O valor das ideias: O enterro de o Insurgente em Política Monetária, pelas mãos dos próprios (é isto o neoliberalismo?)

23-05-2009
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Deve ser um vírus neoliberal que só ataca essa população. Não sei. Mas de vez em quando, ali pelas bandas dos miúdos do insurgente aparece um post de um fulano qualquer que decide "Não tenho mais que fazer. Vou escrever uns disparates sobre o Carlos Santos!". E pronto, aí vai disso. Eu devo confessar que nem fazia ideia desta, e por isso há muitas que me devem passar ao lado. Mas é que a inteligência é tanta que decidem argumentar exibindo a "confrangedora ignorância", a expressão é deles, de que me acusam. Desta feita, é um tal de BZ, que não gosta muito de mim porque está em idade de fazer birra e eu não assino as ideias dele. Diz aqui a criatura que há dias, um post do super hiper mega fixe blogue deles dizia:"Universalmente, o crédito é dos poucos bens cujo preço não resulta do livre jogo da procura e da oferta. Quase todos os países do Mundo decidem centralmente o preço do crédito. Houve uma crise do crédito, de quem é a culpa? Do mercado, claro."Reparem ´só que a frase começa por "Universalmente". É aquela doutrina em que as leis económicas são válidas independentemente do tempo e do espaço. Aliás eu imagino que a lei das produtividades marginais ponderadas por exemplo tenha uma validade enorme na Gronelândia. Mas continuemos: universalmente, para mim, significa...universalmente. Isto é, urbi et orbi. Ou se preferirem: em todos os recantos do mundo. E em qualquer momento do tempo. Em bom rigor deveria ser recantos do Universo, mas deixemos os marcianos livres de neoliberais.O que irritou o BZ? Cito: "Ao que o Carlos Santos contestou com o seguinte comentário:"Não. Os Bancos centrais determinam refinanciamento no mercado monetário. Os EUA são um caso de divorcio entre as taxas de mercado e a taxa directora, por exemplo."Ora bem, aplicando os princípios que enformam um pensamento caridoso, vamos concordar que dos pobres de espírito é o Reino dos Céus. E por isso bem aventurados eles sejam! Assim que eu perceba, mas já se sabe que eu não sou um insurgente, mas antes lerdinho das ideias, a frase original dizia "Universalmente". O que é uma coisa que se propicia a ser contrariada com um contra-exemplo. Basta. Ora o amiguinho do BZ dizia: O preço do crédito é decidido centralmente. Eu avancei um caso em que não me parece que as taxas de mercado e as directoras andem juntas: lendo assim uns números, a federal funds rate desceu 2 pontos percentuais entre meados de Setembro e 16 de Dezembro de 2008. Ora a federal funds rate visa entre outras coisas condicionar as taxas de refinanciamento no mercado interbancário. Mas como há para aí activos tóxicos e outras coisas, os bancos cobraram (malandros!) prémios de risco elevados para financiarem outros bancos. Assim, o que conta para o consumidor final, as taxas a que o pessoal tem acesso nos balcões dos bancos NÃO VARIARAM. Mesmo no segmento prime, as taxas mativeram-se em 4% ao longo desse período. E para o crédito hipotecário mantinham-se acima dos 5%, apesar da monumental queda da federal funds rate.Mas num acesso de brilhantismo que me deixa assombrado, o BZ dá como contra-argumento à minha tese sobre os EUA a seguinte pérola:"Pois… se assim fosse, as variações das taxas Euribor em conformidade com alterações da taxa directora do BCE seriam total coincidência!!!" Damn! E eu a julgar que a frase do Carlos Guimarães Pinto dizia UNIVERSALMENTE, e que por isso podia contrariar com os EUA. NÃO! Tinha que ser com a Europa. Como na Europa, segundo o BZ os movimentos da Euribor (não sei qual mas não deve interessar) acompanham a taxa do BCE eu estou ERRADO!! E por isso recomeda-me ver uns vídeos do BCE onde ele aprendeu umas coisas.Síntese: Os EUA são o Vanuatu. O argumento é válido para coisas bem feitas..como a UEM. Contrariar "universalmente" com o Vanuatu, perdão, com os EUA demonstra para o BZ, génio da finança mundial que "a minha crença na sua incapacidade em compreender as acções e consequências das políticas monetárias seguidas pelos bancos centrais."Falando a sério, estes miúdos têm graça. Não só o CGPinto ignora que o que ele pensa não tem de ser universalmente válido, como o BZ não compreende que "universalmente" se propicia a ser refutado com um contra-exemplo, mas NUNCA pode ser provado com um exemplo. Isto, meus queridos, chama-se Lógica. Numa notinha adicional: eu pedia ao BZ, que fosse ver o que sucedeu à Euribor e à taxa do BCE, e à LIBOR e à taxa do FED no início do Outono de 2008. Damn! De novo. Esqueci-me que nós ainda somos piores que o Vanuatu!O que me assusta mesmo é que estes tipos um dia podem presidir aos BPPs deste mundo. Reunem todas as qualidades em matéria de ignorância económica e neoliberalismo.Já agora, leiam o resto do post do BZ. É gira a parte em que ele diz que eu só saberia fazer econometria na Rússia. E do comentador que acha que eu escrevi é de uma ignorância enorme. Ele que vá estudar os basics of finance antes de fazer comentários pomposos sobre estimação de modelos de estruturas temporais de taxas de juro (que ele diz ETTJ para parecer que sabe).O insurgente é o melhor argumento contra o liberalismo da blogosfera portuguesa. Batem aquela colaboradora deles e do Cachimbo que ontem me dizia que tinha insultado os agentes económicos por falar em Animal Spirits. A expressão para que conste, é do Keynes. E ao CN, que se juntou aos comentadores: sinceramente você começa-me a preocupar (private joke).


