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09-04-2005
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06-MAR-01 Carlos Lopes

Nunca é tarde para acreditar Luís Lopes

Carlos Lopes foi um dos primeiros atletas a mostrar que se pode chegar ao cume da carreira já perto dos quarenta anos de idade e que nunca é tarde para acreditar. Após um longo percurso tornou-se o primeiro campeão olímpico português em 1984, beneficiando de uma reconversão à maratona depois de ter visto a sua relativamente limitada velocidade terminal impedi-lo de chegar aos maiores títulos nas distâncias mais curtas.

Vindo do Lusitano de Vildemoinhos para o Sporting lisboeta, para treinar sob a direcção de Moniz Pereira, Lopes foi um atleta inspirador de mais de uma geração de fundistas e um dos grandes responsáveis pelo crescimento exponencial do meio fundo e fundo lusitanos. Dotado de uma força interior inquebrantável, metido em si ate à exaustão quado era necessário, esse seu feitio beirão foi uma arma decisiva para o sucesso que obteve.

Após um período de maturação lento entre 1967 e 1970, dá grandes passos em frente em 10000m. Primeiro português a menos de 29 minutos, é na temporada de 1976 que encontra uma condição excepcional. Ganha o primeiro de três títulos mundiais de crosse em Chepstow, no País de Gales, e consegue uma das melhores marcas de sempre em 10000m, com 27m45,71s, que o coloca entre os favoritos olímpicos.

Nos Jogos de Montréal lidera sempre até à última volta, para depois ser passado pelo finlandês Lasse Virén, e ganha a medalha de prata. Depois dos Jogos volta a melhorar para 27m42,65s.

A continuação da sua carreira é depois perturbada por séria lesão e Lopes é visto por muitos como um atleta que tinha passado o seu melhor. Mas ele regressa desse limbo e em 1982 bate o recorde europeu da dupla légua (27m24,39s) antes dos Europeus de Atenas.

Aí mantém a sina de 1976 - comanda toda a prova mas não resiste ao ataque de três fundistas mais rápidos e é quarto. Ficou desde então claro que a maratona seria uma opção que lhe podia obviar contratempos semelhantes.

Sem embargo continuou a ser dos melhores do mundo em 10000m e quando Fernando Mamede bateu o recorde mundial da distânia, em Estocolmo, a 2 de Julho de 1984 (27m13,81s), terminou logo a seguir e passou também sob o anterior registo, com a segunda marca de sempre de então - 27m17,48s.

A sua primeira tentativa nos 42195m salda-se por uma desistência (em Nova Iorque), coisa rara nele, mas Lopes persiste e em 1983 é segundo em Roterdão, atrás de Robert de Castella, com um recorde europeu (2h08m39s) de muito bom augúrio.

Na temporada imediata, aos 37 anos, consagra-se como o campeão olímpico de Los Angeles, alardeando uma segurança deveras inusitada. Pouco antes ganhara o seu segundo título mundial de crosse, e reedita uma vez mais a proeza em Lisboa, na temporada seguinte.

Sintomático foi o facto de ter sido o último branco a ganhar essa competição - daí par cá começou o infindável reinado dos africanos. Ainda em 1985 aproveita a maré e estabelece um novo máximo mundial na maratona, com 2h07m12 em Roterdão. Essa marca subsistiria até 2000 como máximo europeu, sendo então superada por António Pinto, com 2h06m36s.

Currículo

Nome: Carlos Lopes

Naturalidade: Vildemoinhos, Portugal

Data de Nascimento: 18 de Fevereiro de 1947

Altura: 1,68m

Peso de forma: 58kg.

Registo nas maiores competições:

Jogos Olímpicos: 1972: eliminado nos 5000m e 10000m; 1976: 2º nos 10000m; 1984: 1º na maratona.

Campenatos mundiais: 1983: 6º nos 10000m

Campeonatos europeus: 1971: 33º no 10000m; elimindo nos 3000m obstáculos; 1974; não acabou nos 10000m; 1982: 4º nos 10000m.

Campeonatos mundiais de crosse( melhores classificações): 1976: 1º; 1977: 2º; 1983: 2º; 1984: 1º; 1985: 1º.

Títulos portugueses: 5000m: 2; 10000m: 2; 300 m obstáculos 1; crosse: 9

Progressão em 10000m e maratona: 1967: 30m52,0s/-; 1968: 30m45,6s /-; 1969: 30m40,6s /-; 1970: 30m26,6s /-; 1971: 29m28,0s /-; 1972: 28m53,6s /-; 1973: 28m37,0s /-; 1974: 28m38,8s /-; 1975: 28m30,6s/ - ; 1976: 27m42,65s /-; 1977: 28m44,6s /-; 1978: 28m05,0s / -; 1979: 28m44,3s /-; 1980: - ; 1981: 27m47,8s /-; 1982: 27m24,39s /-; 1983: 27m23,44s / 2h08m39s; 1984: 27m17,48s / 2h09m06s; 1985: -/ 2h07m12s.

