Jornalismo & Comunicação

23-05-2009
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Carlos Zorrinho chama a atenção, no Público, para o problema do fosso que “separa uma minoria que já vive no mundo do pós-conhecimento (economia global baseada no valor do capital intelectual) e a maioria que ficou amarrada ao mundo do pré-conhecimento (economia local baseada na subsistência).”

Partilho da ideia do coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, segundo o qual “a promoção da inclusão das pessoas na sociedade do conhecimento, a formação generalizada na utilização das tecnologias e o acesso aos computadores não é uma questão meramente tecnológica”, porquanto essa promoção da inclusão “constitui um importante motor de combate às desigualdades e de promoção da igualdade de oportunidades”.

Não estou, no entanto, tão satisfeito como Zorrinho com a forma como, em Portugal, se tem trabalhado para combater esse fosso, que é sócio-económico, mas é também educativo e cultural.

Salienta aquele responsável que “a conjugação da aposta nas qualificações com o desenvolvimento da banda larga e com a promoção do acesso a computadores em rede de professores, estudantes e adultos em requalificação demonstra a aposta clara no combate à fractura digital como o caminho mais eficaz para mudar o perfil competitivo da economia e reforçar a coesão social”. E entende que aí reside “a base de um projecto de sociedade progressista [que] é uma inovação política cada vez mais necessária e na qual Portugal tem sido um dos pioneiros”. Chega a considerar que a política seguida se reveste de uma “textura visionária”.

Não se nega que algo está a ser feito e que é, porventura, importante. Mas começa a não se suportar o tique de auto-satisfação exibicionista (e por vezes balofa) que caracteriza a acção de vários sectores do actual Governo. Um exemplo muito simples: como é possível atribuir tais virtudes e tal espírito visionário à actual política no sector da promoção da sociedade da informação e do conhecimento e não se ver praticamente nada de consistente em torno da “literacia digital”, que é, seguramente, muito mais do que o acesso e a utilização de computador e da Internet? Onde está a formação, os contratos-programa, a investigação, o incentivo às iniciativas dos agentes sócio-culturais, no sentido de capacitar o maior número de pessoas para saber tirar partido, ser crítico e ser activo face à (e na) Internet?

Act. :

Carlos Zorrinho chama a atenção, no Público, para o problema do fosso que “separa uma minoria que já vive no mundo do pós-conhecimento (economia global baseada no valor do capital intelectual) e a maioria que ficou amarrada ao mundo do pré-conhecimento (economia local baseada na subsistência).”

Partilho da ideia do coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, segundo o qual “a promoção da inclusão das pessoas na sociedade do conhecimento, a formação generalizada na utilização das tecnologias e o acesso aos computadores não é uma questão meramente tecnológica”, porquanto essa promoção da inclusão “constitui um importante motor de combate às desigualdades e de promoção da igualdade de oportunidades”.

Não estou, no entanto, tão satisfeito como Zorrinho com a forma como, em Portugal, se tem trabalhado para combater esse fosso, que é sócio-económico, mas é também educativo e cultural.

Salienta aquele responsável que “a conjugação da aposta nas qualificações com o desenvolvimento da banda larga e com a promoção do acesso a computadores em rede de professores, estudantes e adultos em requalificação demonstra a aposta clara no combate à fractura digital como o caminho mais eficaz para mudar o perfil competitivo da economia e reforçar a coesão social”. E entende que aí reside “a base de um projecto de sociedade progressista [que] é uma inovação política cada vez mais necessária e na qual Portugal tem sido um dos pioneiros”. Chega a considerar que a política seguida se reveste de uma “textura visionária”.

Não se nega que algo está a ser feito e que é, porventura, importante. Mas começa a não se suportar o tique de auto-satisfação exibicionista (e por vezes balofa) que caracteriza a acção de vários sectores do actual Governo. Um exemplo muito simples: como é possível atribuir tais virtudes e tal espírito visionário à actual política no sector da promoção da sociedade da informação e do conhecimento e não se ver praticamente nada de consistente em torno da “literacia digital”, que é, seguramente, muito mais do que o acesso e a utilização de computador e da Internet? Onde está a formação, os contratos-programa, a investigação, o incentivo às iniciativas dos agentes sócio-culturais, no sentido de capacitar o maior número de pessoas para saber tirar partido, ser crítico e ser activo face à (e na) Internet?

Act. :

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