Deve ser um vírus neoliberal que só ataca essa população. Não sei. Mas de vez em quando, ali pelas bandas dos miúdos do insurgente aparece um post de um fulano qualquer que decide "Não tenho mais que fazer. Vou escrever uns disparates sobre o Carlos Santos!". E pronto, aí vai disso. Eu devo confessar que nem fazia ideia desta, e por isso há muitas que me devem passar ao lado. Mas é que a inteligência é tanta que decidem argumentar exibindo a "confrangedora ignorância", a expressão é deles, de que me acusam. Desta feita, é um tal de BZ, que não gosta muito de mim porque está em idade de fazer birra e eu não assino as ideias dele. Diz aqui a criatura que há dias, um post do super hiper mega fixe blogue deles dizia:"Universalmente, o crédito é dos poucos bens cujo preço não resulta do livre jogo da procura e da oferta. Quase todos os países do Mundo decidem centralmente o preço do crédito. Houve uma crise do crédito, de quem é a culpa? Do mercado, claro."Reparem ´só que a frase começa por "Universalmente". É aquela doutrina em que as leis económicas são válidas independentemente do tempo e do espaço. Aliás eu imagino que a lei das produtividades marginais ponderadas por exemplo tenha uma validade enorme na Gronelândia. Mas continuemos: universalmente, para mim, significa...universalmente. Isto é, urbi et orbi. Ou se preferirem: em todos os recantos do mundo. E em qualquer momento do tempo. Em bom rigor deveria ser recantos do Universo, mas deixemos os marcianos livres de neoliberais.O que irritou o BZ? Cito: "Ao que o Carlos Santos contestou com o seguinte comentário:"Não. Os Bancos centrais determinam refinanciamento no mercado monetário. Os EUA são um caso de divorcio entre as taxas de mercado e a taxa directora, por exemplo."Ora bem, aplicando os princípios que enformam um pensamento caridoso, vamos concordar que dos pobres de espírito é o Reino dos Céus. E por isso bem aventurados eles sejam! Assim que eu perceba, mas já se sabe que eu não sou um insurgente, mas antes lerdinho das ideias, a frase original dizia "Universalmente". O que é uma coisa que se propicia a ser contrariada com um contra-exemplo. Basta. Ora o amiguinho do BZ dizia: O preço do crédito é decidido centralmente. Eu avancei um caso em que não me parece que as taxas de mercado e as directoras andem juntas: lendo assim uns números, a federal funds rate desceu 2 pontos percentuais entre meados de Setembro e 16 de Dezembro de 2008. Ora a federal funds rate visa entre outras coisas condicionar as taxas de refinanciamento no mercado interbancário. Mas como há para aí activos tóxicos e outras coisas, os bancos cobraram (malandros!) prémios de risco elevados para financiarem outros bancos. Assim, o que conta para o consumidor final, as taxas a que o pessoal tem acesso nos balcões dos bancos NÃO VARIARAM. Mesmo no segmento prime, as taxas mativeram-se em 4% ao longo desse período. E para o crédito hipotecário mantinham-se acima dos 5%, apesar da monumental queda da federal funds rate.Mas num acesso de brilhantismo que me deixa assombrado, o BZ dá como contra-argumento à minha tese sobre os EUA a seguinte pérola:"Pois… se assim fosse, as variações das taxas Euribor em conformidade com alterações da taxa directora do BCE seriam total coincidência!!!" Damn! E eu a julgar que a frase do Carlos Guimarães Pinto dizia UNIVERSALMENTE, e que por isso podia contrariar com os EUA. NÃO! Tinha que ser com a Europa. Como na Europa, segundo o BZ os movimentos da Euribor (não sei qual mas não deve interessar) acompanham a taxa do BCE eu estou ERRADO!! E por isso recomeda-me ver uns vídeos do BCE onde ele aprendeu umas coisas.Síntese: Os EUA são o Vanuatu. O argumento é válido para coisas bem feitas..como a UEM. Contrariar "universalmente" com o Vanuatu, perdão, com os EUA demonstra para o BZ, génio da finança mundial que "a minha crença na sua incapacidade em compreender as acções e consequências das políticas monetárias seguidas pelos bancos centrais."Falando a sério, estes miúdos têm graça. Não só o CGPinto ignora que o que ele pensa não tem de ser universalmente válido, como o BZ não compreende que "universalmente" se propicia a ser refutado com um contra-exemplo, mas NUNCA pode ser provado com um exemplo. Isto, meus queridos, chama-se Lógica. Numa notinha adicional: eu pedia ao BZ, que fosse ver o que sucedeu à Euribor e à taxa do BCE, e à LIBOR e à taxa do FED no início do Outono de 2008. Damn! De novo. Esqueci-me que nós ainda somos piores que o Vanuatu!O que me assusta mesmo é que estes tipos um dia podem presidir aos BPPs deste mundo. Reunem todas as qualidades em matéria de ignorância económica e neoliberalismo.Já agora, leiam o resto do post do BZ. É gira a parte em que ele diz que eu só saberia fazer econometria na Rússia. E do comentador que acha que eu escrevi é de uma ignorância enorme. Ele que vá estudar os basics of finance antes de fazer comentários pomposos sobre estimação de modelos de estruturas temporais de taxas de juro (que ele diz ETTJ para parecer que sabe).O insurgente é o melhor argumento contra o liberalismo da blogosfera portuguesa. Batem aquela colaboradora deles e do Cachimbo que ontem me dizia que tinha insultado os agentes económicos por falar em Animal Spirits. A expressão para que conste, é do Keynes. E ao CN, que se juntou aos comentadores: sinceramente você começa-me a preocupar (private joke).

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