Os "olhares" de 12 fotojornalistas e dois designers sobre obras de escritores portugueses alusivas ao Alentejo combinam-se num novo livro, a apresentar sábado em Mora.
"Lugares Alentejanos na Literatura Portuguesa" é o título da obra, o primeiro projecto da "Estação Imagem", associação cultural baseada em Mora constituída por vários fotógrafos e personalidades ligadas às artes e às letras.
Totalmente apoiado e patrocinado pelo município local, o livro será apresentado por Marcelo Rebelo de Sousa, no segundo dia da feira anual da vila, e dá a conhecer a "interpretação pessoal" de 12 fotógrafos e dois designers acerca de trechos da autoria de 14 escritores que, em prosa ou em verso, se debruçaram sobre o Alentejo.
"Cada um recebeu um livro de um dos escritores. Leu-o, marcou os lugares alentejanos referenciados e escolheu sete trechos sobre os quais fotografou ou desenhou", explicou hoje à agência Lusa o fotógrafo Luís Vasconcelos, membro fundador da "Estação Imagem".
Com texto de introdução assinado por Fernando Dacosta, igualmente membro fundador da associação, o livro inclui ainda um texto da jornalista Vanessa Rato, criado a partir de sete imagens da obra do fotógrafo de Évora Eduardo Nogueira.
"As 105 imagens reunidas neste livro são fruto do entrecruzar da palavra e do olhar sobre o passado e o presente do Alentejo, que aliam o imaginar de leituras originadas na escrita e o ler de uma crónica originada na imagem", refere a sobrecapa da publicação.
A fotógrafa Luísa Ferreira debruçou-se sobre a "Musa Alentejana", do Conde de Monsaraz, e as objectivas de Bruno Portela e Leonel de Castro "agarraram", respectivamente, "Estâncias d'Arte e Saudade", de Fialho de Almeida, e "Toada de Portalegre", de José Régio.
José Manuel Ribeiro retratou "Seara de Vento", do escritor Manuel da Fonseca, Bruno Rascão interpretou "O Trigo e o Joio", de Fernando Namora, e Céu Guarda fotografou lugares de "Suão", escrito por Antunes da Silva.
"Levantado do Chão", de José Saramago, ficou entregue ao "olhar" de Fernando Veludo, "Os Campos da Promessa", de Urbano Tavares Rodrigues, a Pedro Letria, "Vida e Morte dos Santiagos", de Mário Ventura Henriques, a Luís Barra, e "A Luz do Pessegueiro", de Hugo Santos, foi captada pelo fotógrafo António Carrapato.
Luís Vasconcelos abordou o livro "Rio das Flores", de Miguel Sousa Tavares, e Luís Ramos dedicou-se à obra "Adeus, Princesa", da autoria de Clara Pinto Correia.
Os designers que integram o projecto, Henrique Cayatte e José Pinto Nogueira, ilustraram, respectivamente, "Charneca em Flor", de Florbela Espanca, e "Aparição", de Vergílio Ferreira.
"É uma interpretação pessoal de cada livro ou poema, por parte dos fotógrafos e dos designers convidados para o projecto", afirmou Luís Vasconcelos, explicando que, dos 15 participantes no livro, "oito são membros fundadores da "Estação Imagem".
O livro, por um lado, disse, "contribui para divulgar a literatura portuguesa, porque, se calhar, as pessoas vão ficar curiosas para ler a obra do escritor a que se refere cada imagem", e também "enriquece culturalmente a região".
A "Estação Imagem" vai ainda aproveitar a sessão de lançamento da obra para apresentar o projecto de arquitectura, da autoria de Duarte Ramirez, para a sua futura sede, na antiga estação ferroviária de Mora.
A associação, que ambiciona criar na vila alentejana um centro dedicado à fotografia, imagem, design e fotojornalismo, assume-se como um espaço de discussão sobre essas mesmas temáticas e ponto de partida para a realização de projectos fotográficos.
