Mosaico de Cores: Lei de Parkinson

23-03-2005
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A lei de Parkinson de Northcote Parkinson (Penguin, 1957) foi primeira publicada no jornal The Economist e depois no livro Parkinson's Law: "The Pursuit of Progress", este, foi talvez o primeiro livro humorístico sobre gestão e, para quem não receia rir de si próprio e das situações nos negócios, tem aqui uma oportunidade para transformar as desgraças do quotidiano numa razão para rir, eis duas das suas leis: "O trabalho expande-se de forma a preencher todo o tempo disponível para a sua realização "; "Quanto menor o interesse do assunto, maior é a discussão"; Usando como exemplo a marinha britânica, Parkinson observou que, independente-mente da quantidade real de trabalho, o número de funcionários tendia sempre a aumentar. Desta lei, retira-se que um funcionário com quatro horas para terminar um relatório, vai terminá-lo nas quatro horas, enquanto um funcionário que disponha de oito horas para finalizar o mesmo relatório vai gastar as oito horas na sua totalidade.Independentemente da crítica à burocracia governamental, esta lei pode ser também aplicada a outras situações, e o próprio Parkinson escreveu sobre a velha senhora capaz de ocupar um dia inteiro para enviar um cartão postal, demorando-se na escolha da paisagem, perdendo tempo procurando os óculos ou o endereço do destinatário, escrevendo e reescrevendo com calma a mensagem, e ainda contemplando a necessidade de levar um guarda-chuvas no seu passeio até a agência dos correios. Um homem ocupado, porém, seria capaz de executar a mesma tarefa em três minutos.Mas a segunda lei derivada do trabalho de Parkinson ainda é mais interessante. A lei explica, em certa medida, a razão porque os projectos mais complexos são facilmente aceites, e os mais simples ficam bloqueados em discussões intermináveis.A questão pode ser posta assim: quando um projecto é demasiado grande ou complexo, ninguém se dá ao trabalho de conferir os detalhes, partindo do pressuposto de que alguém já o deveria ter feito antes, ou o projecto não chegaria a tomar tamanhas proporções, nem ter tido um avanço tão significativo. Além disso, ficar silencioso é muitas vezes uma forma de disfarçar o desconhecimento sobre o próprio projecto, ou deter um conhecimento que ponha em causa muitas das premissas que o suportam.Por outro lado, projectos simples são questionados exaustivamente, porque qualquer pessoa se sente confortável em fazê-lo. É uma oportunidade para lembrar aos outros que está a participar, e de poder tomar uma posição sobre o tema, duma forma relativamente segura.Desta forma, por em causa um projecto simples não tem normalmente grandes consequências técnico-económicas e, como vimos, tem um enorme ganho pessoal.Assim, nas organizações é mais fácil ratificar um Sistema Informático Integrado de Gestão, do que, por exemplo, um projecto que vise melhorar as vias de acesso num armazém.

A lei de Parkinson de Northcote Parkinson (Penguin, 1957) foi primeira publicada no jornal The Economist e depois no livro Parkinson's Law: "The Pursuit of Progress", este, foi talvez o primeiro livro humorístico sobre gestão e, para quem não receia rir de si próprio e das situações nos negócios, tem aqui uma oportunidade para transformar as desgraças do quotidiano numa razão para rir, eis duas das suas leis: "O trabalho expande-se de forma a preencher todo o tempo disponível para a sua realização "; "Quanto menor o interesse do assunto, maior é a discussão"; Usando como exemplo a marinha britânica, Parkinson observou que, independente-mente da quantidade real de trabalho, o número de funcionários tendia sempre a aumentar. Desta lei, retira-se que um funcionário com quatro horas para terminar um relatório, vai terminá-lo nas quatro horas, enquanto um funcionário que disponha de oito horas para finalizar o mesmo relatório vai gastar as oito horas na sua totalidade.Independentemente da crítica à burocracia governamental, esta lei pode ser também aplicada a outras situações, e o próprio Parkinson escreveu sobre a velha senhora capaz de ocupar um dia inteiro para enviar um cartão postal, demorando-se na escolha da paisagem, perdendo tempo procurando os óculos ou o endereço do destinatário, escrevendo e reescrevendo com calma a mensagem, e ainda contemplando a necessidade de levar um guarda-chuvas no seu passeio até a agência dos correios. Um homem ocupado, porém, seria capaz de executar a mesma tarefa em três minutos.Mas a segunda lei derivada do trabalho de Parkinson ainda é mais interessante. A lei explica, em certa medida, a razão porque os projectos mais complexos são facilmente aceites, e os mais simples ficam bloqueados em discussões intermináveis.A questão pode ser posta assim: quando um projecto é demasiado grande ou complexo, ninguém se dá ao trabalho de conferir os detalhes, partindo do pressuposto de que alguém já o deveria ter feito antes, ou o projecto não chegaria a tomar tamanhas proporções, nem ter tido um avanço tão significativo. Além disso, ficar silencioso é muitas vezes uma forma de disfarçar o desconhecimento sobre o próprio projecto, ou deter um conhecimento que ponha em causa muitas das premissas que o suportam.Por outro lado, projectos simples são questionados exaustivamente, porque qualquer pessoa se sente confortável em fazê-lo. É uma oportunidade para lembrar aos outros que está a participar, e de poder tomar uma posição sobre o tema, duma forma relativamente segura.Desta forma, por em causa um projecto simples não tem normalmente grandes consequências técnico-económicas e, como vimos, tem um enorme ganho pessoal.Assim, nas organizações é mais fácil ratificar um Sistema Informático Integrado de Gestão, do que, por exemplo, um projecto que vise melhorar as vias de acesso num armazém.

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