PALAVROSSAVRVS REX: JOÃO CÉSAR DAS NEVES A EXORBITAR

23-05-2009
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Na foto, a detenção exemplar, pudica e hipócrita de Hugh Grant.Quem nunca pôde concretizar o sonhado fellatio-broche na intimidade íntimade onde e com quem nos apetecer, que atire a primeira pedra hipócrita!çlkJoão César das Neves às vezes exorbita.Ao falar dos dislates de que a internet é useira, dos vazamentos de Rude e de Baixoa que ela é achacada, parece preconizar uma espécie de instituto regulador,garante saneador daquele tipo de incorrências.Nada mais estúpido!Espaço de genuíno e de liberdade absoluta,qualquer regulação das linguagens, dos seus limites, só é justificável no âmbito da criminalidade, do assédio, da ameaça anónima explícita,dos conteúdos pedófilos e pedofilizantes,e nunca dos excessos expressivos que nela abundam.Enfim, esse vício de uma assepsia em tudo, imposta, controleira, pudica,até nos nossos mecanismos expressivos e escolhas linguísticaspor que tantas vezes desabafamos sem peias,inspira-me nojo.Querer (sonhar com) truncar o humano das suas tripas,desviscerar-nos, limpar-nos o pensamento da lepra linguística e ideológica do pecado de dizer,de escarnecer, de maldizer,da errância, do erro, merece-me todo o repúdio.Um fórum e um blogue não têm de ser Encíclicas Papais,por isso podem albergar uma dose de excessivo, de imprevisto, de hiperbólico:esta é uma era que ama o risco e a adrenalina e se os textos não tiverem um pouco dos doisé porque não pertencem a esta era.çlkSó aprovo filtros eficazes e dissuasores anti-anónimos soezes, que os há - gente que insulta, que ameaça de morte, que avilta, que tenta rasgar com a negra unha demoníacaa já frágil e pequena paz da nossa intimidade familiar, essa gente deveria ter cerceados os subterfúgios do seu escondimento covardee compreender que o crime, que a maldade anónima, não compensam.lkjMas o mal é que João César das Neves aborda toda esta questãode um ponto de vista altivo ou altivesco, como se nunca tivesse tido um excesso,como se fosse o mais isento e virginal dos scriptores, como se nunca se tivesse passado e lhe não soubesse bem mostrá-lo bem com uma ou duas frases de mau génio:- é um intelectual que paira sobre as vísceras revolvidas das nossas revoltas e insatisfações próprias de seres humanos.Era bom, seria bom que, tal como Jesus Cristo, se dignasse a condescender,isto é, a incarnar literalmente esta pasta de nervos, gordura, ossos e sangue, humanos,genuinamente humanos,e deixar o crivo do joio na internet para outras ceifas.


Na foto, a detenção exemplar, pudica e hipócrita de Hugh Grant.Quem nunca pôde concretizar o sonhado fellatio-broche na intimidade íntimade onde e com quem nos apetecer, que atire a primeira pedra hipócrita!çlkJoão César das Neves às vezes exorbita.Ao falar dos dislates de que a internet é useira, dos vazamentos de Rude e de Baixoa que ela é achacada, parece preconizar uma espécie de instituto regulador,garante saneador daquele tipo de incorrências.Nada mais estúpido!Espaço de genuíno e de liberdade absoluta,qualquer regulação das linguagens, dos seus limites, só é justificável no âmbito da criminalidade, do assédio, da ameaça anónima explícita,dos conteúdos pedófilos e pedofilizantes,e nunca dos excessos expressivos que nela abundam.Enfim, esse vício de uma assepsia em tudo, imposta, controleira, pudica,até nos nossos mecanismos expressivos e escolhas linguísticaspor que tantas vezes desabafamos sem peias,inspira-me nojo.Querer (sonhar com) truncar o humano das suas tripas,desviscerar-nos, limpar-nos o pensamento da lepra linguística e ideológica do pecado de dizer,de escarnecer, de maldizer,da errância, do erro, merece-me todo o repúdio.Um fórum e um blogue não têm de ser Encíclicas Papais,por isso podem albergar uma dose de excessivo, de imprevisto, de hiperbólico:esta é uma era que ama o risco e a adrenalina e se os textos não tiverem um pouco dos doisé porque não pertencem a esta era.çlkSó aprovo filtros eficazes e dissuasores anti-anónimos soezes, que os há - gente que insulta, que ameaça de morte, que avilta, que tenta rasgar com a negra unha demoníacaa já frágil e pequena paz da nossa intimidade familiar, essa gente deveria ter cerceados os subterfúgios do seu escondimento covardee compreender que o crime, que a maldade anónima, não compensam.lkjMas o mal é que João César das Neves aborda toda esta questãode um ponto de vista altivo ou altivesco, como se nunca tivesse tido um excesso,como se fosse o mais isento e virginal dos scriptores, como se nunca se tivesse passado e lhe não soubesse bem mostrá-lo bem com uma ou duas frases de mau génio:- é um intelectual que paira sobre as vísceras revolvidas das nossas revoltas e insatisfações próprias de seres humanos.Era bom, seria bom que, tal como Jesus Cristo, se dignasse a condescender,isto é, a incarnar literalmente esta pasta de nervos, gordura, ossos e sangue, humanos,genuinamente humanos,e deixar o crivo do joio na internet para outras ceifas.

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