Ser doido-alegre, que maior ventura!Morrer vivendo p'ra além da verdade.É tão feliz quem goza tal loucuraQue nem na morte crê, que felicidade!Encara, rindo, a vida que o tortura,Sem ver na esmola, a falsa caridade,Que bem no fundo é só vaidade pura,Se acaso houver pureza na vaidade.Já que não tenho, tal como preciso,A felicidade que esse doido temDe ver no purgatório um paraíso...Direi, ao contemplar o seu sorriso,Ai quem me dera ser doido tambémP'ra suportar melhor quem tem juízo.António AleixoEste Livro que Vos DeixoEtiquetas: António Aleixo, Poesia
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Ser doido-alegre, que maior ventura!Morrer vivendo p'ra além da verdade.É tão feliz quem goza tal loucuraQue nem na morte crê, que felicidade!Encara, rindo, a vida que o tortura,Sem ver na esmola, a falsa caridade,Que bem no fundo é só vaidade pura,Se acaso houver pureza na vaidade.Já que não tenho, tal como preciso,A felicidade que esse doido temDe ver no purgatório um paraíso...Direi, ao contemplar o seu sorriso,Ai quem me dera ser doido tambémP'ra suportar melhor quem tem juízo.António AleixoEste Livro que Vos DeixoEtiquetas: António Aleixo, Poesia