Federação Regional da Juventude Socialista do Algarve: Artigo de opinião: Os sonhos perdidos

07-10-2009
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Não é de hoje que as pessoas seguem profissões que não eram as que sonhavam.Ao longo dos tempos, o ser humano, quando se confrontava com a difícil escolha da profissão, fazia-o por inúmeras razões, monetárias, ideológicas, oportunidade, aconteceu, não teve outra hipótese...Hoje essa decisão talvez esteja mais dificultada.Na escola primária, temos jeito para isto ou para aquilo, uns gostam de matemática, outros de estudo do meio, outros de ginástica, enfim de alguma coisa para a qual bem depressa podemos deixar de ter jeito ou de gostar.E temos aquele sonho de ser bombeiro, astronauta, médico, actriz, jogador de futebol... Nem sabemos bem porquê, talvez através da televisão ou do computador, enfim das tecnologias que bem conhecemos.No 5º, 6º e 7º ano, talvez se comece a definir qual a disciplina de que gostamos mais e na qual somos melhores, mas ainda é tudo muito vago. Até esta altura, poucas escolhas fazemos e mesmo essas são de relativa importância.No 8º e 9º ano, já se fala no que se gostaria de fazer no futuro, qual a área a escolher e qual o melhor caminho a seguir. Mas, paralelamente a esta realidade, existe o abandono escolar. Quantos colegas nossos vimos deixar a escola? E porquê?Uns por questões familiares, outros porque simplesmente não gostam de estudar, outros por questões económicas, entram logo no mercado de trabalho para poderem continuar a sua vida.Será que poderão escolher a profissão que sonhavam na primária? Talvez tenham outro sonho agora, mas como é difícil alcançá-lo!Aqueles que seguem os estudos poderão pensar que terão a tarefa facilitada, mas é um engano. Com 13, 14, 15 anos, como poderemos ter a certeza da decisão que estamos a tomar? Será um golpe de sorte?Seguimos para a secundária e já alguns têm um rumo em mente, outros simplesmente continuam a estudar. A maioria dos pais incentivam-nos a pensarem na universidade e, no 12º ano, jovens com 17, 18, 19 anos vêem-se outra vez com uma tarefa difícil, a de escolher o curso e a universidade. Mais uma vez pensam no futuro.Cada vez mais perguntamo-nos: qual será a área com mais saída, que nos dará emprego? Que nos dará mais dinheiro?Por vezes, os jovens esquecem-se do que sonharam, esquecem-se do que realmente gostariam de fazer o resto da sua vida, e adaptam-se à realidade, à dificuldade de arranjar empregos, com ou sem estudos, e centram a sua decisão por forças maiores, com os pés bem assentes no chão, no que pensam que lhes pode dar dinheiro suficiente para poderem pagar as contas ao fim do mês.Será que vale a pena? Será que devemos deixar de sonhar?*Coordenadora da JS de VRSA, estudante de EconomiaPublicado na rúbrica Paralelo 35 do jornal Barlavento


Não é de hoje que as pessoas seguem profissões que não eram as que sonhavam.Ao longo dos tempos, o ser humano, quando se confrontava com a difícil escolha da profissão, fazia-o por inúmeras razões, monetárias, ideológicas, oportunidade, aconteceu, não teve outra hipótese...Hoje essa decisão talvez esteja mais dificultada.Na escola primária, temos jeito para isto ou para aquilo, uns gostam de matemática, outros de estudo do meio, outros de ginástica, enfim de alguma coisa para a qual bem depressa podemos deixar de ter jeito ou de gostar.E temos aquele sonho de ser bombeiro, astronauta, médico, actriz, jogador de futebol... Nem sabemos bem porquê, talvez através da televisão ou do computador, enfim das tecnologias que bem conhecemos.No 5º, 6º e 7º ano, talvez se comece a definir qual a disciplina de que gostamos mais e na qual somos melhores, mas ainda é tudo muito vago. Até esta altura, poucas escolhas fazemos e mesmo essas são de relativa importância.No 8º e 9º ano, já se fala no que se gostaria de fazer no futuro, qual a área a escolher e qual o melhor caminho a seguir. Mas, paralelamente a esta realidade, existe o abandono escolar. Quantos colegas nossos vimos deixar a escola? E porquê?Uns por questões familiares, outros porque simplesmente não gostam de estudar, outros por questões económicas, entram logo no mercado de trabalho para poderem continuar a sua vida.Será que poderão escolher a profissão que sonhavam na primária? Talvez tenham outro sonho agora, mas como é difícil alcançá-lo!Aqueles que seguem os estudos poderão pensar que terão a tarefa facilitada, mas é um engano. Com 13, 14, 15 anos, como poderemos ter a certeza da decisão que estamos a tomar? Será um golpe de sorte?Seguimos para a secundária e já alguns têm um rumo em mente, outros simplesmente continuam a estudar. A maioria dos pais incentivam-nos a pensarem na universidade e, no 12º ano, jovens com 17, 18, 19 anos vêem-se outra vez com uma tarefa difícil, a de escolher o curso e a universidade. Mais uma vez pensam no futuro.Cada vez mais perguntamo-nos: qual será a área com mais saída, que nos dará emprego? Que nos dará mais dinheiro?Por vezes, os jovens esquecem-se do que sonharam, esquecem-se do que realmente gostariam de fazer o resto da sua vida, e adaptam-se à realidade, à dificuldade de arranjar empregos, com ou sem estudos, e centram a sua decisão por forças maiores, com os pés bem assentes no chão, no que pensam que lhes pode dar dinheiro suficiente para poderem pagar as contas ao fim do mês.Será que vale a pena? Será que devemos deixar de sonhar?*Coordenadora da JS de VRSA, estudante de EconomiaPublicado na rúbrica Paralelo 35 do jornal Barlavento

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