DESCREDITO !: O Homem da Vichyssoise

21-05-2009
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Ainda sobre o Professor Marcelo, o seu comentário ao direito de resposta de João Pedroso foi intelectualmente muito estimulante.
O «Público» resume o diferendo entre ambos da seguinte forma:
« Na semana passada, Marcelo tinha levantado a suspeita de João Pedroso ter sido eleito já sabendo dessa investigação. João Pedroso enviou uma carta à TVI, invocando direito de resposta, dizendo tinha havido "imputações de factos falsos" e tentativa de o desqualificar moralmente. »
O raciocínio de Marcelo Rebelo de Sousa foi brilhante, e poderá abrir interessantes precedentes.
O Professor manteve que nunca afirmou que a colocação de João Pedroso no Conselho Superior de Magistratura (CSM) tivesse sido feita após o conhecimento que vários dirigentes do PS teriam tido do envolvimento do irmão, Paulo Pedroso, no ‘escândalo da Casa Pia’.
O Professor apenas questionou.
E como o PS e o próprio João Pedroso vieram publicamente afirmar que João Pedroso foi indicado para o CSM muito antes de terem surgido ‘rumores’ acerca do irmão, o Professor disse ter ficado descansado com a resposta à dúvida que tinha formulado, dúvida esta que mais cidadãos poderiam igualmente ter, e que teriam ficado todos esclarecidos e descansados.
Porém, Marcelo Rebelo de Sousa, que não é Miguel Sousa Tavares e, como tal, não admite ser contraditado, utilizou um ardiloso raciocínio de datas para, pondo questões, ou utilizando o coloquial «se fosse eu...», acentuar consecutivamente a insinuação que João Pedroso foi colocado no CSM como uma das peças de ‘pressão’ da direcção do PS.
Já estou a ver o Professor a utilizar o mesmo raciocínio, por exemplo, com Durão Barroso:
«Será Durão Barroso incompetente?
Pergunto isto a Durão Barroso porque ainda no jornal de ontem li que ele era incompetente, e muitos portugueses se questionarão se Durão Barroso é incompetente.
Mas se Durão Barroso me disser que não é incompetente, eu confio na sua palavra, e como tal fico esclarecido que não é incompetente, tal como ficarão muitos outros acerca da sua incompetência.
Porém, se Durão Barroso não disse exactamente sobre que assunto não é incompetente, eu não ficarei completamente esclarecido, que é o meu dever como comentador.
Se fosse eu, esclarecia pormenorizadamente que não era incompetente na acção governativa, pois só esta interessa a todos aqueles que possam pensar que Durão Barroso é incompetente.
Mas isto sou eu, mero Professor de Direito, que me limito a fazer perguntas ao Domingo à noite.»

Ainda sobre o Professor Marcelo, o seu comentário ao direito de resposta de João Pedroso foi intelectualmente muito estimulante.
O «Público» resume o diferendo entre ambos da seguinte forma:
« Na semana passada, Marcelo tinha levantado a suspeita de João Pedroso ter sido eleito já sabendo dessa investigação. João Pedroso enviou uma carta à TVI, invocando direito de resposta, dizendo tinha havido "imputações de factos falsos" e tentativa de o desqualificar moralmente. »
O raciocínio de Marcelo Rebelo de Sousa foi brilhante, e poderá abrir interessantes precedentes.
O Professor manteve que nunca afirmou que a colocação de João Pedroso no Conselho Superior de Magistratura (CSM) tivesse sido feita após o conhecimento que vários dirigentes do PS teriam tido do envolvimento do irmão, Paulo Pedroso, no ‘escândalo da Casa Pia’.
O Professor apenas questionou.
E como o PS e o próprio João Pedroso vieram publicamente afirmar que João Pedroso foi indicado para o CSM muito antes de terem surgido ‘rumores’ acerca do irmão, o Professor disse ter ficado descansado com a resposta à dúvida que tinha formulado, dúvida esta que mais cidadãos poderiam igualmente ter, e que teriam ficado todos esclarecidos e descansados.
Porém, Marcelo Rebelo de Sousa, que não é Miguel Sousa Tavares e, como tal, não admite ser contraditado, utilizou um ardiloso raciocínio de datas para, pondo questões, ou utilizando o coloquial «se fosse eu...», acentuar consecutivamente a insinuação que João Pedroso foi colocado no CSM como uma das peças de ‘pressão’ da direcção do PS.
Já estou a ver o Professor a utilizar o mesmo raciocínio, por exemplo, com Durão Barroso:
«Será Durão Barroso incompetente?
Pergunto isto a Durão Barroso porque ainda no jornal de ontem li que ele era incompetente, e muitos portugueses se questionarão se Durão Barroso é incompetente.
Mas se Durão Barroso me disser que não é incompetente, eu confio na sua palavra, e como tal fico esclarecido que não é incompetente, tal como ficarão muitos outros acerca da sua incompetência.
Porém, se Durão Barroso não disse exactamente sobre que assunto não é incompetente, eu não ficarei completamente esclarecido, que é o meu dever como comentador.
Se fosse eu, esclarecia pormenorizadamente que não era incompetente na acção governativa, pois só esta interessa a todos aqueles que possam pensar que Durão Barroso é incompetente.
Mas isto sou eu, mero Professor de Direito, que me limito a fazer perguntas ao Domingo à noite.»

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