Poíesis: Meninos do Meu Bairro

03-07-2009
marcar artigo

Entre o mar e o desertotudo fica bem, tudo dá certo.No meu Bairro da Facadahavia muitos meninoscomo esse Osvaldo teu.meninos travessos, ladinoscrianças bué de esperto,Como esquecê-las, Deus meu !!...Vivos magritos e espigadosEra vê-los rondando quitandas.Goiaba aqui um manguito ali,Um figo, um bago de uva, amoras –Tia Cassessa xingava : - Malcriados!Vou dizer na sua Mãe onde andas.Foges na Escola, ganhaste esporasJesus, meu menino, que vai ser de ti!E moleque Zézé, um menino travesso,Capitão da areia, já desde do berço,soltava muchocho, e chamava a malta:Vam’ embora pá! Deixa só a Velha falar!Vamo na S.O.S. nossos peixe pescar,Vamos só, peixe lá nunca que falta!...E lá foram todos fazendo surriada.A Sekula Sessa sorria, meio divertida,meio danada, tirando a ponta apagadaque trazia na orelha, acendeu, meteuna boca o lado em brasa e, num jeito seu,ajeitou o pano no peito e na cabeça a quindae lá se foi também. Tinha que fazer na vida aindaMuito se admirava quem a viu então a passar,Ia bem direita p’rá idade, com a bunda a dar a dar,e enquanto caminhava , não parava de gesticular –Jesus, credo!! A velha nêga com quem ia a falar?…É verdade, Aileda amiga. Aquele Bairro da Facadatinha muitos meninos assim, muitos “Osvaldos”.Em casa tudo, mas tudo faltava. Não tinham nadaMas, em contrapartida, eram vivos e alegres, coitados !João Manuel Mangericão(Neco)Barreiro, 3.05.2005

Entre o mar e o desertotudo fica bem, tudo dá certo.No meu Bairro da Facadahavia muitos meninoscomo esse Osvaldo teu.meninos travessos, ladinoscrianças bué de esperto,Como esquecê-las, Deus meu !!...Vivos magritos e espigadosEra vê-los rondando quitandas.Goiaba aqui um manguito ali,Um figo, um bago de uva, amoras –Tia Cassessa xingava : - Malcriados!Vou dizer na sua Mãe onde andas.Foges na Escola, ganhaste esporasJesus, meu menino, que vai ser de ti!E moleque Zézé, um menino travesso,Capitão da areia, já desde do berço,soltava muchocho, e chamava a malta:Vam’ embora pá! Deixa só a Velha falar!Vamo na S.O.S. nossos peixe pescar,Vamos só, peixe lá nunca que falta!...E lá foram todos fazendo surriada.A Sekula Sessa sorria, meio divertida,meio danada, tirando a ponta apagadaque trazia na orelha, acendeu, meteuna boca o lado em brasa e, num jeito seu,ajeitou o pano no peito e na cabeça a quindae lá se foi também. Tinha que fazer na vida aindaMuito se admirava quem a viu então a passar,Ia bem direita p’rá idade, com a bunda a dar a dar,e enquanto caminhava , não parava de gesticular –Jesus, credo!! A velha nêga com quem ia a falar?…É verdade, Aileda amiga. Aquele Bairro da Facadatinha muitos meninos assim, muitos “Osvaldos”.Em casa tudo, mas tudo faltava. Não tinham nadaMas, em contrapartida, eram vivos e alegres, coitados !João Manuel Mangericão(Neco)Barreiro, 3.05.2005

marcar artigo