Portugal for Ron Paul: Fé-zada

09-07-2009
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Defender um sistema que não se compreende, mas em que se acredita, por se ter comprovado empiricamente, não é fé-zada -- é justamente uma das bases do ser liberal.Ser liberal é acreditar no valor da liberdade, também porque ela surgiu naturalmente - e não por "intelligent design". Hayek perde um capítulo da sua "constituição" a tentar explicar isso. Ninguém adivinhou um dia, que eram livres que os homens se davam bem, e vai daí, vamos declarar a liberdade de todos. A liberdade vai surgindo na história, e na vida das pessoas. Vai dando resultados e ganha às outras formas de organizar a sociedade. E aí reside a sua maior fragilidade.É que por não a sabermos explicar, é que se torna fácil atacá-la quando a vivemos. Por não conseguirmos compreender os seus benefícios (particularmente quando sujeitos a ela) é que somos vulneráveis a quem nos oferece uma alternativa em que deixamos de ser livres um bocadinho, mas ganhamos noutra matéria. O racionalismo daqueles que acreditam compreender a sociedade, as relações entre os Homens e poderem, consequentemente, gizar o plano que nos leva a Utopias de mais benefício para todos (ou de um sinistro benefício comum, que ofusque o mal-estar individual), é esse racionalismo que está por detrás do Socialismo. Marx compreendeu tudo. Marx sabia os males do Capitalismo e como havia de cair. Sabia como o derrotar, que medidas tomar após a sua derrota, e quais as consequências dessas medidas. Marx sabia tudo.Eu, por exemplo, não sei se Hayek achava o padrão-ouro melhor que o sistema monetário bancário. Mas Hayek sabia que «That we ought not to believe anything which has been shown to be false does not mean that we ought to believe only what has been demonstrated to be true.» Eu nesta estou com ele. É preferível confiar num sistema que nasceu da tentativa-erro dos séculos, do que num que foi arquitectado como o melhor por uns burocratas. Essa de ter que compreender tudo o que se defende, leva mais cedo ao mais tarde a que se pense que se pode compreender tudo o que nos rodeia. Marx achava que sim, eu acredito mais no Sócrates (o outro...). Só sei que nada sei.


Defender um sistema que não se compreende, mas em que se acredita, por se ter comprovado empiricamente, não é fé-zada -- é justamente uma das bases do ser liberal.Ser liberal é acreditar no valor da liberdade, também porque ela surgiu naturalmente - e não por "intelligent design". Hayek perde um capítulo da sua "constituição" a tentar explicar isso. Ninguém adivinhou um dia, que eram livres que os homens se davam bem, e vai daí, vamos declarar a liberdade de todos. A liberdade vai surgindo na história, e na vida das pessoas. Vai dando resultados e ganha às outras formas de organizar a sociedade. E aí reside a sua maior fragilidade.É que por não a sabermos explicar, é que se torna fácil atacá-la quando a vivemos. Por não conseguirmos compreender os seus benefícios (particularmente quando sujeitos a ela) é que somos vulneráveis a quem nos oferece uma alternativa em que deixamos de ser livres um bocadinho, mas ganhamos noutra matéria. O racionalismo daqueles que acreditam compreender a sociedade, as relações entre os Homens e poderem, consequentemente, gizar o plano que nos leva a Utopias de mais benefício para todos (ou de um sinistro benefício comum, que ofusque o mal-estar individual), é esse racionalismo que está por detrás do Socialismo. Marx compreendeu tudo. Marx sabia os males do Capitalismo e como havia de cair. Sabia como o derrotar, que medidas tomar após a sua derrota, e quais as consequências dessas medidas. Marx sabia tudo.Eu, por exemplo, não sei se Hayek achava o padrão-ouro melhor que o sistema monetário bancário. Mas Hayek sabia que «That we ought not to believe anything which has been shown to be false does not mean that we ought to believe only what has been demonstrated to be true.» Eu nesta estou com ele. É preferível confiar num sistema que nasceu da tentativa-erro dos séculos, do que num que foi arquitectado como o melhor por uns burocratas. Essa de ter que compreender tudo o que se defende, leva mais cedo ao mais tarde a que se pense que se pode compreender tudo o que nos rodeia. Marx achava que sim, eu acredito mais no Sócrates (o outro...). Só sei que nada sei.

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