incomunidade: A este Porto Ígneo e Radioactivo

01-10-2009
marcar artigo


As canetas estão flácidas, mas a cidade recusa-se a morrer.Fervo na alma, quem diria, de tão muda e queda,Os olhos fecho e mal me mexo,Enquanto a culpa em mim se hospedaDebitamos palavras sem nexoCom o vício dos profissionais do sexoE assim nos entretemos nos serões declamadosAlienados, pamonhas, pedrados,Armados em intelecasDamos versos em vez de quecasAconchegamo-nos no buraco infestadoEntre o papel e o cigarro enroladoDilatam-se as veias por vocaçãoTamanha emoção, frémito eruditoE a noite é isto, com todo o preceito,Mão ora no ar, ora no peitoSem pudor na entoação ou no gritoAlimentamos a veia literáriaNum ritual da palavra vaziaEsquecendo a reforma agráriaIgnorando a merda na piaE a alma, (que podia ser lama),Ferve e uiva para dentro:Sai daquiVai para as escadas da câmaraGrita palavras de ordemCome os remorsos que te mordemEsgaça a baixa, fode no centroDescobre a radioactividadeEntra pelo granito adentroRessuscita a cidadeResgata-a do mijo nas esquinase do medo do escuroSobe à Torre dos ClérigosDe vertical tão puroE faz, lá de cima, tamanho basqueiral,Que acorde o RioE faça do teu Porto o temade um poemaem espiralsuzana guimaraens


As canetas estão flácidas, mas a cidade recusa-se a morrer.Fervo na alma, quem diria, de tão muda e queda,Os olhos fecho e mal me mexo,Enquanto a culpa em mim se hospedaDebitamos palavras sem nexoCom o vício dos profissionais do sexoE assim nos entretemos nos serões declamadosAlienados, pamonhas, pedrados,Armados em intelecasDamos versos em vez de quecasAconchegamo-nos no buraco infestadoEntre o papel e o cigarro enroladoDilatam-se as veias por vocaçãoTamanha emoção, frémito eruditoE a noite é isto, com todo o preceito,Mão ora no ar, ora no peitoSem pudor na entoação ou no gritoAlimentamos a veia literáriaNum ritual da palavra vaziaEsquecendo a reforma agráriaIgnorando a merda na piaE a alma, (que podia ser lama),Ferve e uiva para dentro:Sai daquiVai para as escadas da câmaraGrita palavras de ordemCome os remorsos que te mordemEsgaça a baixa, fode no centroDescobre a radioactividadeEntra pelo granito adentroRessuscita a cidadeResgata-a do mijo nas esquinase do medo do escuroSobe à Torre dos ClérigosDe vertical tão puroE faz, lá de cima, tamanho basqueiral,Que acorde o RioE faça do teu Porto o temade um poemaem espiralsuzana guimaraens

marcar artigo