DESCREDITO !: A Seca

21-05-2009
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«Excelentíssimo Senhor Primeiro Ministro, Escrevo-lhe para lhe dizer que estou ao lado dos senhores agricultores por causa do terrível problema da seca. Tenho visto os senhores agricultores na televisão e devo dizer-lhe que os compreendo inteiramente e que eles têm toda a razão.Aqueles homens dependem da terra para viverem!Se não chove, não recebem o dinheirinho dos subsídios.E a crise não está aí para brincadeiras. Agora veja bem o meu problema:Eu tenho uma oficina de bate-chapas aqui na Buraca.Sou uma espécie de agricultor urbano, um agricultor do ferro.Quando chove aqui na cidade, há aqueles pequenos 'toques' e 'batidelas' por todo o lado, que até nem magoam ninguém. Depois vêem ter aqui à minha oficina, que eu até faço um bom preço e sem aquele tal do IVA. E ainda consigo umas revisõeszitas periódicas. Tudo trabalho honesto!Mas quando passa um ano inteiro sem chover, eu bem sinto a pancada. Está a ver pois como eu bem compreendo os senhores agricultores.Até costumamos discutir estas coisas quando me aparecem por cá com os jeeps.A nossa actividade depende da chuva.Se não cai chuva, não cai dinheirinho.E eu já tenho por aqui dois ucranianos e um moldavo parados, a quem já não tenho trabalho para dar. Por isso, Senhor Primeiro-Ministro, venho-lhe pedir um subsídio para a seca.Se o Governo de V/ Excelência não é capaz de fazer com que chova, acabamos todos por ficar na penúria.Pelas minhas contas, eu devo ter tido no último ano uma quebra de rendimento de cerca de 2.500 contos (vinte e tal mil euros). Não sei quanto é isso em vacas ou milho, mas se me derem metade já dá para aguentar o estaminé.Junto envio o nibe da minha Maria, e fico à espera de notícias suas no multibanco. Um Abraço, Toni da Buraca»

«Excelentíssimo Senhor Primeiro Ministro, Escrevo-lhe para lhe dizer que estou ao lado dos senhores agricultores por causa do terrível problema da seca. Tenho visto os senhores agricultores na televisão e devo dizer-lhe que os compreendo inteiramente e que eles têm toda a razão.Aqueles homens dependem da terra para viverem!Se não chove, não recebem o dinheirinho dos subsídios.E a crise não está aí para brincadeiras. Agora veja bem o meu problema:Eu tenho uma oficina de bate-chapas aqui na Buraca.Sou uma espécie de agricultor urbano, um agricultor do ferro.Quando chove aqui na cidade, há aqueles pequenos 'toques' e 'batidelas' por todo o lado, que até nem magoam ninguém. Depois vêem ter aqui à minha oficina, que eu até faço um bom preço e sem aquele tal do IVA. E ainda consigo umas revisõeszitas periódicas. Tudo trabalho honesto!Mas quando passa um ano inteiro sem chover, eu bem sinto a pancada. Está a ver pois como eu bem compreendo os senhores agricultores.Até costumamos discutir estas coisas quando me aparecem por cá com os jeeps.A nossa actividade depende da chuva.Se não cai chuva, não cai dinheirinho.E eu já tenho por aqui dois ucranianos e um moldavo parados, a quem já não tenho trabalho para dar. Por isso, Senhor Primeiro-Ministro, venho-lhe pedir um subsídio para a seca.Se o Governo de V/ Excelência não é capaz de fazer com que chova, acabamos todos por ficar na penúria.Pelas minhas contas, eu devo ter tido no último ano uma quebra de rendimento de cerca de 2.500 contos (vinte e tal mil euros). Não sei quanto é isso em vacas ou milho, mas se me derem metade já dá para aguentar o estaminé.Junto envio o nibe da minha Maria, e fico à espera de notícias suas no multibanco. Um Abraço, Toni da Buraca»

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