Quartzo, Feldspato & Mica: O Povo é Sereno # 80

18-02-2006
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Erro de "casting" no programa do canal 2 "Conselho de Estado". De todos os convidados que ali estiveram cerca de uma hora a debater a Revolução de Abril, apenas José Mário Silva esteve à altura, apresentando-se sereno, afável e expondo os seus argumentos com clareza e lucidez. Pedro Lomba não conseguiu esconder uma inexplicável e exagerada irritação, às vezes um quase descontrolo. Não queria de modo algum ser o referente da forma de tratamento "vocês" (forma de segunda pessoa do plural socialmente aceite em qualquer troca de argumentos em Portugal ou no Brasil), usada por José Mário Silva ou por Carlos Antunes para se referirem à Direita, como de resto se faz no sentido inverso. Mas o Pedro Lomba julgava que tinha sido convidado para o programa representando que movimento ou, vá lá, tendência política? A dos "não-alinhados"? Duvido. A certa altura afirmou mais ou menos que algo de positivo teria saído da Revolução de Abril: com ela, passamos a ser donos das nossas próprias vidas. Ao mesmo tempo, chamava à revolução de Carlos Antunes uma revolução falhada, esquecendo-se de que foi precisamente a revolução de Carlos Antunes, entre outros – não interessa para nada se outros objectivos existiam e se eles foram ou não cumpridos - que veio permitir aos portugueses tomarem nas mãos a condução das suas vidas. E passar-se de uma situação em que não somos donos das nossas próprias vidas para uma em que o somos, a isso eu chamo uma verdadeira revolução (e não uma mera evolução).

Erro de "casting" no programa do canal 2 "Conselho de Estado". De todos os convidados que ali estiveram cerca de uma hora a debater a Revolução de Abril, apenas José Mário Silva esteve à altura, apresentando-se sereno, afável e expondo os seus argumentos com clareza e lucidez. Pedro Lomba não conseguiu esconder uma inexplicável e exagerada irritação, às vezes um quase descontrolo. Não queria de modo algum ser o referente da forma de tratamento "vocês" (forma de segunda pessoa do plural socialmente aceite em qualquer troca de argumentos em Portugal ou no Brasil), usada por José Mário Silva ou por Carlos Antunes para se referirem à Direita, como de resto se faz no sentido inverso. Mas o Pedro Lomba julgava que tinha sido convidado para o programa representando que movimento ou, vá lá, tendência política? A dos "não-alinhados"? Duvido. A certa altura afirmou mais ou menos que algo de positivo teria saído da Revolução de Abril: com ela, passamos a ser donos das nossas próprias vidas. Ao mesmo tempo, chamava à revolução de Carlos Antunes uma revolução falhada, esquecendo-se de que foi precisamente a revolução de Carlos Antunes, entre outros – não interessa para nada se outros objectivos existiam e se eles foram ou não cumpridos - que veio permitir aos portugueses tomarem nas mãos a condução das suas vidas. E passar-se de uma situação em que não somos donos das nossas próprias vidas para uma em que o somos, a isso eu chamo uma verdadeira revolução (e não uma mera evolução).

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