O Público percebeu hoje que tinha errado e pediu desculpas. Antes tarde do que nunca. Mas, de facto, muito tarde. Como hoje muito bem disse Duarte Lima na sua crónica na TSF, “o que não escreveria o seu director em editorial se tamanho erro tivesse sido cometido por um dos candidatos às legislativas”.
Mas é preciso ler o texto do Público com atenção. E se o fizermos, como leitores sérios, ficaremos com dúvidas sobre se serão de aceitar estas "desculpas".
De facto, a breve nota assinada pela “Direcção Editorial” não é clara. Como não foram as várias notícias que a motivaram. A ambiguidade do título que o Público agora confessa ser falacioso, sem que tenha a coragem de o dizer, repetiu-se em todo o texto e repetiu-se ontem, quando desajeitadamente tentou repisar a ideia e atrevo-me a dizer que se repete hoje no pedido de desculpas. Como se repetiu nas alarvidades que o senhor Dâmaso foi explanar à SIC Notícias, como se repetiu em tantos outros artigos e opiniões.
Como leitor sério, eu não aceito este pedido/justificação, assinado por uma entidade de todo abstracta para o leitor. Voltando à linha de pensamento indiciada por Duarte Lima, tratando-se de um erro político, aceitaria o editorialista José Manuel Fernandes, nas suas cáusticas crónicas, que o PSD ou o PS assinassem uma breve nota sem uma retratação pessoal do político em causa, do líder do Partido? Aceitaria o director do Público e os exigentes jornalistas do Público um “desculpem lá, fui infeliz” sem uma demissão, caso Santana Lopes fosse autor de equivalente erro?Claro que não. Teriam pedido a sua cabeça, que no Público não cai. O pedido de desculpas do Público é fraco e justificativo, não tem a intensidade da notícia nem a humildade de quem aceita que errou. Sobretudo, o pedido de desculpas do Público pelo seu repisado erro, não apaga eventuais prejuízos eleitorais. Nesse aspecto, Santana Lopes perdeu. Perdeu votos, mas sai a ganhar num aspecto: o seu tom, a sua compreensão, a sua serenidade ultrapassou a minha, a de outros militantes e penso que até a de Cavaco.
E, sendo assim, até eu poderia tentar esquecer este episódio triste que colocou a profissão de que tanto gosto num plano que não imaginava até há bem pouco tempo. Mas, para ficar completo este momento de infelicidade nacional, ajudaria que, mesmo com subterfúgios e até pleonasmos, conseguisse José Sócrates ter uma atitude a que chamaria de “homem” e viesse a público (e, já agora, porque não ao Público) pedir também desculpas. A Cavaco, aos eleitores, a Santana… será capaz?
"O rigor de uma informação completa e fundamentada - sobre factos e não sobre rumores -, a imparcialidade da atitude jornalística, a correcção, clareza e concisão da escrita são, para o Pùblico, regras essenciais" in site institucional da SONAE.COM. Conforme alguém que comentou num post anterior, também eu já lavrei o meu protesto directamente à SONAE, pedindo o afastamento da Direcção do jornal.
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O Público percebeu hoje que tinha errado e pediu desculpas. Antes tarde do que nunca. Mas, de facto, muito tarde. Como hoje muito bem disse Duarte Lima na sua crónica na TSF, “o que não escreveria o seu director em editorial se tamanho erro tivesse sido cometido por um dos candidatos às legislativas”.
Mas é preciso ler o texto do Público com atenção. E se o fizermos, como leitores sérios, ficaremos com dúvidas sobre se serão de aceitar estas "desculpas".
De facto, a breve nota assinada pela “Direcção Editorial” não é clara. Como não foram as várias notícias que a motivaram. A ambiguidade do título que o Público agora confessa ser falacioso, sem que tenha a coragem de o dizer, repetiu-se em todo o texto e repetiu-se ontem, quando desajeitadamente tentou repisar a ideia e atrevo-me a dizer que se repete hoje no pedido de desculpas. Como se repetiu nas alarvidades que o senhor Dâmaso foi explanar à SIC Notícias, como se repetiu em tantos outros artigos e opiniões.
Como leitor sério, eu não aceito este pedido/justificação, assinado por uma entidade de todo abstracta para o leitor. Voltando à linha de pensamento indiciada por Duarte Lima, tratando-se de um erro político, aceitaria o editorialista José Manuel Fernandes, nas suas cáusticas crónicas, que o PSD ou o PS assinassem uma breve nota sem uma retratação pessoal do político em causa, do líder do Partido? Aceitaria o director do Público e os exigentes jornalistas do Público um “desculpem lá, fui infeliz” sem uma demissão, caso Santana Lopes fosse autor de equivalente erro?Claro que não. Teriam pedido a sua cabeça, que no Público não cai. O pedido de desculpas do Público é fraco e justificativo, não tem a intensidade da notícia nem a humildade de quem aceita que errou. Sobretudo, o pedido de desculpas do Público pelo seu repisado erro, não apaga eventuais prejuízos eleitorais. Nesse aspecto, Santana Lopes perdeu. Perdeu votos, mas sai a ganhar num aspecto: o seu tom, a sua compreensão, a sua serenidade ultrapassou a minha, a de outros militantes e penso que até a de Cavaco.
E, sendo assim, até eu poderia tentar esquecer este episódio triste que colocou a profissão de que tanto gosto num plano que não imaginava até há bem pouco tempo. Mas, para ficar completo este momento de infelicidade nacional, ajudaria que, mesmo com subterfúgios e até pleonasmos, conseguisse José Sócrates ter uma atitude a que chamaria de “homem” e viesse a público (e, já agora, porque não ao Público) pedir também desculpas. A Cavaco, aos eleitores, a Santana… será capaz?
"O rigor de uma informação completa e fundamentada - sobre factos e não sobre rumores -, a imparcialidade da atitude jornalística, a correcção, clareza e concisão da escrita são, para o Pùblico, regras essenciais" in site institucional da SONAE.COM. Conforme alguém que comentou num post anterior, também eu já lavrei o meu protesto directamente à SONAE, pedindo o afastamento da Direcção do jornal.