Enguia Fresca: Produções Fictícias

02-10-2009
marcar artigo


Ontem andava em Moledo, um daqueles pseudo-intelectuais de óculos fundo de garrafa e cheiro de cinzeiro por despejar há 15 dias, a distribuir folhetos que anunciavam um comício do BE no Terreiro de Caminha com a presença do grande educador Francisco Anacleto Louçã. O oportunismo da coisa era evidente, esplanadas cheias, misturados os militantes mobilizados (será que o Sr. Nelso Peralta veio?), daria um optimo boneco televisivo. Passei por lá curioso, eu que nunca tinha assistido a nenhum ritual trotskista, e no Terreiro própriamente dito: nada!Descobri então um micro-palco, timidamente enfiado debaixo dos arcos da Caixa Geral dos Depósitos e umas filas de cadeiras brancas bem espaçadas onde caberiam umas cinquenta almas que teimavam em não aparecer todas. Um cenário deprimente, um fiasco absoluto. Nada disso, disse-me um amigo meu. As televisões fazem o boneco mais conveniente e os jornais omitem a escassez, para quem não viu, vai ser um grande comício. É este o embuste do BE na sociedade portuguesa, uma ficção bem engendrada com a cumplicidade dos media, uma produção fictícia rodada com suficiente habilidade, depois a intelectualidade de pacotilha, falida dos ideiais de abril, faz o resto. O incrível é que, para já, tem resultado. Hasta cuando kamarada?


Ontem andava em Moledo, um daqueles pseudo-intelectuais de óculos fundo de garrafa e cheiro de cinzeiro por despejar há 15 dias, a distribuir folhetos que anunciavam um comício do BE no Terreiro de Caminha com a presença do grande educador Francisco Anacleto Louçã. O oportunismo da coisa era evidente, esplanadas cheias, misturados os militantes mobilizados (será que o Sr. Nelso Peralta veio?), daria um optimo boneco televisivo. Passei por lá curioso, eu que nunca tinha assistido a nenhum ritual trotskista, e no Terreiro própriamente dito: nada!Descobri então um micro-palco, timidamente enfiado debaixo dos arcos da Caixa Geral dos Depósitos e umas filas de cadeiras brancas bem espaçadas onde caberiam umas cinquenta almas que teimavam em não aparecer todas. Um cenário deprimente, um fiasco absoluto. Nada disso, disse-me um amigo meu. As televisões fazem o boneco mais conveniente e os jornais omitem a escassez, para quem não viu, vai ser um grande comício. É este o embuste do BE na sociedade portuguesa, uma ficção bem engendrada com a cumplicidade dos media, uma produção fictícia rodada com suficiente habilidade, depois a intelectualidade de pacotilha, falida dos ideiais de abril, faz o resto. O incrível é que, para já, tem resultado. Hasta cuando kamarada?

marcar artigo