PEDRO QUARTIN GRAÇA

25-06-2009
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Uma voz para os pequenos partidos Susete Francisco jornalista, Diário de Notícias, 26.6.2008NUNO FOX-ARQUIVO DN Pedro Quartin Graça DEPUTADOPedro Quartin Graça tem um blogue. O propósito é obvio: promover a interacção com os eleitores. Nada de novo até aqui, muitos políticos já aderiram a este novo mecanismo de comunicação online. Mas o blogue tem qualquer coisa de inédito - nada menos que o número de telemóvel do deputado . "Recebo muitas chamadas, muitas vezes de pessoas desesperadas, que já tentaram tudo para resolver um problema. Às vezes até problemas judiciais, mas aí não posso fazer nada", diz Quartin Graça. E chamadas a despropósito? "É um risco que se assume, mas não são tantas como isso. Acho que é de tal forma inesperado que as pessoas se retraem."O esforço de comunicação impõe-se por razões específicas. Pedro Quartin Graça é deputado à Assembleia da República pelo MPT (Movimento Partido da Terra), mas nas hostes do grupo parlamentar do PSD - resultado de um acordo firmado em 2005, antes das legislativas, com os sociais-democratas. Garante que este cenário não é um entrave ao trabalho parlamentar dos dois deputados do MPT. A prová-lo está um projecto de lei já aprovado no Parlamento, que pôs fim à exigência legal de os partidos políticos terem cinco mil filiados. E um outro, que deverá dar entrada nas próximas semanas, pela mão dos deputados do MPT (e do PPM) e que visa alterar a lei de financiamento das organizações partidárias. Um e outro são uma reivindicação dos pequenos partidos, que têm agora nos dois deputados do MPT (e mais dois do PPM, que integram também a bancada laranja) uma espécie de "braço armado" parlamentar. Estreante como deputado nesta legislatura, Quartin Graça conta já muitos anos de actividade política. O deputado diz que são mesmo muitos: "Comecei na política com onze anos. Na altura da revolução de 1974 fundei uma estrutura de intervenção estudantil, ainda antes do liceu." Entrou para o PPM no início da década de 80, vindo a deixar o partido cerca de dez anos depois, com Gonçalo Ribeiro Telles e Henrique Barrilaro Ruas. Em 1994, é fundado o MPT, ao qual adere. Defensor de uma "ecologia humanista", Quartin Graça tem uma explicação para o facto de os movimentos ecologistas não terem singrado em Portugal enquanto organizações partidárias, ao contrário do que sucedeu em vários países da Europa. "Ter surgido um partido como o PEV, desde o início ligado ao PCP, não ajudou à disseminação de ideias ecologistas. Foi um obstáculo, catalogou os ecologistas como estando ligados a uma determinada área política", considera, defendendo que a ecologia não é de direita nem de esquerda.


Uma voz para os pequenos partidos Susete Francisco jornalista, Diário de Notícias, 26.6.2008NUNO FOX-ARQUIVO DN Pedro Quartin Graça DEPUTADOPedro Quartin Graça tem um blogue. O propósito é obvio: promover a interacção com os eleitores. Nada de novo até aqui, muitos políticos já aderiram a este novo mecanismo de comunicação online. Mas o blogue tem qualquer coisa de inédito - nada menos que o número de telemóvel do deputado . "Recebo muitas chamadas, muitas vezes de pessoas desesperadas, que já tentaram tudo para resolver um problema. Às vezes até problemas judiciais, mas aí não posso fazer nada", diz Quartin Graça. E chamadas a despropósito? "É um risco que se assume, mas não são tantas como isso. Acho que é de tal forma inesperado que as pessoas se retraem."O esforço de comunicação impõe-se por razões específicas. Pedro Quartin Graça é deputado à Assembleia da República pelo MPT (Movimento Partido da Terra), mas nas hostes do grupo parlamentar do PSD - resultado de um acordo firmado em 2005, antes das legislativas, com os sociais-democratas. Garante que este cenário não é um entrave ao trabalho parlamentar dos dois deputados do MPT. A prová-lo está um projecto de lei já aprovado no Parlamento, que pôs fim à exigência legal de os partidos políticos terem cinco mil filiados. E um outro, que deverá dar entrada nas próximas semanas, pela mão dos deputados do MPT (e do PPM) e que visa alterar a lei de financiamento das organizações partidárias. Um e outro são uma reivindicação dos pequenos partidos, que têm agora nos dois deputados do MPT (e mais dois do PPM, que integram também a bancada laranja) uma espécie de "braço armado" parlamentar. Estreante como deputado nesta legislatura, Quartin Graça conta já muitos anos de actividade política. O deputado diz que são mesmo muitos: "Comecei na política com onze anos. Na altura da revolução de 1974 fundei uma estrutura de intervenção estudantil, ainda antes do liceu." Entrou para o PPM no início da década de 80, vindo a deixar o partido cerca de dez anos depois, com Gonçalo Ribeiro Telles e Henrique Barrilaro Ruas. Em 1994, é fundado o MPT, ao qual adere. Defensor de uma "ecologia humanista", Quartin Graça tem uma explicação para o facto de os movimentos ecologistas não terem singrado em Portugal enquanto organizações partidárias, ao contrário do que sucedeu em vários países da Europa. "Ter surgido um partido como o PEV, desde o início ligado ao PCP, não ajudou à disseminação de ideias ecologistas. Foi um obstáculo, catalogou os ecologistas como estando ligados a uma determinada área política", considera, defendendo que a ecologia não é de direita nem de esquerda.

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