Maio 18, 2008 – O Insurgente

29-09-2009
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Dias Contados por Alberto Gonçalves

Ao transformar um microscópico delito na épica expiação de um monstruoso crime, o eng. Sócrates pretendeu esconder a falha e amplificar a virtude. De acordo com a propaganda, ele não procedeu erradamente ao fumar no avião: ele errou ao fumar na vida, pecado que manteve escondido o tempo que pôde e em que, do alto da sua rectidão, não voltará a incorrer.

Escrevi aí abaixo que me estou cagando para o cigarro do PM Sócrates, o problema nestas e noutras merdas nem sequer é (ao contrário do que pensam os críticos dos críticos da coisa) o excepcionalismo típico do poder. O problema é o insuportável moralismo anti-tabagista-pro-vida-saudável-aseptico-nazificado de que o PM é um exemplo acabado. A prova de que merece todas as críticas e mais as que não lhe foram feitas é, como diz o Alberto Gonçalves, ter transformado um microscópico delito na épica expiação de um monstruoso crime porque é assim que vê os fumadores de interiores: como criminosos. Um calvinista moralista (do Calvino não do Calvin) do pior, portanto. Perdem-se as que caem no chão.

Dias Contados por Alberto Gonçalves

Ao transformar um microscópico delito na épica expiação de um monstruoso crime, o eng. Sócrates pretendeu esconder a falha e amplificar a virtude. De acordo com a propaganda, ele não procedeu erradamente ao fumar no avião: ele errou ao fumar na vida, pecado que manteve escondido o tempo que pôde e em que, do alto da sua rectidão, não voltará a incorrer.

Escrevi aí abaixo que me estou cagando para o cigarro do PM Sócrates, o problema nestas e noutras merdas nem sequer é (ao contrário do que pensam os críticos dos críticos da coisa) o excepcionalismo típico do poder. O problema é o insuportável moralismo anti-tabagista-pro-vida-saudável-aseptico-nazificado de que o PM é um exemplo acabado. A prova de que merece todas as críticas e mais as que não lhe foram feitas é, como diz o Alberto Gonçalves, ter transformado um microscópico delito na épica expiação de um monstruoso crime porque é assim que vê os fumadores de interiores: como criminosos. Um calvinista moralista (do Calvino não do Calvin) do pior, portanto. Perdem-se as que caem no chão.

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