PROmova: Compromisso Educação. What else?...

04-10-2009
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Se outra relevância não tivesse, a posição assumida pelo PSD em matéria educativa teve o mérito de clarificar e de separar as águas entre a maioria dos professores que desejam o fim da divisão da carreira entre titulares e professores e a suspensão do actual modelo de avaliação (convém não esquecer que foi a natureza absurda e injusta destas duas medidas que indignou os professores, mobilizando-os e aglutinando-os numa reacção sem precedentes) e uma escassa minoria de professores que, simplisticamente, se pode dividir em dois grupos:- aqueles que, de forma mais ou menos envergonhada, desejam a perpetuação do status quo, com todas as injustiças, arbitrariedades, oportunismos associados e consequentes deteriorações do ambiente nas escolas, os quais votarão no PS de Sócrates;- aqueles que, embora pugnem pelo fim da divisão da carreira e do modelo de avaliação, parecem estar equivocamente convictos que, apesar de tudo, tirar a maioria ou derrotar eleitoralmente o PS de Sócrates ainda não é suficiente para responder a estas duas exigências incontornáveis dos professores, agitando agora exegeses, problemas e fantasmas (num momento em que o aspecto decisivo é derrotar Sócrates, ou não é?) que ficam e sempre ficaram a anos-luz, tanto da conduta de sistemático achincalhamento de todo um grupo profissional levada a cabo pela equipa que chefia o ministério da Educação e com o apoio de Sócrates, como da incongruência, falta de seriedade e perturbação inerentes às medidas traduzidas na divisão casuística dos professores e no modelo aberrante de avaliação.Particularmente, este último grupo necessita de responder, com pragmatismo, a duas questões cruciais:- quais foram as medidas que desencadearam a reacção dos professores e que constituíram as palavras de ordem nas manifestações? Se bem me recordo, os professores recusaram a divisão da carreira entre titulares e professores, o actual modelo de avaliação (qualquer que seja a versão) e a combinação entre estas duas medidas.- existe outra forma de os professores verem satisfeitas as suas reivindicações que não seja votarem eles próprios e mobilizarem outros concidadãos a votarem nos partidos (BE, CDS/PP, PCP e PSD) que se comprometeram, publicamente, a responder a essas reivindicações? Se existe, agradecia que me explicassem qual é.Alguém tem dúvidas que, no actual contexto político que remete para decisões imediatas de fim da divisão da carreira e de suspensão do modelo de avaliação e em que a importância dos professores e da sua justa força reivindicativa é inquestionável, algum partido da oposição iria deixar de cumprir os seus compromissos e enveredar pela via da afronta aos professores com novas medidas absurdas e injustas, impostas verticalmente sem diálogo e concertação?Um erro político que está a custar tão caro ao PS não é algo que alguém deseje, nos próximos anos, copiar. E esta é a grande lição da contestação dos professores, mas é assim apenas porque os portugueses e os partidos da oposição reconheceram a razão e a justiça que assiste aos professores nas questões específicas da falta de consistência e de seriedade que presidiu à divisão da carreira e ao actual modelo de avaliação.Isto é uma evidência política, pelo que não vale a pena o entretenimento, contraproducente e que dispara a matar sobre a credibilidade das nossas principais reivindicações (a opinião pública deixaria de compreender, como o tem feito até aqui, a luta obviamente justa dos professores), de andar a acenar com papões e a abrir alçapões definitivamente encerrados.Seria razoável estar, no contexto de programas eleitorais, a exigir aos partidos um modelo de avaliação alternativo já definido (não foi essa postura de definir e impor de cima para baixo, sem ouvir os actores no terreno e os seus representantes, que foi criticada a este ministério?) e uma explicitação de medidas técnicas específicas? Isso aparece detalhado no programa eleitoral de algum partido, desde o BE ao CDS/PP? Será que, nesta fase, o fundamental não são os compromissos de se pôr fim à divisão da carreira e ao modelo de avaliação para, a partir daqui, se criarem as condições de pacificação, diálogo e confiança que permita à tutela e aos sindicatos negociarem soluções credíveis e justas?Também sei da existência de meia dúzia de colegas que alimentaram a dupla ilusão (de que o Compromisso Educação nunca foi respaldo, dada a abertura do mesmo a todos os partidos da oposição) de que os votos dos professores se concentrariam quase todos à esquerda do PS e de que os movimentos independentes de professores nunca apelariam ao voto em todos os partidos, sem excepção, que viessem a incorporar nos seus programas eleitorais o essencial do Compromisso Educação. Acho que é fácil perceber-se que nem todos os professores se revêem em partidos à direita do PS e nem todos se revêem em partidos à esquerda do PS. O decisivo é que a esmagadora maioria dos professores que, nas últimas eleições legislativas, votou no PS, agora possa votar em qualquer um dos partidos, seja ele qual for, excepto no PS.Isto é que é transparência, independência e tolerância face às convicções políticas de cada professor.Fazia sentido discriminar um partido e não apelar ao