Mais Évora: Comentário em destaque

21-06-2005
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"Caro ManuelinhoSou formado em Gestão e tive como mentor o Professor Carlos Zorrinho, com o qual aprendi muito.A minha formação e conhecimentos adquiridos fizeram com que fosse sensível à reestruturação acontecida no município há uns meses atrás.Faço-lhe um desafio, ou melhor, proponho que coloque um desafio ao Sr. Presidente da CME, no sentido de este explicar quais os critérios de departamentalização seguidos na reestruturação da CME.Eu, pela minha parte, concluí que a mesma é objecto de estudo e que, uma vez que não recebi resposta ao pedido que efectuei à Câmara Municipal no sentido de obter alguns esclarecimentos ou ser recebido pelo responsável pelo processo, aponto para que se trate de uma nova forma de resposta à desordem e entropia proposta por Shannon, o que me leva a querer ter algum tempo para estudá-la.Sem que tenha alguma coisa a haver com o que referi anteriormente, aproveito para deixar-lhe uma lição sobre gestão, conseguida através da história dos remadores:O REMADOR INCOMPETENTENo ano de 2002 celebrou-se uma competição de remo entre duas equipas, compostas por trabalhadores de uma empresa portuguesa e de uma empresa japonesa.Dada a partida, os remadores japoneses começaram a destacar-se desde o primeiro instante. Chegaram à meta primeiro e a equipa portuguesa chegou com uma hora de atraso.De regresso a casa, a Direcção reuniu-se para analisar as causas de tão desastrosa actuação e chegaram à seguinte conclusão: detectou-se que na equipa japonesa havia um chefe de equipa e dez remadores, enquanto na equipa portuguesa havia um remador e dez chefes de equipa, facto que seria alterado no ano seguinte.No ano de 2003 e após ser dada a partida, a equipa japonesa começou a ganhar vantagem desde a primeira remadela. Desta vez, a equipa portuguesa chegou com duas horas de atraso.A Direcção voltou a reunir após forte reprimenda da Administração e viram que na equipa japonesa havia um chefe de equipa e dez remadores, enquanto que a portuguesa, após as medidas adoptadas com o fracasso do ano anterior, era composta por um chefe de equipa, dois assessores da administração, sete chefes intermédios e um remador. Após minuciosa análise, chega-se à seguinte conclusão: O REMADOR É INCOMPETENTE.No ano de 2004, a equipa japonesa voltou a adiantar-se, mal foi dada a partida. A embarcação portuguesa, que este ano tinha sido encomendada ao Departamento de Novas Tecnologias, chegou com quatro horas de atraso.Após a regata e para análise dos resultados, convocou-se uma reunião ao mais alto nível, na sala nobre do edifício da equipa, chegando-se à seguinte conclusão: Este ano a equipa japonesa não inovou, tendo optado novamente por dez remadores e um chefe de equipa.A equipa portuguesa, após uma auditoria externa e um assessoramento especial contratado no exterior, optou por uma formação mais vanguardista, composta por um chefe de serviço, três chefes de intermédios, dois assessores e quatro seguranças que controlavam a actividade do remador, ao qual se tinha aberto um processo disciplinar e retirado todos os bónus e incentivos, devido ao fracasso dos anos anteriores.Após prolongadas reuniões decidiu-se que, para a regata de 2005, "um novo remador será contratado para o efeito, já que o comportamento do actual indiciava mostras de desinteresse a partir do vigésimo quinto quilómetro e uma indiferença quase total junto à linha da meta. "Veremos se resulta e qual será o resultado da regata este ano.”Por João PedroAgradecemos os comentários.Quanto à reestruturação, decidida no mês de Agosto de 2004 (a altura do ano mais adequada para ouvir e obter a participação, cumplicidade e motivação dos interessados?!...), já aqui expressamos algumas opiniões negativas.Passado quase um ano, podemos dizer que os resultados ainda são piores do que aqueles que alvitrámos. Com excepção de alguns funcionários que foram promovidos a cargos de chefia (e ainda assim, nem todos), a insatisfação e a desmotivação é crescente.A confusão e o desconhecimento reinam na CME, no que se refere às atribuições e competências de cada serviço, aos procedimentos e circuitos de apreciação e avaliação, com vista à tomada de decisão. O resultado é um brutal acréscimo da burocracia interna e a dificuldade de resposta às solicitações e à execução das decisões.E, note-se, que o desconhecimento de que falamos abrange todos os níveis da “organização”: administração, chefias e funcionários.Corresponde, pois, a um retrato fidedigno do funcionamento da CME, a história do REMADOR INCOMPETENTE.


