O Gato Maltês: Smoking

26-06-2009
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Duvido que José Sócrates alguma vez tenha visto “Smoking/No Smoking”, o díptico de Alain Resnais. A ideia é muito simples: a intriga desenvolve-se de forma diferente, em cada um dos filmes, em função de um (ou ambos, confesso já não me lembrar bem) dos protagonistas, Pierre Arditi e Sabine Azéma, decidir ou não fumar em determinado momento da história. É um conselho que deixo a José Sócrates e Manuel Pinho: que tal desenvolverem um argumento ficcionado baseado na decisão contrária, isto é, se, em vez de terem decidido fretar um voo “smoking”, tivessem optado por um voo igual ao de tantos outros passageiros, ou seja, “no smoking”? Que mudanças isso iria provocar nos temas do “Público”? Nas discussões da blogosfera? Nas reuniões com Chavez? No humor das hospedeiras? No comportamento de ambos? Na consideração dos portugueses ou no futuro do seu mandato? Não, não se trata de um exercício inconsequente e que apenas serviria para ocupar o tempo de quem dele não dispõe em profusão, preocupado como deve estar com o futuro dos portugueses. É que, para além de poderem vender essa ficção para um qualquer editor e os direitos respectivos para o cinema - com os respectivos proveitos, pois claro - bem poderiam, por essa via, chegar mais facilmente á conclusão de que uma pequena dose de bom senso, aplicada na altura certa e em matérias por vezes julgadas despiciendas, pode ter uma influência bem maior do que em princípio se julga em qualquer futuro político. A começar no dos próprios protagonistas, pois claro.


Duvido que José Sócrates alguma vez tenha visto “Smoking/No Smoking”, o díptico de Alain Resnais. A ideia é muito simples: a intriga desenvolve-se de forma diferente, em cada um dos filmes, em função de um (ou ambos, confesso já não me lembrar bem) dos protagonistas, Pierre Arditi e Sabine Azéma, decidir ou não fumar em determinado momento da história. É um conselho que deixo a José Sócrates e Manuel Pinho: que tal desenvolverem um argumento ficcionado baseado na decisão contrária, isto é, se, em vez de terem decidido fretar um voo “smoking”, tivessem optado por um voo igual ao de tantos outros passageiros, ou seja, “no smoking”? Que mudanças isso iria provocar nos temas do “Público”? Nas discussões da blogosfera? Nas reuniões com Chavez? No humor das hospedeiras? No comportamento de ambos? Na consideração dos portugueses ou no futuro do seu mandato? Não, não se trata de um exercício inconsequente e que apenas serviria para ocupar o tempo de quem dele não dispõe em profusão, preocupado como deve estar com o futuro dos portugueses. É que, para além de poderem vender essa ficção para um qualquer editor e os direitos respectivos para o cinema - com os respectivos proveitos, pois claro - bem poderiam, por essa via, chegar mais facilmente á conclusão de que uma pequena dose de bom senso, aplicada na altura certa e em matérias por vezes julgadas despiciendas, pode ter uma influência bem maior do que em princípio se julga em qualquer futuro político. A começar no dos próprios protagonistas, pois claro.

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