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Os "olhares" de 12 fotojornalistas e dois designers sobre obras de escritores portugueses alusivas ao Alentejo combinam-se num novo livro, a apresentar sábado em Mora.
"Lugares Alentejanos na Literatura Portuguesa" é o título da obra, o primeiro projecto da "Estação Imagem", associação cultural baseada em Mora constituída por vários fotógrafos e personalidades ligadas às artes e às letras.
Totalmente apoiado e patrocinado pelo município local, o livro será apresentado por Marcelo Rebelo de Sousa, no segundo dia da feira anual da vila, e dá a conhecer a "interpretação pessoal" de 12 fotógrafos e dois designers acerca de trechos da autoria de 14 escritores que, em prosa ou em verso, se debruçaram sobre o Alentejo.
"Cada um recebeu um livro de um dos escritores. Leu-o, marcou os lugares alentejanos referenciados e escolheu sete trechos sobre os quais fotografou ou desenhou", explicou hoje à agência Lusa o fotógrafo Luís Vasconcelos, membro fundador da "Estação Imagem".
Com texto de introdução assinado por Fernando Dacosta, igualmente membro fundador da associação, o livro inclui ainda um texto da jornalista Vanessa Rato, criado a partir de sete imagens da obra do fotógrafo de Évora Eduardo Nogueira.
"As 105 imagens reunidas neste livro são fruto do entrecruzar da palavra e do olhar sobre o passado e o presente do Alentejo, que aliam o imaginar de leituras originadas na escrita e o ler de uma crónica originada na imagem", refere a sobrecapa da publicação.
A fotógrafa Luísa Ferreira debruçou-se sobre a "Musa Alentejana", do Conde de Monsaraz, e as objectivas de Bruno Portela e Leonel de Castro "agarraram", respectivamente, "Estâncias d'Arte e Saudade", de Fialho de Almeida, e "Toada de Portalegre", de José Régio.
José Manuel Ribeiro retratou "Seara de Vento", do escritor Manuel da Fonseca, Bruno Rascão interpretou "O Trigo e o Joio", de Fernando Namora, e Céu Guarda fotografou lugares de "Suão", escrito por Antunes da Silva.
"Levantado do Chão", de José Saramago, ficou entregue ao "olhar" de Fernando Veludo, "Os Campos da Promessa", de Urbano Tavares Rodrigues, a Pedro Letria, "Vida e Morte dos Santiagos", de Mário Ventura Henriques, a Luís Barra, e "A Luz do Pessegueiro", de Hugo Santos, foi captada pelo fotógrafo António Carrapato.
Luís Vasconcelos abordou o livro "Rio das Flores", de Miguel Sousa Tavares, e Luís Ramos dedicou-se à obra "Adeus, Princesa", da autoria de Clara Pinto Correia.
Os designers que integram o projecto, Henrique Cayatte e José Pinto Nogueira, ilustraram, respectivamente, "Charneca em Flor", de Florbela Espanca, e "Aparição", de Vergílio Ferreira.
"É uma interpretação pessoal de cada livro ou poema, por parte dos fotógrafos e dos designers convidados para o projecto", afirmou Luís Vasconcelos, explicando que, dos 15 participantes no livro, "oito são membros fundadores da "Estação Imagem".
O livro, por um lado, disse, "contribui para divulgar a literatura portuguesa, porque, se calhar, as pessoas vão ficar curiosas para ler a obra do escritor a que se refere cada imagem", e também "enriquece culturalmente a região".
A "Estação Imagem" vai ainda aproveitar a sessão de lançamento da obra para apresentar o projecto de arquitectura, da autoria de Duarte Ramirez, para a sua futura sede, na antiga estação ferroviária de Mora.
A associação, que ambiciona criar na vila alentejana um centro dedicado à fotografia, imagem, design e fotojornalismo, assume-se como um espaço de discussão sobre essas mesmas temáticas e ponto de partida para a realização de projectos fotográficos.