inacessível: Políticos unidos contra o MP

17-02-2006
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Políticos unidos contra o MP

“Esquerda e direita aplaudem críticas” é o título do DN sobre o discurso que Duarte Lima fez em relação à justiça em Portugal. O artigo começa “Não é todos os dias que se vê um deputado discursar sobre matérias melindrosas e descer da tribuna aplaudido por deputados do extremo esquerdo ao extremo direito.” Exactamente como eu tinha dito num post anterior, o artigo do 24 horas conseguiu virar os políticos contra o PGR.Duarte Lima queixa-se que os órgãos judiciais não estão sujeitos a escrutínio por órgãos externos e independentes. Assim propõe a constituição dos conselhos superiores do Ministério Público e da Magistratura. Levou muitas palmas aqui ao que parece. Incrivel, mais burocracia, mais despesa para o Estado, mais reformas chorudas, é isso que os nossos politicos gostam. O que eu sugiro era criar um conselho ainda mais superior para vigiar a legitimidade das decisões deste conselho superior. E assim por diante até minimizar o risco quase a zero.Duarte Lima ainda quer que a investigação criminal fique apenas para os polícias. Como é que ele sabe que os polícias são mais eficientes? Eles tratam de casos menos importantes que nunca vêm à luz dos jornais. Também deve haver inúmeros incidentes de prisões preventivas erradas e outros erros. Só que o público nunca se interessou por estes casos. Eu por mim ficaria mais descansada se crimes graves fossem resolvidos por equipas especializadas para isso, como acontece actualmente no MP.Para além disto Duarte Lima ainda quer que as escutas telefónicas sejam restringidas a casos de “gravidade extrema”. Diz que são usadas “como forma de condicionar o poder político nas suas decisões atinentes às reformas de justiça”. O que é que ele quer dizer com isso?Fiquei doente depois de ler isto. Se for a acontecer como ele quer (e vai!) os processos ainda vão ficar mais atrasados (...esse processo está agora no conselho superior, não sabemos quando é que volta), as investigações mais abandalhadas ( ... as provas foram dadas como desaparecidas, tendo sido vistas pela última vez na secretária do sargento Oliveira... ) , e menos crimes serão desvendados por falta de provas concludentes ou pistas, como em princípio as escutas telefónicas permitem.Agora começo a desconfiar da classe política. Da falta de urgência que eles sentem em resolver os casos de justiça. De não saberem apreciar minimamente o bom trabalho que o PGR e o MP têm feito e só encontrarem motivos de condenação. De impôrem mais dificuldades tanto aos processos de investigação como de fiscalização. De não compreenderem como assim ainda estão a levantar mais a ansiedade do povo em relação ao sistema de justiça em Portugal. E de, não acredito que chegaria a dizer isto mas todas as indicações apontam nesta direcção, provavelmente se sentirem preocupados acima de tudo em relação às suas vidas pessoais. Assim se explica como é que “do extremo direito ao extremo esquerdo” todos aplaudiram Duarte Lima. Afinal a vida pessoal está acima da política (os inocentes que me desculpem ...).

Políticos unidos contra o MP

“Esquerda e direita aplaudem críticas” é o título do DN sobre o discurso que Duarte Lima fez em relação à justiça em Portugal. O artigo começa “Não é todos os dias que se vê um deputado discursar sobre matérias melindrosas e descer da tribuna aplaudido por deputados do extremo esquerdo ao extremo direito.” Exactamente como eu tinha dito num post anterior, o artigo do 24 horas conseguiu virar os políticos contra o PGR.Duarte Lima queixa-se que os órgãos judiciais não estão sujeitos a escrutínio por órgãos externos e independentes. Assim propõe a constituição dos conselhos superiores do Ministério Público e da Magistratura. Levou muitas palmas aqui ao que parece. Incrivel, mais burocracia, mais despesa para o Estado, mais reformas chorudas, é isso que os nossos politicos gostam. O que eu sugiro era criar um conselho ainda mais superior para vigiar a legitimidade das decisões deste conselho superior. E assim por diante até minimizar o risco quase a zero.Duarte Lima ainda quer que a investigação criminal fique apenas para os polícias. Como é que ele sabe que os polícias são mais eficientes? Eles tratam de casos menos importantes que nunca vêm à luz dos jornais. Também deve haver inúmeros incidentes de prisões preventivas erradas e outros erros. Só que o público nunca se interessou por estes casos. Eu por mim ficaria mais descansada se crimes graves fossem resolvidos por equipas especializadas para isso, como acontece actualmente no MP.Para além disto Duarte Lima ainda quer que as escutas telefónicas sejam restringidas a casos de “gravidade extrema”. Diz que são usadas “como forma de condicionar o poder político nas suas decisões atinentes às reformas de justiça”. O que é que ele quer dizer com isso?Fiquei doente depois de ler isto. Se for a acontecer como ele quer (e vai!) os processos ainda vão ficar mais atrasados (...esse processo está agora no conselho superior, não sabemos quando é que volta), as investigações mais abandalhadas ( ... as provas foram dadas como desaparecidas, tendo sido vistas pela última vez na secretária do sargento Oliveira... ) , e menos crimes serão desvendados por falta de provas concludentes ou pistas, como em princípio as escutas telefónicas permitem.Agora começo a desconfiar da classe política. Da falta de urgência que eles sentem em resolver os casos de justiça. De não saberem apreciar minimamente o bom trabalho que o PGR e o MP têm feito e só encontrarem motivos de condenação. De impôrem mais dificuldades tanto aos processos de investigação como de fiscalização. De não compreenderem como assim ainda estão a levantar mais a ansiedade do povo em relação ao sistema de justiça em Portugal. E de, não acredito que chegaria a dizer isto mas todas as indicações apontam nesta direcção, provavelmente se sentirem preocupados acima de tudo em relação às suas vidas pessoais. Assim se explica como é que “do extremo direito ao extremo esquerdo” todos aplaudiram Duarte Lima. Afinal a vida pessoal está acima da política (os inocentes que me desculpem ...).

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