Há canções que nos desnudam. Não no sentido psicanalítico de nos desmascararem, mas antes no sentido humano de nos mostrarem do avesso. No sentido de porem a claro e a limpo, com pouco mais que meia dúzia de palavras entoadas à altura dos anjos, o que há de essencial no mundo que é cada um de nós. Exit Music (For a Film) é uma dessas canções às quais devemos um ensinamento sobre a arte de viver. Pena que para aprendermos a viver seja quase sempre necessário aprendermos a lidar com o sofrimento, sobretudo o alheio. Não foi por acaso que Santo Agostinho iniciou o seu processo de conversão após a morte de um amigo. A vivência do sofrimento, daí o sacrifício, aproxima-nos de um saber que consola aquele a quem mais não restam dúvidas sobre a sua precariedade. É este o nosso filme: respirar, continuar a respirar. Uns sob a voz do Senhor, outros sob a voz de Thom Yorke. Sing us a song, a song to keep us warm. Eu, como já tenho dito, não preciso de muito mais para me converter à vida. E em dias de lembrar a morte, os mortos, os símbolos do até onde da maldade humana, não há como escutar, mais uma vez, aquilo que nos converte à vida. O mundo só terá concerto quando todos os fanáticos escutarem rock music e desejarem partir guitarras ao invés de vidas, quando todos os fanáticos forem potenciais suicidas, não por causas alheias, mas apenas em causa própria.
Há canções que nos desnudam. Não no sentido psicanalítico de nos desmascararem, mas antes no sentido humano de nos mostrarem do avesso. No sentido de porem a claro e a limpo, com pouco mais que meia dúzia de palavras entoadas à altura dos anjos, o que há de essencial no mundo que é cada um de nós. Exit Music (For a Film) é uma dessas canções às quais devemos um ensinamento sobre a arte de viver. Pena que para aprendermos a viver seja quase sempre necessário aprendermos a lidar com o sofrimento, sobretudo o alheio. Não foi por acaso que Santo Agostinho iniciou o seu processo de conversão após a morte de um amigo. A vivência do sofrimento, daí o sacrifício, aproxima-nos de um saber que consola aquele a quem mais não restam dúvidas sobre a sua precariedade. É este o nosso filme: respirar, continuar a respirar. Uns sob a voz do Senhor, outros sob a voz de Thom Yorke. Sing us a song, a song to keep us warm. Eu, como já tenho dito, não preciso de muito mais para me converter à vida. E em dias de lembrar a morte, os mortos, os símbolos do até onde da maldade humana, não há como escutar, mais uma vez, aquilo que nos converte à vida. O mundo só terá concerto quando todos os fanáticos escutarem rock music e desejarem partir guitarras ao invés de vidas, quando todos os fanáticos forem potenciais suicidas, não por causas alheias, mas apenas em causa própria.