voto no mesmo, como se apelou ao voto nos restantes, apenas por preconceito ideológico, uma vez constatado o compromisso público de responder aos anseios dos professores, sobretudo quando este mesmo partido é, queiramo-lo ou não, o melhor posicionado eleitoralmente para empreender a revogação imediata daquilo que os professores rejeitaram em massa?Para os poucos que fingem ainda não ter percebido, o objectivo capital do Compromisso Educação é assumido e cristalino: eliminar a divisão da carreira entre titulares e professores e suspender o actual modelo de avaliação, em qualquer dos cenários de governação que saia das próximas eleições legislativas, excepto, claro está, se o PS obtivesse uma nova maioria absoluta, o que não acontecerá de todo. Sendo assim, se não houver a possibilidade de o fazerem no governo, os partidos da oposição têm a obrigação, no quadro da sua fidelidade ao compromisso com os professores, de votarem na Assembleia da República a revogação dessas duas medidas incendiárias da escola pública, bem como dos efeitos que até aqui decorreram das mesmas.É uma evidência incontestada que o instrumental para a concretização deste objectivo passa pelo reforço da votação no BE, no CDS/PP, no PCP e no PSD, em função da decisão de cada professor. Claro que este instrumental não exclui qualquer outro partido ou movimento minoritário que venha também a defender as principais reivindicações dos professores.Por último, alguns comentadores das televisões e dos jornais, da nossa já de si pouco exigente praça, têm feito alarde, a propósito das mudanças na Educação que aí virão e que se impõem, de uma arrogância atrevida, opinando sobre aquilo que ignoram em absoluto e, desta forma, expondo-se a um sucedâneo de disparates.No essencial, confundem aquilo que apelidam de estratégias de sedução dos professores com a decência de acabar com a arbitrariedade, a injustiça e a falta de seriedade constitutivas de dois erros colossais do governo de Sócrates. Defender a forma como foi instituída a divisão da carreira e a farsa inconsistente e nada séria que caracteriza o actual modelo de avaliação dos professores, apenas traduz uma de duas atitudes: desconhece-se por completo aquilo de que se fala ou, então, actua-se por má-fé e vontade inquinada.Nestas categorias de atitudes, nem sequer irei considerar as recentes crónicas de Emídio Rangel e Helena Garrido, uma vez que essas, na forma como se referem aos professores e à Educação, se posicionam ao nível mais infra da imbecilidade humana. E se a ignorância e a birra se podem contrariar pela aprendizagem, pela educação e pela maturidade, já a idiotia resta lamentar-se.Octávio V Gonçalves(NEP e NBlogger)


Se outra relevância não tivesse, a posição assumida pelo PSD em matéria educativa teve o mérito de clarificar e de separar as águas entre a maioria dos professores que desejam o fim da divisão da carreira entre titulares e professores e a suspensão do actual modelo de avaliação (convém não esquecer que foi a natureza absurda e injusta destas duas medidas que indignou os professores, mobilizando-os e aglutinando-os numa reacção sem precedentes) e uma escassa minoria de professores que, simplisticamente, se pode dividir em dois grupos:- aqueles que, de forma mais ou menos envergonhada, desejam a perpetuação do status quo, com todas as injustiças, arbitrariedades, oportunismos associados e consequentes deteriorações do ambiente nas escolas, os quais votarão no PS de Sócrates;- aqueles que, embora pugnem pelo fim da divisão da carreira e do modelo de avaliação, parecem estar equivocamente convictos que, apesar de tudo, tirar a maioria ou derrotar eleitoralmente o PS de Sócrates ainda não é suficiente para responder a estas duas exigências incontornáveis dos professores, agitando agora exegeses, problemas e fantasmas (num momento em que o aspecto decisivo é derrotar Sócrates, ou não é?) que ficam e sempre ficaram a anos-luz, tanto da conduta de sistemático achincalhamento de todo um grupo profissional levada a cabo pela equipa que chefia o ministério da Educação e com o apoio de Sócrates, como da incongruência, falta de seriedade e perturbação inerentes às medidas traduzidas na divisão casuística dos professores e no modelo aberrante de avaliação.Particularmente, este último grupo necessita de responder, com pragmatismo, a duas questões cruciais:- quais foram as medidas que desencadearam a reacção dos professores e que constituíram as palavras de ordem nas manifestações? Se bem me recordo, os professores recusaram a divisão da carreira entre titulares e professores, o actual modelo de avaliação (qualquer que seja a versão) e a combinação entre estas duas medidas.