Casmurro: «Dicionário de Soundbytes», por Groucho

20-05-2009
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Gel: 1. Que seria do Figo sem ele? 2. Que seria dele sem o Figo, o Simão Sabrosa e outros jogadores de futebol? 3. Restava-lhe o Costinha, provavelmente. Ou o Duarte Lima. 4. Há, ao que parece, outros tipos de gel, mas desconhecemos os seus usos.Genética: 1. Tem coisas boas mas pode vir a ser um pesadelo que põe o eugenismo nazi a um canto. 2. Pode servir para eliminar ou corrigir doenças genéticas em nascituros ou já nascidos. 3. Pode também vir a servir para produzir uma raça de criaturas de olhos azuis, físico de Brad Pitt ou Angelina Jolie e cérebro de Einstein ou José Mourinho. 4. «Eu cá não me importava de que o meu filho não viesse a ter a minha narigueta, desde que herdasse a minha personalidade, que nisso não se deve mexer». 5. «As imperfeições e deficiências são também vontade de Deus. Resta-nos amar os seres que nasceram com elas, e não arrogarmo-nos o poder de contrariar os desígnios divinos». 6. «Mas Deus não fez os seres humanos à sua imagem e semelhança?». 7. Quase tudo é genético, desde a inclinação para o mal à preferência pelo cheeseburger da Mc Donald’s. 8. Ciência + Muito Dinheiro = Genética. 9. Genética + Muito Dinheiro = Felicidade. 10. A última fronteira.Gestor: 1. São transaccionados a peso de ouro no leilão das grandes empresas privadas e estatais. 2. São fungíveis e podem por isso intercambiar posições, empresas, estratégias, consoante a deslocação das pedras do jogo de xadrez do mercado. 3. São independentes, quase sempre, e muito ciosos disso, razão pela qual são muito requisitados para funções governamentais, uma vez que os partidos não dispõem de cabeças dessa envergadura. 4. Embora conste que ganham em excesso, mesmo pelos padrões europeus, a verdade é que ganham o que o mercado lhes está disposto a pagar. E, quando assim é, não há nada a dizer, a não ser que se queira impor o regime geral da Função Pública ao mercado…Ghost Writer: 1. Literalmente, «escritor fantasma». 2. É aquele que de facto faz o grosso do trabalho de escrita de um autor, que assim devém um «patrão» e uma mera assinatura, sonegando quase sempre ao «Ghost Writer» o direito à sua. 3. No século XIX, em França, chamava-se-lhe «nègre», designação de uma manifesta incorrecção política. 4. Há vários, mais ou menos famosos, na literatura portuguesa: João de Melo, Fernando Campos, Estefânio Andrade, Rosa Lobato Faria, Isabel Maria de Sousa, Rita Ferro, Vergílio Alberto Vieira, Roberto Coelho, Fernando Dacosta, etc. Também os há em abundância nas literaturas africanas. 5. O futebol é a área em que o seu contributo se tem revelado mais decisivo, em virtude da terrível falta de tempo de craques e treinadores para se sentarem ao computador a escrever as suas memórias.

Gel: 1. Que seria do Figo sem ele? 2. Que seria dele sem o Figo, o Simão Sabrosa e outros jogadores de futebol? 3. Restava-lhe o Costinha, provavelmente. Ou o Duarte Lima. 4. Há, ao que parece, outros tipos de gel, mas desconhecemos os seus usos.Genética: 1. Tem coisas boas mas pode vir a ser um pesadelo que põe o eugenismo nazi a um canto. 2. Pode servir para eliminar ou corrigir doenças genéticas em nascituros ou já nascidos. 3. Pode também vir a servir para produzir uma raça de criaturas de olhos azuis, físico de Brad Pitt ou Angelina Jolie e cérebro de Einstein ou José Mourinho. 4. «Eu cá não me importava de que o meu filho não viesse a ter a minha narigueta, desde que herdasse a minha personalidade, que nisso não se deve mexer». 5. «As imperfeições e deficiências são também vontade de Deus. Resta-nos amar os seres que nasceram com elas, e não arrogarmo-nos o poder de contrariar os desígnios divinos». 6. «Mas Deus não fez os seres humanos à sua imagem e semelhança?». 7. Quase tudo é genético, desde a inclinação para o mal à preferência pelo cheeseburger da Mc Donald’s. 8. Ciência + Muito Dinheiro = Genética. 9. Genética + Muito Dinheiro = Felicidade. 10. A última fronteira.Gestor: 1. São transaccionados a peso de ouro no leilão das grandes empresas privadas e estatais. 2. São fungíveis e podem por isso intercambiar posições, empresas, estratégias, consoante a deslocação das pedras do jogo de xadrez do mercado. 3. São independentes, quase sempre, e muito ciosos disso, razão pela qual são muito requisitados para funções governamentais, uma vez que os partidos não dispõem de cabeças dessa envergadura. 4. Embora conste que ganham em excesso, mesmo pelos padrões europeus, a verdade é que ganham o que o mercado lhes está disposto a pagar. E, quando assim é, não há nada a dizer, a não ser que se queira impor o regime geral da Função Pública ao mercado…Ghost Writer: 1. Literalmente, «escritor fantasma». 2. É aquele que de facto faz o grosso do trabalho de escrita de um autor, que assim devém um «patrão» e uma mera assinatura, sonegando quase sempre ao «Ghost Writer» o direito à sua. 3. No século XIX, em França, chamava-se-lhe «nègre», designação de uma manifesta incorrecção política. 4. Há vários, mais ou menos famosos, na literatura portuguesa: João de Melo, Fernando Campos, Estefânio Andrade, Rosa Lobato Faria, Isabel Maria de Sousa, Rita Ferro, Vergílio Alberto Vieira, Roberto Coelho, Fernando Dacosta, etc. Também os há em abundância nas literaturas africanas. 5. O futebol é a área em que o seu contributo se tem revelado mais decisivo, em virtude da terrível falta de tempo de craques e treinadores para se sentarem ao computador a escrever as suas memórias.

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