[despacho da Lusa]14 de Março de 2008, 23:49Lisboa, 14 Mar (Lusa) - A falta de acordo entresindicatos e Governo (PS) quanto à avaliação dedesempenho dos professores levou hoje o PCP, Bloco deEsquerda e CDS-PP a reafirmarem a necessidade dasuspensão do processo.O Ministério da Educação anunciou hoje que o regimesimplificado de avaliação, que exclui alguns dosrequisitos, como a observação de aulas, e critérios,como as notas dos alunos, estabelecidos no diplomaterá de ser negociado em cada escola e contar com oacordo dos professores avaliados.Em resposta, no final da última reunião com a tutelarelativa à regulamentação do processo de avaliação dosdocentes, a Federação Nacional dos Professores(FENPROF) ameaçou, em declarações à Agência Lusa,recorrer aos tribunais por considerar ilegal o regimesimplificado, alegando que este representa umaalteração ao diploma que não foi negociada.A FENPROF (CGTP-In) já tinha sustentado que só daria oseu acordo caso houvesse uma suspensão inequívoca doprocesso de avaliação no corrente acto lectivo e fossedecretada a sua aplicação a título experimental em2008-2009.A Federação Nacional de Sindicatos de Educação (UGT)deu igualmente por terminadas as negociações com atutela, com quem esteve reunida hoje durante cerca detrês horas, considerando que a simplificação daavaliação, negociada em cada estabelecimento eaplicada de forma diferenciada, põe em causa "oprincípio da unidade" entre escolas e docentes.Instado pela agência Lusa a comentar a falta de acordoente sindicatos e o Governo, o líder parlamentar doCDS-PP, Diogo Feio, afirmou que "não tem qualquersentido" iniciar-se o processo de avaliação "a meio doano lectivo"."Esperávamos que todas as conversações com ossindicatos levassem à suspensão [do modelo deavaliação] e ao seu reinício no próximo ano lectivo",acrescentou.Jorge Pires, da Comissão Política do PCP, considerou"previsível" a falta de entendimento dos sindicatoscom "a arrogância, prepotência" do Governo, que "nãoconsegue fazer uma leitura do protesto" nacional deprofessores de há uma semana."Nenhum sistema de avaliação pode ser implementadocontra os professores", sustentou, acrescentando que opartido propôs a suspensão do modelo e a "discussão damatéria", que "o PS recusa liminarmente".A deputada do Bloco de Esquerda Ana Drago invocou queo modelo simplificado de avaliação dos docentes "criauma situação de desigualdade" e reiterou a suasuspensão e discussão comparativa com modelos deoutros países."É absolutamente preocupante a estratégia desobrevivência política do Governo, que não querdiscutir o assunto", referiu, advogando que "é umairresponsabilidade" avançar com a avaliação dosprofessores "a meio do ano lectivo".O porta-voz do PS, Vitalino Canas, desvalorizou ascríticas da Oposição e sindicatos, sublinhado que aavaliação abrangerá este ano lectivo "um númeroreduzido de professores" e supõe a "flexibilidade" dasua aplicação por parte das escolas.O PSD remeteu eventuais comentários para sábado.ER/JPB.
Categorias
Entidades
[despacho da Lusa]14 de Março de 2008, 23:49Lisboa, 14 Mar (Lusa) - A falta de acordo entresindicatos e Governo (PS) quanto à avaliação dedesempenho dos professores levou hoje o PCP, Bloco deEsquerda e CDS-PP a reafirmarem a necessidade dasuspensão do processo.O Ministério da Educação anunciou hoje que o regimesimplificado de avaliação, que exclui alguns dosrequisitos, como a observação de aulas, e critérios,como as notas dos alunos, estabelecidos no diplomaterá de ser negociado em cada escola e contar com oacordo dos professores avaliados.Em resposta, no final da última reunião com a tutelarelativa à regulamentação do processo de avaliação dosdocentes, a Federação Nacional dos Professores(FENPROF) ameaçou, em declarações à Agência Lusa,recorrer aos tribunais por considerar ilegal o regimesimplificado, alegando que este representa umaalteração ao diploma que não foi negociada.A FENPROF (CGTP-In) já tinha sustentado que só daria oseu acordo caso houvesse uma suspensão inequívoca doprocesso de avaliação no corrente acto lectivo e fossedecretada a sua aplicação a título experimental em2008-2009.A Federação Nacional de Sindicatos de Educação (UGT)deu igualmente por terminadas as negociações com atutela, com quem esteve reunida hoje durante cerca detrês horas, considerando que a simplificação daavaliação, negociada em cada estabelecimento eaplicada de forma diferenciada, põe em causa "oprincípio da unidade" entre escolas e docentes.Instado pela agência Lusa a comentar a falta de acordoente sindicatos e o Governo, o líder parlamentar doCDS-PP, Diogo Feio, afirmou que "não tem qualquersentido" iniciar-se o processo de avaliação "a meio doano lectivo"."Esperávamos que todas as conversações com ossindicatos levassem à suspensão [do modelo deavaliação] e ao seu reinício no próximo ano lectivo",acrescentou.Jorge Pires, da Comissão Política do PCP, considerou"previsível" a falta de entendimento dos sindicatoscom "a arrogância, prepotência" do Governo, que "nãoconsegue fazer uma leitura do protesto" nacional deprofessores de há uma semana."Nenhum sistema de avaliação pode ser implementadocontra os professores", sustentou, acrescentando que opartido propôs a suspensão do modelo e a "discussão damatéria", que "o PS recusa liminarmente".A deputada do Bloco de Esquerda Ana Drago invocou queo modelo simplificado de avaliação dos docentes "criauma situação de desigualdade" e reiterou a suasuspensão e discussão comparativa com modelos deoutros países."É absolutamente preocupante a estratégia desobrevivência política do Governo, que não querdiscutir o assunto", referiu, advogando que "é umairresponsabilidade" avançar com a avaliação dosprofessores "a meio do ano lectivo".O porta-voz do PS, Vitalino Canas, desvalorizou ascríticas da Oposição e sindicatos, sublinhado que aavaliação abrangerá este ano lectivo "um númeroreduzido de professores" e supõe a "flexibilidade" dasua aplicação por parte das escolas.O PSD remeteu eventuais comentários para sábado.ER/JPB.