"Caro ManuelinhoSou formado em Gestão e tive como mentor o Professor Carlos Zorrinho, com o qual aprendi muito.A minha formação e conhecimentos adquiridos fizeram com que fosse sensível à reestruturação acontecida no município há uns meses atrás.Faço-lhe um desafio, ou melhor, proponho que coloque um desafio ao Sr. Presidente da CME, no sentido de este explicar quais os critérios de departamentalização seguidos na reestruturação da CME.Eu, pela minha parte, concluí que a mesma é objecto de estudo e que, uma vez que não recebi resposta ao pedido que efectuei à Câmara Municipal no sentido de obter alguns esclarecimentos ou ser recebido pelo responsável pelo processo, aponto para que se trate de uma nova forma de resposta à desordem e entropia proposta por Shannon, o que me leva a querer ter algum tempo para estudá-la.Sem que tenha alguma coisa a haver com o que referi anteriormente, aproveito para deixar-lhe uma lição sobre gestão, conseguida através da história dos remadores:O REMADOR INCOMPETENTENo ano de 2002 celebrou-se uma competição de remo entre duas equipas, compostas por trabalhadores de uma empresa portuguesa e de uma empresa japonesa.Dada a partida, os remadores japoneses começaram a destacar-se desde o primeiro instante. Chegaram à meta primeiro e a equipa portuguesa chegou com uma hora de atraso.De regresso a casa, a Direcção reuniu-se para analisar as causas de tão desastrosa actuação e chegaram à seguinte conclusão: detectou-se que na equipa japonesa havia um chefe de equipa e dez remadores, enquanto na equipa portuguesa havia um remador e dez chefes de equipa, facto que seria alterado no ano seguinte.No ano de 2003 e após ser dada a partida, a equipa japonesa começou a ganhar vantagem desde a primeira remadela. Desta vez, a equipa portuguesa chegou com duas horas de atraso.A Direcção voltou a reunir após forte reprimenda da Administração e viram que na equipa japonesa havia um chefe de equipa e dez remadores, enquanto que a portuguesa, após as medidas adoptadas com o fracasso do ano anterior, era composta por um chefe de equipa, dois assessores da administração, sete chefes intermédios e um remador. Após minuciosa análise, chega-se à seguinte conclusão: O REMADOR É INCOMPETENTE.No ano de 2004, a equipa japonesa voltou a adiantar-se, mal foi dada a partida. A embarcação portuguesa, que este ano tinha sido encomendada ao Departamento de Novas Tecnologias, chegou com quatro horas de atraso.Após a regata e para análise dos resultados, convocou-se uma reunião ao mais alto nível, na sala nobre do edifício da equipa, chegando-se à seguinte conclusão: Este ano a equipa japonesa não inovou, tendo optado novamente por dez remadores e um chefe de equipa.A equipa portuguesa, após uma auditoria externa e um assessoramento especial contratado no exterior, optou por uma formação mais vanguardista, composta por um chefe de serviço, três chefes de intermédios, dois assessores e quatro seguranças que controlavam a actividade do remador, ao qual se tinha aberto um processo disciplinar e retirado todos os bónus e incentivos, devido ao fracasso dos anos anteriores.Após prolongadas reuniões decidiu-se que, para a regata de 2005, "um novo remador será contratado para o efeito, já que o comportamento do actual indiciava mostras de desinteresse a partir do vigésimo quinto quilómetro e uma indiferença quase total junto à linha da meta. "Veremos se resulta e qual será o resultado da regata este ano.”Por João PedroAgradecemos os comentários.Quanto à reestruturação, decidida no mês de Agosto de 2004 (a altura do ano mais adequada para ouvir e obter a participação, cumplicidade e motivação dos interessados?!...), já aqui expressamos algumas opiniões negativas.Passado quase um ano, podemos dizer que os resultados ainda são piores do que aqueles que alvitrámos. Com excepção de alguns funcionários que foram promovidos a cargos de chefia (e ainda assim, nem todos), a insatisfação e a desmotivação é crescente.A confusão e o desconhecimento reinam na CME, no que se refere às atribuições e competências de cada serviço, aos procedimentos e circuitos de apreciação e avaliação, com vista à tomada de decisão. O resultado é um brutal acréscimo da burocracia interna e a dificuldade de resposta às solicitações e à execução das decisões.E, note-se, que o desconhecimento de que falamos abrange todos os níveis da “organização”: administração, chefias e funcionários.Corresponde, pois, a um retrato fidedigno do funcionamento da CME, a história do REMADOR INCOMPETENTE.

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