Recordes mundiais: 1985: 2h07m12s na maratona (Roterdão, 20 Abril)

Recordes europeus: 1982: 27m24,39s aos 10000m (Oslo, 26 Junho); 1983: 2h08m39s na maratona (Roterdão, 9 Abril)

Recordes portugueses: 1971: 29m28,0s aos 10000m (Lisboa, 8 Junho); 1972: 13m50,2s (Madrid, 29 Junho) e 13m46,8s (Lisboa, 5 Agosto) aos 5000m; 28m53,6s aos 10000m (Munique, 31 Agosto); 1973: 7m56,0s aos 3000m (22 Julho); 13m42,8s (Lisboa, 28 Julho) e 13m41,4s (Lisboa, 18 Agosto) aos 5000m; 28m37,0s aos 10000m (Lisboa, 5 Agosto); 1974: 13m34,2 aos 5000m ( Lisboa, 22 Junho); 1975: 13m34,2s (Lisboa, 19 Julho) e 13m33,8s (Zurique, 20 Agosto) aos 5000m; 28m30,6s aos 10000m (Lisboa, 14 Junho); 59m44,2s nos 20km (Lisboa, 28 Agosto); 20158m na hora (Lisboa, 28 Agosto); 1976: 7m48,8s aos 3000m (Lisboa, 1 Maio); 13m26,8s (Colónia, 21 Maio) e 13m24,0s (Saint-Maur, 2 Junho) aos 5000m; 8m25,0s nas 2 milhas (Edimburgo, 6 Agosto); 27m45,71s (Munique, 29 Maio), 27m45,17s (Montréal, 26 Julho) e 27m42,65s (Estocolmo, 9 Agosto) nos 10000m; 1982: 27m24,39s aos 10000m (Oslo, 26 Junho); 1983: 2h08m39s na maratona (Roterdão, 9 Abril); 1985: 2h07m12s na maratona (Roterdão, 20 Abril).

Outras marcas pessoais: 800m: 1m56,5s (1970); 1500m: 3m41,4s (1982); milha: 4m09,8s (1974); 2000m: 5m09,4s (1976); 5000m: 13m16,38s (1984); 10000m: 27m17,48s (1984); 3000m obstáculos: 8m39,6s (1973).

06-MAR-01 Carlos Lopes

Nunca é tarde para acreditar Luís Lopes

Carlos Lopes foi um dos primeiros atletas a mostrar que se pode chegar ao cume da carreira já perto dos quarenta anos de idade e que nunca é tarde para acreditar. Após um longo percurso tornou-se o primeiro campeão olímpico português em 1984, beneficiando de uma reconversão à maratona depois de ter visto a sua relativamente limitada velocidade terminal impedi-lo de chegar aos maiores títulos nas distâncias mais curtas.

Vindo do Lusitano de Vildemoinhos para o Sporting lisboeta, para treinar sob a direcção de Moniz Pereira, Lopes foi um atleta inspirador de mais de uma geração de fundistas e um dos grandes responsáveis pelo crescimento exponencial do meio fundo e fundo lusitanos. Dotado de uma força interior inquebrantável, metido em si ate à exaustão quado era necessário, esse seu feitio beirão foi uma arma decisiva para o sucesso que obteve.

Após um período de maturação lento entre 1967 e 1970, dá grandes passos em frente em 10000m. Primeiro português a menos de 29 minutos, é na temporada de 1976 que encontra uma condição excepcional. Ganha o primeiro de três títulos mundiais de crosse em Chepstow, no País de Gales, e consegue uma das melhores marcas de sempre em 10000m, com 27m45,71s, que o coloca entre os favoritos olímpicos.

Nos Jogos de Montréal lidera sempre até à última volta, para depois ser passado pelo finlandês Lasse Virén, e ganha a medalha de prata. Depois dos Jogos volta a melhorar para 27m42,65s.

A continuação da sua carreira é depois perturbada por séria lesão e Lopes é visto por muitos como um atleta que tinha passado o seu melhor. Mas ele regressa desse limbo e em 1982 bate o recorde europeu da dupla légua (27m24,39s) antes dos Europeus de Atenas.

Aí mantém a sina de 1976 - comanda toda a prova mas não resiste ao ataque de três fundistas mais rápidos e é quarto. Ficou desde então claro que a maratona seria uma opção que lhe podia obviar contratempos semelhantes.

Sem embargo continuou a ser dos melhores do mundo em 10000m e quando Fernando Mamede bateu o recorde mundial da distânia, em Estocolmo, a 2 de Julho de 1984 (27m13,81s), terminou logo a seguir e passou também sob o anterior registo, com a segunda marca de sempre de então - 27m17,48s.

