Enguia Fresca: Protesto!

18-07-2009
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Há vários dias que a minha caixa de correio é invadida por convites e sujestões para o dia de S. Valentim. Jantares de luxo com ementa alusiva à data, festas com gente cor de rosa (pelos vistos, uma nova raça, a primeira que me faz pensar em racismo com alguma benevolência), presentes estafados, programas de spa, etc., etc..Em Gondomar, S. Valentim é sinónimo de frigorifico novo, maquina de lavar oferecida e micro-ondas à lagardére.Francamente, irrita-me esta invenção, esta falsa tradição, que grassa entre nós desde os idos de 80, década associada à piroseira, ao kitsch e aos Modern Talking. O nome Valentim vai bem com a indumentária da época, o espírito Fame e as lendárias Bombokas recheadas a espuma de barbear. Os anglo-saxónicos chamam-lhe apenas Valentine Day, comemoram-no há muito mais tempo e o Sinatra salvou-o do ridículo ao cantar My Funny Valentine; até no mau eles são melhores...É um optimo dia para ficar em casa, protegido, e, aí sim, até pode "pintar" algum romance, independente da data, ou não, porque forçado pelas circunstâncias: não dá para jantar fora normalmente, ir ás compras nem pensar, ligar o televisor é risco de invasão velentiniana garantido.Acredito que haja uma legião de cinzentos que precisa da imposição de uma data para levar a namorada a jantar fora, para lhe oferecer flores ou um postal standardizado. Depois, esta horda segue ordeira para os restaurantes que se enchem de pares celebrantes à volta de um mesmo menu padronizado: o menu especial de S. Valentim! Geralmente, o Monte Velho acompanha, avançando os mais ousados até uma garrafa de magnífico Asti Gancia. Yesssss!Tenho a felicidade de nunca me ter sido pedido para engrossar a legião indiferenciada dos sãovalentinistas, só diz bem de quem não me pede, espero que diga algum bem de mim...Deixo aqui público apelo às empresas de todo o género que nos invadem com as ditas sugestões: Por favor, parem! Não há nada que me corte tanto o romantismo como a lembrança deste dia nefasto.P.s.: No Brasil, o dia dos namorados é a 12 de Junho, festejando S. António, o casamenteiro. Cá, como lá, datas estratégicas para animar o comércio em periodo baixo. Pelo menos lá, a preocupação de evocar um santo luso.


Há vários dias que a minha caixa de correio é invadida por convites e sujestões para o dia de S. Valentim. Jantares de luxo com ementa alusiva à data, festas com gente cor de rosa (pelos vistos, uma nova raça, a primeira que me faz pensar em racismo com alguma benevolência), presentes estafados, programas de spa, etc., etc..Em Gondomar, S. Valentim é sinónimo de frigorifico novo, maquina de lavar oferecida e micro-ondas à lagardére.Francamente, irrita-me esta invenção, esta falsa tradição, que grassa entre nós desde os idos de 80, década associada à piroseira, ao kitsch e aos Modern Talking. O nome Valentim vai bem com a indumentária da época, o espírito Fame e as lendárias Bombokas recheadas a espuma de barbear. Os anglo-saxónicos chamam-lhe apenas Valentine Day, comemoram-no há muito mais tempo e o Sinatra salvou-o do ridículo ao cantar My Funny Valentine; até no mau eles são melhores...É um optimo dia para ficar em casa, protegido, e, aí sim, até pode "pintar" algum romance, independente da data, ou não, porque forçado pelas circunstâncias: não dá para jantar fora normalmente, ir ás compras nem pensar, ligar o televisor é risco de invasão velentiniana garantido.Acredito que haja uma legião de cinzentos que precisa da imposição de uma data para levar a namorada a jantar fora, para lhe oferecer flores ou um postal standardizado. Depois, esta horda segue ordeira para os restaurantes que se enchem de pares celebrantes à volta de um mesmo menu padronizado: o menu especial de S. Valentim! Geralmente, o Monte Velho acompanha, avançando os mais ousados até uma garrafa de magnífico Asti Gancia. Yesssss!Tenho a felicidade de nunca me ter sido pedido para engrossar a legião indiferenciada dos sãovalentinistas, só diz bem de quem não me pede, espero que diga algum bem de mim...Deixo aqui público apelo às empresas de todo o género que nos invadem com as ditas sugestões: Por favor, parem! Não há nada que me corte tanto o romantismo como a lembrança deste dia nefasto.P.s.: No Brasil, o dia dos namorados é a 12 de Junho, festejando S. António, o casamenteiro. Cá, como lá, datas estratégicas para animar o comércio em periodo baixo. Pelo menos lá, a preocupação de evocar um santo luso.

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