PROmova: O PROmova associa-se ao sentimento de revolta dos colegas de Paredes de Coura e denuncia a interferência abusiva e "carnavalesca" da DREN

04-10-2009
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Divulgação do filme dos acontecimentos, feito por um professor do Agrupamento de Paredes de Coura, devidamente identificado:Numa decisão do Conselho Pedagógico do Agrupamento de Escolas Território Educativo de Coura foi aprovada a suspensão de algumas actividades. Num total de 164 actividades que integram o Plano Anual de Actividades, foram suspensas cerca de 10. As actividades suspensas foram apenas aquelas que não interferissem com questões pedagógicas e curriculares nem com a formação geral dos alunos, pois são estes o cerne do sistema educativo e jamais poderiam ser prejudicadas. Convém salientar ainda que o Plano Anual de Actividades é, como o próprio nome indica, um plano. É uma previsão, não é um documento jurídico, pelo que, pode ou não cumprir-se pelas mais variadas razões. Mais, é aprovado pelo Conselho Pedagógico e ratificado pelo Conselho Geral, pelo que, sendo um dos documentos emblemáticos da tão falada autonomiadas escolas, só a estes órgãos compete a sua alteração.Ao longo destes últimos dias temos tido o (des)prazer de ler na comunicação social aquilo que aAssociação de pais deste Agrupamento de Escolas tem vindo, numa atitude de pura má fé, a veicular: foram suspensas todas as actividades. A verdade é que foram suspensas cerca de 6% das actividades, num Conselho Pedagógico onde os Pais estão representados. Ou mentiram propositadamente ou então são pessoas com um coeficiente de inteligência tão diminuto, que não entenderam nada daquilo que o Conselho Pedagógico decidiu.Aquilo que me espanta (a mim e a todos os professores deste agrupamento) é a importância dada ao desfile de carnaval! De facto é estranho que os Pais se preocupem com a participação no desfile de carnaval nas ruas da vila. Não é a comemoração do carnaval na escola (pois esta nunca esteve em causa), é a comemoração do carnaval na rua!Os momentos que se seguiram são dignos de servirem para o guião de um filme ilustrativo do antigo regime:Terça-feira à noite: A presidente do Conselho Executivo é informada por telefone que está proibida de prestar declarações à comunicação social.Quarta-feira de manhã: a escola recebe um email da Directora Regional de Educação do Norte, num português de difícil compreensão, determinando a realização do desfile. (segue em anexo).Quarta-feira à tarde: Chegam à escola 2 elementos do Centro de Área Educativa de Viana do Castelo e 3 elementos da Direcção Regional de Educação do Norte. Durante mais de 4 horas pressionaram o Conselho Executivo a convocar os Professores para participar no desfile de carnaval. O Conselho Executivo não cede, pois a decisão foi tomada pelo Conselho Pedagógico. Esta equipa de intimidação faz a proposta de ser pedido aos professores para participar no desfile. O pedido é feito mais tarde aos Professores que não aceitam. Só participarão no desfile se forem intimados a tal pela DREN.Quinta-feira à tarde: Volta à escola mais uma equipa de pressão, agora constituída por 6 elementos do Centro de Área Educativa de Viana do Castelo. Durante várias horas pressionam o Conselho Executivo.Informam que não saem sem uma resposta e não dão respostas quanto às consequências da nãoconvocação dos Professores.Não é difícil perceber o que se passaria se o Conselho Executivo não convocasse os Professores para participar no desfile. Aquilo que a DREN não teve coragem foi fazer ela mesma a convocatória. O que vai acontecer é que os Professores deste Agrupamento vão participar no desfile pois estão solidários com o Conselho Executivo, no qual têm um imenso orgulho. E não vão só os professores que foram “obrigatoriamente” convocados. Os outros vão também. Vamos todos. Afinal, o importante para a qualidade da educação no nosso país são os desfiles de carnaval.E não me venham dizer que há aqui interesses políticos! Por favor! Portugal é uma democracia! Ou não!?XXXXXXXXXXXXXX – Professor (identificado) – Paredes de CouraE-mail remetido pela Directora Regional de Educação do Norte:Clicar na imagem para ampliarPROmova dixit:Este caso é, absolutamente, lamentável e vem substantivar a prepotência, o instinto controlador e a deriva folclórica que a Directora Regional de Educação do Norte tem imprimido ao desempenho do seu comissariado político.Deste episódio ressaltam as seguintes leituras óbvias:1) têm razão os milhares de professores que optaram por investir os seus saberes e por direccionar o seu trabalho para a qualificação dos alunos, negligenciando a sua