A sua primeira tentativa nos 42195m salda-se por uma desistência (em Nova Iorque), coisa rara nele, mas Lopes persiste e em 1983 é segundo em Roterdão, atrás de Robert de Castella, com um recorde europeu (2h08m39s) de muito bom augúrio.

Na temporada imediata, aos 37 anos, consagra-se como o campeão olímpico de Los Angeles, alardeando uma segurança deveras inusitada. Pouco antes ganhara o seu segundo título mundial de crosse, e reedita uma vez mais a proeza em Lisboa, na temporada seguinte.

Sintomático foi o facto de ter sido o último branco a ganhar essa competição - daí par cá começou o infindável reinado dos africanos. Ainda em 1985 aproveita a maré e estabelece um novo máximo mundial na maratona, com 2h07m12 em Roterdão. Essa marca subsistiria até 2000 como máximo europeu, sendo então superada por António Pinto, com 2h06m36s.

Currículo

Nome: Carlos Lopes

Naturalidade: Vildemoinhos, Portugal

Data de Nascimento: 18 de Fevereiro de 1947

Altura: 1,68m

Peso de forma: 58kg.

Registo nas maiores competições:

Jogos Olímpicos: 1972: eliminado nos 5000m e 10000m; 1976: 2º nos 10000m; 1984: 1º na maratona.

Campenatos mundiais: 1983: 6º nos 10000m

Campeonatos europeus: 1971: 33º no 10000m; elimindo nos 3000m obstáculos; 1974; não acabou nos 10000m; 1982: 4º nos 10000m.

Campeonatos mundiais de crosse( melhores classificações): 1976: 1º; 1977: 2º; 1983: 2º; 1984: 1º; 1985: 1º.

Títulos portugueses: 5000m: 2; 10000m: 2; 300 m obstáculos 1; crosse: 9

Progressão em 10000m e maratona: 1967: 30m52,0s/-; 1968: 30m45,6s /-; 1969: 30m40,6s /-; 1970: 30m26,6s /-; 1971: 29m28,0s /-; 1972: 28m53,6s /-; 1973: 28m37,0s /-; 1974: 28m38,8s /-; 1975: 28m30,6s/ - ; 1976: 27m42,65s /-; 1977: 28m44,6s /-; 1978: 28m05,0s / -; 1979: 28m44,3s /-; 1980: - ; 1981: 27m47,8s /-; 1982: 27m24,39s /-; 1983: 27m23,44s / 2h08m39s; 1984: 27m17,48s / 2h09m06s; 1985: -/ 2h07m12s.

Recordes mundiais: 1985: 2h07m12s na maratona (Roterdão, 20 Abril)

Recordes europeus: 1982: 27m24,39s aos 10000m (Oslo, 26 Junho); 1983: 2h08m39s na maratona (Roterdão, 9 Abril)

Recordes portugueses: 1971: 29m28,0s aos 10000m (Lisboa, 8 Junho); 1972: 13m50,2s (Madrid, 29 Junho) e 13m46,8s (Lisboa, 5 Agosto) aos 5000m; 28m53,6s aos 10000m (Munique, 31 Agosto); 1973: 7m56,0s aos 3000m (22 Julho); 13m42,8s (Lisboa, 28 Julho) e 13m41,4s (Lisboa, 18 Agosto) aos 5000m; 28m37,0s aos 10000m (Lisboa, 5 Agosto); 1974: 13m34,2 aos 5000m ( Lisboa, 22 Junho); 1975: 13m34,2s (Lisboa, 19 Julho) e 13m33,8s (Zurique, 20 Agosto) aos 5000m; 28m30,6s aos 10000m (Lisboa, 14 Junho); 59m44,2s nos 20km (Lisboa, 28 Agosto); 20158m na hora (Lisboa, 28 Agosto); 1976: 7m48,8s aos 3000m (Lisboa, 1 Maio); 13m26,8s (Colónia, 21 Maio) e 13m24,0s (Saint-Maur, 2 Junho) aos 5000m; 8m25,0s nas 2 milhas (Edimburgo, 6 Agosto); 27m45,71s (Munique, 29 Maio), 27m45,17s (Montréal, 26 Julho) e 27m42,65s (Estocolmo, 9 Agosto) nos 10000m; 1982: 27m24,39s aos 10000m (Oslo, 26 Junho); 1983: 2h08m39s na maratona (Roterdão, 9 Abril); 1985: 2h07m12s na maratona (Roterdão, 20 Abril).

Outras marcas pessoais: 800m: 1m56,5s (1970); 1500m: 3m41,4s (1982); milha: 4m09,8s (1974); 2000m: 5m09,4s (1976); 5000m: 13m16,38s (1984); 10000m: 27m17,48s (1984); 3000m obstáculos: 8m39,6s (1973).

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