A imprensa deu pequena conta de um dos episódios mais emocionantemente arcaicos da vida política portuguesa recente: os maoistas da UDP e os trotsquitas do PSR estão pegados no Bloco de Esquerda algarvio, por causa da escolha do cabeça de lista às eleições legislativas. A coisa parece resumir-se a isto: o maoista João Vasconcelos foi escolhido em assembleia de militantes, mas parece que essa opção põe em causa a indicação, dada por Lisboa, da trotsquista Cecília Honório para esse lugar. Parece que assim se colocam em causa os equilíbrios políticos internos na distribuição de lugares entre estas correntes de cariz leninista... Desta forma, revelam-se duas coisas muito interessantes neste Bloco de Esquerda: a primeira é o arcaísmo de uma força política que, na Europa e em pleno século XXI, se entretém ainda com divisões entre Mao e Trotsky; a segunda é a impressionante democraticidade interna que desta forma se evidencia. Para a minha costela radical - que gosto de manter e cuidar - tudo isto é demais: p. f., não exagerem no arcaísmo político!
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A imprensa deu pequena conta de um dos episódios mais emocionantemente arcaicos da vida política portuguesa recente: os maoistas da UDP e os trotsquitas do PSR estão pegados no Bloco de Esquerda algarvio, por causa da escolha do cabeça de lista às eleições legislativas. A coisa parece resumir-se a isto: o maoista João Vasconcelos foi escolhido em assembleia de militantes, mas parece que essa opção põe em causa a indicação, dada por Lisboa, da trotsquista Cecília Honório para esse lugar. Parece que assim se colocam em causa os equilíbrios políticos internos na distribuição de lugares entre estas correntes de cariz leninista... Desta forma, revelam-se duas coisas muito interessantes neste Bloco de Esquerda: a primeira é o arcaísmo de uma força política que, na Europa e em pleno século XXI, se entretém ainda com divisões entre Mao e Trotsky; a segunda é a impressionante democraticidade interna que desta forma se evidencia. Para a minha costela radical - que gosto de manter e cuidar - tudo isto é demais: p. f., não exagerem no arcaísmo político!