crueldade que se sofram hoje terão o outro lado: felizes!Assumir o Teu Nome, Jesus, a Tua causa de amor intercessor,salvífico, e ter de arrostar com toda a espécie de oposição e indiferença terá o outro lado: felizes!É haver consolo depois que consola durante.Triunfo da fé. Triunfo da esperança.Depois de Te ouvir dizer, como quem esculpe na pedra, onde está a felicidade, Jesus, está depois, deixei-me ficar reclinado entre a erva alta e a recurvada oliveira,cismando.Todos dispersaram.O dia morre. A noite vai nascendo.Faz frio.Aconchego-me melhor no meu manto,cubro os pés, escondo as sandálias para que não enregele. Mas nada importa.Não Te segui porque Te sigo. Falo-Te e sei que me ouves. Partiste com o teu grupo onde há mulheres.Levantastes-vos cheios de sorriso e intimidade, andando para Betânia.Fiquei no monte. Só.Avisto agora o inteiro anfiteatro vazio dos esfomeados e doentes.Ralos zarpam por um mar de vibrantes estalidos. Este silêncio hoje é outra coisa, Jesus.Fiquei, mas por que sinto eu que estou tão contigo como se Te acompanhasseentre a multidão?Vi os peixes e vi os pães.O meu coração não sabe o que considerar disto.A Lei é tão zero comparada ao amor com que nos cercas, com o olhar com que nos integras nem imagino em que abraço.Olho as estrelas e penso nos nossos antepassados atolados de angústias e precaridade por todo a parte e seguiram uma Voz e, na Voz, uma promessa.Eras Tu, Jesus, e que Te partisses e repartisses pelo mundo inteiro na mais humilde partículae que fosse possível morrer saturado de perdão, de amor, de esperança.Belo Céu!Esmace nele um azul muito doce e um fio de lua, lasca recurva de madeira albina,vem acender-se no horizonte como um adormecer aconchegado.Jesus, sentir-me-ás, aqui, tão só e tão cheio de Ti, pensando em Ti, pasmando em Ti?Sinto fome. Tenho frio.Mas é aqui que quero terminar. A lepra tomou-me e corrói-me.Nem penso nem quero cura.Peço a morte. Que se me abra a porta do Teu Reino.Que eu O veja brilhante, a essa Cidade Celeste que desce, enquanto eu suba.Já vi o gérmen da vitória sobre o mal neste mundo. Já vi o Justo, a Santidade indescritível falou-me hoje. Escuta-me agora.Já posso morrer em sossego.Eu sei que a violência desencadear-se-á contra Ti e contra Ti nos teus, mas nada resistiráà obediência que nasceu nesta terra.É tão bela a erva que vejo e oiço agora mesmo rumorejando, ondulando à brisa.Ó brisa, beijo meigo do meu Jesus!, que eu me apague entãona doçura do Teu sopro,que eu me extinga no veludo do Teu beijo.O fim de este andrajoso, de este mendigo miserável desde sempre pedinte,de este que hoje comeu o pão quente multiplicado e o peixe fresco saboroso,este pobre leproso na carne e na alma,este pobre que é feliz porque será consolado.Hoje mesmo consolado.Expiro...Afinal, tudo é Sopro...Sopra um vento de Vida mesmo quando se morre...


Pérola na vida é ter encontrado isto, esta promessa cheia de paradoxal: a felicidade na sua energia absolutacontradizer a evidência, o momento e o aparente.Chorar e sofrer hoje terão em fracção de nada o outro lado: felizes!A perseguição e a crueldade que se sofram hoje terão o outro lado: felizes!Assumir o Teu Nome, Jesus, a Tua causa de amor intercessor,salvífico, e ter de arrostar com toda a espécie de oposição e indiferença terá o outro lado: felizes!É haver consolo depois que consola durante.Triunfo da fé. Triunfo da esperança.Depois de Te ouvir dizer, como quem esculpe na pedra, onde está a felicidade, Jesus, está depois, deixei-me ficar reclinado entre a erva alta e a recurvada oliveira,cismando.Todos dispersaram.O dia morre. A noite vai nascendo.Faz frio.Aconchego-me melhor no meu manto,cubro os pés, escondo as sandálias para que não enregele. Mas nada importa.Não Te segui porque Te sigo. Falo-Te e sei que me ouves. Partiste com o teu grupo onde há mulheres.Levantastes-vos cheios de sorriso e intimidade, andando para Betânia.Fiquei no monte. Só.Avisto agora o inteiro anfiteatro vazio dos esfomeados e doentes.Ralos zarpam por um mar de vibrantes estalidos. Este silêncio hoje é outra coisa, Jesus.Fiquei, mas por que sinto eu que estou tão contigo como se Te acompanhasseentre a multidão?Vi os peixes e vi os pães.O meu coração não sabe o que considerar disto.A Lei é tão zero comparada ao amor com que nos cercas, com o olhar com que nos integras nem imagino em que abraço.Olho as estrelas e penso nos nossos antepassados atolados de angústias e precaridade por todo a parte e seguiram uma Voz e, na Voz, uma promessa.Eras Tu, Jesus, e que Te partisses e repartisses pelo mundo inteiro na mais humilde partículae que fosse possível morrer saturado de perdão, de amor, de esperança.Belo Céu!Esmace nele um azul muito doce e um fio de lua, lasca recurva de madeira albina,vem acender-se no horizonte como um adormecer aconchegado.Jesus, sentir-me-ás, aqui, tão só e tão cheio de Ti, pensando em Ti, pasmando em Ti?Sinto fome. Tenho frio.Mas é aqui que quero terminar. A lepra tomou-me e corrói-me.Nem penso nem quero cura.Peço a morte. Que se me abra a porta do Teu Reino.Que eu O veja brilhante, a essa Cidade Celeste que desce, enquanto eu suba.Já vi o gérmen da vitória sobre o mal neste mundo. Já vi o Justo, a Santidade indescritível falou-me hoje. Escuta-me agora.Já posso morrer em sossego.Eu sei que a violência desencadear-se-á contra Ti e contra Ti nos teus, mas nada resistiráà obediência que nasceu nesta terra.É tão bela a erva que vejo e oiço agora mesmo rumorejando, ondulando à brisa.Ó brisa, beijo meigo do meu Jesus!, que eu me apague entãona doçura do Teu sopro,que eu me extinga no veludo do Teu beijo.O fim de este andrajoso, de este mendigo miserável desde sempre pedinte,de este que hoje comeu o pão quente multiplicado e o peixe fresco saboroso,este pobre leproso na carne e na alma,este pobre que é feliz porque será consolado.Hoje mesmo consolado.Expiro...Afinal, tudo é Sopro...Sopra um vento de Vida mesmo quando se morre...

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