participação neste processo de avaliação do desempenho, por anteverem que deste envolvimento poderia advir prejuízo para os alunos. Neste contexto, é pena que a CONFAP tenha vistas curtas e finja não perceber estas consequências, sacrificando o interesse dos alunos à tentativa de se colar à tutela, porventura para continuar a garantir os subsídios que dela recebe;2) a situação ocorrida no Agrupamento de Paredes de Coura é o exemplo paradigmático de como este processo de avaliação absorve, inutilmente, o tempo e o empenho dos docentes, retirando-lhes a possibilidade de concretizarem parte das actividades extra-curriculares e dos projectos que tinham sido planeados. Felizmente, existem centenas de escolas/agrupamentos, pelo país fora, que resistem e se recusam a participar na implementação deste modelo de avaliação absurdo e contraproducente;3) a interferência precipitada, abusiva e desastrosa da DREN na decisão legítima do Conselho Pedagógico constitui um acto intrusivo injustificado e uma estocada na autonomia das escolas, abrindo, desta forma, um precedente da maior gravidade. Acima de tudo, porque o Conselho Pedagógico é o órgão vocacionado para avaliar e redefinir as actividades e os projectos planeados, tendo-se regido, neste caso particular, por critérios pedagógicos que visaram acautelar as iniciativas de maior relevância pedagógica para os alunos;4) a Directora Regional confirma os seus tiques autocráticos, violentadores da convivência democrática e da inerente liberdade de expressão, além de que aparenta não estar provida do nível cultural requerido à ocupação de um cargo de tão elevada responsabilidade, pois evidencia deficits clamorosos de expressão linguística, como atesta, de forma exuberante, o ponto 3 inserto no e-mail remetido ao Agrupamento, cujo conteúdo é, de todo, ininteligível;5) a CONFAP mostrou-se ao seu melhor nível, deturpando, falaciosamente, o conteúdo e o alcance da decisão tomada pelo Conselho Pedagógico, o que denota ignorância grosseira ou má-fé;6) aplicou-se, a esta situação concreta, a orientação política geral que vai no sentido de privilegiar o autoritarismo sem autoridade e de sobrevalorizar o folclore e o espectáculo, em detrimento da imprescindível preservação da autoridade dos professores e das escolas, alimentando-se, assim, um sentimento rasteiro de hostilização aos docentes, o qual, desgraçadamente, começa a grassar pelo país.


Divulgação do filme dos acontecimentos, feito por um professor do Agrupamento de Paredes de Coura, devidamente identificado:Numa decisão do Conselho Pedagógico do Agrupamento de Escolas Território Educativo de Coura foi aprovada a suspensão de algumas actividades. Num total de 164 actividades que integram o Plano Anual de Actividades, foram suspensas cerca de 10. As actividades suspensas foram apenas aquelas que não interferissem com questões pedagógicas e curriculares nem com a formação geral dos alunos, pois são estes o cerne do sistema educativo e jamais poderiam ser prejudicadas. Convém salientar ainda que o Plano Anual de Actividades é, como o próprio nome indica, um plano. É uma previsão, não é um documento jurídico, pelo que, pode ou não cumprir-se pelas mais variadas razões. Mais, é aprovado pelo Conselho Pedagógico e ratificado pelo Conselho Geral, pelo que, sendo um dos documentos emblemáticos da tão falada autonomiadas escolas, só a estes órgãos compete a sua alteração.Ao longo destes últimos dias temos tido o (des)prazer de ler na comunicação social aquilo que aAssociação de pais deste Agrupamento de Escolas tem vindo, numa atitude de pura má fé, a veicular: foram suspensas todas as actividades. A verdade é que foram suspensas cerca de 6% das actividades, num Conselho Pedagógico onde os Pais estão representados. Ou mentiram propositadamente ou então são pessoas com um coeficiente de inteligência tão diminuto, que não entenderam nada daquilo que o Conselho Pedagógico decidiu.Aquilo que me espanta (a mim e a todos os professores deste agrupamento) é a importância dada ao desfile de carnaval! De facto é estranho que os Pais se preocupem com a participação no desfile de carnaval nas ruas da vila. Não é a comemoração do carnaval na escola (pois esta nunca esteve em causa), é a comemoração do carnaval na rua!Os momentos que se seguiram são dignos de servirem para o guião de um filme ilustrativo do antigo regime:Terça-feira à noite: A presidente do Conselho Executivo é informada por telefone que está proibida de prestar declarações à comunicação social.Quarta-feira de manhã: a escola recebe um email da Directora Regional de Educação do Norte, num português de difícil compreensão, determinando a realização