- existe outra forma de os professores verem satisfeitas as suas reivindicações que não seja votarem eles próprios e mobilizarem outros concidadãos a votarem nos partidos (BE, CDS/PP, PCP e PSD) que se comprometeram, publicamente, a responder a essas reivindicações? Se existe, agradecia que me explicassem qual é.Alguém tem dúvidas que, no actual contexto político que remete para decisões imediatas de fim da divisão da carreira e de suspensão do modelo de avaliação e em que a importância dos professores e da sua justa força reivindicativa é inquestionável, algum partido da oposição iria deixar de cumprir os seus compromissos e enveredar pela via da afronta aos professores com novas medidas absurdas e injustas, impostas verticalmente sem diálogo e concertação?Um erro político que está a custar tão caro ao PS não é algo que alguém deseje, nos próximos anos, copiar. E esta é a grande lição da contestação dos professores, mas é assim apenas porque os portugueses e os partidos da oposição reconheceram a razão e a justiça que assiste aos professores nas questões específicas da falta de consistência e de seriedade que presidiu à divisão da carreira e ao actual modelo de avaliação.Isto é uma evidência política, pelo que não vale a pena o entretenimento, contraproducente e que dispara a matar sobre a credibilidade das nossas principais reivindicações (a opinião pública deixaria de compreender, como o tem feito até aqui, a luta obviamente justa dos professores), de andar a acenar com papões e a abrir alçapões definitivamente encerrados.Seria razoável estar, no contexto de programas eleitorais, a exigir aos partidos um modelo de avaliação alternativo já definido (não foi essa postura de definir e impor de cima para baixo, sem ouvir os actores no terreno e os seus representantes, que foi criticada a este ministério?) e uma explicitação de medidas técnicas específicas? Isso aparece detalhado no programa eleitoral de algum partido, desde o BE ao CDS/PP? Será que, nesta fase, o fundamental não são os compromissos de se pôr fim à divisão da carreira e ao modelo de avaliação para, a partir daqui, se criarem as condições de pacificação, diálogo e confiança que permita à tutela e aos sindicatos negociarem soluções credíveis e justas?Também sei da existência de meia dúzia de colegas que alimentaram a dupla ilusão (de que o Compromisso Educação nunca foi respaldo, dada a abertura do mesmo a todos os partidos da oposição) de que os votos dos professores se concentrariam quase todos à esquerda do PS e de que os movimentos independentes de professores nunca apelariam ao voto em todos os partidos, sem excepção, que viessem a incorporar nos seus programas eleitorais o essencial do Compromisso Educação. Acho que é fácil perceber-se que nem todos os professores se revêem em partidos à direita do PS e nem todos se revêem em partidos à esquerda do PS. O decisivo é que a esmagadora maioria dos professores que, nas últimas eleições legislativas, votou no PS, agora possa votar em qualquer um dos partidos, seja ele qual for, excepto no PS.Isto é que é transparência, independência e tolerância face às convicções políticas de cada professor.Fazia sentido discriminar um partido e não apelar ao voto no mesmo, como se apelou ao voto nos restantes, apenas por preconceito ideológico, uma vez constatado o compromisso público de responder aos anseios dos professores, sobretudo quando este mesmo partido é, queiramo-lo ou não, o melhor posicionado eleitoralmente para empreender a revogação imediata daquilo que os professores rejeitaram em massa?Para os poucos que fingem ainda não ter percebido, o objectivo capital do Compromisso Educação é assumido e cristalino: eliminar a divisão da carreira entre titulares e professores e suspender o actual modelo de avaliação, em qualquer dos cenários de governação que saia das próximas eleições legislativas, excepto, claro está, se o PS obtivesse uma nova maioria absoluta, o que não acontecerá de todo. Sendo assim, se não houver a possibilidade de o fazerem no governo, os partidos da oposição têm a obrigação, no quadro da sua fidelidade ao compromisso com os professores, de votarem na Assembleia da República a revogação dessas duas medidas incendiárias da escola pública, bem como dos efeitos que até aqui decorreram das mesmas.É uma evidência incontestada que o instrumental para a concretização deste objectivo passa pelo reforço da votação no BE, no CDS/PP, no PCP e no PSD, em função da decisão de cada professor. Claro que este instrumental não exclui qualquer outro partido ou movimento minoritário que venha também a defender as principais reivindicações dos professores.Por último, alguns comentadores das televisões e dos jornais, da nossa já de si pouco exigente praça, têm feito alarde, a propósito das mudanças na Educação que aí virão e que se impõem, de uma arrogância atrevida, opinando sobre aquilo que ignoram em absoluto e, desta forma, expondo-se a um sucedâneo de disparates.No essencial, confundem aquilo que apelidam de estratégias de sedução dos professores com a decência de acabar com a arbitrariedade, a injustiça e a falta de seriedade constitutivas de dois erros colossais do governo de Sócrates. Defender a forma como foi instituída a divisão da carreira e a farsa inconsistente e nada séria que caracteriza o actual modelo de avaliação dos professores, apenas traduz uma de duas atitudes: desconhece-se por completo aquilo de que se fala ou, então, actua-se por má-fé e vontade inquinada.Nestas categorias de atitudes, nem sequer irei considerar as recentes crónicas de Emídio Rangel e Helena Garrido, uma vez que essas, na forma como se referem aos professores e à Educação, se posicionam ao nível mais infra da imbecilidade humana. E se a ignorância e a birra se podem contrariar pela aprendizagem, pela educação e pela maturidade, já a idiotia resta lamentar-se.Octávio V Gonçalves(NEP e NBlogger)

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