Univer Cidade: Os verdadeiros responsáveis do secular atraso

26-06-2009
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Há um novo blogue generalista que me agrada bastante.Chama-se Odisseus e pertence ao poeta e ensaísta Henrique Dória. Numa das entradas desse blogue encontrei uma entrada sob este mesmo título.E fiquei curioso. Depois, espantado. Por fim, precoupado. Citando o Odisseus:"(...)1º Os homens das universidades. Desde há cem anos que o país é dirigido por professores universitários. Os universitários deste país são o exemplo da arrogância mais balofa e incapaz que por cá grassa. Por ensinarem na universidade, quase todos se julgam partilharem um sétimo céu. Na realidade, salvo raras excepções, as nossas universidades só produziram saberes inúteis ou bafientos. O exemplo mais eloquente disso é a universidade de Coimbra – de que falo com conhecimento de causa, porque foi lá que me formei. A arrogância da generalidade dos professores universitários de Coimbra é proverbial- só comparável à sua ignorância ou à inutilidade do seu saber. Foi por isso que Coimbra sempre viveu acantonada em volta da sua “cabra”, em volta dos seus doutores. Para os Senhores Professores Doutores o saber com ligação à vida real era (continua a ser, na generalidade) algo de desprezível no qual ele não queriam sujar as suas brilhantes cabeças (brilhantes porque cheias de brilhantina, mesmo quando totalmente carecas). Muitos dirão que exagero. Que existem exemplos. Que não é bem assim. Quanto aos exemplos falarei deles num outro texto. Quanto ao ser ou não bem assim, a prova está à vista, e é irrefutável: a única indústria de Coimbra é o “aluguer” de quartos a estudantes.(...)" Tanto desprezo pela instituição universitária. Tanta confusão entre o que realmente é a Universidade e qual o seu papel. Tanto desfazamento da Universidade que Henrique Dória terá frequentado (quem não reconhece ali uma Faculdade de Direito de Coimbra de outros tempos?).Essencialmente, que anacrónico. Penso que esta Universidade de Dória já não existe. E se existe não deveria existir. A Universidade assim descrita parece ser aquela que colocava os Ministros do Estado Novo no poder. A Universidade que servia de reserva do ultra-conservadorismo de Salazar e dos seus ministros. Mas, obviamente, se essa era a Universidade de alguns retrógrados mestres não era a Universidade de todos. Especialmente não era a Universidade dos seus estudantes. Mais tarde regressarei a este tema, que afinal é saber o que é a Universidade e para que serve.


Há um novo blogue generalista que me agrada bastante.Chama-se Odisseus e pertence ao poeta e ensaísta Henrique Dória. Numa das entradas desse blogue encontrei uma entrada sob este mesmo título.E fiquei curioso. Depois, espantado. Por fim, precoupado. Citando o Odisseus:"(...)1º Os homens das universidades. Desde há cem anos que o país é dirigido por professores universitários. Os universitários deste país são o exemplo da arrogância mais balofa e incapaz que por cá grassa. Por ensinarem na universidade, quase todos se julgam partilharem um sétimo céu. Na realidade, salvo raras excepções, as nossas universidades só produziram saberes inúteis ou bafientos. O exemplo mais eloquente disso é a universidade de Coimbra – de que falo com conhecimento de causa, porque foi lá que me formei. A arrogância da generalidade dos professores universitários de Coimbra é proverbial- só comparável à sua ignorância ou à inutilidade do seu saber. Foi por isso que Coimbra sempre viveu acantonada em volta da sua “cabra”, em volta dos seus doutores. Para os Senhores Professores Doutores o saber com ligação à vida real era (continua a ser, na generalidade) algo de desprezível no qual ele não queriam sujar as suas brilhantes cabeças (brilhantes porque cheias de brilhantina, mesmo quando totalmente carecas). Muitos dirão que exagero. Que existem exemplos. Que não é bem assim. Quanto aos exemplos falarei deles num outro texto. Quanto ao ser ou não bem assim, a prova está à vista, e é irrefutável: a única indústria de Coimbra é o “aluguer” de quartos a estudantes.(...)" Tanto desprezo pela instituição universitária. Tanta confusão entre o que realmente é a Universidade e qual o seu papel. Tanto desfazamento da Universidade que Henrique Dória terá frequentado (quem não reconhece ali uma Faculdade de Direito de Coimbra de outros tempos?).Essencialmente, que anacrónico. Penso que esta Universidade de Dória já não existe. E se existe não deveria existir. A Universidade assim descrita parece ser aquela que colocava os Ministros do Estado Novo no poder. A Universidade que servia de reserva do ultra-conservadorismo de Salazar e dos seus ministros. Mas, obviamente, se essa era a Universidade de alguns retrógrados mestres não era a Universidade de todos. Especialmente não era a Universidade dos seus estudantes. Mais tarde regressarei a este tema, que afinal é saber o que é a Universidade e para que serve.

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