do desfile. (segue em anexo).Quarta-feira à tarde: Chegam à escola 2 elementos do Centro de Área Educativa de Viana do Castelo e 3 elementos da Direcção Regional de Educação do Norte. Durante mais de 4 horas pressionaram o Conselho Executivo a convocar os Professores para participar no desfile de carnaval. O Conselho Executivo não cede, pois a decisão foi tomada pelo Conselho Pedagógico. Esta equipa de intimidação faz a proposta de ser pedido aos professores para participar no desfile. O pedido é feito mais tarde aos Professores que não aceitam. Só participarão no desfile se forem intimados a tal pela DREN.Quinta-feira à tarde: Volta à escola mais uma equipa de pressão, agora constituída por 6 elementos do Centro de Área Educativa de Viana do Castelo. Durante várias horas pressionam o Conselho Executivo.Informam que não saem sem uma resposta e não dão respostas quanto às consequências da nãoconvocação dos Professores.Não é difícil perceber o que se passaria se o Conselho Executivo não convocasse os Professores para participar no desfile. Aquilo que a DREN não teve coragem foi fazer ela mesma a convocatória. O que vai acontecer é que os Professores deste Agrupamento vão participar no desfile pois estão solidários com o Conselho Executivo, no qual têm um imenso orgulho. E não vão só os professores que foram “obrigatoriamente” convocados. Os outros vão também. Vamos todos. Afinal, o importante para a qualidade da educação no nosso país são os desfiles de carnaval.E não me venham dizer que há aqui interesses políticos! Por favor! Portugal é uma democracia! Ou não!?XXXXXXXXXXXXXX – Professor (identificado) – Paredes de CouraE-mail remetido pela Directora Regional de Educação do Norte:Clicar na imagem para ampliarPROmova dixit:Este caso é, absolutamente, lamentável e vem substantivar a prepotência, o instinto controlador e a deriva folclórica que a Directora Regional de Educação do Norte tem imprimido ao desempenho do seu comissariado político.Deste episódio ressaltam as seguintes leituras óbvias:1) têm razão os milhares de professores que optaram por investir os seus saberes e por direccionar o seu trabalho para a qualificação dos alunos, negligenciando a sua participação neste processo de avaliação do desempenho, por anteverem que deste envolvimento poderia advir prejuízo para os alunos. Neste contexto, é pena que a CONFAP tenha vistas curtas e finja não perceber estas consequências, sacrificando o interesse dos alunos à tentativa de se colar à tutela, porventura para continuar a garantir os subsídios que dela recebe;2) a situação ocorrida no Agrupamento de Paredes de Coura é o exemplo paradigmático de como este processo de avaliação absorve, inutilmente, o tempo e o empenho dos docentes, retirando-lhes a possibilidade de concretizarem parte das actividades extra-curriculares e dos projectos que tinham sido planeados. Felizmente, existem centenas de escolas/agrupamentos, pelo país fora, que resistem e se recusam a participar na implementação deste modelo de avaliação absurdo e contraproducente;3) a interferência precipitada, abusiva e desastrosa da DREN na decisão legítima do Conselho Pedagógico constitui um acto intrusivo injustificado e uma estocada na autonomia das escolas, abrindo, desta forma, um precedente da maior gravidade. Acima de tudo, porque o Conselho Pedagógico é o órgão vocacionado para avaliar e redefinir as actividades e os projectos planeados, tendo-se regido, neste caso particular, por critérios pedagógicos que visaram acautelar as iniciativas de maior relevância pedagógica para os alunos;4) a Directora Regional confirma os seus tiques autocráticos, violentadores da convivência democrática e da inerente liberdade de expressão, além de que aparenta não estar provida do nível cultural requerido à ocupação de um cargo de tão elevada responsabilidade, pois evidencia deficits clamorosos de expressão linguística, como atesta, de forma exuberante, o ponto 3 inserto no e-mail remetido ao Agrupamento, cujo conteúdo é, de todo, ininteligível;5) a CONFAP mostrou-se ao seu melhor nível, deturpando, falaciosamente, o conteúdo e o alcance da decisão tomada pelo Conselho Pedagógico, o que denota ignorância grosseira ou má-fé;6) aplicou-se, a esta situação concreta, a orientação política geral que vai no sentido de privilegiar o autoritarismo sem autoridade e de sobrevalorizar o folclore e o espectáculo, em detrimento da imprescindível preservação da autoridade dos professores e das escolas, alimentando-se, assim, um sentimento rasteiro de hostilização aos docentes, o qual, desgraçadamente, começa a grassar pelo país.

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