Conselheiros do PSD criticam ministros

25-02-2008
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Conselheiros do PSD criticam ministros

Manuela Ferreira Leite mereceu rasgados elogios na reunião da direcção social-democrata. Isaltino Morais e Valente de Oliveira foram censurados

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Ana Baião Durão Barroso com José Luís Arnaut: o primeiro-ministro e líder do PSD nem quer ouvir falar de remodelação

O CLIMA de tranquilidade que dominou as relações entre o Governo e o PSD nos primeiros nove meses de governação deu os primeiros sinais de enfraquecimento na reunião do Conselho Nacional dos sociais-democratas, na quarta-feira à noite.

Alguns ministros foram apontados por conselheiros sociais-democratas por não deixarem a «marca do PSD» nas suas pastas no Governo de Convergência Democrática. Isaltino Morais e Valente de Oliveira são os ministros debaixo de fogo e em causa está a paralisação e as graves dificuldades que os seus ministérios revelam, Cidades, Ambiente e Ordenamento e Obras Públicas, respectivamente.

Aliás, Pedro Santana Lopes, em entrevista ao EXPRESSO , aponta precisamente Isaltino Morais como exemplo de um dos membros do Governo menos actuantes, afirmando que «espera mais» do ministro das Cidades.

Por contraponto, Manuela Ferreira Leite recebeu o aplauso unânime dos conselheiros do PSD pelo cumprimento do défice e recuperação das contas públicas como símbolo da marca de gestão do PSD e da credibilidade do Governo. Mas, logo na sua intervenção inicial, Durão Barroso tratou de travar os mais entusiastas avisando que «as medidas de contenção e as reformas são para continuar este ano». Estabelecendo uma comparação entre o 8 de Janeiro de 2002 e o 8 de Janeiro de 2003, o presidente do PSD resumiu: «O país estava a caminhar para o precipício, com o nosso Governo meteu travões a fundo. Este ainda é o ano da inversão de marcha e em 2004 e em 2005 poderá, então, haver uma nova aceleração da economia». Na mesma linha, também Tavares Moreira pediu prudência face aos resultados obtidos alertando para o facto de o cumprimento do défice obrigar a um esforço de 0,4% este ano, uma vez que a meta a cumprir é de 2,4%.

A reunião do CN do PSD ficou ainda marcada pela criação de uma comissão liderada pelo número dois, Pedro Santana Lopes, que visará estabelecer conversações com o PS com vista à revisão do sistema político.

Jardim contra limitação de mandatos

Mas, nesta matéria, o PSD/Madeira já deixou bem claro que não aceitará qualquer alteração na limitação de mandatos. Esta posição foi assumida na reunião do CN pelo deputado madeirense Correia de Jesus.

A limitação de mandatos, a par das leis dos partidos políticos e do financiamento dos partidos, faz parte da primeira etapa da revisão do sistema político, que ficou acordada entre PSD e PS e que deverá estar concluída até 25 de Abril deste ano. Porém, a recusa da introdução da limitação de mandatos constitui um ponto inalterável para o PSD/Madeira. Guilherme Silva, deputado do PSD/madeira e líder da bancada «laranja» justifica esta posição pelo facto do PSD/Madeira considerar que a limitação de mandatos - como forma de promover a renovação e combater o caciquismo nos cargos políticos - «constitui um entorse e artifício relativamente ao funcionamento normal da democracia. Não passa de uma fuga para o caminho mais fácil».

Conselheiros do PSD criticam ministros

Manuela Ferreira Leite mereceu rasgados elogios na reunião da direcção social-democrata. Isaltino Morais e Valente de Oliveira foram censurados

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O CLIMA de tranquilidade que dominou as relações entre o Governo e o PSD nos primeiros nove meses de governação deu os primeiros sinais de enfraquecimento na reunião do Conselho Nacional dos sociais-democratas, na quarta-feira à noite.

Alguns ministros foram apontados por conselheiros sociais-democratas por não deixarem a «marca do PSD» nas suas pastas no Governo de Convergência Democrática. Isaltino Morais e Valente de Oliveira são os ministros debaixo de fogo e em causa está a paralisação e as graves dificuldades que os seus ministérios revelam, Cidades, Ambiente e Ordenamento e Obras Públicas, respectivamente.

Aliás, Pedro Santana Lopes, em entrevista ao EXPRESSO , aponta precisamente Isaltino Morais como exemplo de um dos membros do Governo menos actuantes, afirmando que «espera mais» do ministro das Cidades.

Por contraponto, Manuela Ferreira Leite recebeu o aplauso unânime dos conselheiros do PSD pelo cumprimento do défice e recuperação das contas públicas como símbolo da marca de gestão do PSD e da credibilidade do Governo. Mas, logo na sua intervenção inicial, Durão Barroso tratou de travar os mais entusiastas avisando que «as medidas de contenção e as reformas são para continuar este ano». Estabelecendo uma comparação entre o 8 de Janeiro de 2002 e o 8 de Janeiro de 2003, o presidente do PSD resumiu: «O país estava a caminhar para o precipício, com o nosso Governo meteu travões a fundo. Este ainda é o ano da inversão de marcha e em 2004 e em 2005 poderá, então, haver uma nova aceleração da economia». Na mesma linha, também Tavares Moreira pediu prudência face aos resultados obtidos alertando para o facto de o cumprimento do défice obrigar a um esforço de 0,4% este ano, uma vez que a meta a cumprir é de 2,4%.

A reunião do CN do PSD ficou ainda marcada pela criação de uma comissão liderada pelo número dois, Pedro Santana Lopes, que visará estabelecer conversações com o PS com vista à revisão do sistema político.

Jardim contra limitação de mandatos

Mas, nesta matéria, o PSD/Madeira já deixou bem claro que não aceitará qualquer alteração na limitação de mandatos. Esta posição foi assumida na reunião do CN pelo deputado madeirense Correia de Jesus.

A limitação de mandatos, a par das leis dos partidos políticos e do financiamento dos partidos, faz parte da primeira etapa da revisão do sistema político, que ficou acordada entre PSD e PS e que deverá estar concluída até 25 de Abril deste ano. Porém, a recusa da introdução da limitação de mandatos constitui um ponto inalterável para o PSD/Madeira. Guilherme Silva, deputado do PSD/madeira e líder da bancada «laranja» justifica esta posição pelo facto do PSD/Madeira considerar que a limitação de mandatos - como forma de promover a renovação e combater o caciquismo nos cargos políticos - «constitui um entorse e artifício relativamente ao funcionamento normal da democracia. Não passa de uma fuga para o caminho mais fácil».

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